Posts from — agosto 2012
Assista: Episódio #3 do Music Trends
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Leia também: Os quatro episódios do Music Trends (aqui)
agosto 20, 2012 No Comments
Show: Supercordas no Sesc Belenzinho
Fotos: Liliane Callegari
Seis longos anos se passaram, e uma porção de indies velhos (“indie véio”, como diria um amigo) marcou presença numa noite bonita de sábado no Teatro do Sesc Belenzinho para presenciar o renascimento do Supercordas. Muita coisa aconteceu no cenário nacional desde que o grupo lançou o grande “Seres Verdes ao Redor”, em 2006, e tudo pelo que a banda passou desde então (das alegrias as alergias) esteve presente no palco do Sesc.
Ostentando um certo “indie pride”, o Supercordas tocou a integra de “A Mágica Deriva dos Elefantes”, recém-lançado disco (disponível para download gratuito no http://www.supercordas.org/, sem concessão a hits ou velhas canções durante o tempo normal do show. Quem ainda não tinha ouvido o álbum – ou aqueles que não estavam acostumados ao novo disco – fez uma imersão nas novas canções (o que também serviu pra banda tirar o peso de seis anos de suas próprias costas).
Sob um belo trabalho de imagens, o repertório de “A Mágica Deriva dos Elefantes” mostrou que a banda voltou apegada a riffs fortes, mas algumas coisas pareceram fora de foco no show, a principal delas relativa à saída de uma das (três) guitarras da última (e melhor) formação da banda para a entrada de um tecladista, o que acabou congestionamento o meio dos arranjos e apagando o belo trabalho do guitarrista Filipe Giraknob.
Alguns dos melhores momentos da noite aconteceram quando Pedro Bonifrate assumiu o violão e a gaita (expediente que ele já vinha usando muito bem em sua carreira solo), e o que o show e a nova formação explicitam, mais do que encerrar um silêncio de seis anos, é que “A Mágica Deriva dos Elefantes” soa como um disco necessário de transição, um peso do qual a banda se livrou para voltar a pensar tranquilamente em seus próximos passos.
No bis, os fãs antigos foram presenteados com boas versões de “Da Órbita de Um Sugador”, (presente no EP “Satélites de Bar”, de 2005) além da lindíssima “3000 Folhas” (com Bonifrate no violão e gaita compensando com lirismo a falta – do peso – da segunda guitarra no crescendo da canção do álbum “Seres Verdes ao Redor“), mas várias outras grandes canções ficaram de fora, mostrando uma preocupação do grupo em romper com o passado ao mesmo tempo em que deseja reafirmar o presente (e o futuro, que começa a partir de agora).
O Supercordas volta para São Paulo no dia 06 de setembro para tocar no Studio SP da Vila Madalena.
Veja também:
– Download: “A Mágica Deriva dos Elefantes”, Supercordas (aqui)
– Três vídeos: Bonifrate ao vivo em São Paulo, por Mac (aqui)
agosto 19, 2012 No Comments
Três perguntas: Labirinto
Me aproximei bastante do Erick e da Muriel, o casal que fica à frente do Labirinto (ele na guitarra, ela na bateria), em 2010, quando ao lado dos amigos (sócios) do Urbanaque fizemos uma série de festas na Casa Dissenso, um misto de estúdio, sala de shows e loja que ficava na Rua dos Pinheiros. Posso garantir sossegadamente que algumas das melhores noites daquele ano foram vividas naquele espaço assistindo a shows bacanas e bebendo e conversando sobre cerveja (Erick também é um apaixonado pelas boas cervejas). Fiquei felizmente impressionado com o esmero e carinho de todo o pessoal que gravita em torno da Dissenso (como a querida Lita, por exemplo), que começou um segundo semestre movimentado. Primeiro foi o lançamento do EP “Kadjwynh”, em vinil e CD, com quatro músicas novas (além de Erick e Muriel, o Labirinto é Daniel Fanta, Hugo Falcão e Ricardo Pereira). Depois a reinauguração do Dissenso Studio. Isso posto que em boa parte do primeiro semestre eles estiveram na estrada, entre Estados Unidos e Canadá, mostrando ao vivo as canções de “Anatema” e de “Kadjwynh”. Aproveitando todas as novidades, mandei três perguntinhas para eles.
Como está a repercussão do novo EP, “Kadjwynh”? Fiquei chapado com a arte do vinil!
