Especial ‘War’ 35 anos – Os meninos vão à guerra
por Marcio Guariba
Texto escrito em 2013 para o aniversário de 30 anos do álbum “War”
Em 1982, o U2 vivia um período de transição pessoal muito forte; O vocalista Bono havia se casado, o guitarrista Edge questionava sua fé e o som da banda estava perdido entre o punk proletário e a experimentação celta. Naquele ano, a banda lançou o single “A Celebration”, feito às pressas para tentar manter o nome do grupo nas paradas depois do fiasco de vendas do segundo álbum, “October”, lançado em 1981 e que não empolgou ninguém e não conseguiu emplacar nenhum sucesso. “A Celebration” também fracassou sendo rejeitada pela própria banda, que a excluiu de todas as compilações lançadas posteriormente (a canção só viria a aparecer na reedição dupla de “October”, em 2008).
No livro “U2 by U2”, biografia assinada por Neil McCormick ao lado da própria banda e lançada em 2006, Edge comentou sobre a canção: “De volta à Dublin, nós gravamos ‘A Celebration’. Ela não era ruim, mas também não era boa o bastante para livrar-nos de encrenca. Nós ainda estávamos inseguros em relação aos impasses do álbum, (como) gravar sem ter músicas prontas. Naquele momento a gente precisava de um sucesso. ‘A Celebration’ não era um”. Mas foi com ela que o processo de composição do álbum seguinte, o terceiro álbum do U2, começou. Os temas messiânicos seriam deixados um pouco de lado, porém os teclados viriam para ficar. Dessa fusão dos dois álbuns anteriores (“October”, e a estreia, “Boy”, de 1980), nasceu ‘War’, que completa 35 anos em 2018.
Durante a turnê de 82, a Irlanda vivia a efervescência do nacionalismo burro, representado pelos terroristas do IRA (Irish Republican Army), o Exército Republicano Irlandês. “Algumas coisas estavam acontecendo durante a turnê de ‘October’, rememora Bono em “U2 by U2”. “Bobby Sands (membro do IRA que tentava uma solução pacífica para os problemas religiosos da região) estava morrendo numa greve de fome na Irlanda e as pessoas estavam gritando o seu nome para nós enquanto estávamos no palco. Havia contingentes de ‘Viva o IRA’, que achavam que éramos irlandeses na América, um tipo de IRA provisório acontecendo. Eu estava comovido com a coragem do Bobby Sands, e nós entendíamos como as pessoas estavam encorajadas a defendê-las, mesmo que não achássemos que aquela era a coisa certa a fazer. Mas estava claro que o Movimento Republicano estava se tornando um monstro a fim de derrotar outro monstro”, analisa o vocalista.
Ao longo de mais de duas décadas de luta armada, ocorreram mais de 3500 mortes relacionadas ao IRA. “Aqueles foram tempos muito perigosos na Irlanda – o nacionalismo estava ficando feio”, comenta Bono. “Então preferimos ficar contra a ‘tricolor’ (a bandeira Irlandesa), e quando ela era jogada no palco, eu a desmontava. Tirava a parte verde e a parte laranja e só restava a parte branca do meio, e ela se tornava a bandeira branca. Um gesto simples, mas poderoso naquele tempo. Então, quando estávamos nos preparando para o álbum ‘War’, nós começamos a pensar em como era ser um irlandês. Nós precisamos examinar algumas dessas questões. Você realmente acredita em não-violência? Em que ponto você protegeria a si mesmo? Essas não são questões fáceis de resolver”, pondera.
