Category — Cinema
O novo cinema italiano em 7 capitais
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Ontem sai da cabine pensando por que catzo havia “esperado” longos 12 anos pra ver este excelente “As Consequências do Amor”, segundo filme da carreira do grande Paolo Sorrentino (“A Grande Beleza“, “Juventude“), lançado em 2004. Talvez tenha sido pela oportunidade de vê-lo em tela grande, no cinema, o que foi bastante especial. Se esse é também seu caso, coloque na agenda: de 25 a 31 de agosto, “As Consequências do Amor” e outros seis filmes de novos cineastas italianos integram a mostra 8 e 1/2 Festa do Cinema Italiano em sete capitais (BH, Brasilia, Curitiba, Floripa, POa, Rio e São Paulo).
Mais infos: http://festadocinemaitaliano.com.br/
agosto 25, 2016 No Comments
Wolverine: A Film By Woody Allen
Mais: Woody Allen de 0 a 10, por Marcelo Costa (aqui)
agosto 16, 2016 No Comments
Nick Cave & The Bad Seeds: o filme
O 16º álbum de estúdio de Nick Cave & The Bad Seeds, “Skeleton Tree”, já tem data pra chegar às lojas: 09 de setembro! Um dia antes, porém, chega aos cinemas “One More Time With Feeling”, documentário de Andrew Dominik (“O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford“) que foi pensado como um registro da banda no palco, mas enveredou por algo mais significativo ao acompanhar o cenário trágico de composição e gravação do álbum “Skeleton Tree”. Filmando em preto e branco, com improvisações e narrações de Nick Cave além de entrevistas e imagens captadas por Dominik, “One More Time With Feeling” é, segundo o diretor, um verdadeiro testamento de um artista tentando encontrar o seu caminho em meio a escuridão. Assista ao trailer e leia a resenha!
Leia também:
– “Nick Cave: 20.000 Dias na Terra”: um dos melhores filmes musicais (aqui)
– “Push The Sky Away” é daqueles discos para se ouvir e ouvir (aqui)
– Discografia comentada: Nick Cave and The Bad Seeds (aqui)
agosto 2, 2016 No Comments
Miles Davis e Chet Baker nas telas
Uma deliciosa maluquice experimental esse “Miles Ahead”, de Don Cheadle, não biografia sobre Miles Davis! Baita atuação do Don Cheadle, fotografia e, principalmente, edição absolutamente impecáveis, mas… sorry, falta biografia (grifo que compartilho com o All About Jazz nessa ótima resenha: https://goo.gl/FW4KzM). Porém, seria possível captar Miles como um todo em (apenas) duas horas de projeção? Eu acho impossível e, vendo por este lado, Don Cheadle mandou bem. Mas quem não sabe nada de Miles sairá do cinema sabendo ainda menos…
Com uma pegada completamente diferente da de “Miles Ahead”, esse “Born To Be Blue”, sobre a vida de Chet Baker, traz Robert Budreau na direção e é uma cinebiografia “quadradinha” que segue os preceitos do estilo. A história, pra variar, é dolorida e muito, muito foda. Como filme prefiro “Miles Ahead”; como cinebiografia fico com este “Born To Be Blue”. Detalhe: Ethan Hawke está excelente num nível diferente de Don Cheadle, pois os papeis são completamente antagônicos: Chet é tristeza, Miles é caos. E essa dualidade está impressa nos dois (excelentes) filmes.
Mais: A fase elétrica de Miles Davis (aqui)
julho 30, 2016 2 Comments
Novo Woody Allen no Brasil: 25/08
Mais: Woody Allen de 0 a 10, por Marcelo Costa (aqui)
julho 21, 2016 No Comments
Truman
Em 99% das vezes que vou ver um filme, tento saber o mínimo sobre ele. Gosto da sensação de não saber absolutamente nada da história (ainda que o cartaz adiante pequenas coisas) e, mesmo que isso tenha quase me causado um leve trauma (ver “Katyn“, do Andrzej Wajda, num dia depressivo não foi uma boa escolha – fiquei, inclusive, tremendo algumas horas num show que fui ver no Studio SP, logo depois, mas que filme, que filme), continuo tentando ir ao cinema sem saber nada da história. Hoje não estava sendo um dia bom. Um pouco de tristeza aqui, um pouco de depressão acolá. Mas dai que a esposa chegou em casa e eu consegui faze-la sorrir algumas vezes, o que já serviu para deixar tudo mais leve, para colocar as coisas um pouco nos eixos. E depois fomos ver “Truman” (2015), grande vencedor do Oscar espanhol, o Goya, arrematando cinco estatuetas das seis a que fora indicado – melhor filme, diretor (Cesc Gay), ator (Ricardo Darín), ator coadjuvante (Javier Cámara) e roteiro. Na minha mania de não ler sinopses nem nada, eu acreditava que “Truman” se tratava de uma comédia bestinha, mas, feliz engano, é daqueles dramas levemente cômicos e contidos, que lavam a alma com silêncio. Bonito e triste. Como a vida.
julho 12, 2016 No Comments
Download: 99 catálogos do CCBB
Responsável por diversas mostras bacanas, o Centro Cultural Banco do Brasil também produz excelentes catálogos para essas mostras, que muitas vezes vão além do material apresentado na instituição, e servem como guia para a obra do artista em questão, mesmo que você não tenha acompanhado a mostra. 99 destes catálogos estão disponíveis para download gratuito e trazem um vasto material imperdível de artes, cinema, arquitetura e muito mais.
