O bar é um exercício de solidão
“Passei horas deliciosas nos bares. O bar é para mim um lugar de meditação e recolhimento, sem o qual a vida é inconcebível. Hábito antigo que se arraigou ao longo dos anos (…), passei nos bares longos momentos de devaneio, raramente conversando com o garçom, na maioria das vezes comigo mesmo, invadido por cortejos de imagens que não cessavam de me surpreender. Hoje, velho como o século, não saio mais de casa. Sozinho, nas horas sagradas do aperitivo, na saleta onde guardo minhas garrafas, gosto de lembrar dos bares que amei”.
Luis Buñuel em “Meu Último Suspiro” (Cosac Naify)
Mais pra frente, o cineasta lamenta que o bar tenha se transformado em um local barulhento, com música alta e ambientes iluminados, propensos a conversação. A relação dele com seus bares era de amor. E amor só se divide com o objeto amado.
“Agora queria falar das bebidas. Como é um tema em que sou praticamente inesgotável, tentarei ser bem conciso. Os que não estejam interessados – desgraçadamente, eles existem – podem pular algumas páginas. (…) Meu drinque favorito é o dry martini”. Veja a receita pessoal de Buñuel aqui.
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