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Posts from — setembro 2011

A vitória da baixa cultura

“Na primavera de 1917, as plateias parisienses provaram uma amostra dos loucos anos 20, durante um dos períodos mais sangrentos da guerra, quando os Aliados lançaram a mal planejada ofensiva Nivelle e os alemães reagiram com uma estratégia de defesa letal. Em 18 de maio, seis anos depois da morte de Gustav Mahler, os Ballets Russes chocaram a capital francesa mais uma vez apresentando uma tumultuosa produção de estilo circense intitulada ‘Parade’. A lista de participantes era composta de astros de primeira grandeza: Erik Satie compôs a música, Jean Cocteau criou o libreto, Pablo Picasso concebeu o cenário e o figurino, Léonide Massine coreografou, Guillaume Appolinaire escreveu as notas do programa (para as quais inventou a palavra ‘surrealismo’) e o empresário Diáguiliev forneceu o escândalo. (…) O enredo de ‘Parade’ trata, com humildade, do tema da relevância: como pode uma forma de arte antiga, como a música clássica ou o balé, continuar atraindo o público na era do pop, do cinema e do gramofone? Numa feira em Paris, os gerentes de um teatro ambulante recorreram a várias artistas de ‘music hall’ – acrobatas, um mágico chinês, uma garotinha americana – para atrair os transeuntes. Mas as atrações secundarias se mostraram tão interessantes que o público se recusou a entrar. Assim, a baixa cultura passa a ser a principal atração”.

Trecho de “O Resto é Ruído”, de Alex Ross (Companhia das Letras)

setembro 27, 2011   No Comments

Especial sobre o rock gaúcho, 1986

Dica do @alpn00

setembro 27, 2011   No Comments

Programa Perdidos no Ar, Gazeta AM

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No sábado, participei da edição número #42 do Perdidos no Ar, um programa de rádio feito por alunos da Cásper Líbero, e que vai ao ar na Gazeta AM. Falei um pouco do Scream & Yell em uma edição que teve como destaques o álbum “Screamadelica”, do Primal Scream, a banda Dungeon e Jack White. Gostei pacas do programa e até gostaria de agradecer a Izabela, Kaluan, André, Luan, Afonso e Vitória pelo convite e acolhida. Valeu. Você pode ouvir online ou baixar o programa aqui.

http://perdidosnoar.blogspot.com/

setembro 26, 2011   No Comments

Nevermind, vinte anos depois

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Assino o texto de abertura do especial “Nevermind”, do Terra Música, em minha volta ao Megaportal. O trampo todo (vídeos, entrevistas – Liam Gallagher diz que nunca ouviu o disco – faixa a faixa), a cargo do Renato Moikano e do Osmar Portilho, ficou muuuuito massa. Vale muito conferir aqui.

No Scream & Yell, o grande Carlos Eduardo Lima ficou responsável por rememorar os 20 anos do disquinho que sacudiu o mundo pop em 1991. Além, linkados, tem entrevistas com Marcelo Orozco (autor de “Fragmentos de Uma Autobiografia”, sobre Cobain), Charles Cross (de “Mais Pesado Que o Céu”) e Steve Albini. Tudo aqui.

setembro 26, 2011   No Comments

Cinco fotos: Santorini

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Moinho

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Pescador

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Barquinho

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Fim de Tarde

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Por-do-Sol

Veja mais imagens de cidades no link “cinco fotos” (aqui)

Leia também:
– Uma viagem meio sem pé nem cabeça, por Marcelo Costa (aqui)
– Um sonho chamado Santorini, por Marcelo Costa (aqui)
– Uma casinha branca lá no pé da serra, por Marcelo Costa (aqui)
– Dia de vulcão, mar e donkey parade em Santorini, por Mac (aqui)
– Domingo, descanso no paraíso de Santorini, por Marcelo Costa (aqui)

setembro 25, 2011   No Comments

Opinião do Consumidor: Einbecker

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A Einbecker Brauhaus foi aberta na baixa Saxônia, Alemanha, em 1378 e segue desde então fabricando cervejas – sendo uma das responsáveis pela popularização do estilo Bock, uma lager muito mais encorpada, ruiva, maltada e até um pouco doce. Bock é uma corruptela de “Ein Beck”, a cidadezinha natal da Einbecker (com pouco mais de 25 mil habitantes e uma paisagem que, ainda em 2011, não parece ter saído do século 15), e nasceu da necessidade de ser transportada para a Itália (numa história bem próxima a das Indian Pale Ales). A Einbecker produz atualmente onze rótulos de cerveja.

