por João Parahyba
Projeto Música Brasil: “Carta aberta aos músicos e artistas”?
“Caros companheiros artistas e músicos do Brasil,
Estamos num momento histórico de mobilização onde todos, ou quase todos estão lutando pela sobrevivência e manutenção da nossa música. Nos últimos dias tenho refletido sobre tudo que passamos nesses últimos meses, anos e décadas, e me veio na cabeça. Quem são os verdadeiros sujeitos disso tudo que está acontecendo na música brasileira, ontem, hoje e amanhã?!
Somos Nós! Artistas! Músicos e autores! Que fazemos desta arte a nossa vida, e no que diz respeito a estilos, gêneros e ritmos. Somos únicos! Sem nós, não existe música…. CD, DVD, Fonograma, rádio, show na televisão, mostra, festival, baile, casamento, carnaval e São João. Não existe nada!
Apesar de respeitar todos que estão participando deste debate, as entidades, os jovens produtores da nova geração, que hoje tem uma organização e discurso forte em prol de uma política cultural mais justa neste país, não vejo os interesses do artista e do músico com equilíbrio nesta balança entre os produtores de festivais, empresários da música, entre outros. Nosso problema é imediato: vivemos do nosso trabalho!
Ao ler o relatório da Rede Música Brasil (leia aqui), percebi que os projetos de maior valor contemplam os produtores de shows e festivais, empresários artísticos, pontos de rede e pontos de cultura, mas não diretamente a sobrevivência do artista. Com a queda brutal do mercado musical como CULTURA, hoje COMMODITIES, com a história desta política de show de graça, etc. e tal não existe subsistência, sobrevivência e sustentabilidade em toda cadeia. Estamos acabando com a iniciativa privada desde país, e ficando escravos dos editais. O funil das gravadoras e empresários artísticos do passado está hoje na máquina pública. Assim nunca construiremos um mercado cultural sustentável e verdadeiro
E honestamente, depois de 40 anos de carreira e de ter tocado no mundo todo, não venham me dizer que festival e mostra de música é única e exclusivamente uma vitrine para quem está começando ou para quem está um pouco sumido da mídia, ou ainda, uma forma de formar público novo. Pois isso é o óbvio. Mas isso também hoje é uma vitrine para o nome do festival, para os produtores e entidades organizadores, para o marketing das grandes empresas e principalmente para o governo. E esses proponentes muitas vezes obtêm fonte de renda que mantêm toda a estrutura de suas empresas através desses editais públicos, estaduais, municipais e federais. Principalmente com dinheiro público e quase 100% sem investimento privado, digo dos pequenos empresários, os proponentes, não das grandes empresas que utilizam esses editais e leis para fazer somente marketing, e não cultura.
Vejam: quase todos os festivais e shows já têm apoio do seu município, do seu estado, (conquista deles é verdade) e muitos da grande iniciativa privada, e quase todos, com a desculpa da promoção e da formação de público não pagam cachê aos artistas e músicos convidados “é divulgação Etc. e tal”, mas não justifica, pois ganha pão, é ganha pão. “Não peçam para eu dar de raça a única coisa que tenho para vender, minha música, minha arte”. (Cacilda Becker)
Isso é jabá institucionalizado, igual às rádios que tanto reclamamos há décadas. Quer tocar aqui é assim, você paga para estar aqui. Absurdooo! E se reclamar não entra mais na rádio, TV e/ou no circuito dos festivais, como temos exemplos de vários amigos artistas que foram excluídos das rádios e dos festivais por se manifestarem contra o jabá e/ou não pagamento de cachês nos festivais pelo Brasil afora. Isso hoje, como há 30 anos vem acontecendo.
Estamos criando outro monstro!?
Gostaria de saber da Funarte e do Minc o seguinte: em todos estes editais, nos trabalhos artísticos e musicais estão previstos o pagamento dos nossos cachês?!
Olhem os valores dos projetos enviados no relatório final da Reunião do Colegiado de Música, CNPC e Rede Musica Brasil:
Edital de Passagens: R$ 5 milhões (Mais dinheiro para levar o artista convidado para tocar nos festivais nacionais e internacionais… lindo! Um custo a menos principalmente para os Festivais Nacionais que já tem o estado, o município, a iniciativa privada, e agora o governo federal, mas cadê o cachê?)
Edital de Festivais: R$ 7 milhões (Mais “dinheiros” para produção dos Festivais Nacionais, Lindo! Vamos melhorar a produção dos festivais, mas cadê o cachê?)
Bacia do São Francisco: R$ 4 milhões (Lindo! Vamos lá! Mas os projetos não têm que ser nacionais? E os outros estados do nordeste, cadê a bacia do Guaíba no sul, bacia do Tietê no do sudeste, Pantanal no Centro Oeste e a Bacia Amazônica no norte?)
Clareira: R$ 2,4 milhão – Lindo! Mas também não é nacional!!?
Banco de Artistas: R$ 1,5 milhão – Lindo! Mas 200 artistas divididos por 27 estados, 7,4 artistas por estado. É isso.?!
Edital de rádios Arpub: R$ 500 mil – Lindo! Mas elas vão pagar direitos autorais ao ECAD?
Congresso: R$ 1,5 milhão – Lindo!
Capacitação + Exportação: R$ 1,9 milhão – Lindo!
Banco de Dados: R$ 1 milhão – Lindo!
Redes de Música: R$ 6 milhões – De novo pontos de cultura. Já não tem dinheiro para isso no Minc? Já temos redes, e mais redes formatadas pelos estados e municípios… isso poderia se reverter em algo mais urgente para a nossa cultura, como formação de músicos, formação de orquestras etc. e tal.
Acredito que ainda é tempo e é imprescindível a classe artística e musical se manifestar nestes editais de R$ 7 milhões, R$ 5 milhões, R$ 6 milhões, e que este dinheiro seja utilizado também para pagar os artistas , músicos e autores nestes festivais, mostras, shows, workshops, já que o resto, os festivais já estão contemplados, e já estão muito bem estruturados.
E, antes de mais nada e independente de qualquer coisa, precisamos que os artistas estejam nas curadorias, nas escolhas dos critérios, junto aos proponentes, de como, e para quem vai este dinheiro, e colocar todos segmentos da nossa música para serem prestigiados por estes editais, tais como: música Erudita, MPB, Instrumental,…e por ai vai.
Abs,
João Parahyba”
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Carta publicada na lista de discussão Rede Musica Brasil e liberada pelo autor para sua publicação no Scream & Yell.
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João Parahyba começou sua carreira aos 18 anos, na boate Jogral, em São Paulo. Como percussionista contratado da casa acompanhou artistas como Cartola, Clementina de Jesus, e participou de históricas jam-sessions com Hermeto Pascoal, Earl Hines e Michel Legrand. Uma dessas canjas tornou-se frequente: Jorge Benjor no violão, João na timba, Nereu Gargalo no Pandeiro e Fritz Escovão na cuíca. Nascia o Trio Mocoto formado para acompanhar Benjor no Festival Internacional da Canção de 1970. De 1970 a 75 o Trio Mocotó viajou pela Europa com Benjor, participou de gravaçoes como “Pais Tropical”, “Que Maravilha”, “Samba de Orly”, do LP “Força Bruta”, acompanhou Vinicius e Toquinho no show “Encontro” e lançou dois LPs com o Trio Mocotó.
Em 1981 foi para os Estados Unidos estudar composição e arranjo no Berklee College of Music (Boston). De volta ao Brasil iniciou uma sólida trajetoria como instrumentista acompanhando Ivan Lins e César Camargo Mariano. A partir de 1990 se envolveu também com produção e foi parceiro de Mitar Subotic, o SUBA, produzindo projetos independentes e participando da maior parte de seus trabalhos com Arnaldo Antunes, Bebel Gilberto e Edson Cordeiro, entre outros. Em 2000 reuniu o Trio Mocotó e começou a colaborar com artistas da cena eletrônica como DJ Marky, Patife, M4J, Anvil FX. Em 2004, com o Trio Mocotó lançando um novo disco, saiu em turnê por toda Europa. 2007 foi o ano do Trio Atlântico (com Pascal Lefeuvre & Carlinhos Antunes), que excursionou pela França e Espanha. Em 2008, comemorando 40 anos de profissao João Parahyba formou a banda Komanche’s Groove Band e o Quarteto Parahyba Jazz.
Incrível é saber que mesmo “exportando ” música para o mundo todo e tendo reconhecimento, os músicos brasileiros sejam tratados de forma tão tacanha. Justiça é uma coisa que independe do seu gosto musical e no mínimo seria um ato de boa educação com as pessoas que suam a camisa em nome da arte. E mesmo sendo DUAS COISAS DISTINTAS, fica a pergunta:
Como é possível no Brasil, cachês enormes pagos para atrações internacionais e os artistas nacionais serem ainda tão maltratados?
Dicussão que precisa começar aqui e não acabar, afinal de contas todos os dias somos invadidos com editais e ante projetos cheios de linhas que além de nada explicativas, sempre mascaram alguma coisa não muito coerente…….
Brilhante. Este modelo é irreal. Estamos todos ferrados, nós que escolhemos ser artistas. Somos agora funcionários públicos.
Bem, aqui em Minas é um tal de festa do peão, festa do gado, etc, tudo com grana pública, e quem toca? Ivete Sangalo, Zezé di Camargo, ou seja, uma evasão de divisas, com imposto indo pra Bahia e o caché dela dava pra contratar 500 artistas locais e divulgar a cultura mineira. É interessante reparar que nos festivais já estabelecidos fica um troca troca de favores, os produtores dos festivais empresariam bandas e fecham tudo na base do: Meu artista toca no seu festival que eu escalo o seu pra tocar no meu festival… por essas e outras que eu desisti da música, só como hobbie mesmo.
A questão seria delicada se não fosse bruta. Talvez a raiz do problema seja a mania que o brasileiro tem (tanto o povo quanto o nosso governo) de observar e organizar as coisas de cima pra baixo, emirilhando quem fica embaixo, o trabalhador. Na música, não é diferente.
Daí o artista, que muitas vezes deixa a esperteza de lado, também usa o esquema cima-baixo e tenta construir o seu público e sua carreira partindo pras “cabeças”, tentando se colocar naquele programa, naquele jornal, naquele site bacanão, no afã de virar hype ou qualquer porcaria. Acaba se metendo no ciclo da “eterna ajuda”, que é esse que o Parahyba fala, do “tamos te divulgando”, daí é a televisão te divulgando, o rádio, o myspace, o jornal, a casa de show… Todo mundo ajudando o artista pra caramba; não é difícil perceber que todos estão ganhando dinheiro em cima do artista, vendendo produtos usando a sua arte e o artista não recebendo nada por isso.
As coisas irão de mal a pior enquanto o governo não olhar pro trabalhador, a mídia não olhar pro genuíno artista nacional (alguém aí está farto de ler sobre “música enlatada”?) e o artista não parar de olhar pro hype e olhar pro povo.
[Yeah] !
Falou e disse tudo !! Ponto final,
te amo mestre!!
abração!!
Leonardo Testoni
Uma das opiniões mais coerentes que já li sobre o mercado cultural nos últimos tempos.
Grande Parahyba!
Simplesmente o músico mais corajoso de todos os escritos e publicações feitas nos últimos 5 anos…..
Sugestão: Entrevistão com o João…..talento de verdade….chega desses choramingões ai que só arrebentam a cena da música brasileira….
João é outro nível e tem conhecimento…….dissecou e calou a boca de muita gente e muito blogueiro e jornalista que fica puxando o saco de donos de Festivais independentes.
E olha que ele nem falou das comissões (diretorias) que essa galera ta ganhando de mão beijada no governo……são 6 diretorias……2 delas devem ficar atentas todas as bandas independentes…..pq é o dinheiro que o Governo ta dando para as bandas independentes….só que o chefão de Goiania e o chefão de Cuiaba já abraçaram….uma cada um…….é dinheiro que não acaba mais……(pra quem tem banda independente e quer tocar em festival sabe de quem estamos falando)
Tapa na cara da Abrafin, os vampiros travestidos de bonzinhos.
sou ex produtor cultural, já trouxe o joão para londrina, pagando cachê e tudo que ele merece, pois é trabalho, e trabalho tem que ser remunerado. isso que ele fala é a mais pura verdade, os edtais das empresas são cartas marcadas, com grande investimentos, com dinheiro público, isso é uma vergonha!!!
tem gente sobrevivendo um ano com dinheiro de um festival, não pagam cachê para as bandas as vezes nem passagem aérea, mas tudo pelo “social”, pela “divulgação”, pelo “independente”, tudo pelo “amor” a musica, até pq vcs sabem o independente não tem grana, hahahaha.
parei de trabalhar com o mercado de música, pois nào aguentava mais isso… vcs sabiam que a petrobrás, dá ou andou dando 100 mil reais para festivais independes do brasil, que não pagam chachês???
Fiz mais de 30 shows internacionais (fugazi, superchunk, buzzcocks entre outros), trabalhei num festival onde trouxemos trio mocotó, jorge ben, funk como le gusta, nação, entre outras 40 atrações durante 5 anos, todos com cachês pagos, inclusive bandas locais.
mas aí vc ve umas pessoas que só trabalham com dinheiro público serem reverenciadas, tidas como salvação da lavoura, é muita hipocrisia. mas eles tem seus méritos, pois conseguem unir o independente com a máquina pública, mas no fundo é sempre a mesma coisa, apenas defendem seus interesses.
O João está certo. O fato é que a situação de hoje está MUITO PIOR que a que vivíamos 30 anos atrás. Naquela época, reclamávamos pra burro, mas as Gravadoras produziam muito, os estúdios estavam sempre ocupados, colocava-se facilmente 20, 30 músicos numa gravação, todos recebendo cachês pela Tabela, havia shows e espetáculos com produção profissionais, e até tocar na noite, além de grande escola, era prazeroso e lucrativo. O fato é que tínhamos UM MERCADO MUSICAL no país.
Hoje, estamos vivemos das esmolas dos “projetos” – ou seja: deixamos de ter um mercado e passamos a viver sob a tutela do Estado ou, pior, das empresas que usam leis de incentivo (que incentivam mais o próprio marketing que a Cultura). O mais grave é que todas as iniciativas que se propõem são sempre paternalistas, para que nossa dependência aumente.
Eu trocaria tudo isso por um mercado cultural forte e livre, sem a demagogia dos “projetos” que somente nos tutelam e nos amarram, como se fôssemos cidadãos de segunda classe.
Parabéns, João Parahyba! E abraços a todos,
Marcus Vinícius
Caríssimo João
Vivemos numa subcultura e isso se reflete diretamente nas artes. Não somos, ainda, vistos como trabalhadores mas sim como Boêmios. É claro que somos também , aliás, bons e raros boêmios, porém esse traço aliado ao preconceito velado que existe sobre nossa profissão.
O que sofremos hoje, são de fato efeitos causados pelo preconceito, e pela miséria de razão e arte
que assola o Brasil.
Simone Guimaraes
Caro João Parahyba,
Seu texto reflete muito bem os desvios da política publica que está se promovendo no Brasil, ao confundir democratismo leviano com política cultural responsável e consequente, sob todos os aspectos. A criatividade tem que ser estimulada em sua diversidade, assim como a formação, a produção, a divulgação e, consequentemente, a profissionalização. Isso beneficia não só o artista e músico, como o cidadão, que é o público alvo de qualquer política. Não adianta se promover uma indústria de “revelações” se, o passo seguinte for abandona-las com seus sonhos e/ou ilusões. A fiscalização das emissoras de rádio e TVs que praticam jabá, não pagam direitos autorais etc, é uma obrigação do Estado e muito mais fundamental do que promover eventos. Sabemos o quanto é difícil, políticamente, enfrentar deputados e senadores que detém as concessões das emissoras. Isso vem se arrastando ha décadas mas é, sem dúvida, o maior gargalo da produção musical brasileira e o grande fator de censura da diversidade musical junto ao público potencialmente consumidor.
Abraços,
Ana de Hollanda
Parabéns, João. Com a Lei de Fomento ao Teatro, acontece algo semelhante, no que diz respeito a estatização do profissional. Certa vez arrumei uma briga terrivel com a Cooperativa de Teatro que queria proibir a participação de grupos não filiados à cooperativa no Festival de Teatro de Ribeirão Preto. Esqueceram-se de que os artistas foram, durante anos e anos, por sua conta e risco, contatar as prefeituras e trabalhar nestas cidades, tanto, a ponto de ser estabelecido um festival.Hoje o artista tem que “ralar” pra decifrar os ítens dos famosos Editais e tais.Acabam pagando para uma escoriazinha que se especializou nessa burocracia detestável, e que já tem cartas marcadas. O músico paga pra tocar, em todas as instâncias, desde a ilegal e brutal OMB, em troca de uma “caixinha”, mais conhecida como Cachet. Que é pago quando o contratante acha que sobrou um pouquinho. Sou música há 40 anos.
Não sou músico, mas apreciador aplicado. A coragem do Parahyba é resultado da sua ascendência, já que é bem nascido (herdeiro de uma importante indústria têxtil do Vale do rio Paraíba). Lembrou alguém que os maiores líderes revolucionários socialistas eram todos oriundos das classes privilegiadas, que lhes permitia o luxo de serem idealistas, enquanto os proletários tinham que dedicar seus exforços à obtenção do pão de cada dia, não podendo portanto lutar pelos seus próprios interesses. É o que acontece com os músicos brasileiros … Felizmente temos o Parahyba! A exelência de nossa música é, talvez, o maior patrimônio da nossa identidade enquanto nação. É importante, pois, que haja mais Parahybas, egressos ou não da classe média. Não vou continuar porque estava quase no ponto de citar nomes de amigos – grandes músicos também – mas que não tem se mexido em favor de sua classe embora tenham as melhores condições para isso. Fico por aqui, amargurado mas ainda esperançoso.
C.Guilherme Somlo
Não sei quem ele diz acabar com a iniciativa privada, certamente foi a própria indústria. Foi um suicídio. Agora, querem que exista iniciativa privada? Abram os bolsos e liberem o investimento. O dinheiro público é a forma de manter uma indústria que quer deixar de existir.
Parabéns à João Parahyba pela lucidez..
João tocou no ponto nevrálgico de uma situação que abrange músicos e artistas dos mais variados segmentos. Com a crise na indústria do disco e o encolhimento das grandes companhias no Brasil toda a cadeia produtiva do setor foi afetada. Conseqüentemente artistas, produtores e empresários nos últimos anos se voltaram para os editais públicos. No entanto esses se comportam como verdadeiros funis, não dando vazão para a demanda de todos os segmentos. Acaba sendo privilegiados, quase sempre, artistas de grande porte, dada a facilidade de retorno comercial imediato para as empresas patrocinadoras. A cultura ficou a deriva, a mercê de tecnocratas e marqueteiros sem nenhuma responsabilidade social, cultural e artística. O que está em jogo agora é a sobrevivência imediata do artista e conseqüentemente da música popular brasileira. Se já não podemos viver da venda de discos, se não há locais para tocar, e se apesar de escritos em editais, não conseguimos captar, como continuar a produzir musica no Brasil?
“No entanto esses se comportam como verdadeiros funis, não dando vazão para a demanda de todos os segmentos. Acaba sendo privilegiados, quase sempre, artistas de grande porte, dada a facilidade de retorno comercial imediato para as empresas patrocinadoras. A cultura ficou a deriva, a mercê de tecnocratas e marqueteiros sem nenhuma responsabilidade social, cultural e artística.”
E isso era diferente nas grandes gravadoras?
Não, acho que não era diferente quando reinavam as grandes gravadoras. No entanto elas movimentavam o mercado com os dólares que viam lá de fora. Sobravam uns restos por aí que dava para ir segurando. Migalhas, sem duvida, mas havia dinheiro e a cadeia produtiva funcionava. Sempre havia um jeito de fazer o que os gringos queriam e ao mesmo tempo investir na produção nacional. No inicio dos anos 80 com a geração do rock todo um mercado de trabalho para músicos jovens foi aberto. Casas de shows, programas de radio e TV, festivais e por que não mesmo dizer um intercambio de informação técnica para gravação e produção de espetáculos de médio e grande porte. O Rock in Rio foi uma porrada para as bandas nacionais. A defasagem de produção entre nós e eles era enorme. O Brasil a partir dali passou a entrar no circuito dos grandes espetáculos de musica. Empresas privadas, empresários viram que havia uma demanda reprimida e os investimentos aumentaram o que acabou beneficiando todos os segmentos. A situação hoje é diferente. O investimento privado minguou, como disse o João. E lá estamos nós de novo correndo atrás de migalhas, desta vez distribuída pelo Estado em leis de incentivos e editais; que não dão conta da demanda dos diversos segmentos e que acabam privilegiando mais uma vez os grandes artistas e os trabalhos mais comerciais. Naquela época já era difícil. Agora ficou impossível.
Resta saber se queremos o tal Estado indutor ou agencias reguladoras para o mercado e a cultura:)
Na boa, seguindo esse raciocinio, deveriam dar Rs1 (um real) para cada artsita e eles que se virem. Como faz pro dinheiro chegar mais diretamente aos artistas? Escolhe uns que sejam incrivelmente superiores que os outrso? Qual o critério? Existe algo mais democrático que os festivais? Tem festival de todo jeito. De MPB, blues, instrumental, tock, eletronico, misturando tudo… Eles são sim fundamental vitrine pra nossa música e são realizados com muito esforço. Pretensão do artsita se julgar mais importante que todo o circo que os cerca. A arte é mais importante que a luz elétrica então? Que seria dos artistas se nnao tivessem um monte de gente se mexendo por eles. Do emprsário à tia da limpeza. Todos tem que ganhar o seu. Se um festival for um sucesso, o que lucra a tia da limpeza com isso se não for paga imediatamente? E o sujeito que faz a instalação elétrica? Já o empresário e os artistas e suas equipes se beneficiam com o sucesso, já que ele gera mais oportunidades. Se na hora da conta apertar pra alguém, vai ser pra esses, e aí estão incluidos os organizadores dos festivais e os artistas e tal. Nunca o segurança, o fornecedor do palco, o bilheteiro… Se o artista não entende isso não tem o que fazer. Eu sugiro que todos os festivais encerrem suas atividades, já que são tão suspeitos e um colegiado de soberbos escolham os artistas que mais se considerem melhor que o resto dos mortais para ganhar um salário que tanto merecem, (se algum gênio não entender a ironia disso tudo, por favor, repliquem que eu traduzo.
Na real é o seguinte, tem muito mais artista que espaço pra eles. Se todas as radios resolvessem tocar todos os artistas, nao haveria espaco nas 24 horas do dia para isso, nem papel para os jornais e revistas, nem palco disponivel. Aí é a lei do esforço, da dedicação, do trabalho, da qualificação… e quando digo isso não quero dizer “fazer música boa”, digo fazer música significativa, como é o caso do nosso ilustríssimo João Parahyba e um tantão de gente boa que tem por aí. E é o caso dos que entendem os novos tempos tempos e lutam dia a dia por seu espaço, usando com inteligência os meios disponiveis, especialmente a quase infinita internet e as ruas, onde o público está. Músico que quer viver só de tocar ta ferrado nos padrões de hoje e isso não é condição imposta por ninguém. É pura realidade, Estamos tiodos no mesmo barcos, músicos, produtores, articuladores, técnicos e até executivos de grabndes gravadoras e pequenos selos, tentando reinventar um mercado em farrapos mas com grandes expectativas. Para vingar essa mudança é findamental que cresçam os festivais, as casas noturnas, as rádios alternativas, os caminhos de internet… que as grandes empresas invistam no setor fazendo seu marketing de amizade com seus consumidores, afinal eles, como os músicos, precisam ganhar com tudo isso. E isso é que se deseja, que toda a cadeia receba o seu, se para isso é preciso um certo sacrifício, que seja dos artistas, empresários e seus mais próximos, que são os maiores interessados nisso.
E nunca esqueçamos, cada um tem que fazer por merecer. Ninguém tem mais ou menos do que merece. merecimento é exatamente aquilo pelo qual a gente fez.
Mais uma coisinha… antigamente, para quase todo mundo agraciado com um contrato, as coisas andavam porque havia investimento por parte das gravadoras e empresários na carreira dos artistas. Se hoje esses personagens estnao praticamente desarticulados, quem irá investir? O governo? sim. A iniciativa privada que tem interesses terciarios na area? sim. ma s mais do que qualquer um deles, precisa se entender como investidor o próprio artista e seus articuladores, diretos beneficiários do lucro.
E por falar em governo e dinheiro público sempre dá margem para todos acharnmos certo ou errado dedicar dinheiro a isso ou aquilo. É certo dinheiro publico pra um show de medalhão? Não. A não ser que seja no intuirto de levar moa musica gratuitamente a quem necessita dela, que não tem acesso. mas no caso dos festivais, o que fazem o s grandes nomes? Atraem público para os pequenos, médios e quase lá viabilizando a existencia do mesmo. Podem ser aristas nacionais ou internacionais. Ou não? Aí as coisas já começam a ficar pessoais.
Um artsita então que nnao se enquadre nessa de medalhão pode pedir dinheiro publico ou misto publico/privado para embalar sua carreira? Seguindo qual critério? Opinião de quem? Se for a minha já aviso: dinheiro pro Trio MOcotó, OK; pro Oswaldo Montenegro, nem fudendo. E assim vai, né? O mundo da opinião é bronca.
o bicho sintetizou tudo o que eu digo e penso, só que de forma polida.
valeu, joão…
obrigado por ser mais um a se incomodar com esse tipo de coisa e publicar livremente o que pensa.
se todos os músicos tiverem essa coragem, as coisas melhoram pra gente.
mais uma vez, obrigado pelo texto.
sinceramente, com todo o respeito, acho uma sacanagem certo tipo de postura diante do quadro atual do mercado musical no brasil. primeiro, agora e “funil”, e dá-lhe pau nos editais, nas associações tipo abrafin, nos coletivos. como se esse tipo de iniciativa tivesse culpa do que está acontecendo, e não apresentando soluções. vai dizer que antes da derrocada do formato antigo da indústria, não havia funil? quantas dezenas, centenas, milhares de grupos não tiveram chances nos anos 50, 60, 70, 80 ou 90? citaria muitos que tivemos de resgatar da obscuridade histórica em nossas páginas. alguns hoje editados no exterior, itens de colecionador, etc. vai dizer que o critério da indústria era mais democrático do que o atual, dos festivais? por outro lado, o que preferem em lugar da ausência da indústria, a ausência também do estado? aliás, vamos lembrar que o grande difusor da música brasileira nos anos setenta, que me lembro, foi o projeto pixinguinha, que reunia artistas clássicos e os mais novos circulando pelo país. então, nada de novo no papel do estado, que aliás deveria ainda mais presente e eficiente. a abrafin, meus amigos, e tudo que veio junto e depois dela, é o maior feito dessa década em matéria de música & mercado. não fosse isso, ficariamos apenas chorando o leite derramado da velha indústria, que muita gente bebeu e agora vive a sindrome de abstinência. lamento, mas como disse o miranda, hoje músico tem que pensar em sua carreira como um todo, não tem mais gravadora, empresário, babá. ou se faz tudo de forma integrada, ou não vai rolar nada. e isso, citando novamente o miranda, não é culpa de ninguém, é da vida. a solução sim, não pode ficar esperando pela vida, mas precisa da nossa intervenção. e hoje, como disse no twitter outro dia, a produção cultural, musical, é tão importante quanto a construção de redes, plataformas…
Concordo em parte com o texto do João e em parte com a opinião do Miranda. Acho que a discussão será positiva se não se transformar em uma guerra entre produtores / artistas. Um depende do outro e se a coisa for para esse caminho, ficará, com a mais absoluta certeza, ruim pra todo mundo.
Tenho diversos amigos que trabalham com teatro que vivem a me dizer que músico deveria trabalhar com teatro um ano pra ver o que é não ter espaço de verdade. Mal ou bem, existem milhões de casas e festivais que abrem espaço para a música e analisando friamente, é isso mesmo. Só não concordo com a opinião de que “o artista lucra com o sucesso e com as novas oportunidades”. Se as “oportunidades” forem tocar de graça em outros festivais, o que vai botar comida na mesa desse artista de sucesso?
Acho que se o evento é patrocinado, vale cobrar que os artistas recebam a sua fatia sim. Assim como a moça da limpeza, ele também está trabalhando. Só é um trabalho mais agradável.
Se todos os músicos tivessem a coragem de ceder e se entender como parte do processo as coisas andariam, isso sim.
