por Marcelo Costa
David Bowie morreu e qualquer coisa que se fale sobre um dos maiores artistas que pisou na Terra é pouco, muito pouco. Nas redes sociais, gerações se unem para prestar homenagem: “Estou devastada. Este grande artista mudou a minha vida”, escreveu Madonna. “Descanse em paz, bela alma. A gente se vê nas estrelas”, tuitou Kesha. “A amizade de David foi a luz da minha vida”, confidenciou Iggy Pop. “David Bowie foi uma das minhas mais importantes inspirações”, avisa Kanye West. “Um verdadeiro inovador, um verdadeiro criador”, definiu Pharrell Williams. “Eu acabei de perder um herói”, lamentou o comediante Rick Gervais.
Do fracasso do álbum de estreia, no mítico 1967 (“Se todos errassem assim na primeira vez”), que teria feito muitos desistirem, passando pelo sucesso de “Space Oddity” (1969), que não bastou para catapultar o álbum, por “The Man Who Sold the World” (o álbum de 1970 que traz “aquela música do Nirvana”) e “Hunky Dory” (1971) até, finalmente, a consagração com “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars” (1972), Bowie não parou e continuou criando, inovando e surpreendendo até às vésperas de sua morte, quando lançou um clipe com jeito de adeus (“Lazarus”) e mais um grande álbum (“Blackstar”).
Além de ter uma carreira repleta de momentos impecáveis, David Bowie foi o homem que levou Lou Reed e Iggy Pop para as massas produzindo os álbuns “Transformer” (1972) para o primeiro, e “The Idiot” (1977) e “Lust For Life” (1977) para o segundo. Em 1997, no Madison Square Garden, ele festejou 50 anos com uma longa fila de fãs famosos para beijar sua mão: Frank Black (Pixies), Foo Fighters, Sonic Youth, Billy Corgan (Smashing Pumpkins), Robert Smith (The Cure)… poderíamos ficar aqui juntando frases, derramando lágrimas e velando David Bowie por toda a eternidade, mas melhor lembrar os momentos emocionantes.
David Bowie na televisão alemã em 1969 mostrando “Space Oddity”, single que alcançou a posição de número 5 na parada inglesa. “Space Oddity”, o álbum, foi relançando em uma edição luxuosa em 2009 repleta de faixas raras.
“Quando vi David Bowie na televisão, no Top of The Tops, foi a primeira vez que fui atraído pela música e pensei: é isso que eu quero ser”, explicou Ian McCulloch, do Echo and The Bunnymen, em entrevista ao Scream & Yell (aqui)
Primeira versão de “Lady Stardust”, com David Bowie ao piano. Essa versão integra as reedições deluxe do álbum “Ziggy Stardust” ao lado de outras faixas bônus.
Versão de “Ziggy Stardust” presente no filme “Ziggy Stardust The Motion Picture”, filmado no Hammersmith Odeon, em Londres, em 1973, por D. A. Pennebaker. O show na integra aqui.
David Bowie fala sobre Lou Reed e Velvet Underground para o programa American Masters, do canal PBS. É interessante assitir também Lou Reed relembrando a participação vocal de David Bowie em “Satellite of Love”. Esse trecho faz parte do DVD “Classic Albuns: Transformer”. Saiba mais.
Presente no primeiro álbum da Tin Machine, grupo que David Bowie montou nos anos 80, “Working Class Hero”, de John Lennon, aparece aqui em versão ao vivo registrada em 1989 no Paradiso, em Amsterdã. Ela é a terceira canção de um set de cinco faixas…
Durante a turnê do álbum “Outside”, em 1995, Bowie convocou o Nine Inch Nails como banda de abertura, e tocava junto com eles um set de canções suas (“Subterraneans”, “Hallo Spaceboy” e “Scary Monsters (and Super Creeps)”) e de Trent Reznor, “Reptile” e esta “Hurt”. Repare na felicidade de Reznor (que não consegue parar de sorrir – mesmo cantando ‘Hurt’ <3
Acompanhado de Reeves Gabrels na guitarra e Gail Ann Dorsey no baixo e vocal, David Bowie tocou essa maravilhosa versão do hino “Heroes” ao vivo em 1996, no show beneficente em prol da escola Bridge, o concerto anual organizado por Neil Young. O áudio dessa versão pode ser ouvido no álbum “The Bridge School Concerts. Vol 1“, de 2005 (mas “Let’s Dance” e “China Girl” só aqui).
Em 1999, no programa “Storytellers”, David Bowie contou muitas histórias divertidas e apresentou canções, como uma versão sublime de “Life on Mars”. Esse programa ganhou edição em CD/DVD. Saiba mais.
Uma das últimas apresentações ao vivo de Bowie foi ao lado do Arcade Fire, no Fashion Rocks 2005. Juntos tocaram “Wake Up“, do Arcade Fire, e essa versão arrasadora de “Five Years”, que abre o disco “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders from Mars”, de 1972.
Segundo clipe gravado para o álbum “Blackstar“, lançado na sexta-feira passada, “Lazarus” abre com David Bowie cantando: “Olhe aqui, estou no céu”. Descanse em paz.
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