Com o disco anterior, “Anatema”, conseguimos boa repercussão, no Brasil, e principalmente, no exterior. Lançamos o “Kadjwynh”, com o mesmo esmero e dedicação que o “Anatema”, mas sem a pretensão de repetir o mesmo feito, até pelo disco ser um EP. Nos surpreendemos com as críticas e a repercussão positiva. Estamos muito felizes com o “Kadjwynh”, que apresentou um conceito artístico diferente do disco anterior, e nos possibilitou experimentar novas formas de composição. O artista que produziu a arte do vinil, o grande Ricardo Sasaki, está trabalhando há alguns meses já em uma animação de uma das faixas do “Kadjwynh”, que será lançada no final deste ano.
Como foi a turnê norte-americana? Qual foi o melhor show?
A última turnê que fizemos pelos EUA e Canadá foi melhor que a primeira, que já tinha sido muito bacana. Mais shows, melhor estrutura, boa divulgação, conhecemos mais bandas e fizemos mais amigos, tocamos em dois festivais internacionais, e foi mais rentável economicamente. Foram 6 mil milhas em 40 dias. O melhor show que fizemos, certamente, foi na Casa del Popolo em Montreal, local de propriedade do baixista da banda Godspeed You! Black Emperor. A casa estava cheia e o público foi sensacional, tocamos com bandas que admiramos (thisquietarmy e Sweet Mother Logic), e para nós, o lugar era mítico, devido a toda sua história, e o que representa para diversas bandas que apreciamos. Esperamos tocar novamente lá na próxima tour!
Vocês estão reinaugurando o Dissenso Studio. Como ele vai funcionar?
O Dissenso Studio irá iniciar as atividades agora no mês de setembro, estamos finalizando os testes, e deixando todo o sistema de gravação tinindo, para podermos abrir o espaço aos clientes – que são desde bandas e artistas à pessoas que produzem trilhas, jingles, áudio para cinema, web, rádio, enfim, tudo o que envolva produção de áudio. O Dissenso Studio é o desenvolvimento, após dez anos, do primeiro espaço onde trabalhamos com estúdio, que foi o Velouriah. Depois do fechamento do Velouriah, em 2006, nos mudamos provisoriamente para o endereço da Casa Dissenso, em Pinheiros, onde realizamos alguns trabalhos com áudio, enquanto seguíamos com a construção do Dissenso Studio, paralelamente, no endereço onde ele está hoje, no bairro do Bom Retiro. Foi bacana que a Casa Dissenso, durante esse período de cinco anos, também teve uma série de atividades diferentes; shows, feiras de arte, lançamentos de discos, livros, toy art etc. No Studio, além dos serviços de gravações, também daremos um jeito de trazer mais atividades para o espaço! Faremos transmissão via web de sessões de gravação e apresentações no espaço do estúdio, e também teremos uma programação com apresentações em um canal online, de curadoria da equipe da Dissenso, com bandas selecionadas por nós. Parte desse material também estará na Dissenso Records, responsável pelos lançamentos e distribuição em mídias físicas e digital. Aliás, esta semana estamos lançando o site novo da Dissenso Records!
agosto 16, 2012 No Comments
São Paulo: Cervejaria Nacional
“Para mim, um bom bar/boteco/restaurante tem que ter três coisas: atendimento prestativo (sem ser inconveniente), bom cardápio de pratos e/ou petiscos e uma carta de bebidas interessante. O bar perfeito, que me faz querer voltar, tem que cumprir os três quesitos. Mas existem vários que cumprem ou outro, e pela excelência deste item isolado, eu volto” Marcelo Costa
Inaugurada em maio de 2011, já fazia um bom tempo que eu me devia uma visita à Cervejaria Nacional, uma fábrica-bar que produz cerveja artesanal em um prédio de três andares no bairro de Pinheiros: no térreo ficam os barris de produção de cerveja (totalmente à vista do público) enquanto o primeiro e o segundo piso abrigam os frequentadores com uma lotação máxima de 160 pessoas.
Fui conhecer o local sozinho, num sábado à noite, e a primeira impressão foi ótima: o atendimento me fez sentir-me à vontade. As mesas estavam todas ocupadas (o que é perfeitamente compreensível pelo horário que cheguei, 22h), mas há um extenso balcão que estrategicamente atravessa o bar, e pode ser um bom local para solitários e/ou casais.
A Cervejaria Nacional trabalha com cinco cervejas próprias: Domina (Weiss), Sa’Si (Stout), Mula (IPA), Kurupira (Ale) e Y-Iara (Pilsen), e você pode prova-las em um sampler como o da foto. Além das cinco tradicionais, eles oferecem regularmente duas sazonais especiais, que neste dia eram uma Bock e uma XPA (mistura de IPA com Ale). As campeãs, para mim, foram a IPA e a Pilsen, deliciosas.