Enquanto isso continuam isoladamente negociando no varejo. Sendo únicos.
Já que pelo visto tá tão fácil pros festivais, casas, coletivos, qual a dificuldade para os músicos se organizarem e apresentarem suas propostas do que seria o ideal? Onde é que podemos achar uma entidade que represente todas essas indignações para que não seja mais um grito isolado?
O momento já não é tão novo apesar da estruturação ainda ser vivida. As pessoas já estão transmitindo e recebendo iinformações (internet) há mais de uma década, produzindo e divulgando livremente. Passou da hora de nos entendermos fora da lógica radio-tv, onde passivamente apenas recebíamos informações e engolíamos já mastigado (gravadoras), se o que estamos procurando é a sustentabilidade da nossa atividade musical.
Acho que se o financiamento dos festivais é oriundo de verbas e editais públicos, todos eles deveriam ser gratuitos. Só assim os produtores teriam um argumento plausível para não remunerar bandas e músicos. Se eles, produtores, com recusos e apoio públicos vão gerar lucros individuais com o festivais – no caso a bilheteria – porque é tão errado remunerar os artistas?
só pra esclarecer quem não me conhece: sou editor do portal senhor f, com 12 anos de vida, produtor de eventos de rock independente há 10 anos, pelo menos, e diretor do selo senhor f discos, junto com o philippe seabra, que lançou e lança artistas como superguidis, volver, beto só, sapatos bicolores, stereoscope, watson e los porongas.
É curioso como a opinião de todo mundo que ta batalhando no dia-a-dia, no mundo real mesmo, lutando pra reconstruir um mercado coincide. Isso é o conhecimento advindo da pratica, da realidade. Conversar faz bem pra todo mundo. podutores e musicos são a mesma coisa. Dependem do mesmo meio pra sobreviverem. Estamos juntos nesse barco e não em guerra.
Ah… um bom exemplo dos caminhos a serem seguidos hoje é o do China que, junto ao Mombojó, tem o Del Rey, uma empreitada de sucesso que permite aliviar a necessidade de forçar sua carreira em prol da subsistencia. É por aí mesmo. fazendo trampos paralelos, dando aula, sendo DJ, roadie, engenheiro de som, produtor de trilha… o que for. Até trampos fora da área para permitir que sejamos muito cudadosos com nossa carreira. Exigir de sua função de artista sua sobrevivencia é se comprometer com a venda, com o comércio e com as linguagem mais populares já que para ganhar mais dinheiro mais publico tera de atingir. Se temos outra fonte de renda nos desobrigamos de fazer tudo aquilo em que não acreditamos na area artistica. Legal, né?
Mas eu não vi ninguem falando em lugar nenhum que faxineira, segurança e etc não deva ganhar dinheiro. O estranhamento, bastante justificavel, é justamente o músico não ganhar. É só por causa do músico que aquilo ali está acontecendo. Se você deixar ali a estrutura toda e tirar as bandas, o que sobra? Agora, se você tirar a estrutura toda e colocar uma banda tocando numa praça com um gerador de eletricidade, o que sobra? Então é bem normal a interrogação gigante em cima da idéia de que o músico deva ir de graça. Não tinha um lance do cara aparecer, sei lá, no Gugu, Bolinha ou Chacrinha em troca de fazer shows de graça pros respectivos ao redor do Brasil? Acaba ficando com um cheiro meio disso o negócio.
Dá pra entender perfeitamente o raciocínio do Miranda e de muitos outros, da idéia de que aquilo é um investimento na carreira, etc, sei que é verdade. E eu sei muito bem o quanto custa transportar, hospedar e alimentar uma banda (não vou incluir nisso equipe porque essa nunca tá inclusa, né), e sei que é caro, e que dá um trabalho da porra coordenar o ir e vir desse povo, e cuidar do bem estar de todo mundo. Mas que é esquisito num evento musical que paga uma galera justamente o músico não receber dinheiro, isso é.
Aí a discussão já mistura tambem com o chororô de quem se sente excluído da boiada (ou seja, 99% dos músicos, como sempre foi e sempre vai ser). A solução pra isso tem três palavras, fácil de decorar: Faça Você Mesmo. Ninguem é obrigado a participar de festival ou desse circuito. E conheço gente que nem tenta, e se vira muito bem mesmo assim.
Será que o músico nunca vai entender que o mais importante na equação é o público, não ele? Se ninguém sentisse sede, água não teria valor nenhum. É insuportável ver músico que não dialoga com ninguém (vários deram o ar da graça nos comentários – obviamente, o João não se enquadra nisso) reclamando mais dinheiro. Quer grana? Vá trabalhar de peão, vender drogas, carpir mato… Se não existe demanda pela sua música, ninguém tem nada a ver com isso. Problema seu. Dê graças aos céus se algum produtor te chamar para tocar num festival com suas canções medíocres (não sei de ninguém genial e minimamente organizado que não esteja se dando bem com música em 2010). Se não quiser fazer esforço nenhum para movimentar a roda, beleza também. Só não encha o saco de quem está tentando fazer algo. Ou então se organize. Não é uma mamata essa parada de Abrafin? Monte uma igual! Infelizmente, nos 11 anos em que venho trabalho nesse universo, vi muito mais músico vagal do que batalhador. É por isso que sinto que uma Associação Brasileira dos Músicos Independentes nunca sairá do papel. Músico sempre pode se beneficiar de um momento de sorte, de algum medalhão gravar sua música ou de algo espontâneo do tipo. Já os outros profissionais envolvidos no processo não têm alternativa: ou ralam pra dedéu ou morrem de fome. É por isso que tem gente que reclama mais e gente que realiza mais.
Esse quadro que eu pintei vale para qualquer atividade. No jornalismo quem mais importa é o leitor, não o jornalista. Se ninguém tiver interesse no que você escreve (ou se o número de leitores for irrelevante), sinto muito. Você pode continuar fazendo porque quer, mas não pague de coitadinho. Nunca vi ninguém ter dó de jornalista porque ele ganha pouco ou faz hora extra de graça para grande jornal. Já do músico todo mundo tem de ter dó… É brincadeira!
“Quer grana? Vá trabalhar de peão, vender drogas, carpir mato… Se não existe demanda pela sua música, ninguém tem nada a ver com isso.”
Concordo completamente.
“Será que o músico nunca vai entender que o mais importante na equação é o público, não ele?”
Se é a equação cujo resultado é dinheiro, talvez, se não o mais importante, certamente muito importante. Se é a equação cujo resultado é arte, nem em um milhão de anos. A burrice é querer polarizar (se o cara não faz arte PARA o maior número de pessoas possível, faz CONTRA). fazer música e jornalismo são atividades completamente diferentes. Já entreter as pessoas e jornalismo podem ou não ter bastante em comum.
Numa boa, não sou produtor, não sou músico, sou apenas um entusiasta da musica independente, mais por gosto que por militância ou ganha pão, ajudo quando posso…entendo um pouco do lado do músico e do lado de uma casa de show, mas minha opinião é que em um festival as bandas devem ser pagas, ou que pelo menos não levem prejuízo e saiam com uma graninha pra cerveja. Creio que por mais importantes que sejam os festivais, quem dita tendência e nomes são as pequenas casas de show e bares que apostam em nomes desconhecidos e dão espaço e permitem que as apresentações aconteçam e, em geral, pagam pela apresentação. O festival é anual, apesar do grande trampo de meses, mas quem fomenta de verdade são os pequenos, os municipais…pois com a internet e as redes sociais, todo mundo no interior de SP pode chegar cantando em coro todas as músicas de uma banda de Belém e vice versa. Aí que entram os produtores locais, a midia em geral, tradicional ou independente, os designers que fazem os posters os assessores de imprensa que correm atras. Entra a vontade de fazer acontecer, de levar prejuízo na hora de pagar o cache,,,PQ? Apenas pra ter uma programação consistente, de qualidade, uma programação interessante, diversificada…isso não é uma pequena vitrine?
Acho que nenhuma banda quer arrumar uma grana preta em um festival, mas também nao quer sair no prejuízo. Somente isso.
Paguem o cache da banda! É fácil saber quando que elas cobram em geral…bastam alguns emails…para os produtores locais…ou pra própria banda…da vai de conversa, negociação….tudo se acerta. Todo mundo ganha, todo mundo fica feliz.
Mas o escudinho da arte sempre funciona, né?
Pra mim, a grande burrice é reclamar sem meta, sem propor nada.
“Mas o escudinho da arte sempre funciona, né?”
Essa metáfora eu não peguei, escudo contra o que, funcionando como?
“Pra mim, a grande burrice é reclamar sem meta, sem propor nada.”
Bom, até vejo razão nisso, mas to acostumado com a idéia de que a maioria das críticas (do mundo) vem sem a solução do problema, e nem por isso não estão levantando algo digno de discussão. A minha solução eu propus, ne, cada um que faça por si mesmo ao invés de protestar porque não entrou pro clube dos outros.
“Nunca vi ninguém ter dó de jornalista porque ele ganha pouco ou faz hora extra de graça para grande jornal.”
Zé Flavio, ganhar pouco é uma coisa, ganhar nada é outra.
No caso do jornalismo, acredito eu, quando se viaja para cobrir algum evento os custos são pagos pelo veiculo que o jornalista representa e em outras situações, não muito éticas, pelos organizadores do evento, mas não vejo jornalista profissional bancando do próprio bolso as despesas para fazer seu trabalho de informar. Sendo assim te pergunto por quê o músico que quiser alguma grana ou pelo menos as despesas pagas, deve ir carpir mato para esse fim ?
Se em um evento de música os músicos devem ir carpir mato, danou-se.
Posso eu lhe perguntar se, quando não houverem mais veiculos bancando jornalistas musicais, os mesmos irão carpir mato e bancar o jornalismo musical ?
Sem ofensas pessoais, apenas curiosidade. Ilumine-me por favor.
Miranda,
veja bem: quem escolhe as bandas dos festivais? Nao precisa responder, eu já sei, sao os donos dos festivais, a saber, Nobre, Capilé, Foca, etc….
Eles escolhem bandas que eles proprios gostam e acham merecedoras de estar nos festivais.
É o mundo da opinião, da opinião dos donos dos festivais. Isso é justo?
Se fosse iniciativa privada, não me incomodaria.
Mas é dinheiro público e não pode ser tratado dessa maneira.
Se a banda toca no festival feito com dinheiro público ela tem de receber, principalmente porque os projetos aprovados prevêem esse pagamento.
Outro ponto que gostaria de ressaltar é a cobrança de ingressos para os festivais. Se o festival é bancado com dinheiro público, nao se deve cobrar ingressos. Ingressos esses que, quando cobrados, são inteiramente embolsados pelos organizadores, tornando a atividade extremamente rentável para o organizador do evento, que teve todos os custos bancados pelo Governo (seja ele federal, estadual ou municipal). Hum ? Que negócio espetacular, hein !!!
Infelizmente a lei permite isso, não nego.
Mas não me venha com esse papo que todo mundo lucra. Quem realmente lucra é o esperto que faz o festival, que se benificia de uma lei mal feita e de pouca fiscalização.
Que ver neguinho fazer festival com dinheiro do próprio bolso e ainda lucrar com isso..
O dia que isso acontecer eu vou aplaudir.
Por enquanto, apenas gostaria que os festivais apresentassem sua contas publicamente.
Jonathas
KKKKKKKK !!!!! Esses argumentos do Ze Flavio são uma piada.
Gostaria de saber se ele paga do próprio bolso a passagem pro Goiania Noise ?
Eu juro por deus que não sabia disso quando mencionei o lance da banda com um gerador na praça:
http://www.rocknbeats.com.br/2010/04/21/rafael-castro-um-terrorista-contra-a-cena-independente/
Por enquanto, apenas gostaria que os festivais apresentassem sua contas publicamente. [2]
Aqui em Sorocaba/SP várias bandas se juntaram e compraram um gerador, faz um bom tempo, tocam em qualquer lugar e tem um roteiro que passa por vários bairros da cidade, trazendo bandas da região e as vezes até de fora e estão expandindo sua abrangência. Recentemente o INI (Sorocaba) tocou em plena Av. Paulista em SP, bem na “hora do rush” sem autorização legal nem nada, com verdadeira atitude guerrilheira…esses caras estão ralando, não precisam “carpir terreno” nem devem. As bandas devem parar de valorizar tanto os festivais e focarem nas pequenas casas de shows, espalhadas por todo o Brasil…já existe um circuito se formando.
O que eu queria deixar de opinião aqui, é que, independentemente de qualquer coisa, essa é uma discussão que merece transpor os “limites” desse blog. Me impressiona um músico do patamar do João, que, tenho quase certeza, já tem o seu sustento vir a público e dar um depoimento desses em nome de todos, num cenário onde reina o egoísmo, o “farinha pouca…”. Enquanto continuarmos nesse “cabo de guerra” a tendência é só a piora.
Só queria responder ao José Flávio Júnior…
Quando você diz:
“Se não existe demanda pela sua música, ninguém tem nada a ver com isso. Problema seu. Dê graças aos céus se algum produtor te chamar para tocar num festival com suas canções medíocres (não sei de ninguém genial e minimamente organizado que não esteja se dando bem com música em 2010).”
Sabemos todos que tem muita música boa por aí que não tem “demanda” porque não consegue “aparecer”, ao passo que muita música “medíocre” é embutida em nossos ouvidos por “formadores de opinião” que, em alguns casos, são pagos pra prestar tal “serviço”.
JOnathas vive em que planeta? Que festival é “extemamente rentável”? Não devemos estar falando dos mesmos. Vc está falando do Planeta Terra? Do Vivo não sei que lá? To falando do Bananada, do Abril Pro Rock, desses independentes… Não são poucas as vezes que terminam com um prejuizo danado pros organizadores. E mais, eu nunca falei que é errado pagar cachê, só falo que quem faz um festival tem lá seu know how de como fazê-lo da melhor maneira possível para que os números não fiquem no vermelho e, se possível, o mesmo ganhe uma graninha amiga pra dar vontade e coragem de realizar outro. Confesso que eu não teria a manha de me meter numa empreitada dessas. Ainda mais sabendo que se eu oagasse cachê para todos, mínimo que fosse, sempre haveria um movimento (mesmo que esciulhambado) por melhores cachês nos festivais. É sempre assim mesmo. Fazer, que é bom, nada. Porque cada músico reclamão não organiza pequenos festivais no seu pedaço? Isso sim ia ser legal. Todo mundo realizando por todos.
Quanto ao Rogério, casa de show não abre porta pra quem não tem o minimo de publico. Tanto que chegam a exigir que a banda compre um numero X de infgressos para poder tocar lá. Para chegar numa casa tem que estar falado no pedaco. Geralmente se inicia no cirtcuito abrindo para alguma banda amiga mais cinhecida ou se vem elogiado pela imprensa. Para chegar aos festivais o processo é bem parecido, chegando a cruzar. Os formadores de opinião elogiam o que viram nos festivais e as casas absorvem ou exatamente o ciontrario. As duas vias são possiveis. Internet ajuda muito no processo e precisa ser bem usada.
A real é que de tudo que se ouve da produção musical independente, no máximo algo entre 5% e 10% tem futuro. Quem decide isso é o publico, os formadores de opinião, os festivais, as casas noturnas mas antes de tudo isso o talento, a vontade, a disposicão, a dedicação e a verdadeira paixão do artista pelo que faz. Até a sorte entra no jogo.
Confesso que hoje as coisas estão bem boas para o novo artista, muito melhor que em qualquer momento que eu ja tenha vivido. Muito mais liberdade e disponibilidade de meios para realizar e divulgar seu trabalho. Junto a isso muito mais responsabilidade. E o que se vê? Muita gente desinformada, desligada do que acontece no mundo da música, gente que não busca conhecer musica de verdade, que não esta disposta a batalhar a sério. Não é em alguns meses que as coisas vao rolar (se derem muita sorte pode ser; mas também isso é um perigo, tendo que amadurecer as vistas do publico). Neguinho fica numas de celebrity show, bbb essas porras.. Mundo real é outra coisa. Tudo tem peso e medida. E se o mundo hoje ta cheio de musica boa, ta empestada das piores coisas de todos os tempos. To certo ou to errado?
Show de bola essa discussão toda. Parabéns ao Parahyba pelo texto elucidativo e ao Marcelo por ceder o espaço. Legal.
Só gostaria de deixar um pitaco, leigo que sou. Leigo, mas metido e interessado.
Deu para sacar uns lances: realidade mercadológica, discursos políticos, conversas moles e corporativistas de ambos os lados, blablablás, lamentos, choros e velas…
Tô com o José Flávio Jr.
Quem disse que artista ou qualquer ser vivo merece privilégios? E mais grave: que merece dinheiro público?
“Ah… Mas não me pagam nada para tocar… Tudo sai do meu bolso… Não é justo… ”
Se alguém disse que a vida é justa, mentiu…
Quer dinheiro público? Já pensou em estudar para algum concurso público? E outra: em se tratando de poder político e econômico, quem disse que o público e o privado são dissociados?
Sempre vai haver espaço para gente talentosa. Se não houver, o talento cria o espaço. Lemmy era roadie e montou uma das bandas mais foderosas da história. É uma exceção, concordo. Mas quem gosta de regras?
A realidade é essa. O sistema econômico é esse: oferta e demanda.
Se ninguém te quer, de quem é a culpa?
Mas a gente não está falando de cache pequeno vs grande, ne. Estamos falando da diferença entre zero e alguma coisa. Zero. O resultado dessa conta é o infinito.
“Oi, quer tocar neste evento? Vai ter gente pagando pra entrar, mas seu cache é R$ 0,00, independentemente da bilheteria, tudo bem?”
Tem alguem realmente perplexo que isso cause mal estar?
Acho foda que se passe a idéia de que o músico está cheio de soberba e se achando um gênio porque ele espera não ter que PAGAR pra tocar, e acha que tem que receber alguma coisa por isso. AS PESSOAS ESTÃO LÁ PRA VER SHOW. Normalmente pagaram por ISSO. Música ao vivo. Senão ia todo mundo pra balada ouvir som mecânico e tava tudo certo.
Quando eu era moleque a gente achava que o cara metido a estrela era aquele que pedia as famosas 200 toalhas brancas no camarim, hoje em dia bastou um monte de gente achar que não deve tocar de graça pra dizerem que fulano não tá sabendo seu lugar, se considerando gênio da raça, etc. Logo mais quem não quiser chegar as 5 da manhã pra montar palco e estrutura de som por si próprio vai ser considerado metido. E se a coisa for assim até o as últimas consequências, em algum tempo cada um vai montar seu proprio palco, PA, bilheteria, vender sua propria cerveja e varrer tudo depois.
hmm… pensando bem…
ops, errei a conta
“Porque cada músico reclamão não organiza pequenos festivais no seu pedaço?”
Organizei dois festivais de pequeno porte no ano passado, sob a marca do meu selo virtual (a Sinewave). Duas edições, dois dias cada, três bandas por dia. As duas edições foram na Livraria da Esquina, em São Paulo. Pagamos os custos do nosso próprio bolso (em torno de mil reais por edição, incluindo fotógrafo, técnico de som, gravação de áudio, impressão de flyers). Daria pra fazer por menos – fotógrafo não precisava ser profissional contratado, podia ser o brother com uma câmera barata; e gravação de áudio foi um capricho meu. A casa oferecia a estrutura básica (bateria, amps etc) e não tivemos custo com isso.
Combinamos com as bandas de dividir a nossa parte da grana do ingresso igualmente entre selo e bandas. Fiz questão de pagar todas as bandas. Elas toparam e ficaram felizaças com o convite, mesmo sabendo que o cachê seria simbólico. Só teve uma mudança de última hora – nas duas edições, eu e meu sócio decidimos abrir mão da nossa porcentagem pra ajudar no cachê das bandas que vieram de fora. Esse dinheiro não cobriria nem 10% do nosso prejuízo, mas poderia cobrir 50% do das bandas. Ao mesmo tempo, as bandas de São Paulo abriram mão do cachê pra ajudar a pelo menos pagar os flyers e o técnico de som.
Insights sobre a experiência:
1) É relativamente fácil fazer um festival de pequeno porte. Basta um pouco de grana, boa vontade, um lugar com estrutura pronta e as bandas. Se eu fiz, qualquer um faz.
2) Foi do caralho ver algumas bandas se sacrificando por um resultado em comum. Se alguma banda contactada tivesse agido de uma maneira mais, sei lá, “profissional”, cobrando um cachê mínimo porque “sabe como é tenho custos e tenho que valorizar a minha arte”, sinto muito mas essa banda não teria entrado. Eu não teria condições de arcar com mais essa despesa. Todas as bandas entraram pela causa – incluindo aí o Macaco Bong, que nos deu uma puta aula de humildade.
3) Tenho um puta orgulho em ter gasto mil reais pra fazer dois festivais do caralho, e ter aberto mão da nossa receita em favor das bandas. Porque eu acho que elas mereciam aquele dinheiro mais do que eu. Eu sabia que ia sair no prejuízo desde o primeiro dia, elas talvez não soubessem. E outra – não consegui o mínimo de mídia que essas bandas mereciam. Mandei releases pra um monte de veículos e ninguém se interessou pela pauta – culpa minha que não sei vender esse tipo de coisa.
Valeu a pena esse esforço todo pra um prejuízo desses? Pra caralho.
Por que falei tudo isso:
1) Não sei se teria coragem de organizar um festival do porte do Calango. Não consigo imaginar o trabalho e o stress que esses caras têm pra fazer um festival desses acontecer.
2) Tem bandas que entram nessa pra adicionar valor, outras pra extrair o que lhes é de direito. Tá certo. Umas incentivam o idealismo, outras não muito.
E 3) Se eu ganhasse grana de incentivo privado ou público, os primeiros que se beneficiariam desse dinheiro seriam as bandas. É o mínimo.
Mandou bem demais o Elson com seu depoimento e com sua atitude de parceria com as bandas. É issae. Mas aposto que tu nem falou numeros porque são realmente muito baixos, né? Imagina numa estrutura gigante. E imagina os 6 meses de trabalho dos organizadores pra não ganhar nada depois… Nada fácil. Eu vou até parar de falar antes que eles parem de fazer festival. Aí fode tudo de vez.
Curioso isso… Se o Bananada, o Abril pro Rock, e o Goiânia Noise por exemplo NÃO são festivais rentáveis, como justificar a realização dos mesmos? Eu não sou muito esperto, mas imagino que EMPRESA ou EMPREENDIMENTO que fecha sempre no “vermelho” QUEBRA. Será que os produtores destes festivais estão tirando grana do próprio bolso, ou trabalhando sem receber um centavo sequer por isso, em nome da música independente? Isso é que é nobreza, hein!
Tem muita gente ignorando o básico aqui… Tocar SEM RECEBER CACHÊ é uma coisa, PAGAR PRA TOCAR é outra bem diferente. Estou com o Bernardo – acho incrível que se passe a idéia de que o músico está cheio de soberba porque ele espera não ter que custear DESPESAS DE PRODUÇÃO – como translado, alimentação e hospedagem.
O Miranda (profissional por quem tenho a maior consideração) por exemplo, esteve aqui no Recife em 2008, num ciclo de palestras promovido pelos organizadores do Abril pro Rock. Não recebeu nenhum cachê por sua participação no evento, mas precisou custear sua passagem do próprio bolso?
Pra que eu não seja injusto, admito: Não são TODOS os festivais que adotam esse tipo de prática. O próprio Abril pro Rock remunera do artista à tia da faxina, por exemplo. Quem dera fosse uma regra…
Po se o cara organizar um festival com tanta verba pública sair no preju então o cara tem mais é que se foder mesmo, ou ele se faz de vitima pra embolsar uma bolada e passar o ano tranquilinho? Se não valorizar a música vai acabar virando tudo uma merda, e enquanto os festivais pagarem mais pra jornalistas cobrirem do que pra bandas tocarem essa merda vai continuar
Existe uma inversão de valores alimentada talvez por esses tempos de “celebridade way of life” onde ficou fácil colocar o músico como um calouro que faz qualquer coisa para participar do programa e se não se porta como tal, passa a ser visto como uma espécie de anti-revolucionário, sabotador cheio de soberba, etc…..
Isso é nivelar todas as bandas como um trabalho de adolescente querendo pegar mulher e brincar de rockstar ou melhor, pobrestar.
À parte a questão de cachet, várias pessoas aqui já manifestaram a questão principal que é a de não haver verba de transporte para as bandas. O esquema é, achamos sua banda legal, vc foi aprovado, “vem aí”.
O Mirando colocou
“Ainda mais sabendo que se eu oagasse cachê para todos, mínimo que fosse, sempre haveria um movimento (mesmo que esciulhambado) por melhores cachês nos festivais.”
Então é melhor que nunca paguem nada mesmo pois esses músicos vão ficar mal acostumados e achar que o trabalho deles tem algum valor em um show musical.
Talvez seja esse o motivo de não haver transporte também. Não se pode mal acostumar os músicos.
Pegar uma grana de edital e colocar 70% das bandas se AUTO BANCANDO e cobrar ingresso não é difusão de cultura. Se o proponente não colocou nos custos nem o transporte das bandas são elas que tem de se virar e ainda agradecer e temer que parem de fazer ? Ah, faça-me o favor…..
Se tirarem do cartaz todas as bandas que não recebem nem ajuda de custo para transporte, os festivais se transformariam em shows normais de headliners e qual é a diferença disso para pegar milhões para uma tour do Caetano Veloso, por exemplo ? Nenhuma.
Para que isso não pareça papo de quem tá na poltrona, tá aqui nossa experiência com esse esquema.
http://dynamite.terra.com.br/blog/jukebox/
Bancamos passagens, não recebemos as vendas de cds e fomos limados do documentário do festival após viajar 3600 km de ida e volta. E não só nós. Todas as bandas de SP nem apareceram no documentário.
Querem que a gente contribua com mais o quê ? Uma força para pagar o P.A. já que vamos usá-lo ?
Se algum dos super heróis difusores da cultura quiser pagar nossos cds ou devolvê-los, já que eram a única grana que receberíamos para amenizar o custo, o músico anti revolucionário, mal acostumado e cheinho de soberba aqui, agradece.
Apesar de que, como diz o José Flavio Jr, “deveríamos dar graças aos céus se algum produtor te chamar para tocar num festival com suas canções medíocres (não sei de ninguém genial e minimamente organizado que não esteja se dando bem com música em 2010).”
Bem, eu sei de uns tantos musicos geniais que não estão se dando bem e de vários medíocres que se dão bem mas o caso aqui não é atribuir juízo de valor ao vento, genericamente, não ? Talvez algum jornalista genial e bem organizado, deva estar se dando bem em 2010 mas isso também não é regra.
Concordo com o Miranda que hoje está muito melhor, mas pelas condições de produção da música e arte em geral bancada pelos autores e não pelas condições de shows.
Minha mulher é fotógrafa de palco desde os 70’s, 1º filme foi o Alice Cooper em 74 e já pediram um zilhão de fotos dela para um livro bancado por edital mas sabe…. Tinha grana para tudo menos para a fotógrafa. Virou moda isso. Todo mundo merece ganhar mas artista vive de créditos.
Conheço o outro lado da moeda pois além de produzirmos vários dos nossos shows, quando adolescente, lá por 1981, minha família tinha uma produtora de shows e fizemos vários como Moraes Moreira, Hermetto e Sivuca e afins. É foda sim planejar por meses e fazer virar um evento. Dá erro de cálculo, muitas vezes dá prejú mas não eram os músicos que arcavam com isso e estou falando de evento sem edital com os custos bancados pelo governo. Tô falando de gente que se arriscava de verdade e sabe ? rolava.
E rola hoje também, desde que vc faça dentro da sua capacidade e não para inglês ver um muro fantasioso e heróico sem ser justo.
Não torço para uma derrubada dos festivais mas torço por uma adequação onde no mínimo os editais banquem o custo de levar o artista.
E, no mínimo mais respeito por parte de formadores de opinião como alguns jornalistas musicais que também dependem do que a gente produz para comerem e dependem dos que estão começando hoje para haver futuro.
nem mercado privado nem tutela do estado. sim temos que dialogar com o estado, ele tá aí. discutir problematizar seus equívocos ao mesmo tempo em que buscamos uma autonomia individual e coletiva que escape de toda tutela, empresaial político-partidaria e estatal. cochilamos enquanto estávamos no século passado. os meios mudaram, os tempos mudaram e muitos de nós fomos ficando no passado.
bom o toque do parahyba. um grande alerta. vamos ver se nos conectamos para trabalhar novos paradigmas.
de olho na propostas do estado, para discutí-las e pau nos oligopólios da comunicação. guerrilha artística: criação e invasão de espaços. novos meios de difusão e comunicação. política viral.
o capital, e seu sustentáculo, o estado se apropriam de tudo. vamos brocar!!!!!