Deste processo de envolvimento político e de um amadurecimento de conceitos pessoais, partiu o embrião do terceiro álbum do U2. Irlandês até a medula. Politizado e emocional. Marcial e livre. Um disco importantíssimo e que fechou um ciclo na carreira do grupo, porém, marcou-os para sempre. E nada melhor que começar um disco assim definindo o que virá após. A faixa símbolo. Seu hino. Abrir o disco com “Sunday Bloody Sunday” foi muito representativo. De repente, aquela banda que falava sobre suas questões de adolescência em “Boy” e sobre sua experiência com a religião em “October” estava colocando o dedo na ferida de umas das questões mais importantes em seu país natal. Batida marcada e guitarra cortante como uma navalha.
“O primeiro esboço de ‘Sunday Bloody Sunday’ foi feito durante um dia particularmente depressivo, naquela pequena casa à beira do mar”, relembra Edge. “Eu estava sozinho, nada estava dando certo e eu tinha brigado com a minha namorada porque eu estava trabalhando enquanto todo mundo estava de férias, então talvez eu devesse tirar férias também, ao invés de desperdiçar meu tempo tentando me tornar um compositor, já que, obviamente, eu não era bom nisso. Fiz a única coisa na qual podia pensar, que foi transferir todo meu medo, frustração e pena de mim mesmo para um pedaço de música. Peguei minha guitarra e deixei tudo isso se manifestar. Era apenas um esboço, um contorno, não tinha um título, um refrão ou uma melodia, mas tinha um estilo de composição e um tema. Se me lembro bem, minha linha de abertura era ‘Don’t talk to me about the rights of IRA, UDA …’ Era uma canção completamente antiterrorista”.
Bono desenvolveu a letra buscando se lembrar de tudo que havia ocorrido não só no ano anterior, mas tendo como foco principal o famoso ‘Domingo Sangrento’, confronto entre manifestantes católicos e nacionalistas e o exército inglês ocorrido em Derry, Irlanda do Norte, no dia 30 de janeiro de 1972. O movimento teve início com uma passeata de dez mil manifestantes que pretendiam, saindo do bairro de Creggan em marcha pelas ruas católicas da cidade, chegar até a Prefeitura. Antes disso, entretanto, os soldados ingleses partiram para ofensiva e disparam contra os manifestantes deixando 14 ativistas católicos mortos e 26 feridos. A faixa foi o segundo single do disco, lançada somente em alguns países da Europa.
Se o tema era a Irlanda na primeira faixa, na segunda, “Seconds”, o medo e a ideia de paz passavam a ser globais. E, pela primeira vez, Edge assume os vocais principais. Aliás, é nesse álbum que o guitarrista começa a assumir deliberadamente a função de ‘cérebro’ da banda. O baterista Larry Mullen Jr. comenta: “As músicas deixaram de serem vagas e pareciam estar um pouco mais concisas. Edge tinha realmente assumido o papel de diretor musical e Steve Lillywhite (produtor de ‘War’ e também dos dois álbuns anteriores) entendeu a proposta e parecia mais seguro na função, o que não quer dizer que tenha sido fácil”.
“Seconds” é nitidamente uma abertura de leque na carreira do U2. Depois dos teclados, introduzidos massivamente em “October”, Edge resolveu experimentar com outros instrumentos e o violão ganhou força aqui. Até o famigerado sampler (utilização de pedaços de outras canções ou filmes) foi um recurso, aqui retirado do documentário “Soldier Girls”, de 1981, de Nick Broomfield e Joan Churchill, sobre o treinamento de mulheres para o exercito norte-americano. Durante os anos 60 e 70 e, finalmente, no início dos 80, a guerra fria entre Estados Unidos e União Soviética (atual Rússia) manteve o mundo em suspensão, á espera por uma iminente guerra nuclear. E esse conceito de medo permeou a cultura pop. Dezenas de filmes e músicas foram feitos a respeito, e “Seconds” engrossa a lista: “It takes a second to say good-bye. Push the button, pull the plug… Say good-bye!”. A música foi muito tocada ao vivo na turnê do álbum e, posteriormente, na ‘Unforgettable Fire Tour’, porém, abandonada desde então.