Entre os volumes disponibilizados pelo CCBB estão catálogos sobre a mostra Alfred Hitchcock, um calhamaço de 416 páginas que pode funcionar como um excelente guia para neófitos na obra do mestre do suspense. O mesmo pode ser dito dos volumes sobre Quentin Tarantino (com textos e análises de cada filme do diretor), Escher, Kandinski, Jean Luc Godard, Ingmar Bergman, Impressionismo, Iberê Camargo, Castelo Ra-Tim-Bum, Francis Ford Coppola, o movimento Dogama 95 e muito mais. Divirta-se:
http://culturabancodobrasil.com.br/portal/categoria/catalogos
abril 24, 2016 No Comments
King Lear na versão de Jean-Luc Godard
Titulo: King Lear (1987)
Para encerrar sua trilogia de personagens míticos – após “Carmen” (de 1983, que abordava o terrorismo inspirado em Bizet) e “Je Vous Salue Marie” (de 1985, que questionava a fé cristã com foco na Bíblia), Jean-Luc Godard escolheu Shakespeare. Iniciada em 1985, a produção se arrastou até o fim de 1987. Não à toa, os primeiros diálogos da obra são do produtor cobrando o diretor: “As pessoas não acreditam que o filme jamais será feito”. No corte surge Norman Mailer, que deveria assinar o roteiro e participar da trama, mas desistiu quando Godard insinuou que seu personagem iria praticar incesto com a própria filha (Kate Mailer). O filme dentro do filme dentro do filme segue com William Shakespeare Jr. V (Peter Sellars), que explica: após o desastre nuclear de Chernobyl, todo tipo de arte existente foi destruído e sua função é recriar as obras do ente famoso. William então se envolve com os personagens da peça que está reescrevendo, Cordelia (Molly Ringwald logo após “Clube dos Cinco” e “A Garota de Rosa Shocking”) e seu pai, o mafioso Don Learo (Burgess Meredith). Ainda vão surgir em cena Julie Delpy (com meros 16 anos) e o próprio Godard como o Professor Pluggy (um “gênio” maluco) numa trama que questiona a arte de forma niilista sem muita fé no subproduto (feito nas costas) que irá resultar “do filme”. Quem deverá juntar as peças insanas desta loucura pós-apocalíptica na sala de edição e salvar o cinema? Sim, ele mesmo, Mr. Alien (Woody) – citando “Meetin’ WA” ao inverso. Há consenso que “King Lear” é um dos filmes mais fracos de Godard (o texto de Robert Koehler no Los Angeles Times, em 1988, é ótimo), mas há críticos, como Richard Brody, da New Yorker (autor do livro “Everything is Cinema: The Working Life of Jean-Luc Godard”, 2008), que o acham “o melhor filme de todos os tempos” (ele colocou “King Lear” no número 1 em sua votação na Sight & Sound, 2012). Na dúvida, assista (e tente imaginar se estilhaços desta experiência irão afetar os próximos filmes de Woody).
maio 7, 2015 No Comments
Jean-Luc Godard entrevista Woody Allen
Titulo: Meetin’ WA (1986)
Logo após finalizar “Hannah E Suas Irmãs”, Woody Allen se envolveu em dois projetos com o cineasta Jean-Luc Godard: o primeiro, “Rei Lear”, acabou atrasando (devido a um bloqueio criativo do francês) e sendo lançado apenas no ano seguinte. No meio do processo, porém, surgiu a ideia de fazer um curta-metragem sobre o próprio Woody para ser apresentado na tradicional conferência de imprensa com o diretor após a estreia de “Hannah e Suas Irmãs” em Cannes (já que Woody não iria ao festival). Desta forma, “Meetin’ WA” é uma entrevista com Woody Allen conduzida (e tolamente editada) por Godard, que manipula imagens, sobrepõe fotos e é um repórter fraco, mas consegue tirar de Woody algumas opiniões interessantes e exteriorizar suas diferenças. Woody acredita que o momento mágico do cinema é a ideia, e que depois (com roteiro, escalação de atores, filmagem, edição, mixagem) a obra vai perdendo força a ponto de, no final, ter ficado muito pouco daquela brilhante ideia original. Godard opina: “Ainda há salvação na sala de edição”, mas para Woody o filme já está condenado, “e nunca mais vou revê-lo porque vou me decepcionar”. Em outro trecho, Woody explica a inspiração dos intertítulos (literários) em “Hannah”, fala sobre as diferenças da fotografia de Gordon Willis e Carlo Di Palma, e ambos reclamam do poder da TV: “É um crime para mim alguém assistir ‘Cidadão Kane, ‘2001’ ou ‘Diabo a Quatro’ pela primeira vez na televisão”, desabafa Woody num bate papo repleto de momentos interessantes. Abaixo na integra.
maio 5, 2015 No Comments
Obrigatório: Trabalho Interno, 2010
“Trabalho Interno” (“Inside Job”, 2010)
por Marcelo Costa
“Se existe um único filme obrigatório de 2010 a ser visto imediatamente, o filme é este. “Inside Job” vasculha a podridão de Wall Street que resultou na crise financeira mundial de 2008. Narrado por Matt Damon, “Trabalho Interno” começa de forma didática analisando a quebra de três bancos islandeses, e depois mira a câmera para grandes corporações norte-americanas, desde empresas de crédito, de capital de risco, agências de avaliação, universidades famosas (com professores de economia compactuados em não mudar a lei para não perderem dinheiro) e, claro, o governo norte-americano (começando com Reagan, piorando com Clinton e encontrando o inferno na gestão Bush), local que (ainda) abriga a maioria dos envolvidos no escândalo que ferrou a vida de milhões de pessoas (enquanto integrantes do grupo ganhavam bônus milionários de suas empresas). Cinema político de altíssima qualidade. Assista legendado abaixo ou baixe aqui.
abril 9, 2015 No Comments