entrevista por Leonardo Vinhas
“Poder fazer isso me sustentando há 20 anos, tendo meu patrimônio, vivendo no país que a gente vive, com a cultura sendo colocada no final da fila, é um mega privilégio”. No caso, “isso” é a carreira de Érika Martins, que começa publicamente na banda Penélope (1995 – 2004), passa por seu trabalho solo, muitas participações em gravações alheias (algumas delas presentes no álbum “Curriculum“) e, desde 2015, pelos Autoramas. “Isso” envolve ainda atividades fora do trabalho autoral, como um karaokê para eventos corporativos e um bate-papo sobre a presença feminina no rock brasileiro, conduzido a duo com a DJ e instrumentista Fernanda Offner.
Durante as quase duas horas de entrevista, esses 20 anos foram repassados, alguns trechos de forma bem sutil e outros de maneira mais aprofundada. O papo rolou no apartamento que divide com o marido e parceiro musical Gabriel Thomaz em Jundiaí (cerca de 50km da capital paulista), e o ambiente era quase um espelho das palavras da moradora. Havia discos, cartazes de shows e memorabilia de viagens, mas com um senso de cuidado que é próprio de quem não é colecionador por impulso acumulador, e sim por amor ao que o objeto colecionado proporciona. O pão de queijo e o mate gelado, salvador em uma noite especialmente suarenta, não eram apenas gentilezas para com um desconhecido: era parte de um comportamento que se observa nos shows e estaria na conversa: a vontade de fazer com que as pessoas se sintam melhores do que estavam.
Ao vivo, seja com os Autoramas ou com a banda que a acompanha na carreira solo, é comum ver Érika descer do palco e se misturar ao público, cumprimentando as pessoas, dançando com elas, levando crianças ao palco e dando especial atenção a idosos. Escrito assim, pode soar demagogia, mas basta presenciar isso ao vivo para entender que é algo que acontece naturalmente, como parte de sua experiência musical. Até por essa característica, não surpreende que um de seus últimos singles, a veloz “Tudo Menos Música”, comente esses tempos em que a atividade nas redes sociais suplanta a própria arte na relação com o público. É um cenário que não lhe agrada, e o peso bruto do riff (conduzido pelas guitarras de Gabriel Thomaz e pelo baixo da já citada Fernanda Offner) traduz esse desconforto.
“Tudo Menos Música” é o segundo single de estúdio de 2019. Antes, veio “A Verdade Liberta”, composição inédita presenteada pelo titã Sérgio Britto. Ambas foram gravadas em Jundiaí (“Isso é importante para nós, queremos que o pessoal veja que tem coisa sendo fieta aqui”, diz) e têm nas guitarras altas o motor que faz a engrenagem melódica girar. É uma versão mais direta (e um tantinho mais suja) da sonoridade que fez a carreira dessa paulistana criada em Salvador (BA). Os singles entraram na conversa, mas o pretexto que levou à entrevista era uma outra atividade recente no qual Érika e a baixista de sua banda estão envolvidas, então foi por aí que abriram-se os trabalhos. Falamos de tudo, principalmente música.
Você e a Fernanda Offner têm esse bate-papo musical na qual vocês falam sobre a história das mulheres no rock brasileiro. De onde veio a inspiração para criar esse formato?