Algumas linha depois de ter investido meu descanso lendo esta discussão quente:
1) Razão para todos. Esta mais fácil, ei! ninguem falou que o Parahyba mencionou lá umas dezenas de milhões de reais em editais que vão irrigar a cadeia da música. Até outro dia era privilégio de diretor artistico fazer uso de dinheiro deste porte. Também esta mais dificil, existe muito mais gente se aplicando para ser artista e isto gera a tal oferta maior que a demanda, até chegar ao ponto, de pagar para aparecer. Tenho dúvidas se é papel do estado vir dizer que músico só toca se houver cachet. Isto é uma negociação permanente e é melhor que seja assim, enquanto for uma atividade do músico como dono de seu negócio. Quem quer piso acaba ganhando teto…
2) É dificil para qualquer um imaginar o custo da infraestrutura que nos rodeia e que aparentemente é paga, regiamente paga enquanto eu tenho de me virar para sobreviver. O custo do asfalto, da eletricidade, da agua, da escola primaria, da saude, todos os fornecedores e suas empresas, funcionarios e muitos impostos para pagar, etc etc A música coloca-se ai como mais uma atividade que se beneficia da infraestrutura. A infraestrutura, o asfalto para a música, de alguma forma se desenha neste editais, na criação de alguma, qualquer uma, politica para a Música. Até ontem de manhã a politica era a do mercado fonografico, a da industria dos generos de massa, dos empresarios donos de banda, do mercado internacional que vem fazer extrativismo aqui. Portanto, esta melhorando e apoio todos os que dizem isto. A música, os músicos, todo mundo vai se beneficiar se for investido dinheiro na infraestrutura.
3) É muito facil vir agora nomear os primeiros possiveis beneficiarios do primeiro possivel movimento em prol de estruturar a música. Acontece, justiça seja feita, que estes são os que tiveram tino para se organizar de um novo jeito, sem depender de ninguem, `a sua maneira, e ja faz muito tempo isso. Por isto, e só pro isto, por mérito de seu trabalho realizado, conseguiram se colocar em posição de serem vistos como interlocutores pelas prefeituras, pelas secretarias, pelos orgãos governamentais, depois de um longo periodo num longo processo que aparentemente culmina agora. Menos, bem menos nas criticas a eles. Voltando ao inicio, cobrem seus cachets, é simples. A competição continua, e torcemos para que hajam cada vez mais contratantes.
E fiquemos de olho porque isto é saudavel, ajuda a manter na linha.
4) Música, Politica, Educação e Economia. Estes temas vão se entrelaçar muito daqui para a frente. O Estado faz parte do show business. O show business vai precisar se educar, aprender a ser gestor de coisa pública. A Música vai exercer seu papel politico e não estou falando do seu papel eleitoral! Numa sociedade onde as coisas de valor se desmaterializam, onde informação , opinião, amizade, reputação, tudo isso vira Cultura e vira Produto Nacional Bruto. A Música é o carro chefe, a lingua que todos falam, e os músicos vão precisar de toda a ajuda de todo mundo que partilha do ideal.
Bom sábado, Parahyba!
Xando…Palmas!!!
Valeu, Parahyba!
O que aconteceu hoje em dia é uma puta inversão de valores.
Tão querendo fazer bolo sem farinha.
Em uma época não muito distante quando os festivais não eram articulados entre si e não tinham nenhum apoio público, valia a idéia do sacrifício pelo bem comum.
Mas mesmo após a criação da Abrafin, que batalhou merecidamente por mais recursos (verbas públicas), os festivais mantém o mesmo discurso. E sempre saindo como coitados da situação. O mínimo que deveriam fazer era abrir as contas publicamente, quando têm verbas públicas, ao fazerem essas propostas indecentes.
Assistindo a uma das mesas redonda do Conexão Vivo pela internet, da qual participava o Pablo Capilé (vice-presidente da Abrafin) ficou claro que existe alguma coisa errada. A primeira pergunta que chegou por SMS foi justamente abordando esse assunto: “O festival é o novo jabá?”. Na resposta se notava um nervosismo daqueles que vemos ao questionar esquemas excludentes, que beneficiam poucos com muito dinhero. Alguns argumentos do rapaz até que faziam sentido de uma maneira deturpada da realidade colocada.
Para piorar, Fabrício Nobre que estava presente na platéia pediu a palavra, pois ao colocar o nome da Abrafin em jogo nada mais justo que o atual responsável pela mesma pudesse demonstrar o contrário. Aí que a coisa piora, só um discurso furado de que todos os festivais da Abrafin pagam cachê e custos. O que é uma grande mentira, basta lermos a entrevista do Rómulo Fróes aqui no Scream Yell, transcrevo o trecho:
“Então ele (Fabrício Nobre) me escalou pro Bananada (em Goiânia), e me mandou um e-mail longo dizendo o que eles não davam, que é nada. Basicamente era um cachorro quente e um translado.”
Pra mim fica claro que existe uma grande maracutaia nisso tudo. E acho que a coisa fede mais ainda com o Fora do Eixo, uma grande politicagem.
Palavras de Jomardo Jomas do MADA:
“Um grupo está aproveitando para colocar muitos festivais para servirem de massa de manobra em negociação com o poder público e conseqüentemente o fortalecimento pessoal de alguns membros da associação e do grupo a que pertencem. O que vemos hoje é todos trabalhando para alguns, enquanto o correto seria todos trabalhando para todos. Muitos critérios utilizados por essas pessoas não são claros”.
E ai de quem questionar o andar da carruagem, pois será ofendido, enforcado e excomungado de um sistema capenga que está se erguendo as custas do dinheiro público. Vide exemplos do China, Terrence Machado e do próprio João Parahyba.
Que fique claro aqui que crítico festivais e eventos que possuem injeção de dinheiro público.
Deixo alguns links aqui:
http://programaaltofalante.uol.com.br/index.php?master=colunas&sub=esquemanovo&ac=2&id=215
http://www.laboratoriopop.com.br/combustao/o-racha-dos-indies/6
http://www.laboratoriopop.com.br/combustao/abrafin-no-foco/8
http://www.laboratoriopop.com.br/combustao/abrafin-no-foco/9
P.S: Para todos os outros, shows e festivais feitos na garra e coragem, por iniciativas individuais ou coletivas, defendo a parceria entre produtor e artista no sacrifício comum. Contanto que fique desde o começo tudo as claras.
Miranda,
se o Porao do Rock , o Goiania Noise , o Do Sol, O APR nao são rentáveis, então como é que pessoal tá vivendo. Fazem isso há 15 anos. Já deveriam ter morrido de fome.
Cara, todo mundo sabe que a verba pública paga todo o festival e o toda a bilheteria vira lucro liquido. É dinheiro limpinho no bolso do dono do festival.
Vamos fazer uma conta básica: 3 dias de Abril Pro Rock, com total de 5 mil pessoas e ingresso a 30 reais. Dá 150 mil, velhinho. Puta grana. E fiz as contas por baixo.
Esse papo que festival dá prejuízo é conversa pra boi dormir.
Quem trabalha de graça é relógio.
Fora Lula.
Viva o Pavement.
@Pedro
“E ai de quem questionar o andar da carruagem, pois será ofendido, enforcado e excomungado de um sistema capenga que está se erguendo as custas do dinheiro público”.
Concordo em gênero, número e grau… Fizeram inclusive questão de desqualificar as matérias do Laboratório Pop que instigavam o debate sobre o ”modus operandi” dos festivais.
Teve até curador de festival desmerecendo o trabalho portal via twitter por conta desta matéria aqui:
http://www.laboratoriopop.com.br/combustao/abrafin-no-foco/13
Fica a dica pra quem quiser dar uma conferida na música: ” A ABRAFIN NÃO LIGA PRA MIM ” – disponível no http://www.myspace.com/planetarockstar
É indigno pagar para tocar, é revoltante tomar prejú, é loucura organizar uma furada, é enlouquecedor ver o Calypso enriquecer…
Entendo tudo isso.
O que não entendo é que a última grande música no pop/rock brazuca seja Anna Julia.
Como sabiamente disse o Marco Antonio Araujo, a classe média não tem talento.
E esse é o ponto. O que está faltando é aparecer um talento fodido e desbocado dizendo com todas as letras: EU SOU FODA. O MARCELO CAMELO É UM QUADRÚPEDE. O CATATAU É NANICO, DIGNO DO APELIDO.
Se isso acontecesse, não daria dois anos para o cenário florescer. O ser humano é competitivo. A música pop cansou de nos dar exemplos disso e de como isso pode ser maravilhoso.
Só está faltando um novo Renato, um novo Cazuza, um novo Lobão – um novo Gessinger, que seja.
Por fim, entendo também a dificuldade de criar e se bancar e se empresariar.
Um argumento legítimo, sem dúvida. Pena que haja tanta gente insensível por aí, não é mesmo?
Acho que “talentos fodidos” existem vários. O que não existe é o mesmo cenario em que o Marcelo Camelo surgiu. Será que Anna Julia teria o mesmo sucesso hoje sem a carga de jabá que a Abril “investiu” na música? E será que muitos desses artistas discutidos aqui não teriam o mesmo sucesso se não tivessem tal investimento? O cenário era outro. O problema é que as pessoas querem comparar sem precisar o momento histórico de cada ato. Tanto que o Marcelo Camelo não existe mercadologicamente hoje.
Mais um link:
“Será que a música independente começa a construir seu próprio valerioduto?”
http://programaaltofalante.uol.com.br/index.php?master=colunas&sub=esquemanovo&ac=2&id=215
Jonathas, eu então sou relógio; vivo trabalhando de graça. nesse minuto mesmo, escrevendo essas linhas. O que me importa que entendam meu ponto de vista? É só vontade de ver as coisas funcionarem, fazer a cena dar mais certo. Que é bom pra todos. Até disco de graça eu produzo, quando acho que o artista merece.
E outra coisa, vai aprender a fazer conta. Se acha que com 150 mil faz um festival pagando tudo, faz me rir.
Na real, to cheio de tanta burrice. Vou parar de ler e escrever aqui. O outro lá deu uma sugestão boa: tirar o nome dos que tocam de graca dos festivais dos cartazes. Deviam tirar logo dos festivais. Botar só banda foda. Por sinal a banda Pedra, do Xando Zupo aí, é muito da tosca. Devia dar graças a deus por ter sido chamado pra um festival. Na real, pra maioria dessas bandas ruins que tem no Brasil deviam era fazer um festival no inferno e deixar todas lá.
nego se fode todo pra fazer um festival por idealismo e querer ver a musica independente andar e tem um monte de pau no cu chiando. Enchi o saco. Tomara que acabem os festivais e todos se fodam. Até o Terence ta desconfiado dos festivais que ele tanto foi e sabe muito bem como funcionam.
Quanto a Laboratorio pop e MADA nem vou falar. Ou melhor, sugiro mesmo que esses artistas tão lúcidos e esclarecidos vão se enturmar com eles. Ah… podem enturmar com o Finatti também. Grande firmeza!
E parece que ninguém leu o que o mestre Pena Schmidt escreveu. Sabe tudo.
Ah… a banda do Bernardo, Elma, é muito boa.
mais… se os festivais continuarem existindo, tomara que consigam pagar cache pra quem merece. e eu só volto a falar nesse assunto se me pagarem. Minha consultoria custa caro agora. hehe. vai ver pagando alguém entende o que to falando.
Cansei dessa conversinha eleborada e educada. vai todo mundo tomar no cú!
hehehehehe
hehehehehehe.
Não tão tosca quanto a sua resposta, Miranda. Mas como “Isso é muito tôsco, veinho !” deve ser a única frase que você conhece então dê você graças a Deus por descolar uma vaguinha no ídolos e ajudar a difundir a boa música no país. hehehehe
Mas é melhor ficar por ali mesmo pois, sabe ? Se for esperar receber qualquer coisa pela sua “consultoria” tá no lugar errado. Infelizmente não colocamos no edital nem a despesa com o seu transporte mas….vem aí, rola um traslado do aeroporto até o evento e um cachorro quente.
Quando você aprender a lêr um texto e debater com seriedade e educação podemos voltar a falar.
Ah, cu não tem acento. Seu tôsco! hehehe
Não tem acento o seu, que o meu ta intacto. Bem… substituo tosca por ruim e pretensiosa, que tal? E va lavar a boca pra falar do meu ganha-pão, que graças a ele tenho tempo de colaborar com muita gente que precisa e merece. Até mesmo escrever aqui. Pense bem antes de falar assim com um senhor de idade, que tu não vale uma lasca de chulé meu. Vai aprender algo nessa vida. Ah… e tá me devendo 100 reais por essa resposta
Putz.. pior que tua banda nem é ruim ou pretensiosa ou tosca, Xando. Só é ingênua e meio sem noção. E é até legal. E também notei pela tua entrevista que tu é um cara que tá junto repensando mercado e batalhando sério. Te digo, seja feliz com teu som e tua parada. Te zoei que to mesmo de saco de cheio de tanta gente que não tem noção das coisas. E não acho que artista não tenha que ganhar cachê. Pelo contrario. Quero que todo mundo ganhe sua grana. Só que realmente tão indo pra cima de gente que faz muito por todos nós e não consigo aceitar isso. mas é normal estar todo mundo confuso nesse momento. Vou ver se dia desses consigo escrever algo decente, com paciência, onde as idéias fiquem mais claras. Não que eu vá salvar a pátria mas pode ser que ajude um pouco mais. Ah… e antes que eu me esqueça, me deve mais 100.
Miranda.
Tanto na minha entrevista quanto aqui coloquei pontos referentes ou à minha experiência relativa a abrafin ou frisando antes de tudo a questão mínima do transporte.
Só posso falar daquilo que vi, que foi o tratamento à mim dado pelo Nobre quando quis saber sobre as vendas dos cds na loja da monstro e que eram nossa única maneira de minimizar o custo de uma viajem de 4 pessoas ao Tocantins. O tratamento foi péssimo, não recebemos nada dos cds ou os mesmos de volta e as ÚNICAS bandas que foram desde Sampa até Palmas ( Pedra e Baranga ) foram limadas do documentário.
Então te pergunto aonde que eles fazem muito por todos nós se esse nós não inclui a todos e nesse caso as bandas Pedra e Baranga ?
Como vc quer que eu defenda isso ? Vc defenderia ?
Se alguém liga aqui no estudio para reclamar de algo, eu como dono tenho de tratar muito bem e não dar uma de estrela, ainda mais se sou eu que tô te devendo algo ou que seja uma explicação.
Então, como eu disse na entrevista, enquanto as coisas forem assim, estaremos fora. Simples assim. Abrafin ? Abrimos fora.
Os 100,00 eu não vou pagar mas te pago uma cerveja e aí vc me explica o que é uma banda “sem noção” e eu te explico porque cu não tem acento, porque é verdade, não tem. hehehehe
Debater na paz é muito mais saudável.
Sorte pra ti
ab
Ae, Fabricio. cade os discos dos caras? Vendeu tudo? Entao cade a grana.hehehehe. Putz.. não queria ser eu fazendo um festival. nego deve ficar louco. E Xando ta certo em falar a parada como foi. Tudo claro. Essa cerveja vou aceitar, pagando eu outra, dia desses em algum canto ae.
Conversar por escrito é meio mala, né? O Bananada, ou outro festival, devia levar todo mundo que ta aqui nesas discussões e na do Capilé, pra gente botar tudo as claras pessoalmente. Ia ser muito foda.
Estava demorando pra esse escroque mencionar meu nome. Eu nem deveria me dar ao trabalho de responder mas como mandar o cara tomar no cu não adianta e ele tb está muito velho pra levar uns tapas na orelha (respeito os mais velhos, rsrs), vamos lá:
ô mirandinha, por que vc fala aqui como faliu o selo Banguela, nos anos 90? Ou, então, como deixou o Marcelo Domingues, produtor do Festival Demo Sul, na mão na véspera de um debate cultural em Londrina, onde ele pagou hospedagem e passagem pra vc ir e, na última hora, vc DESISTIU DE IR?
Vc sempre foi e será uma fraude como produtor e sabe disso, ou sua petulância e arrogância cegas e sem limite não te deixam ver isso? O Calanca, da Baratos Afins (ele sim, um produtor de respeito) e que teve o bom coração de gravar aquela banda lixosa e horrenda que vc tinha (Ataualpha Y Os Panquis, é isso mesmo?), e cujo disco vendeu absolutamente NADA, é que tem uma “ótima” opinião a respeito de seus dotes musicais e de produtor, hihi.
Eu só lamento que o Fabrício (a quem considero) e o Capilé (idem) tenham escolhido vc pra produzir a Mini Box Lunar, uma banda fodaça – seguramente, uma das melhores do Brasil, hj – e que, se não tiver juízo, poderá se foder na sua mão. Mas enfim, como infelizmente temos amigos em comum neste momento (sim, me considero amigo do Fabrício, do Capilé e do mestre Otto Ramos), eu respeito a opinião e decisão deles, embora não me sinta OBRIGADO a concordar com ela.
Conta aqui pra nós e pra todos os leitores da Scream&Yell (belo portal, Marcelo, vc está de parabéns!): quanto teu “talentosíssimo” trabalho de produção vai arrancar do bolso da Fora do Eixo, pra meter a mão no ótimo som da Mini Box Lunar? Por certo, uma mala preta que pagaria uns vinte produtores melhores que vc, trabalhando juntos no disco, não?
É isso, dear. Me erra, pode ser? E se ficar bravinho com o que eu respondi aqui, quando me encontrar pessoalmente (não vai ser difícil: estarei no show da Mini Box, no Sesc Pompéia, mês que vem), pode vir conversar. Mas seja educado, senão já sabe: tapão na orelha, rsrs.
“…devia levar todo mundo que ta aqui nesas discussões e na do Capilé, pra gente botar tudo as claras pessoalmente. Ia ser muito foda.”
Isso tem que acontecer urgente!! Primeiro porque é um assunto super pertinente, depois porque, realmente por aqui algumas coisas podem ser compreendidas de forma diferente.
Miranda muito do que você escreveu tem a ver. Agora, dizer que a banda Pedra é tosca não concordo contigo. Sem dúvida é bem melhor do que a grande maioria desses grupos “indies”, e acho que você, como um profissional experiente, sabe avaliar quando um músico sabe tocar, e quando uma banda tem consistência musical. Pô, recebo Cds de grupos novos quase toda semana, a maioria sofrível. E tem mesmo que sentar e tomar várias brejas e debater para melhorar, corrigir as distorções.
abs
Pra turma descontrair um pouquinho…
A Abrafin Não Liga Pra Mim!
Sou roqueiro de verdade
Montei uma banda legal
Agora eu quero é destaque
No cenário musical
Não sou de fazer amizade
Mas sei que hoje é fundamental
Ter diploma de puxa saco
Pra tocar num festival
Misturei humor com metal
E até que não ficou ruim
Mas eu sei que a Abrafin
Não liga pra mim
Abri mão da minha moral
Pra fazer show num botequim
Porque eu sei que a Abrafin
Não liga pra mim
Se rola palestra no Acre
Ou reunião em Natal
Ninguém me diz nos debates
Onde é que eu arrumo um Real
Pra pagar hotel e passagem
De uma turnê nacional
Vou vender minha virgindade
Na praça de São Nicolau
Misturei humor com metal
E até que não ficou ruim
Mas eu sei que a Abrafin
Não liga pra mim
Abri mão da minha moral
Pra fazer show num botequim
Porque eu sei que a Abrafin
Não liga pra mim
Ouça AGORA no http://www.myspace.com/planetarockstar
“Até o Terence ta desconfiado dos festivais que ele tanto foi e sabe muito bem como funcionam.”
Fala, Miranda, firmeza?
Na verdade, não estou desconfiando dos festivais, embora mineiro desconfie até da própria sombra, rs.
O problema é quando rola uma “Pegada” de 160 mil de um Fundo Municipal de Cultura de forma, no mínimo questionável. Será que as coisas melhoraram tanto assim, que hoje algum coletivo “queima a largada” e já consegue uma grana que o Fabrício nem sonhava ter pra produzir os primeiros G. Noises e Bananadas. E o Paulo André? Desconfio de várias coisas do sistema atual. Grande parte dos coletivos de hoje fazem copy/paste do discurso Fora do Eixo. Prefiro copy/paste do F. Nobre: Rock Sempre! Não é marrento, nem petulante e muito mais sonoro e verdadeiro que a chatice sem fim de toda a onda panfletária que anda rolando. Alguns artistas vão dar entrevista e nem falam de música, só ficam vomitando que fazem parte de coletivo tal. É como aquele papo igualmente xarope das bandas que ficavam citando insistentemente selos e gravadoras. Só mudou o foco, nesse ponto.
Se está mais democrático? Sem dúvida. Agora o “software não é tão aberto”, quanto andam pregando por aí. Chamar de revolucionário é tão prematuro, quanto um bebê de 5 meses.
Agora pior ainda é ver alguns músicos não levando nada, enquanto lobistas, oportunistas de última hora e jornalistas, que perderam o “trem das onze” de todo esse movimento, circulando pelo Brasil afora, bancados com grana de editais pra ficarem “discutindo a cena”.
Se chamam um cara como você pra participar de qualquer debate, tá tudo certo! Vc tem histórias, dados e muito a acrescentar em qualquer mesa/debate/seminário. Mas tem aparecido cada paraquedista “independente cheio de razão”…
Outra coisa que me chama atenção, aqui em MG, por exemplo, é o fato das bandas mais preparadas não circularem tanto. E, curiosamente, elas não estão vinculadas a nenhum coletivo. 3 exemplos: monno, Transmissor e The Dead Lover`s Twisted Heart. E várias outras também estão fora do Fora do Eixo. Achei ótima idéia a fundação do Casas Associadas. Até em Paris, o cara do Truskeil trabalha “pela cena”, com o dono de outro bar o Pop In, o Motel etc. Criar um circuito de bares, no Brasil, que facilite a circulação das bandas é muito bacana. Só não precisa as bandas e produtores virarem zumbis, como no clipe do M. Jackson. A coisa tá muito “João Penca e seus miquinhos amestrados”. Puta papo chato, como diriam em SP.
Eu torço para que músicos, produtores e toda a gente que não se sente contemplada pela ABRAFIN (nada contra a Associação em si, muito pelo contrário), montem uma outra Associação pra coisa ficar, realmente, mais democrática. E daí teremos também as bandas do Eixo ou de Fora do Fora do Eixo! Desde que sejam boas, tá valendo!
Opa, deixa eu chegar junto com as minhas opiniões (hehe). Não quis postar antes até pra não direcionar nada e deixar a coisa fluir, e está fluindo bem, com muitos comentários interessantes. Vou elencar alguns aqui e dar meus pitacos:
1) O Marcos Sérgio (comentário 58) foi preciso na resposta da comparação da cena atual com a de dez anos atrás, vide Los Hermanos. A Abril, naquela época, inflacionou o mercado de jabá (e foi ela que deixei as rádios nesse cenário de miséria de hoje em dia) e os Los Hermanos pegaram o embalo, o que não tira de nenhuma forma o mérito deles. A música era (é) boa e encaixou certo no momento. Porém, se alguém chegasse agora e investisse a mesma grana que foi investida nos Los Hermanos, provável que hoje teríamos uma canção no nível de “Anna Julia”. O problema é que é muito fácil falar sobre o que já aconteceu, citar Renato Russo, Lobão como exemplos de sucesso. Se essas pessoas que não vêem qualidade nessa safra atual tivessem vivido esse mesmo momento no começo da década de 80 é quase certo que olhariam pra Legião, Paralamas, Ultraje e iriam dizer que essas bandas não tinham futuro. O problema não é o olhar, mas o modo que se olha. A maioria aqui sabe que está acontecendo algo muito interessante na música brasileira (notadamente no cenário independente). Se isso tudo vai dar em algum lugar? Ninguém sabe. Mas que temos uma cena de qualidade, disso eu e muitos não temos dúvida.
2) Muita gente aqui fica reclamando dos festivais, pedindo pra que eles mostrem as contas, etc. e tal. Bobagem. Concordo com o que o Romulo disse no entrevistão. Acredito que esse pessoal conseguiu uma coisa bacana, e não está enriquecendo como muitos acham, porém existem problemas. Sou totalmente a favor dos festivais, e acho o lance todo bem bacana, mas algumas coisas deixam frestas que permitem que um monte de gente reclame. Coisas como:
a) Dinheiro público: ninguém vai cobrar como o Eduardo Fischer vai gastar a grana do Woodstook em Itu (além dos investidores, claro), porque é um investimento privado. Se alguém chegar ali reclamando isso e aquilo ele pode virar fácil e mandar o cara tomar no cu. Agora, quando há dinheiro público no meio a coisa muda de figura. Então esse papo de grana é importante sim. Eu trabalho e recebo o meu. O Zé Flávio trabalha e recebe o dele. O Miranda trabalha e recebe o dele. Todos nós já fizemos coisas na brodagem (acredito eu), e/ou pensando na “carreira”. Acho válido, mas daí defender uma posição de “não pago cachê” está errado. E está errado porque, como bem cutucou outro, se festival está dando prejuízo alguma coisa errada está sendo feita. Então vamos gastar melhor esse dinheiro. O projeto todo é bacana, mas precisa atender a todos. E ai caímos no segundo item.
b) a panela: nunca fiz os cálculos, e na correria não vou ter tempo de fazer, mas gostaria de ver um gráfico com as bandas que mais tocaram em festivais patrocinados nos últimos cinco anos. E entender o motivo delas terem tocado tanto em detrimento de outras. Meu chute é que vamos ter artistas que nestes cinco anos tocaram 20 vezes enquanto outros não tocaram nenhuma. Quantas vezes o Macaco Bong tocou e quantas vezes o Wado tocou? Quantas vezes o Caldo de Piaba tocou e quantas vezes o The Dead Lover`s Twisted Heart tocou? Quantas vezes o Mini Box Lunar tocou e o Romulo Fróes tocou? Tenho uma visão sem olhar o gráfico de que algumas foram privilegiadas em detrimento de outras, e chegamos num problema, que é a curadoria fixa. Deixa fulano e beltrano escolhendo bandas, e eles vão sempre escolher as mesmas bandas, vão trabalhar a favor da panela. E se o dinheiro é privado, bacana, tu chama a banda que você quiser pra tocar e diz: “Porque eu quero”. Se o dinheiro é público isso se chama favorecimento, e precisa ser corrigido exatamente para não viciar o formato, e abrir brechas para um monte de gente que está reclamando… com razão.
c) Essa é uma questão minha, mas que cabe aqui: por que tanta banda tocando num festival? Quem consegue ver mais de dez bandas no dia e não ficar pirado? Pra que colocar dez bandas iguais? Isso tudo bate de frente com a curadoria também. O dinheiro é público, mas isso não quer dizer que é preciso escalar trocentas bandas para justificar o patrocínio. Custa fazer uma escalação menor, pensada, que vai funcionar a favor do público, e não contra? Além do mais, Festival não pode virar uma data no calendário como o carnaval. Se for assim, vão ficar 50 anos fazendo um festival por ano, e o cenário não vai mudar porra nenhuma. Nesse ponto, a Fora do Eixo está de parabéns por tentar criar um circuito, só que é preciso estender os próprios festivais, como Goiânia, que sei lá quantos festivais tem, mas não parece que a garotada só vive do Noise. Então, ao invés de fazer um mega-festival com 50 bandas uma vez por ano, faz três com 15 bandas. Vai dar trabalho? Provavelmente vai. Vai ser custoso? Provavelmente vai. Mas é preciso pensar festivais como uma regra, e não como uma exceção.
d) Assim como o Miranda, admiro demais o que o Elson fez. Eu o Tiago Agostini estamos entrando nessa pilha de organizar festas com bandas, e só tivemos prejuízo até agora, mas estamos fazendo isso porque, assim como o Elson, acreditamos nessas bandas. Mas, é preciso frisar: esse é um investimento privado. O dinheiro ali saiu do bolso do Elson e do bolso do sócio dele, assim como o das festas Scream & Yell saem do meu bolso e do bolso do Tiago. Se o dinheiro fosse público tenho certeza que o Elson, assim como nós, iríamos pensar em usá-lo da melhor forma possível, pagando o cachê das bandas e dando a elas condições para fazerem um bom show num lugar legal com um público idem. Só não vamos confundir privado com público. Acho do caralho o que está sendo feito com os festivais, mas este cenário está longe de ser o ideal, e a estrutura toda tem falhas. Essa discussão está mostrando algumas falhas tanto por parte de quem organiza os festivais como por parte de quem está de fora, que de repente acusa e cobra coisas que não sabe. A partir do momento que as falhas começarem a serem assumidas, discutidas, provável que elas eliminem as cobranças, e a coisa toda ande de uma maneira melhor. Se não for assim, vai ser via o que o Terence falou, que é com o surgimento de outra associação, algo que talvez democratize o cenário.