A versão Ur-Bock Dunkel da Einbecker Brauhaus é marcada pela forte presença de malte de caramelo tostado no aroma – e um bocadinho de álcool, bem suave, e também mel. O paladar começa bastante agradável com o malte de caramelo se apresentando em um conjunto denso que valoriza o lúpulo enquanto se desmancha levemente deixando um amargor suave no céu da boca e no começo da garganta. Porém, o final, longo e amargo, deixa a impressão de um conjunto pouco harmonioso (doce demais no começo, amargo demais no final).

Já a Ur-Bocok Hell é uma versão loura da Bock Dunkel da casa. O aroma maltado e levemente adocicado surpreende abrindo espaço também para o lúpulo. O paladar é refrescante e o conjunto disfarça de forma exemplar os 6,5% de graduação alcoólica – que em nenhum momento chega a agredir. O malte novamente chama pra si a atenção deixando uma marca suave no céu da boca enquanto o lúpulo se encarrega de caprichar no final levemente amargo – mas de um leve surpreendente. Uma excelente representante do estilo.

Teste de Qualidade: Ur-Bock Dunkel
– Produto: Bock
– Nacionalidade: Alemanha
– Graduação alcoólica: 6,5%
– Nota: 2,1/5

Teste de Qualidade: Ur-Bock Hell
– Produto: Bock
– Nacionalidade: Alemanha
– Graduação alcoólica: 6,5%
– Nota: 3,75/5

Leia também:
– Top 100 Cervejas, por Marcelo Costa (leia aqui)
– Primeiro Beer Experience, em São Paulo, por Marcelo Costa (aqui)

setembro 21, 2011   No Comments

O show do R.E.M. no Rock in Rio 2001

Hoje, 21 de setembro de 2011, o R.E.M. anunciou, via site oficial, que estava encerrando as atividades. Uma das cinco grandes bandas dos últimos 30 anos (sinta-se a vontade para eleger as outras quatro), o R.E.M. conseguiu em um carreira extensa manter-se honesto ao propósito inicial: fazer grandes canções. O único tropeço, assumido pela própria banda, foi o disco “Around The Sun”, de 2004, mas eles recuperaram a fé do público com dois grandes discos: “Accelerate” (2009) e “Collapse Into Now” (2011).

Tive o prazer de ver o R.E.M. cinco vezes ao vivo em minha vida. A primeira, cuja sequência de vídeos abaixo registra, foi no Rock in Rio 3, em 2001, um show espetacular, uma comunhão perfeita entre público e banda. Depois cruzei a banda na turnê “Accelerate” em Leuven, na Bélgica (atendi o pedido de Michael Stipe e levantei meu celular para o alto emulando as luzes de Hollywood Hills em “Electrolite” – assista aqui) e suportei um show inteiro do Kings of Leon na Escócia para poder ficar no gargarejo (e valeu a pena).

Por fim, eles tocaram duas noites seguidas no Via Funchal, em 2008, para uma plateia de amigos que dançavam, cantavam e pulavam aquelas canções cravadas na alma enquanto Michael Stipe festajava sua Itapava. Foram 30 anos intensos e, parafraseando a amiga Pamela Leme, só nos resta agradecer ao R.E.M. pelos shows e, principalmente, por nos fazer suportar a vida. Poucas bandas hoje em dia conseguem arrancar lágrimas sinceras da gente e, bem, eu chorei enquanto escrevia isso. Talvez não aconteça nunca mais. Talvez.

“Não basta admirar um artista para que ele seja responsável pelo melhor show que você viu na vida. É uma pequena conjunção de fatores que torna um show algo especial. Particularmente, admiro (muito) e já vi ao vivo gente como Brian Wilson, Patti Smith, Neil Young e Echo & The Bunnymen, e apesar deles terem feito grandes shows, nenhum deles está neste Top Ten pessoal. É um preâmbulo necessário para evitar comentários óbvios tipo “esse é o seu show preferido porque você é fã da banda”. Nem sempre as bandas que mais admiramos são aquelas que fazem os melhores shows de nossas vidas. Às vezes são os piores…

Não é o caso do R.E.M. no Rock In Rio 3. O show aconteceu no segundo dia do festival, num sábado, e estava cercado de expectativas. Quando recebi no meio da tarde o set list que a banda iria apresentar mais à noite, fiquei impressionado: era impossível que eles fizessem um show ruim com aquele repertório. O trio havia selecionado um repertório best of para seu show no Brasil, que viria a se tornar o maior público para o qual a banda já tinha se apresentado. Assim que o Foo Fighters encerrou sua apresentação, tratei de arrumar um lugar na “fila do gargarejo” para presenciar o show. E foi… inesquecível.