Lançada como single no dia de ano novo de 1983, a terceira faixa do álbum, “New Year’s Day”, representou não só um clássico tocado até hoje nos shows da banda, mas deu também o primeiro hit do U2 nos Estados Unidos. E tudo nasceu de uma tentativa de cover. “’New Year’s Day’ começou como uma sessão de checagem de som. Eu basicamente estava tentando tocar ‘Fade To Grey’, canção do Visage, e tentando encontrar o intervalo correto. Algumas vezes nossos erros são nossos melhores trunfos”, filosofa o baixista Adam Clayton mostrando não só o embrião da criação de um dos maiores sucessos da banda como também que a relação do U2 com a música eletrônica é muito mais antiga do que se pode imaginar. Não conhece o Visage? Ouça “Fade To Grey” aqui.
Para o single de “New Year’s Day”, vários remixes foram encomendados para que a música fosse bastante executada pelos DJ’s. Porém, apesar de tudo isso, o tema da canção também era político. Ou, pelo menos, de imagens políticas. “A letra da música circula em torno de imagens. Estou pensando em Lech Walesa, o líder da Solidariedade Polonesa”, revela Bono. “A imagem dele, em pé sobre a neve, um sentimento de que tendo abandonado a banda por Deus, nós queríamos começar de novo. E nós começaríamos mais uma vez, de um modo diferente, repetindo um lema que nós continuaríamos pelo resto das nossas vidas: I will begin again. I will begin again. A neve como uma imagem de rendição e cobertura e esses pequenos vislumbres de narrativa, na verdade, eram apenas desculpas para o tema que era Lech Walesa sendo preso e sua mulher sendo impedida de vê-lo. Depois, quando nós tínhamos gravado a música, eles anunciaram que a lei marcial seria suspensa na Polônia no Dia de Ano Novo – incrível!”.
“Like a song…“, quarta faixa do disco, é quase que um pequeno pedaço do álbum “Boy” neste disco. Um punk celta rápido e melodioso. A canção é um grande ‘dedo do meio’ para o que acontecia na cena musical da época, cheia de pose e com pouca atitude. Pose que a banda acabou abraçando nos anos noventa, aliás. O detalhe desta canção, assim como algumas outras do álbum, é que nunca foi tocada ao vivo. Assim como “Drowning Man”, quinta faixa e outra demonstração de evolução de Edge como compositor.
Em “Drowning Man”, violões e violinos conversam enquanto Bono constrói seu tema a partir das Escrituras. Uma das mais lindas músicas escritas pela banda. Sobre ela, Bono disse: “É uma faixa do Edge e uma parte do baixo do Adam. Ela tem um ritmo meio obscuro, como um 5/8, e eu improvisando à la Van Morrison, gemendo conforme as Escrituras. As letras das músicas ainda eram uma luta. Eu realmente não estava gostando de escrever em um caderno. Eu acordava na cama em posição fetal, e Ali (esposa de Bono) dizia: ‘O que está errado?’ E eu respondia para ela, ‘Eu não quero levantar da cama’. E ela falava, ‘Você não quer escrever, é o que você quer dizer.’ Eu ainda não tinha me apaixonado pela palavra escrita. Estava me forçando a escrever, mas não estava fazendo um trabalho muito bom, porque eu meio que me rebelava contra isso. Ali estava literalmente me botando para fora da cama de manhã, colocando a caneta na minha mão”. No livro “The Story Behind Every U2 Song”, de Niall Stokes, Edge avalia: “Muitas de nossas canções poderiam ser regravadas. Porém esta é perfeição…”.