Volto depois pruma segunda leva. ?
Todo o respeito a carreira artística do João, mas vamos lá…
Só esqueceu nisso tudo que esses festivais, produtoras, coletivos, selos e casas foram criados por artistas e amantes da música que cansaram de reclamar e foram para o ataque! Se não quer tocar em festival pq não tem cachê, não toca! Mas também não leva… fica em casa com o disco na mão, esperando um telefonema divino.
Você acha mesmo que esses empreendedores culturais são ricos? que enchem o bolso enquanto o artista não ganha o tão falado cachê? e que o cara que se fudeu pra fazer o festival ta nadando em grana? sério mesmo?
Sem produtor, sem casa de shows e sem festivais, o que sobra para o músico? E agora? Cade as gravadoras? Cade o grande mercado? Cade o seu público? Estão nos festivais e nas produções independentes, meu caro! Esses espaços foram criados para que o artista tenha algum espaço!! Deus do céu, será que é tão difícil assim entender que nós estamos no mesmo barco? Quem diabos em sã consciência ia entrar nessa se não fosse por esse maldito amor a música? É ser muito burro… Falamos em SUSTENTABILIDADE e é ÓBVIO que os festivais e os coletivos querem o melhor para o crescimento do mercado! Pois é isso que retroalimenta-os!
Chega a dar preguiça dessa discussão novamente! É muito básico e com todo respeito, é ser muito burro também! É fechar os olhos pra o que está acontecendo só pq não quer acreditar!
Mac, se me permite….
“Dinheiro público: ninguém vai cobrar como o Eduardo Fischer vai gastar a grana do Woodstook em Itu (além dos investidores, claro), porque é um investimento privado. Se alguém chegar ali reclamando isso e aquilo ele pode virar fácil e mandar o cara tomar no cu.”
Vai ter dinheiro público no Woodstock, sim. Assim como teve no Rock in Rio, como tem no Cirque du Soleil etc. Verba municipal, estadual e possivelmente federal. Vamos nos informar, rapaziada! Nenhum evento desses sai do papel sem ajuda do governo. E essa não é uma exclusividade do Brasa. E também não é exatamente maracutaia usar verba pública. As empresas produtoras estão usando a lei. Acha a lei errada? Vote melhor da próxima vez.
“a panela: nunca fiz os cálculos, e na correria não vou ter tempo de fazer, mas gostaria de ver um gráfico com as bandas que mais tocaram em festivais patrocinados nos últimos cinco anos.”
Existem números. E estão disponíveis na internet. Teve ano aí que mais de 800 bandas rodaram pelos festivais da Abrafin. Se é panela, é uma big de uma panela.
“Quantas vezes o Macaco Bong tocou e quantas vezes o Wado tocou?”
Quantas vezes o Wado teve um disco eleito o melhor do ano pela Rolling Stone? A Macaco teve um. E logo o de estreia. É pouco?
“Quantas vezes o Caldo de Piaba tocou e quantas vezes o The Dead Lover`s Twisted Heart tocou?”
Já peguei o Dead Lover’s em vários festivais. O Caldo, infelizmente, em poucos. Mas banda mineira eu evito debater com mineiros no pedaço. Esse povo defende até o Jota Quest por ser da terra. E a rapaziada da Dead Lover’s é legal demais para passar por isso.
“Quantas vezes o Mini Box Lunar tocou e o Romulo Fróes tocou?”
O Romulo Fróes não faz show em festival nem fora de festival, né? Sua presença nos palcos é bissexta. A Mini Box, com seis meses de vida, já tinha feito mais apresentações do que ele ao longo de toda a carreira, creio eu.
“Tenho uma visão sem olhar o gráfico de que algumas foram privilegiadas em detrimento de outras, e chegamos num problema, que é a curadoria fixa. Deixa fulano e beltrano escolhendo bandas, e eles vão sempre escolher as mesmas bandas, vão trabalhar a favor da panela. E se o dinheiro é privado, bacana, tu chama a banda que você quiser pra tocar e diz: “Porque eu quero”. Se o dinheiro é público isso se chama favorecimento, e precisa ser corrigido exatamente para não viciar o formato, e abrir brechas para um monte de gente que está reclamando… com razão.”
É o socialismo chegando aos festivais independentes! Eu também quero escalar! E quero escalar o Woodstock também, já que a prefeitura de Itu vai abrir as pernas para o Fischer – e eu até tenho parentes na cidade.
Cada festival tem seu dono. Cada dono capta recursos para levantar seu evento (dentro da lei, espera-se). Cada escalação é montada de acordo com o que pensa quem efetivamente ralou para botar a porra em pé.
“por que tanta banda tocando num festival? Quem consegue ver mais de dez bandas no dia e não ficar pirado?”
Acabei de voltar do Coachella: 50 bandas por dia, com pelo menos quatro tocando simultaneamente. Ah, as daqui não são tão boas. OK. Só escrevi isso porque não me parece que a redução de atrações melhora um festival. Até porque ninguém é obrigado a ver tudo.
Jonathas, são 5h20 da manhã, estou de pé, tenho mais de 12 atividades hoje, minha banda tem 50 shows agendados Brasil afora, vou aproveitar e fazer palestras e contatos nesse meio tempo, tenho um estudio no quintal, hoje tem duas mixagens e uma s guias, daqui a o firebug (SP) chega pro show de amanhã, preciso levar eles na imprensa, minha caixa tem 300 emails, tenho uma dezena de editias para escrever, preciso editar os videos do final de semana da minha banda, e além de tudo tenho que arrumar minha casa e cozinhar porque aqui eu não tenho como pagar quem faça isso para mim.
Então meu velho, lava a tua boca na hora de vir falar do meu trabalho e do Dosol. O festvial não representa nem 1/10 do meu trabalho anual e das 8 edições que fiz até agora só 3 tiveram dinheiro e patrocinio que me tirassem do vermelho.
E outra, pergunta para quem já veio aqui se faltou eu pagar alguém, se fiquei devendo alguma banda e por aí vai. Vir em forum desqualificar o trabalho dos outros é muito fácil. São mais de 6.000 shows que já produzi na vida, leu aí? 6.000 e eu moro em Natal, a cidade mais linda do Brasil mas um cú para se fazer música, mesmo assim eu faço.
Em tempo, eu amo o joão parahyba, todo o meu respeito a ele, me tremi todo quando o conheci há três meses em Brasília, fiquei honrado. Não tiro a razão da sua grita apesar de discordar dela, mas infelizmente hoje o “artista” como conhecemos precisa tomar outra atitude e ter outros caminhos, porque o tempo da bonaça acabou.
Eu, como nunca tive bonança e nunca tive ninguém para “investir” no meu trabalho tô aqui levando minha vida sossegado, sem ter que me debandar para SumPaulo e fazendo meu trampo honestamente em prol da minha família,da cena musical da minha cidade e do meu país.
Lava a boca para falar das pessoas certo bicho?
Xando, as respostas:
“Zé Flavio, ganhar pouco é uma coisa, ganhar nada é outra.”
Claro. E tem várias bandas ganhando cachê nos festivais. O Móveis não toca de graça. Nem o Autoramas. Nem o Camelo.
“No caso do jornalismo, acredito eu, quando se viaja para cobrir algum evento os custos são pagos pelo veiculo que o jornalista representa e em outras situações, não muito éticas, pelos organizadores do evento, mas não vejo jornalista profissional bancando do próprio bolso as despesas para fazer seu trabalho de informar.”
Para o seu governo, alguns jornalistas que viajam para esses festivais são frilas. Nem sempre têm para quem apresentar as notinhas com os gastos.
Eu costumo bancar parte das despesas do meu bolso. Já custeei hotel quando me colocaram num ruim, quase nunca uso os tíquetes de alimentação fornecidos pelo festival, pego táxi para me locomover… Não vejo problema. Mas cada um, cada um. Obviamente, não entrei no jornalismo pensando em acumular fortuna. Se a ideia fosse enriquecer, escolheria uma profissão mais rentável e menos divertida.
“Sendo assim te pergunto por quê o músico que quiser alguma grana ou pelo menos as despesas pagas, deve ir carpir mato para esse fim ?”
Quando você for indispensável para um festival, certamente será remunerado. Enquanto não for, nego vai continuar não querendo te pagar nada. No entanto, você não precisa aceitar os convites. Quando eu tinha um fanzine, a grana da impressão, dos selos e etc saíam do meu bolso. Eu era obrigado a perder dinheiro fazendo um fanzine (que era dado, não vendido)? Não. Fazia porque queria. E porque achava que ele me daria algo no futuro. De qualquer modo, jornalista é peão, não é artista. As pessoas escolhem fazer “arte” no Brasil e querem encher o bolso. Não seria melhor se dedicar logo a algo mais lucrativo? Quem pediu mais uma banda?
“Posso eu lhe perguntar se, quando não houverem mais veiculos bancando jornalistas musicais, os mesmos irão carpir mato e bancar o jornalismo musical ?”
Carpir mato não é exatamente a minha. Mas abrir uma padaria pode ser uma boa quando nenhum veículo mais quiser pagar pelos meus textos. É questão de demanda. Oferta e procura. Fica a dica.
Bom dia pessoal, tá show os comentários e a repercussão é claro fora nas redes e microblogs, parabéns a equipe do Scream & Yell.
Ai o João P. disse tudo, tem embasamento e história pra contar, e os parasitas que se cuidem??? Chumbo grosso vai ser mesmo, quando todas as “bandas independentes” se abnegarem a compactuar com tudo isso, tipo baixando a cabeça e fazendo tudo que os organizadores dos festivais querem.
Os artistas merecem respeito, e não esmola. Sou a favor que todos sejam remunerados, mesmo que simbolicamente, na brodagem nada sai certo, já diziam os meus diretores executivos.
O trabalho no independente é, e sempre deveria ser, como lema diz: todos trabalhando para todos! Será mesmo que com festivais mau estruturados,e em meio a um cenário e política de curadoria pouco criteriosa e que gera tanta dúvidas e reclamações, o caminho certo?
Tamo na batalha aqui em sampa tentando fazer a diferença sem baixar a cabeça. Mesmo com as panelas e afiliadas (os) dos festivais. É muita hipocrisia dizer que esses grupos organizados são a salvação da lavroura! Uma pena dizer que no final como brasileiros é apenas um mero, não raro, conflito de interesses tacanhos!
É preciso uma mobilização/conscientização geral de todos para o fortalecimento e crescimento dos festivais organizados e legítimos de ideologias. Porque democracia no setor musical, nós nunca tivemos nem antes e nem agora, mas pode ser mudado e “esperança” é uma boa palavra a ser usada entre tantos comentários ora apoiadores, ácidos e até intrigantes.
Alguns comentários selecionados:
Parabéns, João Parahyba! e pro Miranda foi show o final dos comentários: “O mundo da opinião é bronca.” ou ainda “Porque cada músico reclamão não organiza pequenos festivais no seu pedaço? Isso sim ia ser legal. Todo mundo realizando por todos.”. “A real é que de tudo que se ouve da produção musical independente, no máximo algo entre 5% e 10% tem futuro. Quem decide isso é o publico, os formadores de opinião, os festivais, as casas noturnas mas antes de tudo isso o talento, a vontade, a disposicão, a dedicação e a verdadeira paixão do artista pelo que faz. Até a sorte entra no jogo.”
E também o Bernardo: “Faça Você Mesmo. Ninguem é obrigado a participar de festival ou desse circuito. E conheço gente que nem tenta, e se vira muito bem mesmo assim.” – “Será que o músico nunca vai entender que o mais importante na equação é o público, não ele?”
Claro o comentário sincero do Elson também: “Porque cada músico reclamão não organiza pequenos festivais no seu pedaço?” E porque não o do Xando Zupo: “Não torço para uma derrubada dos festivais mas torço por uma adequação onde no mínimo os editais banquem o custo de levar o artista.”
E pra finalizar as palavras de Machado:
Eu torço para que músicos, produtores e toda a gente que não se sente contemplada pela ABRAFIN (nada contra a Associação em si, muito pelo contrário), montem uma outra Associação pra coisa ficar, realmente, mais democrática. E daí teremos também as bandas do Eixo ou de Fora do Fora do Eixo! Desde que sejam boas, tá valendo!
Abraços a todos, e let’s ROCK!!!
#PS: E organizadores de festivais questionados entre os comentários que tal publicar? Pelo menos deixam as claras, e fim de papo, sobre esse lance das contas. Sou totalmente a favor dos festivais, pois veio a somar, e faz bem a tal democracia não é mesmo, pois miramos sempre ao alto em relação a planos futuros, não é mesmo?
Também vou entrar com o meu centavo nessa discussão, vamos lá:
Mac, se me permite:
Não existe favorecimento nenhum a bandas x ao invés de banda y. Eu desafio ai qualquer produtor de festival que tenha bancado tudo para que o MB fosse tocar em cada um deles. Ja tocamos em mais de 25 festivais e em 25 estados, só não tocamos ainda no piaui e no maranhão.
E em TODAS as vezes nós viabilizamos nossa ida, seja fazendo virar a bilheteria, seja nos inscrevendo em editais de passagens, vendendo Cds , Camisetas, com ajuda de custo, captando patrocinio na iniciativa privada, fazendo trilha pra cinema e reinvestindo na carreira, gravando bandas locais e reinvestindo, produzindo bandas, fazendo eventos…e não inventamos nenhuma roda, o Autoramas por exemplo ja fazia isso ha muito tempo até se consolidar, o Moveis faz isso com primor também.
Nós simplesmente entendemos o tamanho do nosso mercado, como diz o nobre estamos ainda em 92, agora que as bands tão conseguindo fazer videoclipes um atras do outro, agora que tem um circuito solido de festivais, agora que tem um circuito embrionario de casas de shows, agora que as turnes tem se viabilizado de forma mais constante. Vou ficar fazendo o que? Vou sentar e chorar? Esperando a hora que todo mundo tiver montado na grana pra conseguir financiar meu sonho? Para, isso é desculpa esfarrapada de quem se acha gênio, mas por ser preguiçoso prefere tacar pedra em quem faz do que levantar a bunda da cadeira e viabilizar a gestão de sua carreira.
E sabe pq nós entendemos isso? Pq colocamos a mão na massa literalmente, organizamos festivais, sabemos quanto custa, sabemos quanto isso gera de recursos diretos e indiretos para as bandas. Como ja disse antes, so nos festivais o MB ja teve mais de 2 milhoes de reais em midia exponantea, e isso aumentou nosso publico em varias cidades, aumentou nossa ajuda de custo, aumentou nosso poder de negociação e hoje em dia depois de 4 anos de carreira, se quisermos, dificilmente saimos de casa sem ter a turne totalmente viabilizada financeiramente. So fazemos shows ainda deficitarios pq queremos, pq entendemos que existem cidades que ainda não tem como pagar, mas é fundamental fazer show la pensando no mercado a medio prazo.
Não tem UMA capital no BRASIL onde não façamos um show pra menos de 250 pessoas, e isso só de publico nosso. E Tudos isso GRAÇAS principalmente ao CIRCUITO de FESTIVAIS que nos amplificou por todo o territorio nacional. E esses 250 pagantes são potenciais consumidores de outros produtos, não é a toa os quase 5 mil cds vendidos do artista igual pedreiro. E por tudo isso acho que vale a pena pra caralho e quem não acha deveria montar logo a porra da Abramin, se juntar , negociar, pleitear melhores condiçoes, ao inves de ficarem indo de blog em blog chorar feito umas madalenas sem futuro. Nos mesmos somos loucos de vontade de montar a associaçao dos musicos independentes, chamar os moveis, os autoramas, o nevilton, caldo de piaba, e mais um monte ai, mas ai os chorões iam dizer: “ah, é a associação dos amigos dos caras dos festivais” , sempre uma desculpa esfarrapada atras da outra para justificar a comodidade e a falta de empreendedorismo.
E falo tudo isso pq pra mim o debate perpassa esse papo chato e que fica rodando em circulos que é o cache. Tem muita coisa ainda pra debater antes de cache, tenho certeza que daqui 4 ou 5 anos TODOS esses festivais estarão pagando cache, mas ainda não da, o mercado ainda não ta estruturado a esse ponto, abrafin e fora do eixo ainda não tem 5 anos, é tudo muito recente, so agora que estamos tendo turnes de segunda a segunda por exemplo. Não da pra ficar com um discurssinho de ” ah, não me peça de graça a unica coisa que tenho para vender” . Como assim de graca? Remuneração pra um artista agora é so dinheiro? O que nos move é só dinheiro? Não existem outras formas de ir pouco a pouco construindo uma carreira at´conseguir ganhar grana?
Mac, romulo não toca pq não quer investir, simples, deixou claro isso ali, assim como outras bandas. E mesmo os festivais tendo melhorado absurdamente suas estruturas é leviano dizer que ja da pra sair pagando todo mundo, mas MUITOS festivais hoje em dia ja tão conseguindo melhorar sim o que oferecem, VARIOS Pagam caches pra boa parte dos artistas, varios pagam ajuda de custo, mas não da pra pagar tudo pra todos ainda, vamos acordar.
Ai o mac fala como se a unica coisa que esses produtores fazem é pegar grana de edital publico e fazer fetsival. Mac, ja rolam festivais o ano inteiro, aqui em cuiaba por exemplo tem 7, só que uns são maiores que os outros e vc acaba achando que só tem o Calango. E durante o resto do ano tem casa de show, tem evento toda semana, o grosso mesmo do dia a dia da cena cada um faz de investimento PRIVADO. Essa galera toda do rala so tem verba publica em festival o resto tudo ee grana do bolso o ano inteiro. Ai vc fala pq não colocam so 15 banda spor festival? Se com 50 POR NOITE milhares ja ficam de fora imagina so com 15? Esse lance de muita banda por festival é tambem parecido com o cache, é o momento que estamos vivendo, quem dera cada cidade tivesse 15 festivais consolidados para que neles as bandas pudessem se dividir, mas isso ainda não é uma realidade, a maioria dos festivais nas cidades ainda são pequenos e dão conta menos ainda de receber essas bandas, tendo assim que concentrar muita banda nos principais festivais. Bandas essas que ajudam na construção da cena no dia a dia, muito facil galera ficar no ar condicionado reclamando que precisa ter so banda boa no festival. Banda boa na opiniao de quem?
falei demais, continuo o debate depois.
Obs final: Mais tarde volto pra falar desse papo do terence ai.
Xando Zupo:
“as ÚNICAS bandas que foram desde Sampa até Palmas ( Pedra e Baranga ) foram limadas do documentário.”
Documentário? Vc deve estar se referindo a COBERTURA, que a TRAMA VIRTUAL fez do PMW. Cobertura está, que nós da produção do evento não temos nada haver com que musica é veiculada, com quem apresenta, e muito menos com quém é entrevistado. Não indicamos ninguém na pauta que o programa fez do festival. Se fosse assim, com certeza, indicariamos TODAS as bandas que tocaram nesta edição do PMW, para aparecerem na matéria, pode ter certeza.
Gente, como vocalista, musicista, venho dizer o seguinte: Os tempos mudaram, sim. A bonança acabou. Beleza. Antes os artistas recebiam verba das gravadoras para publicidade, merchandising, divulgação. Daí a resposta financeira do vinha. Eles ajudavam a formar um público pro artista e todos ganhavam com isso. Hoje não é mais assim. Os festivais e pequenos e médios shows servem para a banda formar esse público que antes era formado com o patrocínio dos empresários.
O que concordo plenamente com Foca é que hoje em dia o músico ainda não achou seu ganha pão no mercado. Essas vitrines são importantes para o artista, sim. É um investimento, sim. Mas se um festival é custeado, tem verba pra pagar todos os profissionais necessários, da tiazinha da limpeza ao técnico de áudio, os músicos têm que ganhar também. O valor? O valor que a banda representa. Se ela tem um público de 500 pessoas, deve ganhar x. Se a banda tem um público de 100 pessoas, deve ganhar y. Por isso que grandes nomes ganham tanto. Porque levam consigo seu público pagante que gera a renda do evento. Se Titãs vai tocar, levando 5.000 pessoas… deve ganhar um cachê maior que a de 500.
Voce se pergunta: “Como a banda consegue um público tão grande nos dias de hoje”? Fácil. Tocando, mostrando trabalho, se divulgando e aumentando seu público, É isso.
Temos que pensar sempre no modelo a seguir. Esse modelo é de transição. Espero ainda que o músico possa voltar a ser só músico, se assim ele deseja. Porque todo esse trabalho de divulgação, promoção, articulação cultural e política nos toma tempo. Tempo esse que poderíamos estar produzindo mais arte.
Pensando pela arte. Um pintor pode ser só pintor, um fotógrafo, só fotógrafo, um dançarino, só um dançarino. Chegará um dia em que poderemos também ser só artistas. E não artista/empresário/produtor/e que mais for.
Xêro grande.
Miranda você é o cara mas vamos parar com essa discussão no nível “Mundo da Fantasia”. Ninguém faz festivais que comemoram 10, 15 anos de aniversário só pelo amor ao rock não e você sabe. Qualquer um que conheça um mínimo dos procedimentos sabe que os produtores desses grandes festivais superfaturam quase todas as notas fiscais que apresentam aos patrocinadores ou ao governo. Então vamos começar daí velhinho!
Lorena, concordo. E muitos festivias, hoje quase a maioria, paga para as bandas tocarem. O que muitos ainda não entenderam é que festivial tbm é de interesse da banda como plataforma, então para eles crescerem e tbm virarem contratantes, que vai acontecer num futuro próximo, geral tem que dar sua contribuição.
No mundo de fora das gravadoras e dos jabás todos dão sua contribuição, quem naum estava acostumado agora vai ter que se acosutmar com essa realidade. É isso!
A mesa vota com o relator Marcelo Costa, que evita o Fla-Flu. O assunto merece ser tratado com equilíbrio e objetividade. Aliás, o embate entre Xando e Miranda deveria servir como exemplo. Quer discordar? Discorde, mas pondere e respeite. A propósito, eu e Getúlio Guerra (idealizador do festival PrasBandas, focado na música da periferia da capital paranaense) estamos organizando a 1ª Virada do Rock de Curitiba – Tributo a Ivo Rodrigues (vocalista do Blindagem, morto recentemente). Serão 32 bandas a partir das 16 horas de 22 de maio, no TUC, Largo da Ordem. De graça. Na raça.
Pessoal, isso é MUITO GRAVE;
1-Sinceramente, se os caras “apropriam” 100 conto do material de uma banda (que iria utilizar para minimizar os custos, que tivera para tocar nos “maravilhosos” festivais) imagine o que fazem com a grana graúda, em grande parte, vinda do Estado.
2- É muito complicado um “jornalista cultural” ter suas opiniões levadas a sério, se o mesmo é todo comprometido, tem o rabo preso , e chega a ser funcionário da ABRAFIN/Fora do eixo . Quem vai respeitar a opinião desse cara? Os organizadores dos festivais? Pelo menos, começaram a ser questionados e até mal quistos em muitos meios sociais.
Vendidos que não exerecem, e nem honram sua imparcialidade e senso crítico , não merecem mesmo, atenção e respeito, cabíveis a outrem.
Tudo isso colocado sobre os editais é a prova viva de que se o artista (músico) quer estar fazendo parte, tem que ter consciencia cada vez mais de que hoje o “Artista Igual Pedreiro” é a saída mais plausível pra estar integrado ao que acontece sem tanta dependencia, não adianta mais ficar esperando ser chamado pra um show, chegar, ficar no camarim, tomar cerveja, tocar, pegar uma mina e ir embora. Tem uma escala de produção infinita no meio de tudo isso, e o posicionamento hoje é outro.
E sobre os cachês: quer ganhar cachê? Já tem lastro pra isso? Então peça um cachê que seja viável pra o lugar que vc vai. Já ri várias vezes de propostas feitas pra tocar aqui em Belém com cachês absurdos quando o cara nem tem público que vá cobrir isso, que dirá as passagens (que pra Belém são bem caras). Desse jeito o cara só vai ficar tocando no eixo RJ-SP e de vez em quando voltar na cidade natal. Ah, sim, fora isso tem um monte de SESC por aí né?
Mandou bem Miranda : “Eu sugiro que todos os festivais encerrem suas atividades, já que são tão suspeitos e um colegiado de soberbos escolham os artistas que mais se considerem melhor que o resto dos mortais para ganhar um salário que tanto merecem”
Mais um do Senhor F: “a abrafin, meus amigos, e tudo que veio junto e depois dela, é o maior feito dessa década em matéria de música & mercado. não fosse isso, ficariamos apenas chorando o leite derramado da velha indústria, que muita gente bebeu e agora vive a sindrome de abstinência”
Nem uma organização de músicos consegue entrar em consenso, os próprios músicos divergem entre si, depois a Abrafin, Fora do Eixo é que não prestam. Só lamento se tem gente que consegue estabelecer um debate unificado e dai encaminhar as coisas grandiosas a que tantos estão aí criticando. Criem algo que acreditem que seja melhor, mais eficaz, enquanto isso não acontecer, esse debate vai ser razo e vai continuar dando voltas.
“Quantas vezes o Wado teve um disco eleito o melhor do ano pela Rolling Stone? A Macaco teve um. E logo o de estreia. É pouco?”
Aqui a questão do gosto pessoal passa a valer, entre outros critérios de avaliação artística. O Macaco é muito bom e tem um disco eleito o melhor do ano pela RS. O Wado não teve disco eleito, mas já possui uma discografia a ser celebrada. É, certamente, um dos compositores mais talentosos do país. E se não circula tá errado.
Se o Dead Lovers não circula tanto quanto o Caldo de Piaba até que passe a fazer parte de algum coletivo ou do Fora do Eixo, então, é porque algo não tá funcionando de forma tão democrática. Tem que pedir benção pra circular. Não basta ter bom trabalho para (alguns) curadores/produtores apostarem na banda. É preciso a filiação “partidária”. Lamentável isso.
“E o povo de Minas defende até o Jota Quest” é cretinice das grandes! O mineiro é que sempre teve fama de bairrista, no cenário nacional, não é mesmo?
Como disse, anteriormente, tem gente que chegou muuuuuito atrasado pra essa festa. Mas, beleza, ainda estão servindo “Caldo de Piaba”, no “Mini Box Lunar”. Sirva-se a vontade! E, claro, outras festas virão…
Apenas deixando claro, achei que já estava mas, copy paste de comentário meu acima.
“Tanto na minha entrevista quanto aqui coloquei pontos referentes ou à minha experiência relativa a abrafin ou frisando antes de tudo a questão mínima do transporte.
Só posso falar daquilo que vi, que foi o tratamento à mim dado pelo Nobre quando quis saber sobre as vendas dos cds na loja da monstro e que eram nossa única maneira de minimizar o custo de uma viajem de 4 pessoas ao Tocantins. O tratamento foi péssimo, não recebemos nada dos cds ou os mesmos de volta e as ÚNICAS bandas que foram desde Sampa até Palmas ( Pedra e Baranga ) foram limadas do documentário.
Então te pergunto aonde que eles fazem muito por todos nós se esse nós não inclui a todos e nesse caso as bandas Pedra e Baranga ?”
Ao Gustavo :
O Pmw na verdade não foi responsável pela cobertura, não foi responsável pelas vendas de cds e a abrafin também não foi responsável por nada. A culpa foi totalmente nossa de achar que valeria a pena bancar essa maratona e não ter nenhum desses “benefícios”. Os cds ficam de presente e a soberba, estrelismo e telefone na cara que recebi do Nobre, ficam como mais uma lição para mim mas ele sabe o que fazer com elas.
De qualquer maneira reproduzo também o trecho final e considerações sobre o caso em nossa entrevista.
“Então, quanto a elenco e remuneração, a organização é deles e por isso podem fazer como acharem melhor e aceita quem quiser. Fizemos uma vez, nesses moldes não faremos mais.”
Como também sinalizou o Pardal um outro comentário meu:
” “Não torço para uma derrubada dos festivais mas torço por uma adequação onde no mínimo os editais banquem o custo de levar o artista.”