Michael Stipe estava visivelmente emocionado. O som – que havia derrubado Beck e Foo Fighters – começou ruim, com o baixo à frente dos outros instrumentos, mas em três músicas já estava tudo ok. Daí vieram clássico atrás de clássico: “Fall On Me”, “Stand”, “So Central Rain”, “Daysleeper”, “At My Most Beautiful”, “The One I Love”, “Man on The Moon”, “Everbody Hurts”… Até hoje em dia, quando ouço o CD com o áudio do show, me arrepio quando Peter Buck dispara no bandolim o riff inconfundível de “Losing My Religion”, e ouve-se a massa vibrando (imagine 150 mil pessoas atrás de você gritando insanamente quando ouvem uma das músicas mais lindas já escritas na música pop). No final, “It’s The End” embebida em microfonia e Michael Stipe repetindo “and i fell fine” sem querer sair do palco. Antológico, clássico e inesquecível”. Um dos shows especiais da minha vida (mais aqui)

setembro 21, 2011   1 Comment

Dez links que valem o seu clique

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Foto de Alessandra Luvisotto

– No Guardian: a bolha dos festivais de verão europeus estourou? (aqui)
– Wilco, a música do nosso tempo, no El Pais (aqui)
-A época de ouro: Strauss, Mahler e o fim do século – em PDF (aqui)
– Marisa Monte ainda sem nada a dizer, por André Forastieri (aqui)
– Sobre o show de Pélico e Medialunas na Dissenso, no Rock Safari (aqui)
– BRMC: Ternos, mas também violentos, no Estado de São Paulo (aqui)
– Tweedy: Playing in the Rockers’ Clubhouse, Wall Street Journal (aqui)
– Três experts elegem as 10 melhores cervejas Premium, na GQ (aqui)
– Novas edições da NME e Spin chegam ao Music in PDF (aqui)
– Superinteressante: Melhores 215 perfis para seguir no Twitter (aqui)

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Foto de Alessandra Luvisotto. Mais fotos aqui

setembro 16, 2011   No Comments

Cinco fotos: Chicago

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O Céu

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City

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Out

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Noite 1

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Noite 2

Veja mais imagens de cidades no link “cinco fotos” (aqui)

setembro 15, 2011   No Comments

David Fonseca responde perguntas de sites

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Aproveitando a passagem do músico português David Fonseca no Brasil, a gravadora Universal convidou 10 blogs e sites (Scream & Yell incluso) para participarem de uma coletiva virtual. Cada um dos sites enviou uma pergunta para David, e ele responde a todas calmamente no vídeo abaixo (gravado no Parque Lage, no Rio de Janeiro).

“Between Waves”, disco novo de David, chega às lojas do Brasil hoje. O cantor volta ao país para tocar no dia 02/10 no Palco Sunset do Rock in Rio. A ideia da Universal foi bem bacana. Paralelamente, devido ao excelente trabalho do colaborador lisboeta Pedro Salgado, o Scream & Yell vem focando bastante na nova música portuguesa.
Abaixo você pode conferir algumas entrevistas e textos:

– Nuno Prata, um dos grandes escritores portugueses de canções (aqui)
– Especial: conheça a nova cena musical portuguesa (aqui)
– Deolinda ao vivo em Lisboa: o triunfo do fado pop (aqui)
– B Fachada: as raízes portuguesas atravessaram uma alma (aqui)
– Os Pontos Negros: “É bonito falar em triunfar fora de Portugal” (aqui)
– Os Lábios: “O nosso objetivo é tocar ao vivo”, por Pedro Salgado (aqui)
– Orelha Negra: “Nosso som funciona mais para tomar um copo” (aqui)
– Peixe : Avião: “Queremos experimentar diferentes abordagens” (aqui)

setembro 13, 2011   No Comments