Além das cervejas de torneira da casa há uma geladeira com boas cervejas de garrafa da Brew Dog (Punk IPA, 5Am Saint, Hardcore IPA, Trashy Blonde e Nany State), uma Extra Special Bitter, da Anderson Valley, mais as três belgas da Rochefort, três rótulos da Rogue (Mom Hefeweizen, Irish Style Lager e Chipotle Ale) e três da Anchor (Liberty Ale, Anchor Steam e Old Foghorn Barley Wine).
No quesito petiscos, muita coisa boa. Encarei uma meia porção (200 gramas) de calabresa com erva doce acompanhada de pão de bagaço de malte e porções de manteiga de cerveja ale e um ótimo molho de pimenta-verde. Fiquei curioso pelos sanduiches, pela alheira, pelos acepipes e pelo pão de alho da casa (e pelos pratos: desde picanha, feijoada e galeto até rabada com agrião e risoto de costelinha).
O preço (11/08/2012) do sampler com cinco cervejas foi R$ 19,90, a porção de calabresa saiu por R$ 26 e o pão de bagaço de malte (com os acompanhamentos) foi R$ 9. Bebi ainda uma Brew Dog para fechar a noite (R$ 16 a garrafa – os chopps da casa variam de R$ 8,90 a R$ 15,90). Importante: às terças e quintas tem pockets de bandas de jazz e blues, e de segunda a sexta, de 17h às 20h, double drink: pedi um chopp, ganha outro. Vou voltar.
Atendimento: Ótimo
Petiscos: Excelente
Bebidas: Excelente
Endereço
Avenida Pedroso De Morais, 604, Pinheiros
Telefone para informações e reservas: (011) 3628-5000
Site oficial: www.cervejarianacional.com.br
Horário de funcionamento
De segunda a quarta das 17hà 00h
Quinta das 17h à 01h30
Sexta e sábado das 12h à 01h30
Domingo – Fechado
agosto 13, 2012 No Comments
Assista: Episódio #2 do Music Trends
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Leia também: Os quatro episódios do Music Trends (aqui)
agosto 12, 2012 No Comments
Cinco fotos: Luxemburgo
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agosto 10, 2012 No Comments
Gram Parsons por Keith Richards
“Gram Parsons me ensinou country music – como ela funcionava. Era um grande contador de histórias, mas também tinha uma coisa única, que nunca vi outra pessoa conseguir: ele podia fazer as putas chorarem. Até mesmo as garçonetes descoladas, que já tinham ouvido de tudo na vida, não resistiam. Ele podia trazer lágrimas aos olhos delas e criar aquele sentimento de melancolia. Não era meloso, era coração. Ele tinha um jeito único de chegar àquelas cordas especiais, que tocavam o coração feminino. Eu ficava com os pés molhados por andar entre tantas lágrimas”…
Keith Richards sobre Gram Parsons em sua autobiografia “Vida”.
Leia também:
– Documentário: quando os Stones invadiram Matão (aqui)
– Keith Richards: “Gostar ás vezes é melhor do que amar” (aqui)
– Keith Richards, fala sobre o bootleg Rolling Stone Alone (aqui)
agosto 8, 2012 No Comments
Três cervejas: Gülmen, 77, Valentins
A cervejaria Gülmen é de uma cidadezinha de 50 mil habitantes chamada Viedma, às margens do Rio Negro, na Argentina, cerca de 11 horas distante de Buenos Aires. Eles fabricam artesanalmente seis estilos de cerveja (a Barley Wine da casa é muito bem cotada) e este exemplar da Gülmen Dorada Patagonica chegou a minhas mãos como um presente do amigo Nevilton, que em algum de seus roteiros de shows (quem conhece a banda sabe que eles tocam muito e em todo o lugar) a viu na prateleira e me trouxe de presente.
A Gülmen Dorada Patagonica é uma belíssima surpresa. Da família das Pale Ale, a Dorada mistura lúpulos colhidos na região patagônica do El Bolsón com os famosos Säaz da República Tcheca. Não à toa, o aroma é caprichadamente lupulado, mas traz sugestão de trigo, guaraná e melaço. O paladar reforça o que o aroma adianta: bastante lúpulo, mas com um amargor comportado, que deixa um rastro interessante de caramelo. Bem gostosa, o que faz planejar uma busca pelas demais cervejas da Gülmen.
A Parkbrauerei (Cervejaria Park) surgiu em Pirmasens, uma cidadezinha alemã de pouco mais de 40 mil habitantes, em 1888, e sua especialidade, desde sempre, foi a cerveja dos namorados, a Valentins Hefeweissbier. Isso continuou mesmo após a Parkbrauerei fundir-se com a Bellheimer (que nasceu em 1865) mais de um século depois, em 1995, criando um poderoso conglomerado cervejeiro que, hoje, conta com mais de 50 rótulos no cardápio (de Bellheimer a Frankenthaler, de Germania a Goldhand e muitas outras).
