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Category — Literatura

[AVALANCHE] A revolução do streaming

Em campanha no Catarse, o livro “Avalanche”, de Marcelo Monteiro, mapeia os melhores lançamentos da música contemporânea brasileira e os impactos da revolução digital na indústria fonográfica. São 51 perfis dos principais nomes da cena, de Céu, Criolo, Emicida e Luedji Luna a BaianaSystem, Metá Metá, Boogarins e Francisco El Hombre. 400 páginas amplamente ilustradas, com 200 fotos de bastidores, shows e capas de disco em um super arquivo inédito de imagens da geração 2010-2020 montado a partir de um coletivo gigante de artistas e fotógrafos. O volume ainda traz 31 entrevistas com figuras chaves da indústria, entre músicos, curadores, produtores e jornalistas, refletindo sobre a nova cena independente, circuito efervescente de festivais, desafios e oportunidades. Análises sobre o crescimento da indústria pós-streaming, com pesquisas e gráficos.

https://www.catarse.me/avalanche

junho 30, 2023   No Comments

Clarice Lispector na New Yorker

Na New Yorker, destaque para a tradução da entrevista perdida de Clarice Lispector, concedida ao jornalista Júlio Lerner pouco antes de morrer, e exibida, a pedido da escritora, somente após sua morte.

“Desde sua morte em 1977, Clarice tornou-se mais do que uma grande escritora, atraindo leitores e estudiosos. No Brasil, ela é uma igreja. Ela aparece em sessões espíritas e ocasionalmente reencarna: sei disso porque suas reencarnações às vezes me procuram no Instagram”.

“Clarice – tamanha é sua fama no Brasil que, como presidentes e craques do futebol, ela sempre é chamada por um só nome – fala de si e de sua escrita. No entanto, o que ela diz causa menos impressão do que sua aparência e como ela soa. Sente-se que ela está no fim: que ela está, de fato, falando de seu túmulo. Vê-la nesse estado é como assistir a uma catedral em chamas ou a um grande navio sendo destruído.” Leia aqui em inglês.

fevereiro 19, 2023   No Comments

“A Casa de Doces”, o novo livro de Jennifer Egan

Em mais um agradabílissimo convite da editora Intrínseca, escreve sobre o novo livro de uma das escritoras mais interessantes deste século: Jennifer Egan. Seu novo trabalho, “A Casa de Doces”, é um livro irmão do já clássico “A Visita Cruel do Tempo” (2010). No texto, aproximo algumas das temáticas do livro das de uma série que eu amo, “Black Mirror”. E falo algumas outras coisinhas. Leia aqui.

novembro 7, 2022   No Comments

Um vídeo sobre três livros

Gravei um vídeo falando sobre três livros que chegaram por aqui e que recomendo fortemente:

– “Deixa Queimar”, biografia de Negro Leo assinada por Bernardo Oliveira, um lançamento da Numa Editora

– “Memórias – Sing Backwards and Weep”, biografia de Mark Lanegan lançada pela Editora Terreno Estranho

– “Mordaça – Histórias de música e censura em tempos autoritários”, de João Pimentel e Zé McGill lançada pela Sonora Editora

janeiro 5, 2022   No Comments

“Clube dos Corações Solitários”, 20 anos

“Clube dos Corações Solitários”, o livro de estreia de André Takeda, completa 20 anos em 2021. E já fz uns bons pares de anos que ele, Bruno Capelas e eu conversamos sobre uma reedição deluxe do livro, com extras e escrito em gauchês. Não vou falar muita coisa porque o bacana mesmo é você ouvir a conversa do André Takeda com o querido amigo Diogo Farias no podcast Antiguru e vislumbrar as ideias que o Tax tem para essa reedição. Talvez a gente esteja precisando de um empurrãozinho 🙂

Ps. E, aproveitando, não tenho nem palavras para agradecer o carinho imenso que o Diogo e o André dispensam a mim e ao Scream & Yell durante a conversa. Mesmo. Foi um lufada do ar mais puro que minha alma respirou nos últimos meses de caos pandêmico, e me fez sorrir por vários dias, como agora. Obrigado, de coração, amigos.

junho 28, 2021   No Comments

Lou Reed sobre “Almoço Nu”, de Burroughs

“A primeira vez que li foi na faculdade. Com os temas de Burroughs, seu senso de humor e a justaposição de imagens, uma imensa porta se abriu na escrita americana. Isso soou uma selvageria para a turma da direita, certinha, os americanos comuns. Não acho que alguém possa ler e levar isso a sério novamente.