Durante muito tempo eu fiquei pensando, tentando entender porque em 20 anos de carreira, desde a primeira vez que dei uma entrevista até a última, sempre tem alguém que faz esse tipo de pergunta, “como é ser mulher e fazer rock no Brasi?”. Aí fico indignada, fui aprimorando a resposta durante 20 anos (risos), pesquisando mais, e me deu um estalo quando li o livro do Paulo Cesar de Araújo, “Eu Não Sou Cachorro, Não”. Ele fala que a história [da música] foi contada pela elite, e que os artistas ditos cafonas foram menosprezados, como se não fossem responsáveis pela revolução que rolou, pelas mudanças sociais. Adoro a história da pílula com o Odair José (nota: “Uma Vida Só (Pare de Tomar a Pílula)” canção de 1973), que foi uma das razões para legalizarem a pílula anticoncepcional no Brasil., Só que, quando a galera vai falar sobre a época, dizem que quem mudou a história foi Chico, Gil, Caetano. Beleza, eles fizeram o deles. Mas tem todos esses artistas considerados bregas… Comecei a pensar sobre isso, então ficou claro que a história do rock estava sendo sempre contada por homens, por jornalistas masculinos, que talvez até sem pensar levem pro lado deles, não pensem no feminino. Então pensei que precisávamos falar sobre isso, porque a galera começa a repetir [essa narrativa] sem conhecer, e ela acaba virando a verdade. Me incomodava especialmente jornalistas mulheres me perguntarem isso, me incomodava ver que elas não pesquisavam a respeito. Pesquisei, compilei, fui da Nora Ney em 1955, que gravou o primeiro rock do Brasil, fui lendo Marcelo Fróes, os livros da Jovem Guarda, tive muito papo de bastidores conversando com Wanderléa, Lilian, o pessoal dos anos 80, como a Virginie (Metrô)… E montei o bate-papo de uma forma bem didática. Quando mudei para a Jundiaí, conheci a Fernanda, e um dia, batendo papo, ela me disse que isso rolava com ela. Ela é artista também (nota: além de tocar na banda de Érika, Fernanda é baixista da veterana banda Burt Reynolds), e disse que nunca chegam para ela e perguntam: “que equipamento você tá usando? Que pedal é esse que você usa no baixo? Pros meninos eles perguntam isso, e para mim é: o que você usa de maquiagem? O que tem na bolsa?” (ri) Me perguntam isso também, e nada contra, adoro tudo isso, mas por que esse diferencial? No meio do bate-papo, vou ilustrando com minha história, e vamos também tocando umas coisas.
Já desde o Penélope fica claro que você cresceu ouvindo muita música pop brasileira. Seus anos de formação foram aqueles em que a rádio era o maior canal para ouvir música, tinha ainda uns programas de TV aberta com repercussão. Nesse período, as artistas mulheres chamavam mais sua atenção? Você pensava se elas tinham menos espaço que os homens?
Sempre achei isso muito louco, porque nunca foi novidade mulher fazendo rock no Brasil. Isso para mim sempre foi super claro. Tenho uma irmã sete anos mais velha, e as coisas chegavam até mim por ela. Lembro nitidamente de quando eu tinha 3 anos de idade em Serra Negra (SP), onde eu morava, de eu ficar escutando o professor de violão dela passar as músicas da Jovem Guarda que eram de mulheres, e eu ficava tentando alcançar os agudos, cantar junto. Isso com 3 ou 4 anos de idade! Mas nunca fiz distinção entre os artistas homens ou mulheres. A gente cresceu com Ney Matogrosso na TV, cara! Pra mim era normal o artista ser meio homem, meio mulher, ter tudo isso. Nunca pensei se tinha que ser do jeito X ou Y por ser homem ou mulher. Quando a Penélope surgiu, era a época do grunge, e tinha aquela coisa de que mulher fazendo rock tinha que ser masculinizada, tipo L7. Nada contra, mas eu queria ser feminina e fazer rock. É um puta preconceito ter que se travestir de homem para fazer rock ’n’ nroll. Você pode ser mais masculina, mais feminina, mas nada disso tem que ser uma obrigatoriedade. A cena dos anos 80 era riquíssima de mulheres! Minha irmã ouvia tudo isso: tinha a Nau com a Vange Leonel, Sempre Livre, Kid Abelha, Mercenárias… Minha irmã escutava tudo isso, bem como Paralamas, Titãs, Ira!… Pra mim sempre foi equilibrado.
A new gringa dos anos 80 também tinha uma forte presença feminina. Os B-52’s tinham não uma, mas duas frontwomen, tinha as Go-Go’s, Blondie, a Tina Weymouth no Taliking Heads…
Super! E também a Joan Jett…
E essa é, talvez, uma das referências mais fortes no seu trabalho, não?
Sim, sempre foi. Inclusive o que me juntou musicalmente com o Gabriel foi a new wave e a Jovem Guarda. Tanto que quando entrei pro Autoramas foi super natural. As influências mais fortes da banda são as que eu já tinha na Penélope.