O fato de eu debater o que acho dos festivais em nenhum momento anula a posição da banda de que desde o começo nós mesmos produzimos nossos shows e divulgação e de que se vão mudar algo ou não isso realmente não afeta a vida ou o trabalho de ninguém. Concordo, vai quem quer. Nós não vamos pois o retorno não valeu o investimento.
Zé Flavio.
Fico grato pela resposta e educação mas vc respondeu o beabá e coloca todas as bandas que não recebem cachet, o que já disse que não era o foco principal dos meus comentários, como dispensáveis dos festivais. Várias dessas bandas costumam frequentemente receber cachet assim como das bandas que vc citou com certeza em algum momento elas fazem algum show sem cachet pois existe algum retorno em que naquele evento justifique.
Também coloca todos como ingênuos achando que fazer música é ganhar grana e virar rockstar. Para, man. Menos. Uma grande parte das bandas que estão ativas lançando material constantemente é formada por gente que já está nesse mercado há muito tempo. No meu caso 27 anos tocando o barco.
O Miranda escreveu certo citando que esse papo por posts cansa. Seria bem melhor falarmos ao vivo mas realmente apenas como bater papo porque eu pessoalmente não estou preocupado se a abrafin muda ou não.
Minha opinião continua sendo de que estamos fora. Não nos interessa esse formato.
I rest my case e vou cuidar da gripe que tá me matando nesse momento.
Sorte para todos nós.
a verdade é que tem um monte de gente que “chuta” opiniões loucamente.
pra mim o exemplo de músico burro é esse do pedra, que enxerga um “sistema” monolítico, confundindo tudo com tudo: na cabeça dele, o produtor, o patrocinador e até a imprensa parecem ser a mesma coisa, o mesmo complô (tudo o que não é o artista, ou, pior ainda, o “roqueiro”. pedra igual a rock, saca).
e aí ele vai cobrar o produtor que não “apareceu no documentário da trama”. ora vá se foder.
se você não consegue entender a diferença, não encha o saco.
já rompi com o calanca da baratos, que eu considerava um herói, porque ele me mandou um mail todo nervosinho porque não foi “adequadamente” mencionado na matéria que a ilustrada fez sobre um disco gringo de que eu participei da seleção de faixas.
eu sequer produzi o disco, e evidentemente não pautei a matéria – portanto não tenho o menor controle sobre a repercussão.
dou esse exemplo porque esse ser, o “roqueiro”, foi criado numa fase da contracultura em que ela era antimercado. só que depois tornou-se chique destruir quarto de hotel – e ser pago pra isso. e ainda ser incensado pela imprensa. o melhor dos mundos. o guns’n’roses foi o último suspiro disso, já faz tempo.
ora, O MERCADO JÀ FOI DESTRUÍDO, porra. trabalhamos quase 5 décadas para isso.
acabou a mega grana da mega venda de suporte físico. portanto não adianta ter banzo dos anos 80, como a dulce quental aí em cima.
e agora surge uma coalizão estranhíssima entre esse pensamento hippie diluído (tipo o cara do pedra, que se acha uma espécie de led zeppelin tardio ou coisa que o valha) e o pensamento yuppie ressentido (tipo o terence, que está todo assustadinho porque caiu em desuso esse papel do jornalista como oráculo do gosto musical).
vamos arregaçar as mangas aí e trabalhar, seus veados. ou pelo menos pensar com clareza.
o joão parahyba é o JOÃO PARAHYBA, não estribo de bonde pra polemista preguiçoso.
porque o joão disse aquilo, mas o pena disse isto ( http://penas.blogspot.com/2010/03/defendendo-musica-com-unhas-e-dentes.html ).
respeito com uns caras como o fabrício, que atravessou 2 décadas e entende o que está acontecendo. ou o miranda, que atravessou 3 décadas e que entende o que está acontecendo. ou o pena, que atravessou 4 décadas e entende o que está acontecendo. ou o cláudio prado, que atravessou 5 décadas (o cara fundou glastonbury em 70, só isso) e vai a um debate apenas pra alertar o terence de que o terence é uma besta, e o terence nem agradece a gentileza.
:)))))))))))))
porque o macaco bong e o cláudio prado são a mesma coisa, sacou?
(só que com os anos 80 no meio, com seu complô hippie-de-araque-yuppie, esse sim um complô de verdade, pra confundir as coisas)
:)))))))))))))))))))))
“Deserto de Sal”, de Wado. Ninguém chega perto. Fato.
Sou do Projeto S.I.m e faço parte do Coletivo Megafônica que é ponto do FDE aqui em Belém/PA, acho que os festivais ajudam muito a banda a circular e a expandir seu público, o importante é tocar e mostrar seu trabalho, dinheiro e consequencia disso, se não rolar cache, tudo blz, numa outra oportunidade pode ou não rolar, só que o mais importante é q o evento seja bom, para que assim possa ter outro e assim poder chamar vc de novo, por isso o “Artista Igual Pedreiro”, cada um ajuda da sua maneira, nós músicos ajudamos tocando e outras funções tbm que fazemos, mais temos que dar graças a Deus que a galera chama a gente pra tocar, pq eles já dão hospedagem e alimentação que é o mais importante. Hoje em dia ta mais difícil de viver de música, mais se não fosse por essa galera, o nosso sonho de chegar lá nunca seria realizado, por isso agradeço a todos.
acho que é muita gente pra falr e pouca gente pra trabalhar. como o miranda disse, cada um contriubiu com a sua parte, a banda paga sua passagem e o festival abre espaço pra mostrar sua musica pra centenas de pessoas, o que quase nunca ia acontecer se não fosse num festival. No momento o que temos é isso. ninguem conhece a banda do cara, num poim nem 50 pessoas numa casa de show, vai tocar num festival do tamanho do bananada, e ainda que cachê? tenha santa paciência.
o importante é continuar o trabalho, porque enquanto eles falam, nos fazemos nossa parte pela arte. porque somos assim “artista igual pedreiro”.
abraços
Aproveitando o bom debate aqui na Scream (parabéns Marcelo)…e aproveitando as figuras ilustres (miranda, nobre, capilé, macaco, zé flavio, foca) gostaria que uma vez na vida me respondessem apenas essa pergunta…e não fuja como das outras vezes ok?
pergunta:
Vcs combatem tanto o esquema mainstream do Rick Bonadio. Diversas vezes li vcs falando com deboche e ódio do Bonadio. Fui ver como o Bonadio trabalha. Ele pega 4, 5 bandas (glória, fake number, strike, nxzero, fresno) e junto ao seu selo Arsenal coloca sempre essas bandas para tocarem em festivais criado por ele. (sempre as mesmas bandas) Em seu twitter ou entrevistas sempre fala dessas bandas. Não fala mais de nenhuma, apenas de suas bandas.
(Tudo isso com dinheiro privado…não interessa se é do pai do caras, se sao playboys…nao interessa…dinheiro privado)
Agora vamos a Monstro Discos ou Fora do Eixo:
Eles pegam 4, 5 bandas (macaco bong, black drawing, mini box, nevilton, caldo de piaba) e através de seu selos e Abrafin colocam sempre essas bandas para tocarem em festivais criado por eles. Em seus twitters e entrevistas falama apenas dessas bandas…não falam mais de nenhuma banda do circuito independente, apenas de suas bandas.
(Tudo isso com dinheiro público financiando)
Questão:
Quem é o Darth Vader da história? o Bonadio nunca tomou 1 real meu, e já não posso falar o mesmo do Fora do Eixo…..
Qual a diferença dessa “cena” proposta por esses personagens do Indepedente em relação ao esquema mainstream do Bonadio.
Nunca vi o Bonadio dizer “artista é igual pedreiro” e sim “artista é artista e merece respeito”.
Aliás esse lance de artista é igual pedreiro cabe realmente para os artistas do Fora do Eixo…pq jamais vi uma banda dessas subir ao palco com um show produzido….(espero falar isso em breve…para nao desviar o foco)
é isso me respondam ai….fico enormemente agradecido
Jeferson Livo
ps. Brilhante um comentário acima lembrando que algumas bandas nem divulgam seu próprio nome e sim do coletivo ou fora do eixo….Só ver a menina do mini box que teve uma puta oportunidade de entrevista na MTV e nao foi capaz de falar o nome de sua banda e sim do seu coletivo e do fora do eixo…..que artistas são esses que não divulgam sua própria imagem e som e preferem divulgar uma ação politica? é pra acabar……………….
“Já custeei hotel quando me colocaram num ruim, quase nunca uso os tíquetes de alimentação fornecidos pelo festival, pego táxi para me locomover… Não vejo problema.”
Você claramente não entendeu. Você tinha onde dormir, o que comer e como ir, só achou que nada disso estava a altura dos seus padrôes. A discussão é sobre ter ou não ter.
Bernardo, eu não sou músico. Não escolhi ser músico. Não atuo como músico. Meus problemas e dilemas como JORNALISTA são diferentes dos enfrentados pelos músicos. Ainda assim, posso eventualmente “perder” algum dinheiro ao participar de um festival. Escrevi essas frases que você destacou como resposta a um questionamento do mano do Pedra. Favor não fazer a sacanagem de tirar do contexto. Acho que você é que não entendeu porra nenhuma. Até porque dei o exemplo do meu fanzine, que eu produzia e custeava quando era amador, quando estava procurando meu espaço. É o que eu já disse: se todo mundo conseguisse entender o seu próprio tamanho…
Jeferson Livo, obrigado pela citação, mas você não merece uma resposta. Seu questionamento é tolo demais.
Falando em Darth Vader…
Escutem “A Abrafin Não Liga Pra Mim”, no http://www.myspace.com/planetarockstar
Vale a sacada! 😀
“Aqui a questão do gosto pessoal passa a valer, entre outros critérios de avaliação artística. O Macaco é muito bom e tem um disco eleito o melhor do ano pela RS. O Wado não teve disco eleito, mas já possui uma discografia a ser celebrada. É, certamente, um dos compositores mais talentosos do país. E se não circula tá errado.”
Que mané “gosto pessoal”! A Rolling Stone chega aos seus melhores do ano ouvindo um colegiado com vários dos críticos musicais mais atuantes e relevantes do país. É mais do que uma revista referendando um disco, é a voz da crítica nacional. A votação do Scream & Yell é mais significativa. Mas a da RS tem um peso – que eu, como crítico e consumidor de música popular, valorizo muito. Está muito além de “gosto pessoal”. Você pode achar o Wado melhor, mas não menospreze o título concedido pelo veículo de maior expressão na cultura pop brasileira no momento – goste-se ou não do seu conteúdo. Fora que o Wado eu já vi em festivais por aí, inclusive num Se Rasgum recente.
“Se o Dead Lovers não circula tanto quanto o Caldo de Piaba até que passe a fazer parte de algum coletivo ou do Fora do Eixo, então, é porque algo não tá funcionando de forma tão democrática. Tem que pedir benção pra circular. Não basta ter bom trabalho para (alguns) curadores/produtores apostarem na banda. É preciso a filiação “partidária”. Lamentável isso.”
Infelizmente, nem todo mundo conhece o conceito de democracia. A gente vive em uma no Brasil e na sustentação dela estão vários partidos. Quem participa mais, realiza mais, consegue mais. Não é simples coincidência o Móveis ter um festival em Brasília, o Gabriel Thomaz ter feito o Ruído e a Macaco estar na organização de outro. Claro, ninguém é obrigado a se empenhar tanto. Hoje o Gabriel não faz mais festival e tenho certeza de que não faltam convites para o Autoramas tocar pelo Brasil. Mas é o Autoramas, né? Se o Dead Lovers ou qualquer banda mais nova quiser receber o mesmo sem se envolver, boa sorte. Dito isso, é óbvio que o processo atual é bastante democrático. Só uma besta mesmo para não ver isso.
““E o povo de Minas defende até o Jota Quest” é cretinice das grandes! O mineiro é que sempre teve fama de bairrista, no cenário nacional, não é mesmo?”
No meu cenário, sim, o bairrista sempre foi o mineiro. Ele também costuma ter um certo deslumbre com o Rio e defender as coisas cariocas como se fossem sua. Mas a defesa dos conterrâneos está acima de qualquer coisa. Pelo menos isso foi o que sempre chegou pra mim, que sou de uma terra em que os locais preferem rejeitar o que é “nosso” e que convivo e trabalho com mineiros. Um dia eu falei para um: “se alguém falar mal de pão de queijo perto dum mineiro o cabra é capaz de ser assassinado”. No que ele respondeu, já enfezado: “mas quem seria capaz de falar mal de pão de queijo?”.
“Como disse, anteriormente, tem gente que chegou muuuuuito atrasado pra essa festa. Mas, beleza, ainda estão servindo “Caldo de Piaba”, no “Mini Box Lunar”. Sirva-se a vontade! E, claro, outras festas virão…”
Putz, eu achava que só um certo “jornalista” aqui de São Paulo tinha banzo da época em que os festivais estavam se consolidando, da época em que o Daniel Belleza era o grande astro do circuito. Pelo jeito temos mais um nas Minas Gerais. De toda forma, quando eu encontrar a rapaziada do Alto Falante no próximo evento (ano passado cruzei com a turma nuns dez festivais independentes) vou perguntar quem está bancando as passagens da equipe, se tem “partido” facilitando a cobertura ou se tudo isso é só vontade de aparecer mesmo.
“o pensamento yuppie ressentido (tipo o terence, que está todo assustadinho porque caiu em desuso esse papel do jornalista como oráculo do gosto musical).”
Se caiu em desuso, não sei porque o José Flávio encheu tanto a bola da Rolling Stone etc. Isso não me assusta, nunca fui, nem tentei ser oráculo algum.
E, respondendo ao José Flávio, poderia, sim, ser cínico e dizer que 13 anos cobrindo o nascimento e crescimento de todo esse processo foi pura vontade de aparecer. CARALHO, nunca fui vaidoso ou egocêntrico assim!!! Ou mentiroso, dizendo que viajei com grana do próprio bolso. Pergunte ao Paulo André ou ao Fabrício por que era importante o AF por lá, ao invés da Bravo, por exemplo.
E lá vem você com as mesmas provocações de sempre da era do Orkut. Deixa eu lhe falar uma coisa José Flávio, pode falar a bobagem que quiser, fazer suas defesas etc. Só não precisa ficar feito bundão encolhido na van, como da última vez, no volta do El Mapa de Todos. Eu não sou o tipo de cara que faz arruaça, joga cerveja e participa de qualquer outra baixaria. Quer conversar comigo, concordar, discordar, tenha hombridade e não deixe tudo para as listas de internet da próxima vez.
Perai….o Zé Flavio perguntando e questionando o pessoal e dinheiro do programa Alto Falante?
então responde ai Zé…..
o Nobre te descolou uma boquinha de 5 mil reais na escolha das bandas do cena musical paulista (la no memorial da américa latina)….fora o conexao vivo que descolaram pra vc tb uma boquinha (com dinheiro publico….claruuuuuuu)….
só pra constar o porque do Zé Flavio toda hora vem aqui defender essa galera e nao traz nada de novo para o debate….
tenho uma coleção enorme de coisas nesse sentido com o Zé Flavio…entao melhor parar e voltar ao assunto……
se postar isso (Mac) …prometo que paro aqui….
Alex Antunes é um sujeito tão, mas tão ignorante que necessita do apelo da ofensa pessoal para debater.
De qualquer maneira, essa banda que ele preguiçosamente ataca sem ter a dignidade de se informar, como fez o Miranda, é um filhote de Guns’n Roses fazendo rock assim ? Vá se informar, mané. http://www.youtube.com/watch?v=y4MGj1f2UhI
Outra coisa, otário. A banda não se chama Pedra por conexão alguma com Rock, se vc tivesse pesquisado saberia disso. A sua preguiça e vontade de nos atacar não vem de hoje mas é normal para um sujeito que acha que tudo é desconstrução para justificar a falta de talento.
É Rock em vários momentos mas jamais uma banda de Rock nos moldes a que vc tenta denegrir. De qualquer maneira, vindo de um cara que fez “música” da maneira que fez é até um elogio ouvir suas palavras.
Vc não é digno de debater coisa alguma. É um teórico vomitando teses e trabalhando muito pouco. Dinossauro pós punk e tiozão querendo pagar de moderninho.
Vai lá pra augusta, vai. Deixe os adultos debaterem.
http://www.dosol.com.br/2010/04/27/editorial-dosol-as-voltas-que-o-mundo-da/
Jeferson, eu nunca ganhei dinheiro da Vivo. Da Oi, sim. Você está confundindo as operadoras, bocó. E o cachê do Cena também está errado. De toda forma, não foi uma boquinha. Eu trabalhei duro ouvindo – num espaço bastante curto – material de quase 200 bandas. A grande maioria horrível como a sua. Porque obviamente você deve ter uma banda e estava querendo entrar no bolo, por isso fica repetindo essas asneiras por aí, tipo nos comentários da coluna do Lúcio.
Agora, o Terence não é nada vaidoso mesmo. Ele acha que eu lembro da presença dele no El Mapa de Todos! Eu lembro do Babasónicos, do Mundo Livre, do La Quimera del Tango… Se você estava em Brasília na época do festival, desculpa, não notei. Lembro de você num debate em Goiânia pouco antes – e lá, quando eu achei que você tinha falado merda, levantei o braço e argumentei. Mas como você é um belo de um mau caráter e de um ingrato também, lógico que preferiu esquecer isso. Sem problemas. Sua existência não me incomoda o quanto você pensa.
E o Alto Falante é importantão, claro, mas ninguém da Abrafin desdenhou da matéria que demos na Bravo! no ano passado. Muito pelo contrário. Não comprem tudo o que esse mau caráter (ou essa besta, como disse bem o Alex) e fala.
nem queria falar desse texto por aqui, mas o fiz hoje depois de ler alguns comentários. É o que eu acho de maneira mais clara e organizada… 🙂
po gente, estamos no capitalismo, não é de se espantar que organizadores e empresários faturem altíssimos lucros nos festivais, e os músicos toquem de graça. É a lógica do patrão e do peão. A questão de se pagarem mais para artistas de fora e não valorizar os daqui é puramente comercial. A máquina de propaganda americana é mto maior do que a nossa, tanto que faz com que artistas de gravadoras americanas (ou inglesas) sejam mto mais divulgados por aqui do que os próprios brasileiros. E eles não pagam cachê pros musicos nos festivais pq de alguma forma, a participação em estivais de grande porte não são tão comuns, oq faz as bandas aceitarem…se negar, tem tantas outras que fazem de graça…temos que mudar a lógica fazendo trabalhos independentes, achando outras formas de financiamento..o que não é facil, mas a partir do momento que diversos grupos começam a pensar isso, e começam a se unir, podem surgir novas especies de cooperativas, ou de bandas e grupos musicais que se ajudam. Só voltando, qto ao fato dos editais, eles estão atrelados à política estatal, que é atrelada ao sistema economico, que pasmem, é o capitalismo…..não é de se espantar que quem mais ganhe nessa sejam os bancos, patrocinadores, grandes empresas, que além dos abates de impostos, ainda, como ressaltado pelo João, se dão mto bem com o marketing que fazem a partir d adivulgação de que são a favor da cultura….
Foca, fiz questão de linkar seu texto pois acho toda opinião importante, e tem coisas muito bacanas expostas ali. A idéia desse fórum é entender tudo o que está acontecendo, e fazer a coisa toda melhorar, mas não só pra uma pessoa ou pruma organização, mas sim pra todos.
Ainda vejo exclusão onde deveria existir inclusão nesse cenário todo, mas me estendo nisso quando tiver mais tempo pra responder umas questões levantadas acima. Pois acho que a música tem que ter um lugar de destaque nessa equação toda, e não ficar relegada a conchavos.
Então vou ali ver um show (que, pra mim, é o objeto disso tudo, e não o secundário), mas volto.
Tem muito gente trabalhando para todos e muito mais gente ainda reclamando por conta do próprio umbigo. Vcs estão atirando no alvo errado, mas eu não to aqui para convencer niguém do contrário. Cada um que se coloque como bem entender…
De primeiro, faço coro ao respeito manifestado por Rayan à carreira artística do João. Mas…
Pra mim soa como absurda o coro que se faz aqui à nostalgia em relação ao “funil” do passado. Que funil era esse? Era um momento em que os meios de produção do mercado da música estavam totalmente concentrados nas mãos de grandes corporações transnacionais, e a escolha do que seria legítimo de ser registrado, veiculado e apresentado ao público tava nas mãos dos que dirigiam estas corporações e ocupavam os cargos estratégicos.
E hoje? É chover no molhado falar das revolução que e a democratização das tecnologias de gravação e as possibilidades de divulgação e interação etc e tal que a era digital trouxe. Isso todo mundo tá careca de saber. A gente tá nesse momento, uma década após a virada de século/milênio, meio de cara com um novo modelo de fazer música surgindo. Hoje a gente vê que as bandas e artistas que tão se viabilizando não precisam mais se submeter ao assalariamento e à cartilha do produtor da grande corporação. Hoje o “artista” que mais grava, toca, circula, é “pedreiro”, no sentido de que tomou consciência de sua condição de “trabalhador”. Não é essa a preocupação do João? Quando o que tá em jogo é a SOBREVIVÊNCIA, é a condição de TRABALHADOR que tem que ser evidenciada, as tranformações que se processam neste campo de trabalho.
Talvez o rockstar ainda não esteja morto, mas tá agonizando. O que tá nascendo ainda tá na infância, mas já mostra sua cara: uma mistura de empreendedor com anarquista, de técnico com louco, de transpiração com inspiração. Não necessariamente tudo-ao-mesmo-tempo, mas cada vez mais o artista-rockstar vai se reproduzir menos.
–O CACHÊ E O INVESTIMENTO–
Mas e o cachê? “Cadê o din din”? Se não for in cash, no papel, tá sendo de graça? Sei não… “TODO MUNDO INVESTE PRO ROCK ACONTECER”, disse o Foca outro dia – http://migre.me/A39g -, e nisso dá pra ver que pra além do cachê em din din propriamente dito tem um “cachê não-contabilizado”, que quem se desdobra pra viabilizar as verdadeiras vitrines que são os festivais oferece pros… trabalhadores da música. Sobre isso falaram muito bem aqui o Foca, o Fernando Rosa, o Ynaiã, o Zé Flávio e o Miranda.
Investir é querer que um novo modelo de circulação aconteça no país. É o que tá rolando nas Turnês Fora do Eixo, por enquanto no Sudeste e no Nordeste. É saber que em determinados momentos é estratégico investir o cachê de um festival pra viabilizar outros shows. Em vez de 2, fazer 12 shows numa região distante da sua. É fazer isso socializando esse investimento com 3 outras bandas, também vindas de outras regiões do país, bancando em conjunto (quem tem mais agora põe mais, pq sabe que lá na frente vai receber, essa é a rede!). Isso dá força pros produtores locais que tão recebendo essas turnês, pras bandas que tocam onde nunca tinham sonhado que seria possível, e a cadeia vai girando. Cada vez mais, as turnês, os festivais, vão se tornando ainda mais sustentáveis, e tendo condições de investir mais nos trabalhadores da música. Que vão investindo também. Como o Ynaiã sintetizou, tá tudo muito recente ainda, é um novo modelo. É preciso serenidade pra ver adiante.
Eu sei é que foi muito foda estar “on the road” com músicos de diferentes gerações e produtores idem durante 15 dias. Aprendi pra caraio tanto com o Arthur do Cabruera, quanto com o Douglas do coletivo Bee Rock. O Douglas tava promovendo seu primeiro evento em Guaxupé-MG, ocupando o teatro municipal de uma cidade de 50 mil habitantes com 3 bandas do norte e nordeste, numa região que só recebe afluxo de outros circuitos de artistas (o mercado do sertanejo). O Arthur, com a experiência (internacional!) da sua banda, com 12 anos de estrada, embarcou na van com Caldo e Burro Morto, compreendeu o rolê, e tenho a impressão que ficou muito satisfeito de ter tocado tanto no Tapas Clube da Rua Augusta, quanto no Teatro Municipal de Patos de Minas.
–FESTIVAIS–
Já tá ficando longo aqui, mas é fundamental recolocar algumas coisas. Com relação aos festivais, qualquer um que não seja mal intencionado e fizer uma análise das escalações dos últimos festivais da ABRAFIN vai comprovar que estas são extremamente plurais. Não só artistas ligados aos produtores dos festivais, não só artistas ligados aos aqui (e em outros fóruns) apedrejados coletivos, estão presentes. Em muitos deles, artistas que se manifestavam publicamente em entrevistas exatamente contra a ABRAFIN continuaram figurando nas escalações.
Questionar a presença das bandas que tem ligação com coletivos e produção de festivais em outros eventos é desconsiderar o trabalho que elas fazem, o que elas fazem por merecer estar ali. Quem leu o post do Ynaiã compreende pq o MB tocou tanto. Porque trampa, porque investe, porque corre atrás. O Caldo de Piaba tem orgulho de ter surgido com o duplo exemplo dessa banda: da liberdade e coragem de fazer instrumental com referências múltiplas nos meios em que tá fazendo, pavimentando o caminho pra tantos outros; e da seriedade do trampo que realizam depois que a luz apaga, pra fazer “o rock acontecer” – inclusive o festival que os outros tocam!
E é leviano dizer que hoje o funil tá na mão de produtores maquiavélicos. Nada disso! O funil tá nas mãos do trabalhador da música, diante de um novo momento em que a condição de possibilidade desta ocupação profissional se transforma.
Cada um sabe o quanto o seu calo aperta, e entra nessa porque quer mesmo, José Flávio, falou tudo. Investe o quanto quer. Seu tempo, sua energia criativa.
Lutar contra quem se organiza, se articula, cria redes, dialoga com o governo, constrói políticas que estão acessíveis a todos (inclusive os setores que o João cita como excluídos, como o erudito e o instrumental) as vezes me soa como um tiro no próprio pé.
Realmente é fundamental que a “classe artística e musical” se organize. Uma significativa parcela de músicos, produtores, músicos-produtores, já tá fazendo isso há alguns anos. Graças a eles todas essas conquistas aí que o João listou tão rolando. É suor, é trabalho, é política.
Até os aqui defensores da “arte sem política” tão aqui exercendo seu papel político. Vamos em frente!
Mané Flávio: Não fiz nada, absolutamente nada que dê motivos para qualquer pessoa me chamar de mau caráter nessa cena. Por exemplo, babaca é o cara que se encolhe mesmo numa van com três pessoas e agora diz não se lembrar de nada. Morro de rir, quando ouço seus comentários na Oi FM. Você é um covardão da internet. Volto a dizer: chegou muito tarde e tem a pose de quem sempre quis a “janelinha”, como diria o Romário. A “merda” que falei no Goiânia é que o crescimento do Móveis levaria a banda ao Faustão(qual o problema?), como acabou levando a Mallu Magalhães. E que seria mais fácil assistir a uma banda como o Móveis do que o Mechanics por lá. Algum absurdo nisso? Foi tão absurdo, que os caras da banda concordaram comigo e você mais uma vez ficou com a cara de moleque chorão.
De resto, como sempre, a discussão piora demais com sua petulância. Sempre! E sempre tem algum outro jornalista da era Bizz pra ficar vomitando besteiras.
Deviam levar para os festivais caras como o Marcelo Costa que está ralando aqui no Scream & Yell, é muito mais coerente do que essa meia dúzia de babacas que chegaram na disputa de penaltis e ficam carregando a urna com as cinzas da Bizz.
Como nem o João Parahyba, nem o Marcelo merecem que a coisa siga nesse tom. Fico por aqui.
Ah, e na próxima edição do AF tem Sessão ao vivo com Nevilton e matéria com Macaco Bong(mais uma de tantas outras participações no programa), em rede para todo o Brasil.
E vá trabalhar, Alex! Besta é quem não trabalha, só discute!
Será que a Scream yell abriu a caixa de pandora?
Faz tempo que espero por isso. Talvez o MAC vete posts pois isso aqui viraria um “denuncismo”, mas é importante e desde que seja com embasamento como estão fazendo no site do alto falante.
O Machado pode me corrigir mas pelo que entendi alguém do coletivo pegada fazia parte da curadoria de seleção da lei do incentivo lá em Minas e lógico que o coletivo pegada foi agraciado com uma verba bem “gorda”.
Se é ilegal eu não sei, mas com certeza é imoral.
ai pergunto: Como fica essa discurso da galera do Fora do Eixo de transparência, novo modelo gestor? Seria o fora do eixo um novo PT? na hora que cresce e chega no poder começa… digamos assim… “a mudar seus conceitos”?
