faixa a faixa por Diego Albuquerque
Igor B. está de volta! Após lançar “SE PAH (Beat Mesclânea) – Instrumental” em 2023, o músico baiano radicado em Brasília que vem transformando sua inquietação e experimentações sonoras em músicas desde 2019, lança “Não Posso Parar” (2024), seu terceiro álbum, o segundo com composições inéditas. O trabalho traz oito canções que combinam os últimos quatro singles com quatro faixas inéditas que transitam entre o r&b, o rock e o soul misturando com elementos do do pop, do rap, do samba e da música nordestina.
Igor B. interpreta suas canções tentando sempre misturar elementos vintage e modernos, eletrônicos e orgânicos, com letras que levam mensagens marcadas por profundas buscas e questionamentos. Suas canções têm fios condutores comuns: o peso e o balanço. Hora dançante e agitado, hora melancólico e até romântico. Mas ele avisa: “Entendo que é um álbum de rock. Hora um rock mais contundente, hora um rock mais suave e até pop. Mas esse rock vem acompanhado de muitos elementos sonoros em beats mais graves, synths, samplers”.
Os temas das faixas apresentam mensagens que passam por três grandes pilares: “Sobre camadas do peso das guitarras e o balanço dos graves e dos ritmos, tento destilar algumas visões sobre três grandes temas centrais: o amor, a dor e a redenção. Como algo cíclico, que remete aos altos e baixos da vida, pelos quais todos nós passamos e podemos nos identificar”, explica. Conheça “Não Posso Parar” faixa a faixa!
01) “Eu Não Quero Mais Saber De Nada” – É um rock pesado com ritmo hipnotizante e guitarras marcantes. A letra versa sobre a libertação que só se alcança quando se sabe o que quer e o que não quer, abrindo mão de dar atenção ao que não importa mais e focando na realização dos seus sonhos, desejos e realizações pessoais, num verdadeiro manifesto egocêntrico e hedonista.
02) “Mil Disfarces” – É um r&b com elementos de rock e beats graves que fala sobre a decepção de um amor mal vivido. Nela o personagem central, em primeira pessoa, relata a descoberta das camadas de proteção, mentiras e manipulações de uma parceira, provocada muitas vezes pela insegurança e pelo medo de sofrer que ela carrega, assim como muitas outras pessoas. “O medo de sofrer e de expor as suas vulnerabilidades impedem muitas vezes uma entrega verdadeira, completa e intensa entre pessoas que iniciam uma relação. Isso leva a mentiras, manipulações e decepções que levam qualquer relação ao fracasso”, diz Igor B.
03) “Não Posso Parar” – Outro r&b com elementos de rock, mas, aqui, acrescentando música nordestina. Dançante e ao mesmo tempo reflexiva, a canção fala sobre resiliência que as pessoas precisam ter quando a realidade da vida ainda está muito distante dos sonhos que almeja. É sobre não se abater, não sofrer e não desistir da sua busca pessoal na realização dos seus sonhos e desejos mais íntimos.
04) “Menina Bamba” – Essa conta com a participação especial do artista baiano Irmão Carlos Psicofunk e é um samba rock groovado, altamente dançante e irreverente. A letra fala sobre o jogo de cintura e a desenvoltura dessa menina descolada que remete a todas as mulheres que enfrentam os desafios da vida e, se empoderando, desenvolvem a sua independência e autonomia, personificadas na figura dessa personagem baiana que enfrenta as ladeiras na cidade de Salvador, simbolizando as adversidades e desafios da vida de qualquer mulher brasileira.
05) “Seu Abrigo” – Um r&b que traz graves fortes e guitarras marcantes flertando com o rock e evocando um romantismo intenso e profundo. Na mensagem, a canção fala sobre um amor sem fim, puro e verdadeiro, daqueles que transcende ao tempo e a tudo mais que se possa viver, e que remete ao peito de quem se ama como o lugar mais seguro e aconchegante do mundo, um lar onde se pode morar para sempre.
06) “Tudo É Sem Sentido” – Aqui, Igor B. mistura beats graves de trap com violões acústicos e metais, numa bela faixa eletroindie que soa como r&b sem deixar de flertar com o pop, mas mantendo uma verve ácida e melancólica. Na mensagem, a canção fala sobre desacreditar de algo e remonta a momentos de decepções. Brinca ironicamente sobre o querer e o não querer algo (ou alguém) e conclui que nada disso faz sentido mesmo. “Essas oscilações, esses ciclos, são como a vida, repletos de mistérios e incertezas, dúvidas e convicções. Buscamos desesperadamente conectar fatos isolados, situações aleatórias, para que algo faça sentido pra nós, mas na real, o sentido é uma construção contínua, que se faz, e se desfaz. E é essa busca que nos move e que nos faz viver”, pontua Igor.
07) “Neguinha Papo Cabeça” – É um samba-rock com influências da sonoridade dos Novos Baianos. Dançante e solar, na letra fala sobre as razões que levam alguém a gostar de alguém e como isso transcende o racional e as explicações comuns. ”As razões que fazem uma pessoa gostar de alguém, muitas vezes não são passíveis de explicações, pois trafegam na esfera dos sentimentos, do límbico e lúdico. É sempre tudo tão mágico e improvável que o que resta é se permitir viver esse sentimento de forma plena, verdadeira e intensa”, pondera o compositor.
08) “Vai Rosalie” – É uma canção de despedida, de adeus para um amor que já existiu, mas que foi minguando com o tempo. Mais um r&b romântico com influência do rock, a canção ilustra o distanciamento entre duas pessoas que um dia já compartilharam um amor, reconhecem a dor, mas aceitam deixar o outro viver o seu próprio destino de maneira madura, altruísta e resiliente. A música conta ainda com a participação da cantora Drica Cunha, da banda Trem das Cores (Brasília) recitando trecho dos poemas “Há momentos” e “Sonhe”, de Clarice Lispector.