Penélope e Autoramas são duas bandas onde a linguagem do pop de guitarras impera. Hoje, a música pop mainstream não usa muito essa linguagem. Você acha que é um estilo que não consegue se comunicar mais com o grande público?
Não acho. O que acho é que é um ciclo. Um papo chato pra caramba que tem rolado é “mas o rock ainda existe?” Que preguiça! Pra mim, é natural que o rock seja cíclico. A gente está vivendo uma fase em que o agronegócio está dominando, e a grana deles é pesada, domina mesmo. E o estilo mais pop não tá passando pelo rock mesmo. O rock está mais underground, o que é natural. Nos anos 60, o rock foi bem forte no Brasil, mas nos 70 a coisa puxava mais para a brasilidade. Nos anos 80 voltou com força total, os 90 começaram com axé, sertanejo e pagode. O rock não existia no mainstream nessa época! Mas cada cidade, mesmo as menorzinhas, tinha sua cena. Salvador tinha o Úteros em Fúria que conseguia botar mil pessoas num show, tinha o Deadbillies, a própria Penélope… Não tem a obrigatoriedade de estar o tempo todo em evidência. O que estamos vivendo agora com sertanejo é a pior fase, ok, porque é um dinheiro muito pesado. Eu, da minha parte, estou tentando boicotar tudo que tenha agrotóxico, porque se mais de nós fizermos isso, vai inclusive faltar a grana para financiar o sertanejo (risos). Vai chegar na música (risos).
Pensando na sua proposta musical, que é pop, vale perguntar: quem é seu público hoje?
Acho que a maior parte é a galera que foi migrando: era público da Penélope, que foi migrando pra minha carreira solo. Mas eu comecei a notar agora que está chegando uma galera nova muito legal. Não sei por onde [estão chegando]… Vou ser bem sincera: eu sou muito ruim nessa parte de internet. Nossa geração sofreu muito com isso, porque a gente ficou numa entressafra. A galera que cresceu nisso foi maravilhoso, porque foi natural, mas a gente teve que aprender a lidar com isso no meio do caminho. Eu gravava fita demo da Penélope em casa, rodava fanzine impresso, então para mim é muito diferente lidar com isso, estou aprendendo ainda. Meu single “Tudo Menos Música” fala um pouco sobre isso, porque tenho notado que muita gente chega pela imagem. Escuto e leio coisas como “amo seu estilo”, “amo sua maquiagem”, “fico seguindo você no Instagram e agora tô no show”. Legal que chegou por aí, mas me incomoda quando a galera fica só na superfície. Quando só dá like nas fotos e não vai ouvir o som. A canção trata exatamente sobre isso, sobre a música ser hoje o último da fila. E não era pra ser, era pra ser o primeiro. O artístico tinha que ser o mais importante de tudo, mas o que a galera vai é pela imagem legal, com mil filtros…
A atenção e o comprometimento também diminuíram. Estamos em uma nova era dos singles. Beleza, os singles estão na origem da música pop, mas a cultura do álbum perdeu muita importância. Imagino que seja algo do qual você sinta falta.
O disco conta uma história. Desde o primeiro álbum que pensei na minha vida, o “Mi Casa, Su Casa” (disco de estreia da Penelope), tinha isso: era um diário, todas as músicas era um momento que eu tinha vivido. No meu último disco solo, o “Modinhas”, o que eu reparei foi que a galera queria ouvir só o single, ou algumas músicas mesmo, e ficou subaproveitado. Talvez se eu tivesse lançado vários singles a galera teria prestado mais atenção. Isso não me incomoda… muito. Porque depois a gente vai formatar no disco, e quem é da época, gosta, vai ter o disco ali.