O lado B do vinil é literalmente ‘b’. Todas as canções são mais distantes e menos fáceis. Já na abertura, com “The Refugee”, que, segundo teoria de Niall Stokes, é uma tentativa de narrativa sobre o início da sociedade irlandesa, e como todos eram ‘refugiados’ do Egito e do norte da África. Porém, a letra também faz conexão com o exílio político de muitos ativistas cubanos na época, já que Bono começou a tomar conhecimento do assunto na turnê norte-americana, em 1982. A música é trôpega e estranha – e permanece inédita ao vivo. Muito da experimentação que viria dar a tônica no álbum seguinte, “The Unforgettable Fire”, de 1984, veio deste lado B.
Após tantas faixas densas, a seguinte, “Two Hearts Beat As One” é uma pequena jóia romântica. Lançada como single nos Estados Unidos e nos principais mercados europeus, é claramente uma declaração de amor para Ali Stewart, esposa de Bono. “Nunca gostei de compor canções diretas de amor, porque sempre pensei: ‘O mundo realmente precisa de mais canções tão tolas assim?”, disse Bono em 1989. “Porém, acho que essa é realmente bonita. Estávamos tentando fazer algo mais dançável, e acho que conseguimos aqui”. Foi muito executada ao vivo até o final dos anos oitenta. Desde então, está abandonada. Uma pena.
E depois do pequeno alívio, mais uma faixa experimental: “Red Light” é outra canção que levou a banda aos extremos da sua composição na época, não só pelo seu jeito ‘torto’, mas também pela utilização de mais alguns recursos inéditos até então, que aqui incluem metais e vocais femininos. A ‘Luz vermelha’ do título refere-se ao nome comum dado as zonas de prostituição na Europa e a fascinação e a contradição que aquela liberdade promovia na cabeça de um jovem e religioso irlandês, vindo de regras e conceitos muito fechados sobre a sexualidade. “Nós tocamos em Amsterdã (capital da Holanda e muito famosa na Europa pela sua ‘Zona Vermelha’) e eu me lembro de ver aquelas garotas nas janelas, á venda”, recorda Bono. “Eu ficava tentando entender tudo aqui, mas nunca as julguei”. A novidade musical da canção foi proporcionada pela banda Kid Creole & The Coconuts, que estava na Irlanda em turnê na época. A faixa chegou a ser incluída como b-side em algumas versões de “Sunday Bloody Sunday” e no single alemão de “40”, ainda em 1983.
“Surrender”, penúltima faixa do disco, é um groove militar com letra ambivalente sobre religião e suicídio. Algo assim só seria visto novamente nos anos noventa, nas fortes letras ambíguas de “Achtung Baby” (1991) e “Zooropa” (1993). Bono cria uma personagem, a durona Sadie, uma mulher que faz o necessário para sobreviver na difícil Nova York do início dos anos oitenta. “As ruas de fogo”, como Bono canta na letra. A história gira sobre o suicídio de Sadie, mas a morte é simbólica, sendo parte da sua própria reinvenção. Esta é mais uma faixa com vocais femininos, também cortesia das ‘Coconuts’.
Fechando o disco, um dos hinos da banda, “40”, uma canção de ninar que soa como praticamente uma reposta ao início do disco, quando Bono pergunta “How long must we sing this song?” com fúria em “Sunday Bloody Sunday”. Aqui ele cria a conexão em uma melodia de paz e resignação, retirando partes do Salmo 40 da bíblia. Uma prece para vindouros tempos melhores. “Havia outra música que nós tínhamos trabalhado e eventualmente abandonado”, relembra Edge. “Ela tinha um baixo muito forte, um arranjo um pouco pesado com muitas sessões estranhas e trocas de tempo, mas nós falhamos em colocar isso tudo junto em uma música coerente”, avalia o guitarrista.