Olha, esses “manezinhos” de coletivos dessas cidades passa fome que não tem nem internet banda larga só tem cara de “manezinhos”. Eles vão comer com “farinha” toda essa elite intelectual metida a besta de São Paulo.
Pô, cara do Pedra, e eu lá vou perder meu tempo pesquisando porque o Pedra se chama Pedra?
Ou bem eu já cruzei com alguma referência interessante sobre a banda (e aí já teria ido pesquisar) ou bem a referência que eu tenho são as asneiras que você diz aqui (o que é exatamente o caso).
Não é muito entusiasmante, vamos combinar:
Mas que tem uma cara de “eu acredito no rock’n’roll”, tem mesmo
:))))))))))))))))
A sua preguiça e vontade de nos atacar não vem de hoje mas é normal para um sujeito que acha que tudo é desconstrução para justificar a falta de talento
não vem de hoje, precisamente 27/04/2010, quando eu li as bobagens que você escreve?
vem de quando?? você usava outro nome?
É Rock em vários momentos mas jamais uma banda de Rock nos moldes a que vc tenta denegrir
ninguém te contou que “denegrir” é politicamente incorreto?
você não lê muito não, né?
:)))))))))
Nathalia,
o mediador do debate, sobre leis de incentivo, estava com uma camiseta do coletivo PEGADA. ELE PROPRIO era quem aprovava os projetos da lei municipal de BH. O momento de maior constrangimento foi quando ele falou que um cara da prefeitura não gostou do projeto do Pegada, mas ele, o curador, achava TÃO BOM, que sugeriu, que o cara da prefeitura, ficasse com ele mais uma semana, pois “ia gostar”.
Sem contar que dois membros do Coletivo Pegada são sócios deste mesmo cara, o curador, em uma sociedade, a SIM, Sociedade independente da música. Quer dizer, o cara que escolhe os projetos de música da lei de incentivo em BH é sócio de dois caras do coletivo pegada e é mediador do debate sobre o assunto e vai no debate com a camiseta do Pegada. Chamou todo mundo de otário né?
Não acredito nisso aí não. É muito deboche uma curadoria desse jeito.
caceta, vamos parar de mentir aí, gente?
o cara que mediou o debate (kuru) era um dos doze membros, ou coisa que o valha, da comissão que analisou os projetos. o cara que levou o projeto pra ler era outro membro da mesma comissão, ou seja, eles estavam exatamente na função deles, de argumentar e contra-argumentar os projetos a serem aprovados. foram eles mesmos que contaram isso no tal debate.
e o debate que o cara mediou foi um debate que ele mesmo convocou, no festival que ele coordena, para permitir que o terence colocasse suas opiniões. o problema é que o terence não concretiza suas acusações, só faz “questionamentos” de que algo pode estar errado, e essa tática parece estar dando certo, visto que essa conversa em cima aí da minha cabeça já distorceu tudo. QUEM ROUBOU O QUE DE QUEM, terence?
o que a Sim, que até onde eu sei é uma associação da sociedade civil que congrega um monte de gente, como a Comum e outras, e não uma empresa, tem a ver com isso?
Não tirei nada do contexto, Ze Flavio, você tentou explicar que estaria num patamar semelhante ao dos músicos por tambem ter de desembolsar dinheiro por ocasião dos festivais, mas com exemplos muito ruins, de gastos por capricho pessoal, e não por necessidade.
Sugeri um debate presencial com todos os envolvidos, mas , do jeito que isso aqui tá, melhor sugerir o Programa do Ratinho
Engraçado que toda vez que o negócio começa a esquentar vem um idiota como o Cristian (post 114) e quer acabar a polêmica impondo o seu grande “intelectuo”. Rico, medíocre e sem talento é assim: começou o pau foge e cita “ratinho”.
Mostra ai seu “Programa” então Christian? sua banda? tem coragem?
acho que posts que vem “zuar” o debate não deveriam ser aceitos.
Desculpa o desabafo, mas fico puto com esse posicionamento típico de brasileiro: “Ah, que isso vamos parar de brigar, vamos acender um bagulho junto ai tomar umas e fazer uma roda e debater as idéias para crescer o fomento da cultura no pais, poxa pessoal pra que ser agredir? todo mundo quer o bem do músico né? que isso a gente é tudo amigo, brasileiro…tive uma idéia genial!!! porque não convidamos todo mundo e fazemos um debate com os pontos de vista de cada um”
Sempre….Sempre aparece um Boça….”posso ser seu amigo meu?”
vai embora christian fru fru aqui é gente grande falando…..se tiver que o “pau comer” tem que “comer pra valer”…revolução e melhorias se faz com dor também….
Essas duas frases do MAC, dizem muito:
“Pois acho que a música tem que ter um lugar de destaque nessa equação toda, e não ficar relegada a conchavos.”
“Então vou ali ver um show (que, pra mim, é o objeto disso tudo, e não o secundário), mas volto.
O cachê que o Alex Antunes ganhou do Kuru pro Conexão Vivo tá rendendo, hein? O cara vem aqui vomitar merda como se conhecesse a fundo a ratoeira belorizontina. Meu velho, levante a bunda desses botecos sujos da Augusta e venha aqui perguntar pra 10 músicos ou produtores de BH o que eles acham do Kuru e sobre essa filhadaputagem que rolou na Lei Municipal e que é passível de ANULAÇÃO pra depois vir mandar suas asneiras aqui, falow
Só mais uma coisa; fico feliz em saber, que é público e notório, o caráter de 2 jornalistas que aqui escreveram. O povo não é tão cego assim. Só espero que isso renda alguma coisa concreta e positiva para a música INDEPENDENTE feita no Brasil.
Ricardo…
Pra que expor minha banda? O que isso tem a ver com o debate? Não tô a fim de fazer jabá, tô afim de debater num nível onde não haja ofensas de parte a parte, como você está querendo fazer.
Não vejo nenhuma revolução acontecendo aqui. Vejo pessoas brigando entre si, expondo aqui “feridas” antigas. Alguns dão suas opiniões quanto ao assunto da carta do Parahyba, mas a maioria quer ver ou fazer “o pau comer”
Se você acha que a minha postura é “boça”, maravilha.
Se você acha que eu sou frufru, maravilha.
Fique com o seu raciocínio que eu fico com o meu…
Só um (OFF) rapidamente para constar:
Foca em seu texto disse que a metralhadora antes estava virada para as gravadoras e agora começam a se virar para os produtores desta cena independente. Normal e justo penso eu. Agora guardem isso: o próximo alvo vão ser as próprias bandas. Normal e justo tb. PQ? simples. Tem bandinha ai do circuito que já tá com o nariz bem empinadinho. Esquece dos que ajudaram a carregar amplificador junto, foi sua platéia de 5 pessoas no início e agora vira a cara, faz que não conhece. Exemplos? Pega o twitter de algumas bandas dessas que foram citadas que o FDE vem trabalhando e vê qtas outras bandas elas seguem? só a patotinha ou blog amiguinho ou festa amiguinha. Depois querem meter o pau no mainstream. Se não são absolutamente nada em nivel nacional imagina se fosse!!!. Eu estou esperando. Quando essa metralhadora começar a cuspir nessas bandas minha bala de canhão virá para arregaçar.
Acredito que a posição dos integrantes do Circuito Fora do Eixo em relação a palhaçada toda vai acabar caindo no mesmo discurso que o Foca, o Ynaiã e o Di Deus colocaram muito bem ai.
Ai é questão da galera ler, se informar, e se possível entender como funciona toda a questão dos cachês, curadoria de festivais e o que exatamente é o artista igual pedreiro.
Eu confesso que no começo tive dificuldade de entendimento, mas agora que as coisas são mais claras o melhor que tenho a acrescentar é… SE INFORMEM!
Ai quanto a fatos:
Realizamos em março o Festival Gaia em Araraquara, e com a experiencia que ganhei posso acrescentar um pouco na discussão.
Conseguimos depois de MOSTRAR SERVIÇO e SERIEDADE em outras atividades um apoio da prefeitura. Eles nos cederam o espaço e o som.
Fomos atrás de todo o resto com 2 patrocínios de 200 reais e o restante do bolso. Com do bolso significa que zeramos o cofrinho que tinhamos conseguido dentro do coletivo, mais toda a grana que a nossa banda, Os Rélpis, tinha juntado até então, mais uma grana que eu tinha guardada. Aí fica meio dificil dar cachê pra qualquer banda.
Com relação as bandas, fiz questão de chamar algumas bandas do circuito, assim como fiz questão de chamar bandas da cidade e bandas de fora do circuito de outras cidades.
Conseguimos, apesar de não oferecer nada as bandas, uma programação de alta qualidade.
Ai entra algumas críticas. É muito dificil negociar esse lance de festival quebrado das pernas com bandas de fora do Fora do Eixo. Porque já chega com essa premissa de que organizador de festival tira mares de dinheiro, e não quer nem saber como está sendo o processo da construção do evento, para avaliar se seria justo pedir algo em troca.
A outra crítica acaba sendo redundante, mas é muito dificil dialogar com bandas da cidade sobre integrar o coletivo. A maioria já chega querendo saber o que vai ganhar com isso, e faço questão de explicar primeiro o que vai acrescentar com a inclusão. Já chegam falando que não vão botar 1 centavo da grana da banda no coletivo, e quando vai entrar em turnê.
Já ouvi comentários em outras cidades sobre isso também. O estado de SP está cheio de bandas com essa postura, o que dificulta e muito o desenvolvimento da cena local.
Fica aqui o convite então….
Bandas de Araraquara e região, o Colmeia Cultural está procurando bandas que queiram trabalhar para o desenvolvimento da cena independente local. interessados entrem em contato.
Queridos,
É um prazer ver sangue espirrando neste debate. É realmente ótimo.
Devo confessar que li bem por cima, não perdi tempo com muita bobagem, mas gostaria de colocar alguns pontos que acho válidos e que podem, talvez, ajudar:
1) Acho que a coisa está muito regionalista aqui. Ninguém parece ser capaz de olhar para o exterior para ver boas referências. Então vou contar uma historinha: quando eu vivi em Londres, meus colegas produtores e músicos concordavam que era um absurdo que os subsídios premiassem os mais organizados (que é o caso do Brasil) e não os melhores.
2) Melhores, obviamente, quem determina é o mercado. E ponto. O resto é vago. O mercado vai acabar deixando um gênio de fora, sei lá, o Arrigo Barnabé. Mas é um preço a pagar pelo profissionalismo. O mercado regula o mercado no UK e nos EUA. Por isso o mercado deles é profissional e o nosso é amador.
3) Muitos membros da Abrafin são protecionistas. Ponto final. Alguém aí disse que as gravadoras também eram. Não sei se alguém aí ja respondeu: eram com o dinheiro delas. E eram proibidas de formar cartel.
4) Eu tenho respeito pelas pessoas que buscam algum caminho neste mercado. Profundo. Mas tenho certeza que este modelo está errado. É, para usar a expressão da língua inglesa, um acidente prestes a acontecer. É impossível e insustentável. A quantidade de subsídios vai ter que ser cada vez maior, até a hora que não vai dar mais.
5) O lado bom é que, em terra de cegos, quem tem 1 olho é rei.
Boa noite, caros amigos.
que baixaria que está virando isso aqui hein…
só para entrar na parte que realmente me interessa, uma questão local que o Alex Antunes me parece meio desinformado. Não tem nenhuma mentira nessa história da Lei de Incentivo Cultural aqui em Belo Horizonte não.
O cara não era um dos “doze membros ou coisa que o valha não”, Alex. Ele era um dos DOIS membros da comissão julgadora de projetos da Lei Municipal de Incentivo à cultura 2009, no setor de projetos ligados a música, cujo resultados de projetos aprovados saiu em março deste ano. O papel dele- e a responsabilidade, e a isenção mínima- era um pouco maior do que você parece conhecer. Por isso a situação causou esse bafafá todo aqui na cidade. Nesse caso, a questão é mais simples do que parece. Algumas pessoas que saíram revoltadas com essa questão estão se baseando numa premissa bem básica, o próprio edital da lei . Está disponível na internet, um “google” rápido resolve. Se você estiver disposto a se informar melhor, vai encontrar no item dos “projetos escritos” -que estão impossibilitados de serem empreendedores de projetos culturais pessoas com ligações estreitas com pessoas as comissão julgadora, o que parece muito natural e óbvio. Afinal, se existe essa condição no próprio edital, é para evitar distorções, certo? Mas que parece que isso não foi exatamente respeitado por aqui, com o resultado dos projetos aprovados
A “SIM” congrega “um monte de gente” é um pouco simplista demais, Alex. Um monte de gente poderíamos ser eu e você, por exemplo. Essa sociedade congrega entre seus membros, o Kuru Lima ( que foi membro da comissão julgadora) com o cargo de ouvidor e o Lucas Mortimer, do Coletivo Pegada que assume uma outra cadeira lá( e que faz parte do grupo que teve o projeto com a maior verba aprovada na Lei de Incentivo).
Creio que não estou falando nenhuma mentira por aqui, uma simples pesquisa na net confirma todas essas informações.
E pessoalmente continuo achando mais do que normal algumas pessoas envolvidas na área quererem algumas explicações.
Ficou uma situação estranhíssima, naturalmente. Nem é questão de colocar a culpa em X ou Y ( embora eu possa entender a revolta de muita gente), mas é de questionar todo o processo. Por isso tamanho rebuliço de gente ligada a área de cultura de BH.
Creio que este seja um assunto bem sério Alex, portanto seria bacana se informar melhor antes de se posicionar.
Sobre o resto da discussão, meus centavos: Longa vida a boa e nova música brasileira- que passou, está passando e continuará passando também pelos festivais da Abrafin. Que esse slogan siga a todo vapor.
Oi gente, vcs já ouviram falar de poder de síntese? Incrivel que nenhum comentario tem menos de 800 caracteres e a maioria repete tudo que os outros já falaram.
Infelizmente nesse capítulo do debate virtual sobra as novas formas de organização do Mercado Musical Brasileiro um músico qualificado e experiente como João Parahyba deu voz ao coro dos músicos cegos, arrogantes e desatualizados quanto a realidade de produção, não só músical mais cultural do Brasil.
Já que um dos únicos consensos nesse ambiente de polarização de idéias é que a Internet veio pra somar com a história, está faltando pra galera que está sem circular com a banda, formar público e viver de fato da música e ainda insiste até nos fóruns em cobrar o sonhado cachê apertar um “F5” na própria cabeça pra se atualizar do que vem acontecendo pra conversa evoluir.
O Complicado de debates como esse, ainda mais para pessoas que como eu trabalham em um dos coletivos do Fora Do Eixo e em Festivais da ABRAFIN é que no dia a dia de trabalho pra se fomentar a cultura pelos interiores do Brasil, uma das formas mais comuns de reconhecimento do trabalho é que você tem que aturar acessos diários de bandas medíocres que só pensam em te vender um show que ninguém na sua cidade vai pagar pra ver. Ai no momento em que a discussão se torna pública lá vem eles projetar as frustrações de suas faltas de talento e carreiras mal gerenciadas, no trabalho das pessoas que tem de fato provocado movimentações no cenário musical brasileiro.
É nitído que nesse ambiente político, a bancada do “Tão querendo fazer bolo sem farinha” ataca com o discurso do artista iluminado e do gênio injustiçado quem está se organizando pra produzir e quando a conversa esquenta, também sempre temos a presença dos que dizem que “não se trata de cachê” mais ” pelo menos o transporte”. É nesse momento que se fortalece a convicção de que a plataforma que é construída pelos Coletivos e Festivais se apresenta como a solução mais orgânica e viável para o atual momento da produçaõ cultural e de que os músicos que se colocam contra estão no máximo chorando por uma ajuda de custo pra baratear o seu hobby ou para poderem continuar sem de fato investir no seu projeto e em formação de público como cada um dos produtores do coletivos e/ou festivais fazem diariamente pelos mais diversos cenários culturais do Brasil.
De qualquer forma o trabalho segue e a música não para, fica a expectativa para que alguns parem de só olhar pra si e pra sua escolha de viver de música e entrem de fato no mesmo barco, para que possamos continuar lutando para que a música viva.
concordo plenamente com o que o Marcelo Costa disse. (comentário 72)
acho linda essa filosofia de “artista é igual a pedreiro”. na teoria.
na prática, não conheço nenhum pedreiro que trabalhe de graça. muito menos pedreiro que trabalha de graça e ainda compra cimento e tijolo do próprio bolso. isso pra mim é mito igual mula-sem cabeça.
e quando trabalha de graça (num ato de MUITA camaradagem) tem o material da obra custeado. ou, no mínimo, a marmita do almoço. e isso não tem nada a ver com estrelismo ou algo do tipo. é questão de ética, que por sinal vem faltando em muito comentário postado neste fórum.
em se tratando de festival bancado com dinheiro público (não só), é OBRIGAÇÃO pagar todos os envolvidos no processo, inclusive os organizadores. se o valor não é o desejado ainda, paciência. o trabalho é de formiguinha mesmo. um dia há de satisfazer todas as partes.
e ainda não ouvi nenhum argumento plausível que me convença que músicos não devam receber cachê.
ps: parabéns pelo site, marcelo. tá demais.
abs.
Eu fico feliz em ver todo esse debate pegando fogo, é sintomático, como foi em toda ruptura (pra não dizer revolução ainda) e tende a agravar o desespero de quem fica no ponto esperando o trem que tá passando na outra linha. Fica claro que muitos ainda temem o novo, e não somente o novo de produto artístico, mas o novo desde formato. Respeito tb toda contribuição que pessoas como João Parahyba (que tb conheci em Brasilía nas Pré-Setoriais) tem dado e continuam dando à música brasileira, no entanto, há explicitamente uma nova ordem sendo aplicada no Brasil, que dessa vez perpassa pelos movimentos sociais inseridos legítimamente nessa construção. É a “moda” coletivo que suprimiu as páginas amareladas de entidades que sempre pautaram nos moldes que todos aqui muito bem sabem.
Vivemos poucos anos de democracia, e muitos se acomodaram mesmo assim, temem o aglutinar de pares da mesma forma que temiam outrora outros “coletivistas”.
Feliz pelo termômetro e pasmo em ver tanta gente não sacando pra que lado tá gritando e seguindo…Artista que sobreviverá será aquele que se descobrir que o palco não é dádiva e que ele não é a gênese e nem o fim, é parte de um todo. Seguimos um modelo que tá sendo construído há cinco anos, colaborativo e de resultados instantêneos e tb de médio e longo prazo, um almanaque compartilhado e disponível na rede, ele tem dado muito certo, seguimos como Mini Box Lunar e dúvido que alguém aqui apresente coisa melhor, posso dá até mais cinco anos pra desenvolver um modelo melhor do que o do Fora do Eixo. Sou do Amapá, não precisei me mudar pra circular, investi pouco perto de tudo que já conquistamos como artista (é pouco pra uns e mt pra outros) estamos todo dia pensando junto, construindo junto e colhendo junto de uma pá de pessoas realmente compromissadas, sem sídrome do underground, e sacando muito mais de política pública do que o artista temente dos “ajuntamentos” como velhos de patente temiam há anos atrás.
Otto Ramos – Mini Box Lunar (banda do extremo norte do Brasil)
Amigo Emir Ruivo, vamos ser realistas: do jeito que estão as coisas é só dizer que tem um olho. Não precisa nem ter, já que todos são cegos, né? mas na verdade entrei mais uma vez pra dizer que fico feliz em ver tanta interessada em discutir os novos rumos e novas condições de mercado. Sugiro que a gente passe para o passo adiante, com numeros abertos (lembro que o Fabrício fez algo assim no debate d’O Inimigo), pés no chão, sem achismos e suspeitas não seguramente embasadas. A gente devia descobrir mesmo quanto custa fazer um festival, como se faz pra eles se tornarem viáveis, saber um pouco de história. Esse negócio de dinheiro público investido em nova música é coisa séria e linda conquistada com muito esforço. Antigamente dinheiro era só pra música erudita e essas paradas e ninguém abria a boca.
Acredito que é hora de idéia, de sugestões, de mão na massa. De cada um aí achando as coisas erradas ir conferir de perto e fazer do seu jeito. Colaborar.
Se não, fica tipo o inútil do Finatti que ninguém mais dá bola. Vem dizer que fali o Banguela. O Banguela nunca faliu. Mesmo eu quase tendo feito isso junto com o Charles quando a gente tava produzindo o Samba Esquema Noise, do Mundo Livre SA, e estouramos em 300% o orçamento. Semi-conscientes, acreditando que estavamos fazendo um disco que merecia correr esse risco. Só não quebramos a banca mesmo porque os lucrps dos Raimundos cobriram o estrago. Inclusive, esse foi um dos motivos deles irem pra Warner, na época. Não queriam ver o dinheiro que poderia ser reinvestido neles ser aplicado em outros artistas novos. Pelo menos não nas proporções terroristas às quais eu me propunha. hehehe. Tudo pela nova música. Possivel mesmo motivo pelo qual os Titãs acharam melhor descontinuar as atividades do selo, que era lucrativo de toda forma. tanto que eu e Brian Butler, com a mesma equipe do Banguel, demos continuidade ao projeto através do Excelente Discos, que lançou Acabou La Tequila, Mundo Livre e mais uns tantos, sobrevivendo com o lucro gerado pelo disco dos Virgulóides. Essa aventura durou mais uns dois anos, posteriormente incorporando-se à Abril Music e, de minha parte – com meus futuros projetos – à Trama. Tudo sempre rentável e buscando um formato de relacionamento complementar com um major. acrdeito que desistimos disso na hora certa.
Se cometemos alguns erros? Obviamente que sim, mas acertamos o suficiente, creio eu, para colaborar no avançar de história de nossa música nova e idependente.
Quanto a eu não ter ido Demo Sul, com todo respeito ao Marcelo e ao Festival, a verdade que desisti mesmo em cima da hora, quando soube que teria que sentar numa mesa para debater com o Finatti. Desculpo os organizadores por sua ignorância em saber de quem realmente se tratava o tal convidado. Foram descobrir tarde demais, depois de ter a oportunidade de conviver com o mesmo. Nem no meu pior pesadelo poderia imaginar sair de casa, pegar avião e ficar ao menos dois dias longe dos meu afazeres pra encarar tal missão desalentadora. Nem mesmo se estivesse sendo pago para tal. Devolveria o dinheiro na hora que soubesse dessa presença inoportuna.
E no mais, só me resta ter muita pena dos amigos Fabrício, Otto e Capilé por terem sido eleitos amigos pelo Finatti, sendo que assim muitas vezes ele lhes dirigirá a palavra utilizando-se de tal preceito. Meus pêsames.
Não sei exatamente de onde vem essa fúria do Humberto pra cima de mim. Pode ser da época da Trama, quando pedi para a assessoria de imprensa que não entregassem discos do meu selo pra ele, por nnao querer desperdiçar unidades com alguém que considero incapaz de avaliar profissionalmente qualquer trabalho musical. Ou por ter achado péssimo descobrir que, trabalhando no estudio numa segunda-feira de carnaval, receberia uma visita do mesmo a convite do artista. Na boa, ninguém merece.
Torço para que ele seja feliz fazendo seu trabalho e convencendo quem ele consegue bem longe de mim. E boa sorte pra quem atraí-lo para perto de si. Que assim seja.
Desculpa aí galera, escrever sobre coisas tão desgostantes; mas fica feio ser chamado de isso ou aquilo sem ter a hombridade de me explicar, ainda que a reputacão do ofensor dispense tal atitude.
Ah…. e o Calanca pode ter a opinião que quiser sobre minhas produções e até minha pessoa. Ele é pessoa única, especial, por quem tenho absoluta consideracão. Um verdadeiro mestre. Sou muito grato a ele por tantas coisas que fez por mim, tanto que aceitei (mesmo que a contra-gosto) que ele lançasse o disco horrível da minha banda horrível. Tudo tão tosco que o vinil foi feito a partir de um cassete amassado, já que eu tinha jogado fora as masters. E não fiquem curiosos com tanta malhação, por que é ruim mesmo. Agora, se vc gosta de música feita de qualquer jeito, gravada na pressa e sem ideal algum além de ser horrível. jogue fora seu tempo por sua própria conta.
Aproveite pra mandar um abraço meu pro Calanca, pra toda familia dele, que são pessoas igualmente especiais, e também os amalucados amigos da loja que sempre foram tão divertidos de visitar.
1- O Miranda saiu do tema
2- impressionante como o Finatti consegue monopolizar qq debate de musica independente no Brasil, ele sempre vira o “tema”. (deveriam respeitá-lo mais, pois não existe nenhum outro jornalista que tem esse dom).
3- não deixe essa galera da comu da bizz se infiltrar aqui. jornalistas decadentes saiam daqui.
4- Tenho a impressão que o Joao Parayba não está entendendo nada pra que lado foi sua “carta aberta”, mas é que o texto dele ficou muito lá “em cima” (funart, minc). Quem tá sofrendo na mão desses pseudo produtores de festivais são as bandas aqui em baixo, por isso da “grita”
5- Não tem como receber a Abrafin e o Fabricio Nobre bem em Sampa depois de ver a vergonha da escalação do Bananada e do palco da Abrafin na virada cultural. É muita Ingratidão!!!!
6- Pobre São Paulo, Pobre Paulista : não deixem essa gente feia entrar aqui.
7- Sesc/SP paga 18 mil reais para tocar. Logo: bingoooooo!!!!…Show do Mini box lunar!!! (aviso as bandas de SP…faça uma cara de paraíba, vai com os dedos com unhas compridas e sujas e fala que vc é do interiorzao da pqp!!! te arranjam uma data na hora!!!)
8- a pergunta mais pertubadora de todas: Cite um refrão que está na boca do povo brasileiro de qq uma dessas bandas produzidas nesses festivais (noise, dosol, calango). Cite apenas um ok? e depois vem um zé mané aqui pra falar em lavar a boca!!! meu filho vai ser foquinha em outro lugar…se liga que todos vcs que batem no peito que trabalham pelo independente há 10, 15 anos (fernando rosa, nobre, foca, capile, miranda, terence) VCsss são os responsáveis pela droga de música que foi produzida no Brasil. Se hj não existe qualidade nenhuma musical no independente foi pq vcs são os pais dessa geração mediocre.
Terence, a prova de que você é um mau caráter é que você resolveu se voltar contra a Abrafin quando, em linhas gerais, um projeto de evento seu perdeu uma concorrência para outro de um coletivo ligado à entidade. Sinto te informar, mas um monte de gente que te respeitava está de cara com a sua postura oportunista e de mau perdedor. Comece a ralar logo para colocar a sua associação, a sua segunda via de pé. Aí talvez algumas pessoas voltem a te considerar – ou finalmente descubram quem você é.
Uma pena você ter anunciado que não participará mais desse debate. Adoraria saber mais sobre o que ocorreu nessa tal van em Brasília. Você esperava que eu entrasse no carro e te pedisse a bênção? Chegasse dando porrada? Desafiasse para uma partida de truco? O mais curioso é que o El Mapa de Todos aconteceu dentro de um hotel, onde todos estavam hospedados. Eu achava que só tinha saído de lá para comer uma feijoada com o meu amigo Osório no sábado. Mas pelo visto fiquei passeado (encolhido) de van com o Terence e seus amigos pela capital federal.
E que legal que meus comentários na Oi FM te fazem rir. Mas vamos ver quem vai rir por último depois dessa. Muito inteligente ter trazido o nome da empresa em que trabalho e que você tem um programa há três meses para esse espaço.
Bom dia a todos,
Sou coordenador de planejamento do coletivo Pegada, diretor da Sociedade Independente da Música (SIM) e representante do Fora do Eixo Minas no Fórum da Música de Minas. Sou também músico (baterista, não tão enferrujado quanto o Terence) e filho de músico.
Não quero mostrar credenciais, pois acredito não tê-las, já que quase tudo que aprendi sobre música foi empiricamente. Mas acho que discutir currículo na música é tão inútil quanto no jornalismo. Afinal, pra que servem 13 anos circulando festivais se vc num consegue aprender nada com isso. Fico feliz, no entanto, de ver que o Terence, após caloroso debate dia 21/4 em Belo Horizonte, parece ter percebido que música e política não são dissociáveis e passou a participar ativamente dos debates acerca desse processo de re-estruturação do mercado da música.