Você sempre se relacionou muito com seus contemporâneos, desde a época da Penélope, mas também se relaciona com a linha evolutiva da MPB. Pelo seu trabalho, dá para conhecer muito da história da música brasileira, porque vai ter ali desde a Wanderléa até o Ronei Jorge, passando pelo Sérgio Britto, pelos Raimundos…
Sensacional que você tenha essa visão, porque isso tem a ver com o respeito com quem veio antes. Me incomoda muito o quanto a galera no Brasil é preconceituosa com o pessoal mais velho. Quando a gente vai fazer show na gringa, é a coisa mais linda ver um senhorzinho super rock ’n’ roll chegando lá com a esposa, e a galera de 15 anos coexistindo ali no show. A gente escuta a galera da nossa geração falar isso: “tô velho pra ir em show”, “tô velho pra night”. É um preconceito doido, que já tá embutido. Meu pai e minha mãe sempre me mostraram que tem que ter respeito por todo mundo, especialmente por quem veio antes. Que não é para ter esse preconceito. Eu vou fazer música, mas quero ter uma cultura musical. Quero conhecer as coisas, saber do que estou falando. Toda a influência da minha irmã mais velha – que eu tive essa sorte de ter uma irmã rock ’n’ roll que foi me mostrando as coisas – foi algo que sempre valorizei. Eu tento falar muito sobre isso. Se você tá chegando agora, aprenda! Ouça quem veio antes. A MTV tinha antes altos programas educativos, hoje a gente tem tudo na internet, mas agora o cara prefere ficar só no raso.
Falta um respeito pela música, né?
Total. A gente conviveu muito com o Jerry Adriani, e mesmo com a agenda lotada, mesmo com toda a história, ele é tratado pela galera jovem como um cara cafona. O Lafayette mesmo. Teve uma capa d’O Globo com um especial sobre os 40 anos da Jovem Guarda e falavam de Roberto, Erasmo, Wanderléa, Renato e Seus Blue Caps e só. Pô, o órgão dele definiu o som da Jovem Guarda! Aí a gente fez o projeto do Lafayette e Os Tremendões, todos os dias lotados, bombou, a mãe levava a filha, a bisavó junto com um cara que era público da gente. A gente armou. E quando rolou a matéria dos 50 anos da Jovem Guarda, o Lafayette estava lá. A galera vai esquecendo, os jornalistas vão colocando de lado. Mas também às vezes o cara é que não dá continuidade. (enfática) Tem que ter uma manha para dar continuidade! Você ter longevidade numa carreira… Falo aqui com meus 20 anos, sei o quanto é difícil. Tem quem é radical, fica preso há um tempo e acaba esquecido. O Lafayette estava tocando numa churrascaria em Nova Iguaçu. Fui com o Gabriel assistir e saí deprimidíssima! Roadie maltratando ele…
E de toda essa galera, com quem faltou gravar? Pensando nos seus desejos mais íntimos e primitivos (risos), com que personagem importantíssimo da história faltou colaborar?
Já me perguntaram isso, e eu fiquei horas pensando, então agora sei a resposta (risos). Rita Lee, né? Gal Costa também. Já gravei “Namorinho de Portão”, fiz entrevista com ela, mas gravar com ela, nunca.
Pegando o lance dos Tremendões para te perguntar uma coisa: eu particularmente fico irritado quando vejo jornalista perguntando a músico sobre projetos paralelos, porque a gente mesmo não escreve para um lugar só. Mas você tem sua carreira, e tem o Autoramas – que é uma banda que exige muito comprometimento, tem turnês longas – os Tremendões, e os projetos como esse do bate-papo, o karaokê que você faz em eventos corporativos. O que você prioriza? Como é a hierarquia dos seus projetos?
Então, sou super mega aberta, sempre fui hiperativa, amo fazer milhões de coisas, desde criança. Um tempo atrás fui jurada musical num programa do Gugu, adorei, queria ser de novo, mas nesse ano coincidiu com os ensaios e o show com os Titãs no Rock In Rio. Tudo vai trazer uma coisa legal para o meu trabalho. O Autoramas… foi um susto, nunca imaginei que o Gabriel fosse me chamar. Mas depois veio claro na minha cabeça: “mas por que não?”. Eu já compunha com o Gabriel, conhecia a banda melhor que muita gente, tinha visto várias formações. Não saindo do rock, eu topo qualquer coisa. Mas realmente tenho que priorizar os Autoramas, que é onde rola mais show, as turnês mais longas. Não deixo de fazer nada, mas tenho que priorizar. Eu também estava um pouco cansada de gerir sozinha minha carreira solo, porque isso é um mega trabalho. Quando acabou a Penélope, tudo que eu queria era decidir tudo sozinha, porque lá tudo era muito democrático. Mas acabei ficando cansada disso também, porque eu cuidava do meu escritório, me empresariava… Ainda faço todas as coisas, mas como os Autoramas são a prioridade, fica mais fácil equilibrar.