Foi então que, segundo o guitarrista, alguém disse: “Vamos trabalhar naquela melodia, e ver o que nós podemos fazer com ela”. Segundo Edge, a banda decidiu retirar as batidas que não estavam funcionando. “Então o Steve fez rapidamente algumas edições múltiplas e tirou qualquer sessão que parecia não fazer parte da ideia principal. No final nós tínhamos um pequeno pedaço de música pouco comum e dissemos: ‘Ok, o que nós iremos fazer com isso?’. Bono disse: ‘Vamos fazer uma passagem do salmo’. Abriu a Bíblia e achou o Salmo 40. E em quatorze minutos nós trabalhamos os últimos elementos da melodia, Bono cantou e mixamos. E, literalmente, após terminar a mixagem, nós saímos pela porta e a próxima banda entrou”. A canção foi o quarto single de “War”, lançado já no final de 1983 somente em alguns países da Europa.
Como as sessões do álbum foram curtas e corridas, pouco sobrou para ser lançado com os quatro singles do álbum (ao contrário dos dois primeiros álbuns e de discos seguintes). Somente duas faixas acabaram sendo aproveitadas, além de vários remixes de “New Year’s Day” e “Two Hearts Beat As One”. Uma delas, “Endless Deep”, lançada como lado B dos singles de “Two Heart Beat as One” e “Sunday Bloody Sunday” é uma peça instrumental espacial e calcada no baixo de Adam Clayton. A outra, “Treasure (Whatever Happened To Pete The Chop?)”, lado b de “New Year’s Day”, é uma demo datada de 1978, intitulada “Pete The Chop” (daí a brincadeira no título), que foi retrabalhada nas sessões de 1982. Poderia facilmente ter feito parte de um dos dois primeiros álbuns. Bono desafina horrores na letra sobre o tal Pete, um amigo da banda. Paul McGuinness inclusive gostava tanto da canção que queria ter lançado como single, ainda em 79.
Dos remixes, as versões ‘US Remix’ de ambos os singles são tão boas quantos as versões do álbum. Todas estas versões foram feitas sobre bases não utilizadas nas versões finais, então há vários trechos diferentes de letra, melodia e até linhas de guitarra e baixo. Há inclusive um bootleg fácil de encontrar no You Tube com 13 (!?!?) versões diferentes de “Two Hearts Beat As One”. Todos estes remixes (incluindo os do DJ Ferry Corsten), além das versões ao vivo de “I Threw a Brick Through a Window”, “A Day Without Me” e “Fire” foram incluídas no CD bônus da edição de aniversário do álbum, em 2008, ao lado da inédita “Angels Too Tied To The Ground”, que aproveitou a base inacabada das sessões do álbum e foi finalizada por Bono e Edge para o lançamento.
Em agosto de 1983, bem no meio da divulgação do álbum, a banda resolveu lançar um vídeo e um EP ao vivo mostrando como a banda era ao vivo. Uma polaroide daquele tempo que serviu como inspiração para o filme “U2 Live From The Red Rocks” e o álbum “Live – Under a Blood Red Sky”. Aliás, muitos pensam ser a mesma apresentação, quando na verdade o filme foi registrado no anfiteatro de Red Rocks, no Colorado, e as faixas do álbum são vários registros ao vivo nos Estados Unidos e Alemanha. A confusão vem devido às capas, que são iguais para ambos os lançamentos. O filme catapultou a fama de ‘banda ao vivo’ do U2, que cresceu com as intermináveis apresentações nos confins norte-americanos. A banda estava determinada a estourar na América e a fagulha se acendeu ali. Mas isso é assunto para outro especial…
Lançado em 28 de fevereiro de 1983, “War” conseguiu a façanha de bater “Thriller”, de Michael Jackson, no topo das paradas europeias se tornando o primeiro álbum da banda a chegar na #1 posição no Reino Unido. Nos Estados Unidos, “War” alcançou a 12ª posição da Billboard rendendo Disco de Ouro ao quarteto nas terras de Lincoln (o primeiro de muitos que viriam nos anos seguintes – “War” é Disco de Ouro também no Brasil). O garoto da capa, Peter Rowen (irmão do amigo de Bono, Guggi), também aparece nas capas do EP “Three”, do álbum “Boy” e das coletâneas “The Best of 1980-1990” e “Early Demos”. “Ao invés de colocar tanques e armas na capa, nós colocamos o rosto de uma criança. A guerra pode ser também uma coisa mental, uma coisa emocional entre amores. Não precisa ser uma coisa física”, justificou Bono. “War” é um álbum que apesar de ter claramente envelhecido na sonoridade, é pródigo em se manter atual nos temas e na espontaneidade que está no som do U2 até hoje. Principalmente, na energia dos shows ao vivo. Até porque não se vai à guerra desarmado. E a arma deles sempre foi à cara e a coragem.