No entanto, falta de informação ainda parece ser seu grande problema. Vc já chegou a perguntar para os Dead Lovers e para o Monno porque eles não estão circulando? Aliás, eles tem circulado muito bem, desde 2007/2008 nos festivais da ABRAFIN e do CFE. E por incrível que pareça eles são parceiros do Pegada. oohhh! O Dead Lovers já tocou nas prévias do Grito Rock BH e o Monno vai tocar no próximo evento do Pegada. O Pegada já co-produziu o Festival Outrorock, o qual o Bruno do Monno é um dos produtores (juntamente com outras bandas) e vai apoiar o evento de lançamento do novo albúm dos Lovers. O Transmissor pra mim ficou bem pobrinho depois que o Pedro Hamdan saiu. Desculpe por passar tanta informação, mas tem mais um pouco…
Várias bandas de BH e de todo o Brasil não estão circulando igual o Macaco Bong, Caldo de Piaba, Mini Box Lunar ou Nevilton porque não querem. Fico muito feliz de escrever aqui, após receber na minha casa todas essas quatro bandas. E acho até desnecessário após comentários tão pertinentes de Ynaiã e Di Deus, mas vamos lá. O Macaco fez uma tour de 8 dias q saiu de BH pra começar em Montes Claros, passando por um show fodástico no Palácio das Artes! O Caldo pegou estrada dia 11/4 em Araraquara e só voltou pra Rio Branco dia 25/4 depois de tocar em 11 lugares, incluindo dois shows excelentes em BH, e alguns com as bandas Burro Morto e Cabruêra (sendo q o Caldo estava pagando pelos custos de transporte como o Di Deus bem colocou, e os coletivos a hospedagem e alimentação). O Mini Box e o Nevilton desceram lá de Campina Grande até BH desde o dia 16/4 até o dia 25/4 sem parar. Agora estou escrevendo esse texto com o Chapola (batera) e João (cinegrafista) do Nevilton roncando ao meu lado. Para mais detalhes, acessem: http://foradoeixotour.wordpress.com/ – Mas CUIDADO! é MUITA informação!
Mudando de assunto, vou esclarecer a questão da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de BH, que já foi esclarecida exaustivamente no dia 21/4. O coletivo Pegada aprovou um projeto de festival no valor de R$160mil. O valor máximo para projetos de festivais era de R$200mil. A Comissão de Avaliação de projetos é formada por 12 membros, 6 titulares e 6 suplentes, sendo 6 da sociedade civil e 6 do poder público, sendo ainda que o voto de minerva é do poder público. Os membros da sociedade civil são eleitos em assembléia pública aberta a todos os membros da classe artístico-cultural de BH. O representante eleito pelo setor musical foi o Kuru Lima, produtor cultural reconhecido em BH e no Brasil, ex-diretor da SIM e ex-gestor do Programa Música Minas. Eu e Kuru temos trabalhado juntos no Fórum da Música de Minas em prol do fomento à Música de Minas, assim como várias outras pessoas trabalham e já trabalharam com ele, o próprio Terence inclusive. Porque não estão apontando o dedo na cara do Bart da 53HC que também aprovou projeto e é patrocinado pelo Conexão Vivo?
Terence, vc tem q parar de ser leviano, tomar vergonha na cara e se retratar publicamente para com o Fora do Eixo, ABRAFIN e demais acusados na matéria irresponsável publicada no Estado de Minas.
Viva a música independente e todos que trabalham ativamente por ela!
Sobre a Virada Cultural
http://noticias.r7.com/blogs/andre-forastieri/2010/04/28/na-virada-cultural-de-2009-escrevi-umas-coisas-assim/?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter
De todos os comentários acima só tiro uma conclusão: que fase do nosso jornalismo musical. Profissionais se acusando sobre recebimento de dinheiro público, relações promiscuas com bandas e selos, entre outras coisas gravíssimas.
É esse o país em que o cara tem um blog pra criar fama de bandas desconhecidas e de gosto duvidoso, fazer um festival logo depois com essas mesmas bandas e ganhar dinheiro fácil em cima da massa de admiráveis gados novos. Tudo isso por absoluto amor à cena, ao indie e a mercado independente.
Outra coisa: não tem um nome menos brega pra inventar? COLETIVO é ridículo. Baita coisa de comuna sujinho que anda de Pajero, usa sandália nos debates e Nike no churras da família. Parem com isso. É cafona demais.
E essas bandas novas que andam surgindo? Faz-me rir. Como disse alguém acima: basta você ter uma banda na fronteira com a Bolívia, ser esquisito e tocar um monte de merda muito alta ou psicodélica-de-araque que você ganhará algum prêmio e tocará nos clubinhos de SP.
Que vergonha!
Um país que já lançou Killing Chainsaw, Pin Ups, Wry, Astromato, Pelvs, brincando de deus, Walverdes e tantas outras agora se contentar com Macaco Bong, Pata de Elefante, Mallu Magalhães, Mini Box Lunar… com todo respeito aos artistas, mas não dá. E o pior é ver jornalista babando o ovo disso. Talvez por necessidade de sobrevivência, já que os jornais e revistas não ditam mais nada por aqui. Desde que a NME ficou fácil pra todos, o jornalismo musical daqui se resume a polêmicas e boatos de shows. E tem os que fazem literalmente assessoria de imprensa pra essas bandas terríveis,em forma de blog claro.
Entendam uma coisa nobres senhores produtores, jornalistas e donos da cena fora dos eixos: ninguém mais é trouxa.
HEHEHe. O MIRANDA deveria fazer umas aulas de interpretação de texto ou então ler de novo meu comentário.
Já o Foca, reagiu como qualquer político quando é pressionado.
E tem muita gente fazendo de bobo e mudando de assunto.
Publiquei um texto aqui http://nagulha.com.br/facamos-juntos/ , MAC se quiser publicar aqui tb… legal tb.
e aí, tiago, me informe o que eu não sei sobre o edital em bh.
eram doze membros mesmo, e o kuru foi eleito representante do setor musical em assembléia publicamente convocada (e portanto foi eleito com o background que ele tem, incluindo conexão vivo e sim), ou ele virou “O” curador por mágica?
ele enganou a comissão todinha, foi isso?
meu furibundo primo joão: agora sim.
você está falando em processo de anulação do edital.
é mais honesto que o terence, que fica juntando alhos com caralhos para criar mal-estar
Lucas,
O Bart, da 53HC, recebeu via Incentivo Fiscal (carecendo captação) 35 mil reais (menos da metade que pediu).
Vocês, que possuem um ano e meio de fundação e não fizeram nenhum evento de expressão na cidade, receberam 160 mil, via Fundo Municipal. Ponto.
Os Shows / Festivais da 53HC começaram em 1999, e são sempre na raça, sem patrocínios, leis de incentivo, na verdade, colocando na reta MESMO e fazendo com que as coisas aconteçam em BH com muito profissionalismo e dedicação.
O comprometimento do Bart e da 53hc com a cena de BH é tamanho que ano passado, enfim, a 53HC recebeu grana via lei de incentivo, suficiente pra custear dois dias de festival. A 53HC fez 4 dias bancando dois do proprio bolso, porque para quem nesses 10 anos nunca recebeu nada, metade é o dobro!! Isso comprovou mais uma vez o comprometimento dele com a cena da cidade e a responsabilidade com o dinheiro publico.
Mais detalhes? No último domingo, saiu uma matéria no jornal Estado de Minas, sobre os 11 anos da 53HC, da Mariana Peixoto, que pode ser conferida no link:
http://junior.kinghost.net/bartEM.pdf
Alguns nomes, expressões e “frases feitas” que deveriam ser extirpados do “cenário musical indepente”;
1-Cadeia produtiva da música. Isso deveria ser é caso de cadeia.
2-“Artista igual a pedreiro” Além de ser uma balela, é o mote da política da Fora do Eixo/ABRAFIN..
3- Coletivos. Diversas organizações (antes) apartidárias e independentes trocaram suas nomenclaturas para Coletivo, objetivando entrar na patota.
4- O nome de 2 jornalistas que escreveram aqui ( FUNCIONÁRIOS da Fora do Eixo e de suas filiais). Nem precisa comentar o pq.
Oi Alex, te informei o que achei um pouco equivocado nas suas colocações.
A assembléia foi convocada sim- apesar da pouca divulgação, como Makeky colocou no debate, outra coisa que poderia ser repensada- e Kuru eleito e se tornou um dos responsáveis diretos pelos projetos de música. Outras pessoas assumiram artes pláticas, teatro, cinema.
Não estou colocando a prova aqui o background do Kuru- isso seria irreal. Sou um grande simpatizante do Conexão( que só acho que tem melhorado, aliás) coisa que já falei publicamente e privadamente para ele.
Acredito que ele não virou o curador por mágica. E também acredito que todo esse processo pode ser questionado, já que o curador ( membro da comissão julgadora) possui vínculos visíveis e notáveis demais com um projeto que ganhou uma aprovação questionada por muitos. Repetindo o que um sagaz colocou no site do Alto falante, a questão não é se o grupo pegada, bolada ou cagada foi aprovado. A questão é COMO aconteceu essa aprovação, e é isso que algumas pessoas que trabalham com cultura na cidade estão querendo, como amostrado na internet e mesmo em papos particulares comigo. Isso gerou o que você chama de mal estar, e o que muitas outras pessoas estão chamando de questão moral, ética, política, etc.
Sinceramente isso mais interessante e urgente, pelo menos em âmbito local, do que essa baixaria toda aí.
Só queria colocar uma coisa pro Zé Flávio ,que escreveu que
“em linhas gerais, um projeto de evento seu perdeu uma concorrência para outro de um coletivo ligado à entidade.”
Como o projeto do Terence nesse caso é também o meu projeto, uma explicação rápida: em “linhas gerais”, nem em linha nenhuma, nós não concorremos com o tal projeto polêmico. Estávamos escritos em modalidades diferentes do edital. Portanto, nessa questão, tanto fazia pra gente se o Pegada, ou o Zerada, ou o Engraçada fosse aprovado. Isso não seria nem a favor, nem contra o nosso projeto, Zé.
E Lucas, eu particularmente não aponto o dedo na cara do Bart , que taí a 12, 13 anos fazendo um dos maiores festivais independentes do estado, junto com jambolada e campeonato mineiro de surf. Muito recentemente ele conseguiu aprovação. E este ano conseguiu aprovação de 35 mil reais, salvo engano, via isenção fiscal. Pra ficar no campo da música independente, se um cara desse não aprovar, pode fechar as portas né? Mas para isso eles podem fazer as colocações deles.
( se bem que a Cogumelo, 30, 35 anos de batalha, não aprovou né?)
abraços (e fica o apoio a campanha “Scream and Yell cobrindo os festivais independentes!”)
Ps: Em qualquer debate com algum membro da Fora do Eixo/ABRAFIN presente (inclusive com seus jornalistas treinados) percebam/contem quantas vezes se repetem as “frases feitas” que citei:
-CADEIA PRODUTIVA DA MÚSICA
-ARTISTA IGUAL A PEDREIRO
-COLETIVO
isso é um método tufo para enrolar os outros ?Chega né?
jonathas, eu vou agir como uma pessoa que não te conhece agora: vai se foder! 🙂
Brincadeira, não sou grosseiro a esse ponto, e você pode achar o que quiser de mim. O mundo tem idiota para todas as categorias… 🙂
Queria que o Makely Ka, da Cooperativa da Música de Minas, pudesse estar aqui pra repetir as palavras nas quais ele colocou as relações “duvidosas” entre Kuru e Coletivo Pegada em cheque, deixando Pablo Capilé ficar sem fôlego na cadeira.
Pessoal, gostaria de dizer tantas coisaS sobre o esta discussão mas o tempo é curtíssimo, pelo menos o meu neste momento, então vou aproveitar as sabias palavras que o Fabrício postou em seu texto no http://nagulha.com.br/facamos-juntos/ ….que estas já expõem muito bem o penso sobre o assunto.
Finatti não achei elegante seu comentário sobre a não vinda do Miranda para o Demo Sul, alias essa pedra eu já resolvi com ele.
Vamos que vamos…focando no “teorema” e..FAZENDO JUNTOS !!!
Marcio…quebrei sua teoria e NÃO disse nehuma das 3 palavras mágicas !!!
Alias, não precisa dizer algo que já está consolidado.
Tá na hora de alguem colocar as coisas “preto no branco”. É válido escrever a opinião, porém noticiar o acontecido é essencial para que quem está interessado no debate possa entender a opinião.
E eu, como consumidor , quero ver é a banda tocar ao vivo. Prefiro muito mais conhecer banda em shows, e me animo muito mais a comprar camisas, eps, e discos, etc.
Esse Lucas fala bem grossinho aqui heim… Mas no debate do dia 21 ficou que nem um franguinho de granja ao lado do Capilé e Nobre e quando pediu a palavra, quase fez todo mundo dormir com a mesma ladainha de fora do eixo bla bla bla e sequer defendeu o Coletivo dele que foi tão citado no debate.
Como agora vem com esse papo de que “vou esclarecer a questão da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de BH, que já foi esclarecida exaustivamente no dia 21/4”. Não foi esclarecido coisíssima nenhuma meu camarada. Não está nem perto de ter sido esclarecido. Outra coisa, pq vc não disse lá o que escreveu aqui? A internet é mesmo um refúgio pros bunda mole como vc. Aliás, você pode ser muito bom em articulação política (começou com o pé direito) mas ainda te falta muito embasamento pra qualquer frase que saia dessa sua cabecinha doutrinada pela cartilha “rizomática e horizontal” do Fora do Eixo. Tenha personalidade, véinho. Pegar a ladainha (que é chata pra caralho) do Fora do Eixo e usar como se fosse sua, além de feio, demonstra sua incapacidade para formular algo no mínimo original, que não tenha saído da boca dos coronéis do FDE. Não gostou!? Então vá chorar na barra da saia do Kuru (ou do Capilé).
E esse texto do Fabrício Nobre? Não esclarece nada. É basicamente um amontoado de argumentos surrados e batidos e já defenestrados por todos que estão descontentes com a situação.
Trecho que diz tudo o que pensam: “A discussão sobre quem paga ou recebe o que? Quanto? Como? De quem? É menos importante, bem menor, do que a que deve ser travada no momento atual que, na minha opinião, é: de que modo vamos trabalhar, nos evolver, juntar forças para realmente criar condições cada vez melhores para todos estes agentes, que fazem um pouco ou tudo, possam ter espaço / circuito / plataforma / mercado sustentável, integrado e desenvolvido.”
Engano seu, Fabrício. Essa a questão primordial a ser respondida. Ninguém é dono do dinheiro público a ponto de considerar seu endereçamento coisa de somenos importância. A primeira questão a ser respondida é justamente essa: quem, como, quanto e quando recebeu dinheiro público? quais os critérios pra divisão desse dinheiro? quais os critérios pra escolha de bandas? quais os critérios pra divisão desse dinheiro entre os festivais? há lucro? de quanto? pra quem fica? há prejuízo? de quanto?
A forma como a coisa está sendo gerida já está causando saudade dos abusos da época das gravadoras. principalmente da metade dos anos 90, em que dezenas de bandas criativas eram lançadas, a maioria até hoje por aí.
Alguém acredita que 0,00001% dessa leva de meninos indies vai durar para a posteridade? Se nem o presente eles marcam…
Miranda,
Não sei se me expressei ou se você me interpretou mal: não quis dizer que todo mundo é cego. Até porquê eu também estou na galeria dos artistas/produtores que têm dificuldade em compreender o futuro disso aqui, e que trabalha 12, 13, 14 horas por dia para conseguir seguir na profissão. Também porque, se eu estivesse nadando em geléia real, não perdia meu tempo aqui. Todo mundo que está neste debate, ou está defendendo uma posição política, ou está tentando contribuir e/ou aprender com o debate. Eu não sei bem qual é o seu caso, gosto de acreditar que é o segundo.
Abs
“Terence, a prova de que você é um mau caráter é que você resolveu se voltar contra a Abrafin quando, em linhas gerais, um projeto de evento seu perdeu uma concorrência para outro de um coletivo ligado à entidade.”
Mal informado até mandar parar. Pra variar!
Mas já apareceram pessoas com paciência e tempo pra começarem a explicar toda a história, com alguns detalhes/dados importantes.
“é mais honesto que o terence, que fica juntando alhos com caralhos para criar mal-estar”
Ôpa, mas quem faz isso é o seu amigo. Não eu! (Vide o exemplo anterior e o outro logo abaixo)
“O mais curioso é que o El Mapa de Todos aconteceu dentro de um hotel, onde todos estavam hospedados. Eu achava que só tinha saído de lá para comer uma feijoada com o meu amigo Osório no sábado. Mas pelo visto fiquei passeado (encolhido) de van com o Terence e seus amigos pela capital federal.”
Cínico, absolutamente dentro do padrão costumeiro. Que feijoada, otário? Vc voltou como pro aeroporto? Quantas pessoas estavam na van? Vc não me reconheceu? Este é o José Flávio Jr.!
Quanto ao Lucas… Aliás, quem é o Lucas? O laranja da tal pegada que, na única vez em que tentou falar algo no debate, com toda a artilharia a favor, perdeu a linha de raciosímio (como cantariam os Titãs)? Típico mesmo de um laranja que tem relevância abaixo de zero na vida cultural de BH, que dirá no restante do país.
Pra não ter que chamar esse sujeito de moleque pra baixo, vou utilizar uma frase bonitinha e que nunca tinha utilizado pra definir ninguém, mas você merece:
Cara, você é a quinta essência do cocô do cavalo do bandido. E vou lhe dizer isso cara a cara, quanto tiver a oportunidade, pois não sou de me acovardar na internet, nem sob as asas de ninguém.
Quanto ao “me retratar a ABRAFIN”: o Fabrício é amigo, muito antes de ser presidente da ABRAFIN. Mereci o puxão de orelhas dele (SÓ DELE!!!), já conversamos, antes, durante e após o debate, e conversaremos mais e mais sobre esse e outros assuntos.
Dos muitos outros que vestiam fraldas do cenário independente, enquanto tudo se estruturava(até a MTV retirou seu time de campo por um tempo – o Alto-falante, não), eu mereço, no mínimo, respeito. Menos do Lucas. Porque de moleque, não podemos exigir respeito algum.
Na boa, o papo desses organizadores de festivais “independentes” ta mais pra papo de pastor de igreja evangélica, no caso aqui quem se fode são as bandas (fiéis) que tocam de graça. E as bandas da panela são aqueles crentes que são pagos para dar testemunho que foram curados e tal.
É por aí mesmo, Danilo. Mandou muito bem nas suas colocações. Só uma coisa;
NÃO EXISTEM AUDITORES, POLÍTICOS, ADVOGADOS OU JORNALISTAS que POSSAM INVESTIGAR, AVALIAR, (E SE FOR O CASO) DESMASCARAR ESSA REDE TODA ??
não é posível gente! O Brasil não é uma páis tão corrupto assim. Ocupamos somente, a posição 80 no ranking do nível de corrupção, que se preocupe a Dinamarca, né??? ..(;
Qual o motivo da censura aos meus comentários?
Claudio, coloque um email valido, um link pro seu blog, site, banda, ou o que seja, que o comentário será liberado. Estou conferindo gordinho.gordoidao@gmail.com no google, e não há nenhuma referência a ele. Eu assino as minhas matérias e as pessoas que estão discutindo aqui assinam suas opiniões. Acho que você poderia fazer o mesmo.
Abraços
Mac
Depois de ver uma figura que usa grana publica ser reverenciado e tido como salvação da musica independente no brasil eu larguei mão de fazer qualquer coisa relacionada ao o independente pois como os grandes produtores dizem eles não tem grana, vai se ferrar.
Produção cultural e musica independente hoje pra alguns viro trabalho remunerado pela máquina pública.
mas no fundo é sempre a mesma merda, apenas defendem seus interesses, pra no final embolsar o dinheiro de alguém.
Mercado musical podre.
Fábio A. Pereira
Ok. Então vamos lá. O e-mail é válido, pode me escrever que eu respondo, em todo o caso, vai também o link de meu projeto eletrônico. Desculpe qq coisa, Mac.
Vamos ao que interessa,
Há uma idéia disseminada de que a presença desses parasitas como Fernando Rosa e Finatti é imprescindível para a cena independente. Balela, esse pessoal é amigo do dinheiro e só. O Fernando Rosa foi o produtor que deitou e rolou durante os governos do Joaquim Roriz, um notório corrupto. Foram 8 anos monopolizando os projetos musicais no Distrito Federal. Roriz financiou inclusive a produção de um CD lançado pelo selo Senhor F, apesar das gravações incluídas terem sido feitas por conta das bandas participantes.
Outro absurdo foi a dinheirama que ele recebeu da Petrobras pra realizar o festival “El Mapa de Todos”, um projeto caro, que foi um fracasso de público, trouxe bandas obscuras (mais estadia em hotel e passagens) e que nem de longe tinha preços acessíveis.
Enquanto esses parasitas, dejetos da indústria fonográfica e do jornalismo de jabá estiverem na linha de frente da produção independente e dos agraciados pelas leis Rouanet da vida. A suspeita de malfeitoria persistirá.
Olha, acho que o mais importante a ser retirado do texto do Fabrício é que, dado o crescimento na captação de recursos públicos para música, a ABRAFIN conseguiu aumentar a quantidade de festivais independentes e o alcance geográfico dos festivais. E, apesar de a remuneração dos artistas ainda não ser a ideal, hoje uma banda do sul toca no nordeste muito mais facilmente que anos atrás. Se hoje não se produzem mais bandas com sucessos como Anna Julia do Los Hermanos, por outro lado várias bandas menores conseguem espaço para divulgação das músicas.
Não estou aqui para defender ninguem, mas morando em BH, sei que nos ultimos 2 anos os shows de música independente diminuiram bastante. Melhro dizendo, não diminuiram, só a qualidade dos shows que ficou bem pior. Tirando festivais como o Conexão Vivo e o Eletronika, os demais shows que ocorrem em pequenos locais na cidade ultimamente só tem tido a participação de bandas despreparadas da cena aqui de BH.
Era muito bom quando uma vez por mes tinha a festa alto-falante, em que tocavam poucas (mas boas bandas) aqui de BH, e bandas que se destacavam em outros estados (Lembro de um show do manacá que foi muito foda!).
Ainda tinha o Quarta Sônica (super guerreiro) no Teatro Marília.
Existem bandas boas em BH, mas hj não vejo nenhuma que consiga chegar perto da qualidade do Valv, por exemplo.
Caramba, fico realmente imprenssionado com as pessoas conseguem ser tão absurdamente ofensivas e mau caráters ao acusar aqui o trabalho ou mesmo pessoalmente as outras.
“Claudio” , não sei mesmo quem é vc, mas seu comentário sobre Fernando Rosa é um dos maiores absurdos que já li na vida. Infelizmente a partir daqui não tem como seguir acompanhando o debete.
Mac e pessoal do Scream and Yell, mas não vai dar mais para acompanhar.
thiago
então mete o dedo na ferida, ao invés de fazer esse joguinho do terence:
[i]A assembléia foi convocada sim- apesar da pouca divulgação, como Makeky colocou no debate[/i]
você acha que a convocação da assembléia foi delberadamente manipulada pra diminuir o quórum?
isso garantiria a eleição do kuru?
quem concorreria com ele normalmente estava lá e concorreu, ou alguém de forte representatividade foi afastado pela divulgação?
[i]também acredito que todo esse processo pode ser questionado, já que o curador ( membro da comissão julgadora) possui vínculos visíveis e notáveis demais com um projeto que ganhou uma aprovação questionada por muitos[/i]
os “vínculos visíveis e notáeis” são o fato de eles serem da sim? o que é a sim?
quantos associados ela tem?
ou tem outros vínculos?
A verdade é que a galera pediu grana justamente. até ai nada demais. Era pouco…ai foi crescendo, crescendo….só que os “cabeças” não se ligaram que tem gente acompanhando tudo. pode ter certeza. ou vcs acham que com essas cifras:
jambolada 10 – 1 milhao de reais fornecido pelo governo
calango 10 – disponibilizado 800 mil reais
goiania noise – 900 mil reais para captação
Alias, não quero acusar nada, mas só pra mostrar como tem gente acompanhando tudo, hj foi mostrado para mim em um fórum interno de discussao de contas sobre um valor de 88 mil reais que o próprio MINC (olha ele ai Joao Parayba!!!) cobrou em seu site oficial do Goiania Noise alegando que as contas não estavam batendo. Sei lá, vai ver que foi algum erro já corrigido. passou desapercebido essa “pequena” diferença.
a pior frase que vcs mandaram foi: “Vamos invadir o Eixo”. Não é bem assim. Venha com humildade. Não tirando barato: “quem comanda o rolê?”. Isso desperta a ira de pessoas que estavam quietas.
Ë seríssimo isso que o Claudio falou (post 156).
E finalizando: conversando com uma pessoa de dentro do FDE (alias as vezes parece “espionagem” pq essa pessoa é “agente duplo”. ta trazendo varios informes pra gentë) Disse que Nobre e Capilé estão coordenando tudo que esta sendo postado aqui e colocando pessoas para falarem e rebaterem exatamente o que querem. os famosos “laranjas” (zé flavio, alex antunes, miranda, senhor F, foca) .
Se vcs são organizados …. nós tb somos…nos vemos em breve.
O Babasonicos não tocou no El Mapa Del Todos? Lembro que eles tocaram em Brasilia em um festival produzido pelo Senhor F, e só por isso o cara já tem o meu respeito: ele conseguiu levar para Brasilia a melhor banda sul-alemricana. São Paulo e Rio até hoje não viram show desses caras. Mas tem gente que vai achar Babasonicos uma banda desconhecida. Tenho dó.
ah, eu tou falando de encomenda é?
então me hipotizaram tipo o “sob o domínio do mal”, porque estou crente que estou falando da minha cabeça mes
🙂
ei “roberto couto graves”, tem um agente duplo aqui no telefone dizendo que a tua namorada tá dando pro vizinho, corre lá
:)))))))))))))))))))
Gente,
discutir cadeia produtiva no século XXI necessariamente vai passar por auto-gestão. coletivos e associações são apenas um dos meios de fazer trocas que sejam produtivas pra toda a “CADEIA PRODUTIVA”. se for assim a Mallu é produtiva pra cadeia, já que colocou a pauta de música na internet no faustão que é um veiculo de massa (e ele deu um baile na coitada).
Acho errado julgar uma banda pela forma com que ela trabalha. Como o mestre Parahyba sinaliza, é preciso fomentar mais o pensamento, o trabalho e o consumo artístico, do mesmo jeito que as outras etapas “pedreiras” da cadeia – como disse o Zé Flávio, quem manda na parada é o público, e pelo menos é assim que deve ser! Não tem mais aquela renda de venda de discos? Ótimo, vamos vender camisetas, shows, produtos endorsados, vamos cortar nossos custos com trocas de trabalho, vamos sim criar coletivos, mas vamos pensar Especialização dessa cadeia. senão vira um processo autofágico.
eu nunca toquei em manaus, então não adianta eu chegar e pedir pra me pagarem 2000 reais de transporte pra eu chegar lá. iguais à minha banda (Visitantes, muito prazer) existem trocentas bandas independentes levantando o dedinho pra tocar nas mesmas condições! Eu sei que, embora a gente já tenha rodado bastante, eu não vou levar 100 pessoas que vão pagar entrada e consumir, num rolê na capital do amazonas. Mas eu posso negociar alternativas como uma assessoria (aí a tolice do nosso amigo do Pedra, porque assessoria é uma coisa, midia espontânea é outra), um suporte de web pra um hotsite da minha banda q divulge o próprio evento, seila algo que seja bom pros dois lados e não feche só numa questão de $$$$. é aquela coisa, enquanto o mercado independente de música não é nivelado por alto (por Mérito artístico que o público dê valor e banque o artista pelo seu diferencial e conceito) ele tem que ir separando o joio do trigo por outros tipos de mérito. E isso sempre vai existir, os Beatles também entendiam algo de economia.
enfim….. só frisando que acho o Foca um puta profissional de respeito e não merece esse tipo de comentário imbecil.
beijo pros jornalista.
f.