Não é para heterossexuais. Ele segue entre planetas inteiros sem lhe dizer. É um mundo de sonhos. “Nenhuma regra se aplica aqui”, essa é a senha. Ele utiliza certo tipo de escrita como disfarce, e essa é a resposta. Ele está lidando com muitas coisas que são perigosas e ele não está brincando. Ou, na verdade, ele está brincando sim, o que só piora as coisas. É uma grande má influência.

Já conheci pessoas que imitam as coisas que Burroughs fazia em sua vida real, e elas dizem, “bem – Burroughs, sabe?”. Ler “Almoço Nu” pode tornar as pessoas mais fortes, mais brilhantes, mais tolerantes, mais engraçadas. Também pode torná-las mais furiosas e mais preconceituosas. Não vejo como alguém que escreva não possa ser influenciado por este livro. Dito isto, ninguém mais pode chegar neste mesmo nível. Se você ler e gostar, não haverá outro lugar para ir além de Burroughs.

Certamente me apropriei de algumas de suas ideias, como a técnica de recorte. E, claro, a temática. É por isso que foi fácil escrever “Walk on The Wild Side” e “Heroin”. Ele podia escrever sobre tudo e, de certa forma, seu mundo surrealista era muito mais real do que o das outras pessoas, e foi isso que atraiu os punks de Nova York, junto a todos os riscos que ele correu para fazer tudo que fez. Tipo assim, como esse cara se transformou da pessoa que era em El Hombre? Como diabos ele vai do ponto A até o X?

Deveriam construir uma estátua para ele”

julho 13, 2019   No Comments

Obrigado, Lygia Fagundes Telles

Quase 2 da manhã e a cólica do Martín parece que acalmou hoje. Na TL do Twitter, alguém pede para celebrar Lygia Fagundes Telles, que aos 95 anos tem enfim todos os seus contos editados num único volume, “Os Contos”, via Companhia das Letras. Relembro que certa vez, começo dos anos 2000, uma amiga, a Ana Paula,  a encontrou e contou a ela sobre minha paixão. “Ele casaria com você”. Ela, inteligentemente, me esnobou. Mas a Ana conseguiu esse autógrafo, que guardo com carinho, afinal Lygia Fagundes Telles foi uma das pessoas que me salvou (ela e Hermann Hesse) da adolescência, naquele período conturbado da vida em que a gente acha a nossa dor gigante e insuportável, e cujas madrugadas, aparentemente eternas, parecem que vão nos consumir e não sobrará nada para ver o nascer do sol. Lygia esteve comigo nesse período difícil, depois levei-a para a faculdade, adaptei “Lua Crescente em Amsterdã” para uma aula prova de teatro (“Será que aqui na Holanda também dão comida em troca de sangue? Uma droga de comida aquela do Marrocos”, ela disse. “Nosso sangue também deve ser uma droga de sangue”, ele respondeu) e carreguei a coletânea “Seleta” por tantas casas que já nem me lembro mais. Bem, bora garantir essa coletânea completa de contos. Martin deverá gostar (só espero que não “precise” como eu precisei, mas se precisar, Lygia estará lá. Sempre). 🖤

novembro 28, 2018   No Comments

Dylan com café, dia 73: Robert Shelton

Bob Dylan com café, dia 73: O que fazer quando você é um jornalista a noticiar pela primeira vez o potencial de um jovem com futuro promissor que você assistiu em uma pequena espelunca, e observa que, nos anos seguintes, esse jovem virá a tornar-se uma das cabeças pensantes mais revolucionárias do universo artístico mundial? Robert Shelton não teve dúvidas: após publicar a resenha “Bob Dylan: A Distinctive Folk Song Stylist” em 29 de setembro de 1961 no jornal New York Times (provavelmente chamando a atenção do caçador de talentos John Hammond, que contrataria Bob em outubro) e observar o artista subir correndo os degraus na escadaria da fama pop, Shelton colou em Dylan, transformando-se em amigo e confidente, e começou a escrever uma biografia autorizada ainda nos anos 60, que seria terminada apenas em 1986, 25 anos depois daquela primeira resenha.

Tido por muitos fãs como a principal biografia de Bob, “No Direction Home: A Vida e a Música de Bob Dylan” (que voltou ao mercado numa edição atualizada em 2011 pelos editores – Shelton faleceu em 1995 – marcando os 50 anos da primeira resenha numa edição “Director’s Cut”) tem tanto pontos positivos quanto negativos. Do lado positivo, a proximidade de Dylan permitiu a Shelton acompanhar muito eventos in loco, o que traz a narrativa (ainda que muitas vezes romantizada) para a primeira pessoa: ou seja, é algo que ele viu, não que algum entrevistado (com possibilidade de distorção) lhe contou; do lado negativo, o fato de ser uma biografia escrita por um jornalista que se tornou grande amigo de seu objeto de estudo coloca o texto na defensiva ao focar muitas vezes no homem em detrimento da obra.

