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Conexão Vivo Salvador – Dia 3

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Apesar da previsão apostar em chuva, o terceiro dia do Conexão Vivo em Salvador teve céu nublado, um pouco de vento e apenas o barulho das ondas beijando a praia, menos chuva. E o melhor público dos três dias do festival, que baixou na Pituba para conferir o dia mais eclético do projeto, que partiu do folclórico, passou pelo rap, abraçou o pop e terminou em clima de anos 70, com uma apresentação antológica d’A Cor do Som.

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 O grupo Sertanília, jogando em casa, mostrou sua sonoridade folclórica, que ganhou ainda mais força com a participação de dois ex-percussionistas do Cordel do Fogo Encantado. O palco ao lado, na sequencia, foi dominado pela Familia de Rua na Estrada, grupo mineiro que estreia fora de seu Estado divulgando a cultura hip hop. Na Pituba, o grupo exibiu interessantes duelos de MCs, que contagiaram a plateia.

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O folclore voltou a ordem do dia com a presença de Alisson Menezes e a Catrupia, grupo baiano que contou com a participação do pernambucano Paulo Monarco ve do também baiano Maviel Melo. Porém o que sacudiu e fez a festa da audiencia foram a presença da Véa Chica e do Boi-Burrinha, este último um indivíduo mascarado, fantasiado de burrinho, dançando em um círculo formado pelo próprio público (ou, como diz o título da último canção, “Brincar de Roda”).

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Na sequencia, a mineira Erika Machado sofreu com problemas no som – e com sua própria timidez, que até funciona em disco (o bom “Bem Me Quer Mal Me Quer”, produzido por John Ulhoa, do Pato Fu), mas que ao vivo a distancia ainda mais do público. Tanto que a convidada Rebeca da Matta ganhou o público com apenas uma canção, “Garotas Boas Vão Pro Céu, Garotas Más Vão Pra Qualquer Lugar” – escudada por Luizão, ex-Penélope, atual Dois em Um. Ainda assim, canções fofas de Érika como “Dependente”, “Tanto Faz”, “As Coisas” e “Felicidade” merecem atenção.

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Os mineiros do Senta a Pua! trouxeram mais tradição para o Conexão Vivo pagando tributo ao choro e ao samba. O show seguia fino, bonito, mas começou a virar histórico quando Elza Soares pisou no palco. Recém-operada da coluna (em junho), Elza cantou sentada em um sofá, e arrepiou interpretando Lupicínio (“Se Acaso Você Chegasse”), Noite Ilustrada (a história de “O Neguinho e a Senhorita”) e Roberto Martins e Mario Rossi (“Beija-Me”). Show findo, e o público querendo mais, Elza não economizou: cantou a capella “Espumas ao Vento” num dos momentos líricos do festival.

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O samba continuou ditando a noitada com o projeto (também) mineiro Samba de Compositor, que recebeu Mariene de Castro, mas o Conexão Vivo ainda reservava outro grande momento para o show de encerramento da noite de sábado: o reencontro da formação original d’A Cor do Som, quinteto formado em 1977 pelo grande baixista Dadi com Mú Carvalho (teclados), Gustavo (bateria), Ary Dias (percussão) e mestre Armandinho, na guitarra baiana (que convocou Pepeu Gomes para um antológico duelo instrumental).

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Em pouco mais de uma hora e meia, a Pituba deixou 2011 para se transportar para os anos 70 com timbres progressivos e duelos de solos de guitarra de cortar o céu nublado. O repertório privilegiou o terceiro disco do grupo, “Frutificar”, de 1979, pescando do álbum cinco músicas para o show das dez tocadas (da faixa título instrumental às versões empolgantes de “Beleza Pura”, de Caetano, e “Abri a Porta”, de Gil com Dominguinhos). Para fechar, o hino bicho grilo (parceria de Gerônimo com Lula Queiroga) “Dentro da Minha Cabeça”, gravado no sétimo disco do grupo, “As Quatro Fases do Amor” (1983), clima hippie totalmente em sintonia com a noitada.

Fotos: 1 por Tiago Lima; 2, 6 e 7 por Marcelo Santana; 03, 04 e 05 por Marcelo Costa

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