As famosas cervejas de trigo alemãs são típicas da Bavária, no sul do país, por isso surpreende esta bela representante do estilo sair do sudoeste, quase na fronteira com a França. Tudo aquilo que faz brilharem os olhos dos apaixonados por cervejas de trigo está aqui: o aroma traz notas de banana, trigo e cravo. O paladar não complica e cumpre o que o aroma propõe em uma cerveja bem gostosa, mas inferior às campeãs do estilo – leia-se Weihenstephaner. Ainda assim, é uma substituta de respeito e o bom preço (R$ 7 a latinha de 500 ml) ajuda.
A BrewDog é uma cervejaria escocesa que tem apenas seis anos de vida, mas já garantiu um lugar no lado esquerdo do peito cervejeiro devido a rótulos disputados (e caríssimos) como a Paradox (uma stout de 10% de graduação alcoólica envelhecida em velhos barris de uísque escocês), a Tokyo (uma Imperial Stout de… 18,2%), a Tactical Nuclear Penguin (32% de álcool), a Sink The Bismarck, uma IPA Quadrupel de 41%, e, a exótica The End of History, cerveja de 55% de álcool embalada em esquilos de pelúcia (?). Isso fora as tradicionais. São muitas…
Desta forma, aproveitando uma promoção no meu empório predileto, trouxe duas latinhas da Brew Dog 77 Lager pra casa. Pra amigos, a apresentei (após a primeira latinha) como o que as cervejas brasileiras de balcão deveriam ser, se fossem cervejas de verdade (das “nossas”, a que mais aproxima aqui é a Serra Malte). O aroma da 77 traz o lúpulo em primeiro plano, mas o malte marca presença. O paladar segue a risca a tradição: o malte carameliza até onde deve caramelizar e o lúpulo amarga até onde tem que amargar. Linha clássica caprichada.
Gülmen Dorada Patagonica
– Produto: Pale Ale
– Nacionalidade: Argentina
– Graduação alcoólica: 5,3%
– Nota: 3,35/5
Valentins Hefeweissbier
– Produto: Weiss
– Nacionalidade: Alemanha
– Graduação alcoólica: 5,2%
– Nota: 3,01/5
Brew Dog 77 Lager
– Produto: German Pilsner
– Nacionalidade: Escócia
– Graduação alcoólica: 4,9%
– Nota: 3,47/5
Leia também:
– Top 100 Cervejas, por Marcelo Costa (aqui)
agosto 7, 2012 No Comments
Três perguntas: Continental Combo
O trabalho de Sandro Garcia foi um dos primeiros que me aproximei quando me mudei para São Paulo no final dos anos 90. A gente já trocava correspondência ainda quando o Scream & Yell era fanzine de papel, e os dois primeiros EPs do Momento 68 (“Onde Estão Suas Canções”, de 1999, com a grudenta e impagável “1-3-4 o’Clock”, inédita de Frank Jorge; e “Ziggy”, EP de covers lançado em 2000 com canções do Yardbirds, The Who, Wilson Pickett, Syd Barrett e Love, entre outros) rodaram bastante no som de casa na virada do século (escrevi sobre “Ziggy” para a London Burning, do amigo Luciano Viana). O Momento 68 ainda lançou um bom álbum via Monstro Discos na sequencia, “Tecnologia”, mudou o nome para Continental Combo, e segue lançando discos sem se apegar a velocidade da web ao mesmo tempo em que as canções de Sandro soam como uma trilha sonora urbana. Os três discos do Continental Combo estão liberados para download no Bandcamp da banda, mas você pode encontra-los também em formato físico (junto a vários outros trabalhos de Sandro) no site da Question Mark Records. Abaixo, três perguntas para Sandro Garcia:
Como anda o processo de gravação do novo EP? Quando sai?
Este novo material, assim como toda discografia do Continental Combo (EPs e álbuns), está sendo registrado no estúdio Quadrophenia. O plano é finaliza-lo neste segundo semestre, depois vamos disponibiliza-lo para free download no bandcamp e também produzir uma pequena tiragem em formato físico, para distribuir nos shows. As gravações (são) feitas dentro das possibilidades de cada um, podem até ter adiado o resultado final, por outro lado estes espaços estão abrindo caminhos para experimentar arranjos, instrumentos diferentes e ideias que vão surgindo sem a pressa de finalizar prematuramente uma composição.