                    Robert Shelton (centro) com Dylan nos anos 60

Isso fica bastante nítido no trecho dedicado ao álbum “Blood on The Tracks” (e levanta “suspeitas” sobre todo o compêndio), em que o jornalista sai em defesa do homem contra todos aqueles que vangloriaram o disco por ele ter nascido de uma tragédia pessoal (o começo do fim do casamento com Sara). No faixa a faixa que faz sobre este álbum no livro, Shelton esvazia o tema polêmico universalizando o tema das letras sem falar no drama do casal (que ele presenciou) em nenhum momento. Isso não invalida a obra, mas é preciso estar atento tanto aos possíveis momentos de manipulação de Dylan (e ele sempre foi um exímio manipulador) quanto aos que Shelton protege o amigo. No saldo final, um compêndio dedicado, caprichado e repleto de informações, mas que precisa de mais uma ou duas visões (uma delas, a de Howard Sounes, e a outra o livro “Crônicas”, o café de amanhã) para que o leitor tenha uma visão menos embaçada de quem poderia vir a ser Bob Dylan (algo que talvez nem ele mesmo saiba).

Especial Bob Dylan com Café

julho 31, 2018   No Comments

Dylan com café, 72: Scrapbook 56/66

Bob Dylan com café, dia 72: Na esteira do lançamento do essencial documentário “No Direction Home” (2005), de Martin Scorsese, e de sua trilha sonora caprichada (“The Bootleg Series 7”), surgiu como complemento oficial este livro, “The Bob Dylan Scrapbook: 1956-1966” (2005), escrito por Robert Santelli, então diretor da Experience Music Project de Seattle (hoje Museum of Pop Culture) e curador da exposição Bob Dylan’s American Journey. Como observa a crítica do jornal londrino Independent na época do lançamento do livro, “o texto do especialista em Dylan não oferece nenhuma nova percepção surpreendente, mas isso não importa porque o ponto aqui é mostrar como o talento e a carreira de Dylan se desenvolveram”.

Para acompanhar esse desenvolvimento, o leitor tem a mão dezenas de xerox de documentos, letras escritas a mão pelo homem e reproduções de itens interessantes do período além de um CD com 45 minutos de áudio divididos em 14 faixas, 10 delas de falas extraídas do filme de Scorsese e outras quatro entrevistas de Dylan colhidas de rádios entre 1961 e 1966. Um texto do New York Times rememora: “Em 4 de novembro de 1961, após trabalhar em clubes do Greenwich Village, Bob Dylan fez sua estreia em Nova York no Carnegie Chapter Hall. Dos 225 lugares, 55 estavam ocupados. Menos de dois anos depois, ele era a estrela reinante do movimento das canções de protesto. Mais dois anos, e uma geração discutia se era certo que ele fosse elétrico – não que ele prestasse atenção”.

Este “The Bob Dylan Scrapbook: 1956-1966” traz a reprodução do folheto que apresentava este primeiro show de Dylan, além de cópias das letras manuscritas de “Talkin’ New York”, “Blowin’ In The Wind”, “Gates of Eden”, “It Ain’t me Babe” (escrita num papel do May Fair Hotel, em Londres) e “Chimes of Freedom” (escrita num papel do The Waldorf Astoria, em Toronto), entre outras, e reproduções dos cartazes (Folk City, “Don’t Look Back”, Newport Folk Festival), do convite de Dylan para a Marcha de Washington (quando Martin Luther King fez o discurso “I have a dream”), de releases (“Rebel with a cause”, dizia um texto da Columbia Records) e diversas outras curiosidades imperdíveis para fãs do homem.


Especial Bob Dylan com Café

julho 24, 2018   No Comments

Scream & Yell Vídeos: Programa 85

No Scream & Yell Vídeos número 85, mais um livro (“Carlos Viaja”, de China com arte de Tulipa Ruiz), um DVD (mais um box da série “O Cinema”, desta vez compilando seis filmes do gênio Luis Buñuel) e um CD (o segundo álbum da grande banda Maria Bacana!). Assista abaixo!

Mais Scream & Yell Videos

 

julho 3, 2018   No Comments