Você gravou com a Julieta Venegas, os Autoramas dialogam muito com bandas latinas – e até tem uma coletânea da banda para o mercado argentino. Como que esse cenário latino chegou para você?
Tinha Aterciopelados e umas coisas que eu conhecia, mas aprofundar-me mesmo foi a partir da Julieta. Quem fez a ponte foi o Tom Capone. Ele foi para um prêmio nos EUA – um Grammy, sei lá – conheceu a Julieta e voltou falando que tinha conhecido uma mulher igual a mim, inclusive fisicamente (ri). Ele me mostrou “Lento” e eu pirei. Poxa, podia ser minha irmã mexicana! (risos) Quando ela veio para o Brasil, a gente ia gravar com o Tom, mas foi no período em que ele acabou falecendo. Mas um tempo depois ela foi pro Rio e finalizamos a gravação com o [também falecido Carlos Eduardo] Miranda e a Constança [Scofeld, viúva de Capone e ex-Penélope].
O Tom foi um cara importantíssimo na sua carreira, né?
Muito! Toda a manha que eu tenho de estúdio, de gravação, aprendi com ele. Hoje eu me sinto segura para produzir um artista. Na primeira vez que entrei em um estúdio para gravar, já foi para ser produzida por ele. Cara, foi muita manha, já ter esse contato de mundo, de como funcionavam as coisas. E ele foi um produtor que me entendeu muito bem, nunca tentou forçar uma banda. Sacava que meu lance era essa coisa indie, guitar band… E a Penélope era uma coisa louca para seu tempo. Quem ficou em “Namorinho de Portão” e “Holiday” não se deu conta que tinha muito mais coisas, tinha letras de metafísica… E o Tom sempre entendeu.
Você disse que quando acabou o Penélope, queria ter mais controle e menos democracia (risos). Como é que estar no Autoramas, que tem uma identidade tão definida?
Saí pro outro lado (risos). Eu e o Gabriel somos duas personalidades fortes. O Gabriel é mais nervoso, eu sou mais tranquila. A gente tem as ideias muito definidas do que quer, mas a forma de agir é bem diferente. No começo, tinha uns quebra-paus monstruosos, os meninos da banda ficavam olhando para o alto, saíam do ensaio e a gente ficava se matando. A gente estava tendo uma convivência intensa que nunca tinha tido no nosso casamento: antes os dois viajavam muito, mas um para cada lado. Podíamos nos encontrar na estrada, mas era muito menos tempo. Agora, é direto, e ainda trabalhando, o que é muito mais difícil. Só que a gente já achou nossa dinâmica, e está muito tranquilo. Como o Gabriel já tem essa mão do que é o Autoramas, a personalidade da banda já é bem definida, a ponto de ser um quinto elemento no som, e desde o início respeitei isso, não tem ego, não tem nada, fico super atrás mesmo. Tô nem aí com o protagonismo, quero tocar, quero cantar, viajar! É uma parada que me diverte tanto quanto meu show solo. E pra mim tem uma coisa de levar alegria para as pessoas, de ver o pessoal sair mais leve do show, que é algo que faz com que minha vida seja melhor também.
– Leonardo Vinhas (@leovinhas) assina a seção Conexão Latina (aqui) no Scream & Yell.
Sou fã do trabalho da Erika. Qualidade absurda.
Entrevista excelente mas esse papo do agronegócio que o Gabriel tbm usa direto é furado. O Rock de jovens ou para jovens morreu mesmo. Está na hora de aceitar. “Ah mas o underground”. O underground como conhecemos tbm já era. Não pulsa mais a ponto de engajar as pessoas.