Leia também:
– Live Youtube: a tecnologia caminha de mãos dadas com o U2, por Marcelo Costa (aqui)
– Os três primeiros álbuns do U2 relançados em versão deluxe, por Marcelo Costa (aqui)
– U2 em São Paulo: um megashow com jeito de festinha particular, por Tiago Agostini (aqui)
– “How To Dismantle An Atomic Bomb“: um disco frouxo do U2, por Jonas Lopes (aqui)
– “All That You Can’t Leave Behind”: a volta do U2 ao rock básico, por Marcelo Costa (aqui)
– Bono: um gênio de coração mole ou um completo imbecil?, por Diego Fernandes (aqui)
– Ouça: “Achtung Baby Covered” com Jack White, Nine Inch Nails, Snow Patrol e mais (aqui)
Excelente texto, parabens.
Foi por essa época que o u2 tomou o lugar do Echo(que não quis ser a maior banda do planeta)e o resto…é história.
ECHO:Não a maior,mas a melhor banda sempre
*sugiro um tópico sobre isso,seria maravilhoso!!
Como diz um amigo, não dou nem bom dia para quem não gosta do U2.
André, quanto ao Echo, toda a diferença está entre Bono e Ian: Bono exala Irlanda, quer ser grande, mas não abandona a banda, a arrasta como uma família (até aqui), enquanto Ian McCulloch “se acha”, o album dele de 2012 (Pro Patria Mori) é TERRIVELMENTE ruim!!! (poderia ser composto e gravado pelo Bono… aos 10 anos de idade!!!) Ao contrário dos dois últimos albuns do Echo (Sibéria/ótimo e The fountain/bom). Ian McCulloch não tem o sangue quente (ou algo que eu não sei o que seria, nato ou inato) necessário para deixar o Echo no alto, seus albuns solo compilados dão um bom single com 4 faixas (se incluirmos a cover de Leonard Cohen). Tenho tudo do Echo, inclusive o box crystal days (comprei usado há alguns meses por uma ninharia (US$ 17 ou US$ 27_não lembro). Concluo: as duas bandas são do time das grandes, cada uma do seu jeito (ou, mais uma vez: ao modo do seu vocalista/frontman). abçs
Echo é infinitamente superior ao U2, nem dá pra comparar. Porra, o dia(nunca) que o U2 fizer um disco como Porcupine, talvez até dê pra iniciar uma discussão.
“Infinitamente” não sei… O que acha de Achtung Baby? (muito embora, ao meu ver, a sonoridade dos 2 albuns não podem ser comparadas, os albuns refletem as bandas, U2 mais Pop (tem até um album ruim com esse título) e o Echo mais “indie”). Mas, é isso. Mas seu comentário vem bem a calhar: Porcupine fez 30 anos dia 04/02/2013 – Será que alguém escreveu/escreverá uma coluna deste nível sobre “Porcupine faz 30 anos” (Os coelhos vão à …?). Aliás, a reedição de Porcupine de 2003 (20 anos) tráz entre as bônus a faixa “Never Stop (Discotheque)”, (Echo X U2???, rs). Eu também gosto mais do Echo, a notícia de um novo album do Echo sempre me deixa ansioso, ao contrário dos últimos do U2, guardados para uma hora em que “haja paciência”. Infinitamente… não sei não.