É possível encontrar os discos anteriores para comprar ou baixar? E do Momento 68?
O álbum do Momento 68 (“Tecnologia”) assim como os três discos do Continental Combo podem ser adquiridos no meu pequeno catálogo chamado de Question Mark Records. Os dois primeiros álbuns do Continental Combo estão também disponíveis para venda no site da Monstro Discos e o terceiro disco (“Conveniências na Cidade”) no site da gravadora Voiceprint. Os discos podem ser encontrados em algumas lojas como: Velvet Discos, Locomotiva, Pops, Big Papa, no Gusta Café, Sensorial Discos (loja virtual). A banda também disponibilizou seus 3 álbuns para free download e venda física no bandcamp.
http://questionmark.zip.net/
http://continentalcombo.bandcamp.com/
http://www.monstrodiscos.com.br/
http://www.voiceprint.com.br/
Você começou com o Faces & Fases e depois com o Charts, no final dos anos 80 começo dos 90. Como você vê o cenário musical hoje em dia em comparação com os anos 90?
Cada período e cada banda teve seu momento de vicio e virtude. Tento sempre olhar o lado bacana de tudo isso e desse modo continuar fazendo música. Hoje é importante um certo equilíbrio entre ter foco no que a banda quer produzir e também ter uma sintonia com a velocidade do mundo digital, que possibilitou uma grande quantidade de artistas e músicos divulgarem seus trabalhos. Estamos lidando com esses dilemas e outros como, por exemplo, acreditar na evolução do nosso trabalho autoral sem deixar de lado o prazer de dividir gostos em comum tocando com amigos em uma banda.
Próximos shows do Continental Combo:
-> 12.08 (domingo) no Espaço Cultural Walden (aqui)
-> 01.09 (sábado) no Gusta Café (aqui)
-> 16.09 (domingo) na Feira de Artes da Pça Omaguá (aqui)
agosto 7, 2012 No Comments
Queria aprender a fazer nada mais vezes
Ontem fiz aniversário. Mais um. 42. Tirei o dia para fazer algo que tem sido muito raro por aqui: nada. Sinto-me culpado quando fico sem fazer nada, tanto que mesmo nas viagens arrumo mil e uma coisas, e quando percebo volto tão ou mais cansado do que quando sai (este ano foi assim). Neste 05 de agosto, porém, nenhuma culpa. Cheguei levemente bêbado ás 5 da manhã após aproveitar uma noite com alguns amigos, e decidi dar folga para as ideias. E gostei do exercício. Não fazer nada é bom! E, particularmente, neste momento em que estou fazendo mais coisas do que dou conta, que estou esticando os braços para abraçar o mundo (a Oceania e um pedaço do Japão estão escapando), foi bem revigorante. Claro que a semana começa, e o peso do mundo volta aos ombros. Qual a saída? Venho pensando cada vez mais nisso. Hoje recebi dois vinis do White Stripes, dois álbuns que eu já tinha em CD, MP3 e o escambau, e fico pensando se realmente eu precisava dele. Se eu preciso de tudo o que o mundo diz que eu preciso. É uma linha perigosa. Uma rua complicada de atravessar. Temos cada vez mais coisas do que damos conta de dar atenção, e muitas vezes o que precisamos é apenas desligar do mundo e fazer… nada. Funcionaria todos os dias? Quem sabe? Provavelmente eu não conseguiria, mas queria, cada vez mais, pular fora dessa roda da fortuna. Fico imaginando fugas, mas ainda assim precisaria abdicar de muitas coisas. Ok, eu abdico dos vinis do White Stripes, dos CDs (mas não dos MP3!), e acho que levaria um bocado de livros comigo, não muitos, mas um número possível que pudesse manter minha mente sã, a espinha ereta e o coração tranquilo. E trocaria num momento x, quando necessitasse. Porém, essa abdicação não funcionaria em São Paulo, onde se gasta demais apenas para respirar. E dai a coisa toda começa a crescer, o sonho todo começa a enlouquecer, o mundo começa a ganhar asas. Poderíamos morar em qualquer lugar, mas sem ser excessivamente hippie e chato. Poderia esquecer o mundo, e ser esquecido por ele. Talvez tivesse que abdicar do fazer nada. A vida simples, aparentemente, dá mais trabalho do que essa vida carregada de supérfluos. Talvez tivesse que viver – muitas vezes tenho a sensação que sou levado por algum sentido de obrigação, e quando percebo acordei, dormi e não vivi. Talvez não fosse ruim. Não que agora seja, por favor. Sou feliz, só estou cansado. Mas queria aprender a fazer nada mais vezes.
agosto 6, 2012 No Comments