Bom,vejamos:
Bom,primeiramente,estou já achando que a coisa tá na baixaria.Terence Machado brigando com o fascinora e boiola do José Flávio Junior(já falo dele embaixo).Mas,enfim,tá parecendo aquela briguinha idiota que aconteceu depois da entrevista do Pablo Capilé ao blog O Inimigo,um monte de gente sem nexo,sem sentido,sem cultura e sem cabeça brigando e revelando suas invejas contra o Fora do Eixo e a Abrafin(falo das duas,não de uma) e o Pablo e o Fabricio Nobre e o Miranda respondendo educadamente como um cara lá tinha mostrado……
Agora acontece o mesmo.Usam um blog e um texto bem interessante pra fazer ataques idiotas desses sem sentido.Acho interessante quando se faz uma prestação de contas do dinheiro publico empregado nos festivais via edital,por exemplo.Agora não pode um bando de músico idiota e pseudo-critico chegar e falar as asneiras que podem,só porque é a internet.
Aliás,seria bom fazer um Debate MTV,com todo mundo sobre isso.Vamos ver quem só reclama escrevendo ou quem reclama de verdade.
Ah,sobre o Zé Viado:Há mais ou menos quatro anos atrás,numa comunidade da Bizz no Orkut,tinha um topico falando de uma banda chamada Canto dos Malditos na Terra do Nunca,e estavam discutindo se a banda era boa ou não,aí esse sujeito tava falando que a Pitty era isso,era aquilo,não cantava bem e tal.Nessa eu a defendi,falei que ela era legal e nisso ele e outros dois caras que estavam com nicks somente(indicio de covardia) começaram a me atacar.No final das contas,me deletaram da comunidade,me achincalharam(um desses nicks chegou a invadir meu profile pra difamar)e chegaram em carreata pra tirar com a minha cara.No final das contas,deixei pra lá.Vendo como tava a comunidade não me faria voltar de novo,no máximo.
Tirem suas conclusões sobre honestidade.
Boa, Fernando…É isso que eu espero também…
“Aliás,seria bom fazer um Debate MTV,com todo mundo sobre isso.Vamos ver quem só reclama escrevendo ou quem reclama de verdade.”
Eu acho que existe uma inegável supervalorização dos produtores em detrimento aos músicos, principalmente pelos jornalistas que cobrem a produção independente. O que o Cláudio falou ali em cima, pra mim, tem base.
Realmente, durante a dinastia do Sr. Roriz, era comum ver produções do Fernando Rosa com apoio do governo. Houve um tal de “Senhor F nas Escolas” que tinha a desculpa de levar as bandas brasilienses aos estudantes da rede pública mas que, no entanto, não teve nenhum resultado prático além de divulgar bandas vinculadas ao selo Senhor F.
Teve também um CD chamado Terceira Onda, cujo lançamento aconteceu em três noites no Teatro Nacional (entrada franca, mas quem conhece esses eventos sabe que é necessário contratar uma produtora para realizar tais shows, bandas não recebem lhufas) que também foi financiado pelo GDF. Também era comum a marca Senhor F estar no “Projeto Arte por toda a Parte”, de periodicidade quase mensal e também da Secretaria de Cultura do Distrito Federal.
O fato é que quando produtores passam a ser tratados com mais deferência que os músicos, é sinal que algo está muito errado. Lembro de chamadas da Rádio Cultura (também estatal) que fazia menção ao novo rock nacional e, piada, citava apenas bandas do selo Senhor F. Inclusive quando o Los Porongas deixou o cast do selo, teve seu nome retirado da tal vinheta. Isso é normal? Pra mim, não. Coincidência ou não, quando Roriz deixou o governo, as produções do Fernando Rosa sumiram da programação oficial….
Mas, acho que a coisa tá começando a mudar. Cada vez mais bandas estão se tornando também “produtoras”, assumindo responsabilidades na tal “cadeia produtiva” que esses caras gostam tanto de falar. E esse é o caminho. Só assim, essas pessoas que não conseguem nem segurar um violão direito, sairão em definitivo de cena. Bandas como Cidadão Instigado ou Móveis Coloniais de Acaju abriram caminhos e apontaram soluções para que os músicos excluídos dessas redes nefastas instrumentalizem-se para encarar os desafios de suas carreiras sem padrinhos, patrões ou cães-guia.
Boa discussão para um assunto tão pertinente.
Comecei a acompanhar essa discussão toda desde o início e confesso que minha opinião foi mudando no decorrer do debate. Uma coisa pra mim está ficando clara…oque se chama de “independente” hoje está galgando o status de mainstream. Não dá pra comparar hoje os festivais mais importantes com oque foi o Juntatribo (Ok, o Massari estava lá ) por exemplo, e não é só uma questão de grana investida…hoje existe a internet e o mais importante, existe o suporte da mídia, vide MTV, Bravo, Rolling Stones e afins e até o Faustão como citaram acima.
Na verdade está claro que um novo mercado está se formando, e todo mundo que está aqui discutindo está se ligando disso…
Creio que oque todos estão querendo saber é como que esse mercado vai funcionar…como a grana vai circular, como as bandas vão circular. Querendo ou não, a percepção, correta ou não, é de que tem alguém mandando na parada… azar de quem está na linha de frente, isto é, o Fora do Eixo, a Abrafin e por ai vai…se estão na chuva é pra se molhar, não é não?
Comentei isso aqui no texto do Fabrício, acho que serve pra discussão aqui:
Excelente texto, Fabrício!
Mas infelizmente é muito difícil para as pessoas que vêem “de fora”, isto é, sem presenciar “in loco” o desenrolar desses processos todos, entender o tamanho da movimentação que vem acontecendo no circuito independente no Brasil hoje, e consequentemente o seu próprio tamanho dentro desses processos. Acredito que seja daí que surjam todas as críticas sem embasamento que vemos por aí.
Eu mesmo, apesar de sempre ter buscado ao máximo me informar sobre todo o processo, tenho uma visão totalmente diferente depois de ter participado de algumas discusões que rolaram no Goiânia Noise e na Feira Música Brasil (além de ter visto pessoalmente os shows que rolaram no Noise, e toda a estrutura do festival), a palestra do Martin Atkins, etc etc etc. A internet facilita muita coisa, mas nada substitui a experiência física, ver de perto como as coisas acontecem. Infelizmente, poucos têm a oportunidade de ter essas experiências, e menos ainda se dispõem a fazê-lo.
E me sinto muito à vontade de falar disso tudo, porque em nenhuma dessas ocasiões eu fui pra tocar, ou sequer como convidado. Fui através de um projeto do SEBRAE, por puro e simples interesse em conhecer de perto o que está acontecendo, e de participar desse processo. E tendo a humildade (que falta em muita gente) de compreender que é um processo que, apesar de historicamente muito recente, vem sendo construído há uns bons anos, e sobre o qual eu não tive absolutamente nenhum papel nessa construção até aquele momento.
Portanto, me pergunto: qual sentido teria eu me posicionar num pedestal como um grande artista que deveria estar sendo contemplado com os frutos de todo esse trabalho (que não foi meu) ao invés de me dignar a assistir às palestras e debates, às atrações do evento, e ver como tudo está funcionando? Se você não sabe a reposta, pare para refletir se não é exatamente essa a sua postura em relação aos festivais independentes. Pois o fato de você ter uma página no MySpace, mesmo que com um excelente trabalho (o que é a esmagadora minoria dos casos de pessoas que reclamam sua fatia do bolo numa festa do coleguinha que nem se dignaram a dar os parabéns) não significa que ninguém seja obrigado a conhecer e reconhecer seu trabalho. Se é justo, não sei, mas é assim que funciona. Já dizia meu pai: trabalhar com arte é 10% inspiração e 90% transpiração.
Por isso que eu inclusive me surpreendi quando fui apresentado ao Fabrício e a primeira coisa que ele me disse foi “Parabéns, o som da tua banda é muito massa”. Nunca tinha enviado meu CD pra ele, ele simplesmente se dignou a ouvir todas as bandas que tinham se inscrito pra um processo seletivo (do qual ele nem fazia parte) que rolou aqui no Rio pro Goiânia Noise. E nós nem fomos classificados nessa. E ele ainda me arrumou uma carona pra comprar os ingressos pro festival e de lá pro hotel, com um cara que veio a ficar super amigo da gente depois. Na boa, não consigo entender como alguém consegue dizer que um cara desses seja marrento ou não trate os outros bem. Pode até ter acontecido com alguém, mas a experiência que eu tive me faz acreditar no contrário.
De forma alguma o modelo que está sendo criado já está com um nível de estrutura e organização que não seja passível de críticas. Mas acho que vocês vêm cumprindo bem o papel de se fazerem presentes nessas discussões em todos os meios possíveis, e espero que tenham o discernimento e a paciência necessária para absorver a parte construtiva de alguns pontos dignos de reflexão.
E à galera que só está preocupada em apontar as falhas do modelo que está rolando: espero que tenha alguma contraproposta para criar um novo modelo de mercado, e que ele venha a render muita grana pra todo mundo na cadeia produtiva da música. Do contrário, quanto mais problemas o modelo que existe tiver, pior será para todo que quiser se envolver, inclusive você que um dia pode vir a se beneficiar dele, apesar de não estar sendo contemplado nesse momento.
Abraços a todos que estão aí pra fazer junto! Vamos nessa!
Depois de ler tudo, dá um grande deja vu da discussão no começo do ano n’O Imigo. Vou comentar a mesma coisa que comentei lá:
“Lendo o comentário do Haley do Burro Morto lá atrás lembrei de um comentário que vi em algum lugar de alguém do Móveis Coloniais de Acaju (que pra quem não sabe, tem 9 membros), dizendo que no começo eles gastavam grana eles mesmos pagando passagens pra ir tocar nos cantos, fazendo INVESTIMENTO, e que não era nada raro tocarem pra 100 pessoas pela primeira vez e venderem, sei lá, 70 CD’s. Hoje tão onde tão.
Cada um que saiba de si.
Ah, os comentários de “ficar pobre pra sempre” me fizeram lembrar uma entrevista com o Macaco Bong, em que perguntei sobre o crescimento da banda, que eles estariam saindo do “underground”. Me responderam que isso não tava acontecendo de forma alguma e que o modelo de autogestão continuaria, apenas tocando pra mais gente em lugares maiores eventualmente. Fiquei confuso, mas pensando melhor depois vi que uma coisa não anula a outra. É só evolução. É um modelo novo, nada disso é verdade absoluta, mas parece promissor.”
E:
“Que povinho raso. Dinheiro é pra gastar, não devia ser o objetivo de vida de ninguém.
Ser rico é a coisa mais fácil do mundo…, faz um concurso público qualquer, vira investidor financeiro, sei lá; se satisfazer com o que faz, aí já é bem mais difícil.”
Depois de ler vários dos comentários, fico com duas frases que dizem basicamente a mesma coisa:
“O inferno são os outros” Sartre
“O mundo da opinião é bronca” Miranda
PS1: É engraçado ver o José Flávio bancar o Enfant Terrible quando não passa de um Menino Buchudo.
PS2: Como apreciador de música há tempos, tenho respeito pelo Miranda, pelo Terence e pelo Alex Antunes. Aliás, não só de música, mas da inteligência e da perspicácia alheia.
PS3: E como o que nos move e une é a música – ou seria a grana? ehehehe
Quando vai sair a porra do primeiro cd do Burro Morto???
Banda do caralho que tem que estar em TODOS os festivais, pelo simples fato de ser muito boa.
Abraço
JOnarthas, vou te reler. Ruivo, o lance dos cegos foi só brincadeira e é óbvio que to nessa pra colaborar da melhor maneira possível com minha experiência. E ela diz: cuidado todos nós que estamos jogando pedras nos jardins possivelmente cultivados com muito carinho e esmero por desconhecemos as plantas que ali nascem. Acho que estamos chegando a uma discussão desértica. Ta na hora de ver as coisas mais claras, de nos encontrarmos pessoalmente para entender o que realmente está acontecendo.
Se as condições de distribuição da música nova brasileira são hoje muito mais amplas e acessiveis, isso passa pelo grande quantidade de festivais, que chegam ao papel de educar cidades a respeito dos generos muitas vezes renegados na região, como o caso do rock em Goiânia, antes império sertanejo. se existem dúvidas em relação a eles, precisam ser levantadas junto às fontes e soliuções precisam ser sugeridas. Especialmente quanto à curadoria artística dos mesmos. Como se faz isso para que seja consideravelmente aceitável?
Com certeza não seria com voto popular, método mais sujeito a falcatruas e que inevitavelmente complaria só artistas mais conhecidos ou os que fizem “campanhas” e artimanhas.
Confesso que tenho muita curiosidade e saber como todos julgam essa questão.
Quanto ao Roberto Couto Graves, laranja é o cu da sua mãe. Vai lavar a boca pra falar meu nome que tá fedendo a merda teu hálito.
Jonathas, te reli. Tá tudo errado. Tuas contas são ingênuas. Os números são bem mais complexos que isso. Por sinal, pergunte ao Paulo André quantos APR deram lucro.
Outra coisa errada é acreditar que os produtores vivem dos seus festivais. Todos tem seu trampos de dia-a-dia pra manter-se. Não só eles, músicos, engenheiros, produtores musicais (eu incluso) tem seus próprios caminhos de ganhar o pão. Tudo para permitir que dediuem tempo as coisas que acreditam ser um ib=vestimento num melhor futuro para toda a coletividade.
Esse tipo de situação de mercado muda de uma vez pra todos. Portanto esse mané ae que criticou o uso do nome Coletivo por alguma associações, por ranço anti-comunista, que vá chupar um prego que ta todo mundo batalhando feliz.
subitamente melhorou o nível da discussão ou é impressão minha?
Tirando um ou outro xingamento meu ou de alguém mais aí, melhorou um tanto a conversa. só falta focar no que interessa.
Na verdade, eu fico até feliz de ver o Terence reclamando pelos cantos do Pegada e do FDE, há um tempo atrás não seria possível uma discussão dessas, pois as pessoas que estão no Pegada, o pessoal que produz nos redores de BH, o Pessoal do BH indie music, que por sinal é um dos que mais articulam a cena em BH, já bateram várias vezes na porta do Alto-falante em busca de parcerias, apoio e simplesmente foram ignorados, ou seja, isso não é possivel mais.
” A galera dos shows vazios no Matriz e da Obra estão crescendo e tomando corpo, estão tomando um espaço que até então era para poucos em BH”.
Agora fica a dúvida, O Terence tá brigando desse jeito é por que está realmente interessado na cena de BH? ou só está com o ego ferido? pois se realmente está interessado na cena deveria está satisfeito pois vários festivais vão acontecer, inclusive o do Pegada.
Eu acompanho o Garimpo desde a primeira edição, e já fiquei chateado em ver a mesma banda que tocou no primeiro tocar no segundo, a banda que já tinha acabado e fazer um corre de última hora para tocar no festival e fazer um show horrível, a banda que ninguém nunca ouviu falar nem antes e nem depois do show está no festival. Na real, isso é um desrespeito com o público e muita gente sabe que eram bandas de amigos do pessoal lá. Eu lembro que algumas pessoas em uma edição passada, não gostaram do set list e reclamaram disso e foi respondido na comunidade do Alto-falante pelos próprios membros que o Alto-falante não tinha nenhum compromisso com a cena de BH.
Agora, esse “papinho” de que o discurso dos coletivos são sempre os mesmos, que tem um monte de Zumbis, que tudo é copy/paste no fora do eixo, pra mim isso é papo que quem não sabe realmente do que está falando, acho que seria melhor você pesquisar um pouco mais e ver se todo mundo repete o que os outros falam ou se todo mundo faz o que estão falando, vai ver que o FDE não é só o Pablo e o Fabrício, tem uma galera que trabalha muito nisso e que não está nem um pouco interessada em perder tempo com essas briguinhas pela internet.
Talvez seja difícil explicar o conceito de “Artista igual a Pedreiro” para um “Playboy” da zona Sul que quando quer fazer uma festinha liga para o dono do bar e já ganha até as Filipetas para distribuir. Pra muita gente o buraco é bem mais embaixo velho.
Um “Playboy” Nunca vai sentir na pele o que é lotar um Festival de música independente em um lugar onde só se ouve pagode, funk e axé. isso sim é construir uma cena!
Agora para te ajudar um pouco, veja esse video aqui, Grito Rock Ribeirão das Neves, que foi bem pertinho de vocês, aí todos que estão trabalhando na produção do evento são músicos e muitos deles vão tocar no mesmo dia. Será que esse conceito é válido para todos ai? http://www.youtube.com/watch?v=P8OTLLyAHHE
Ah, só pra lembrar, metade das bandas que estavam aí no dia, não fazem estão ligadas aos coletivos e muito menos eram nossos amigos.
Somos “Artistas igual a predreiro” não é por que é “bunitinho” ficar falando isso, e nem por que estamos seguindo cegamente algo que já foi dito, é por que é necessidade. Mas esqueci, um Playboy não sabe o que é isso.
Longe de mim ficar querendo entrar em outros pontos, como de classe social e outras coisas, só quero apresentar um pouco mais sobre a realidade dos coletivos para você formar melhor a sua opinião.
Abraços!
Malheiros Cruz,
comentário #130:
“7- Sesc/SP paga 18 mil reais para tocar. Logo: bingoooooo!!!!…Show do Mini box lunar!!! (aviso as bandas de SP…faça uma cara de paraíba, vai com os dedos com unhas compridas e sujas e fala que vc é do interiorzao da pqp!!! te arranjam uma data na hora!!!)”
Preconceito é um coisa difícil de esconder, hein?
Acho que muitos músicos ruins e pessoas ruins estão se apoiando indevidamente na fala do João. Um alguém que se utiliza de um preconceito desses, de uma falta de respeito dessas, não joga no mesmo time do João(O que? Parahyba!).
João Parahyba é um gênio. Ele pode cobrar muita coisa, já uma pá de músicos iniciantes, que não aprenderam em casa sequer a respeitar os mais velhos, precisam investir em si, adubar suas cabeças para produzirem um trabalho mais valioso.
Sinto pelo João o mesmo que sinto quando vejo meu pai, sujeito super competente, apanhando pras novas tecnologias que envolvem sua profissão. Tenho certeza que também chegará um dia que nos sentiremos estranhos em meio a uma nova conjutura no nosso ramo.
Nós envelhecemos e tudo muda. é normal que nos sintamos saudosos, mas isso não quer dizer que as coisas devam voltar atrás(também haviam defeitos e exclusão no passado).
João, estamos todos num mesmo barco tentando encontrar um maneira de viabilizar as coisas. Com certeza pessoas como você detêm o bem mais valioso de todos, que é o talento, o conteúdo. Haverá saída.
Pros que só ofendem, desrespeitam, haverá sempre esse tipo de espaço para o desabafo.
Comentário não aprovado: email inexistente
Pedro – postumatti@gmail.com | 189.115.32.131
Na boa, essa discussão só terá sentido, se nos unirmos (pessoas bem intencionadas) para criarmos outras ALTERNATIVAs além da ABRAFIN/Fora do Eixo (desculpa, não tem como não colocar no mesmo saco)
Os caras têm os méritos deles. Lógico que têm. Mas hoje, vislumbro mais deméritos que o contrário. Infelizmente!
Se a discussão morrer aqui. Tudo permanecerá, ou piorará.
Ps: Cadê o Capilé, que nunca aparece para dialogar sobre algo que ele trabalha, e é amplamente questionado? Ele só se manifesta para xingar o Sérgio Martins de anta, numa entrevista para um blog, que ele imaginava ser desconhecido.
É isso aí, Mirandão, então vamos para cima. E acho que vc tem razão no que colocou, nesta questão de jogar pedras, e quero deixar claro que minha posição não é a favor disso. Como disse, eu respeito. Do meu ponto de vista é um caminho errado, mas eu respeito quem tenta fazer algum caminho. Só que, por usar dinheiro público, tem que ter bastante cuidadoe fazer direitinho.
Inclusive tenho um amigo de Goiânia que faz bem direito o dele, muito decentemente. Portanto,acho que tem gente boa ali.
Alex, estava mais engraçado antes, mas eu acho que melhorou sim, com os ânimos um pouco mais brandos.
Qualquer coisa é só gritar.
Abs
E, olha, o ponto que eu defendo mesmo é que a coisa ficou politica de mais, de uma forma que eu acho que poderia ser diferente.
É que segurar o ímpeto de entrar na briga é foda.
To aqui caro Carlos Ferraz, acompanhando sempre o papo, mas ja me manifestei tantas vezes sobre o mesmo tema que acho melhor marcarmos um debate presencial, que alias ja está sendo organizado e acontecerá dia 18/05 a partir das 17h provavelmente no Studio Sp. Todos estão convidados e quando confirmarmos local e horario posto aqui.
Pra quem quiser saber minha opinião a respeito tem em varios lugares:
Comunidade da bizz: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=39814&tid=5455292293433739456&start=1
Comunidade Supermercado Bolshoi: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=99558012&tid=5455098655248209721&start=1
O Inimigo: http://www.oinimigo.com/blog/?p=3634
Nordeste Independente: nordeste-independente@yahoogroups.com
Além disso, me sinto bastante contemplado com as falas do Eduardo di Deus, Anderson Foca, Alex Antunes, Jose Flavio Jr, Texto do F. Nobre, Penas, Fernando Rosa entre outros.
Acho que ta na hora de sentarmos todos frente a frente, em um debate presencial, com transmissão ao vivo na net para que outros possam intervir tambem e sairmos de la com alguns pontos de convergência sobre os temas todos que estão sendo debatidos. Se ficarmos aqui, nessa polarização reducionista de quem é bom e quem é mal nessa história não vamos avançar muito não.
Vamos pro debate presencial? Quem topa?
Dia 18, as 17h, em Sp, ate amanha apresentamos o local aqui.
abs
Aff, acabo de ler a “réplica” desse “senhor” miranda de meia-idade, e que ainda consegue enganar muitas bandas incautas pelo Brasil afora, com seus supostos “dotes” de “gênio” da produção musical – dotes que, na verdade, jamais existiram.
Nem vou me dar ao trabalho de prolongar essa discussão inútil com um sujeito que é mentiroso pacas (ele MENTE sim no que disse aqui em relação ao Banguela, e quem esteve por trás dos bastidores do selo na época, sabe quem está falando a verdade aqui), arrogante e prepotente ao extremo (daí, talvez, minha birra com ele, pois detesto gente assim) e que adora desqualificar quem não faz parte da sua “panelinha”.
Tenho defeitos? Sim, como todo mundo tem e reconheço todos eles: sou estourado, briguento, doidão às vezes etc. Não escondo isso de ninguém. Mas como o próprio Capilé disse há pouco tempo prum amigo nosso em comum: eu, felizmente, já construí um nome no jornalismo musical, e que será lembrado por muito tempo ainda. Já o seu trabalho de “produtor”… Sem querer ser arrogante como o outro aí, mas a verdade é que eu brigo sim pelo que acredito, não vendo minhas opiniões, respeito quem merece ser respeitado e desço o verbo (e o braço, se for o caso) em quem tb merece. Por isso já trabalhei muito bem em alguns dos maiores veículos da mídia brasileira e hj escrevo um blog (o Zap’n’roll) que é um do mais lidos da web nacional dedicada à cultura pop. Fabrício me conhece há anos e sabe como sou, sabe de meus defeitos e qualidades. Otto, da MiniBox (repetindo mais uma vez: uma banda fodaça em todos os sentidos), me conhece há pouco e tb já sabe como sou. Tanto que já fui convidado (e já aceitei) a ir na próxima edição do festival QuebraMar, em Macapá, e cujo um dos organizadores é o querido Otto.
Sai pra lá, mirandinha. Vamos deixar o bate-boca pessoal aqui pra lá, pois o espaço merece ser ocupado por uma discussão mais ampla, a que foi proposta pelo João, essa lenda da música brasileira e mundial que vc JAMAIS será igual (afinal, pra quem gravou com uma banda chamada Ataulpha Y Us Panqui, que vendeu ZERO cópias de seu disco…). Como eu lhe disse, seu otário gordo e escroque de primeira, estarei no show da MiniBox no Sesc Pompéia, di 28 de maio. Lá a gente conversa pessoalmente, se vc for corajoso o suficiente e não apenas mais um rato covarde que só sabe latir na internet.
Ps: eu NUNCA pedi cd de artista nenhum seu na Trama, sorry. Pelo contrário, a assessoria de lá (como de resto, de qualquer gravadora) é que vivia me pentelhando pra dar “atenção” aos lançamentos, seus inclusive.
Ps2: o que vc fez com o Marcelo do DemoSul foi péssimo, independente de vc ir ou não com a minha cara. Algo irresponsável e anti-profissional ao extremo, como vc é e sempre foi, aliás.
Ps3: “Não sei exatamente de onde vem essa fúria do Humberto pra cima de mim”. Devolvo a mesma pergunta pro sr pois, pelo que me consta, nunca lhe fiz nada de ruim. Que eu saiba, quem começou a me “queimar”, gratuitamente, foi vc.
Muito boa a idéia do Capilé do debate presencial. Confirmo a presença. Esses debates tanto virtuais quanto presenciais são muito importantes, esclarecedores e acredito ainda que eles possam unir mais pessoas. Como diz sempre o Fabrício. Let´s Do it together.
Falei sobre debate presencial no Comentário 41…
Dia 18 não poderei ir, mas pela net, tô dentro!!!
Se for houver transmissão ao vivo pela net e possibilidade de participar, estou dentro. E obviamente desde que não seja no “horário comercial”….Seria muito esclarecedor.
Festivais e shows com bandas independentes em BH não é coisa recente não. Antes de aparecer todos esses coletivos já existiam várias iniciativas para fomentar a cena independente em BH.
Eu sempre acompanho bandas novas aqui de BH, sempre sou dos gatos pingados em shows, e na minha opinião, se a cena aqui em BH não é forte é muito por falta de bandas realmente relevantes.
É louvável algumas ações desses coletivos. Porém eu, como espectador (não sou produtor, músico, jornalista nem nada), como consumidor de música e shows, percebo que os coletivos acabam achando que eles são os únicos capazes de organizar um cena, organizar um evento. Qualquer organização paralela é vista como ameaça, como algo que não é “ético” feito apenas por amizade. Será que vocês não percebem que existe mais de um conceito, mais de uma forma de fomentar o mercado da música? E que na maioria das vezes são formas complementares e não excludentes.
Não estou aqui para fazer defesa de ninguem, mas quem mora em BH e acompanha a cena independente por no mínimo 10 anos sabe que a equipe do alto falante é comprometida com a cena musical brasileiro, não somente mineira. Nem conheço os caras, mas querer questionar isso é dar razão ao Terence quando ele chama alguns de “moleques”.
Outra coisa, banda tem que se arriscar sim, confiar no próprio taco, passart perrengues. Vocês tem noção da quantidade de micro e pequeno empresário, que pra montar seu negócio tem que pegar emprestimos, abdicar de várias coisas, pensando em só ganhar uma grana com o empreendimento 2 ou 3 anos depois? Quer segurança vai fazer concurso público!
Esse Finatti tá falando o que? Dynamite??? Uma revistazinha de quinta categoria, horrorosa desde sempre. Plataforma de repercussão de compadres travestida de jornalismo. Tenha paciência. Ser um nome consagrado no jornalismo musical brasileiro é o mesmo que ser um nome consagrado na coluna de turfe….
Parasitas, jabazeiros. Pragas ruminantes que infestam o meio independente. Finatti, vc e tudo que tem vc à frente são lixos….
rola demais uma debate. uma oportunidade de aprimorar mais ainda a nova concepção do mercado musical. do it together, always!
“Pq colocamos a mão na massa literalmente” (comentário 78)
Ynaiã, uma questão: uma banda ruim que – como você disse – mete a mão na massa, vai atrás, ganha edital de passagem e faz a roda girar, mesmo sendo ruim é mais importante que uma banda boa que não meta a mão na massa?
Apenas deixando claro algo que, pela forma como escrevi em meu último comentário, pode suscitar alguma dúvida:
Quando Capilé se referiu a mim, dizendo que serei lembrado no jornalismo, ele estava me comparando com outro profissional da área (isso, segundo quem me contou o diálogo), outro escroto infelizmente e que todo mundo aqui conhece muito bem. A comparação, no caso, não se referia ao mirandinha. Mas eu pessoalmente acho isso, sim: que daqui a um tempo, ninguém vai se lembrar desse sujeito como produtor. Existe gente beeeem mais importante do que ele no ramo, pra ser lembrada post-mortem (Tom Cappone, só pra ficar num exemplo recente)
Ps pro tal cláudio (quem?), que eu nem imagino quem possa ser: não, não estou falando da Dynamite (portal pelo qual tenho o maior respeito e carinho e que é, hj, o portal de rock alternaivo mais acessado da web brasileira, com mais de 3 milhões de page/views mensais, além de ser uma Ong mega respeitada, com um projeto bacaníssimo em andamento, o de ensinar música DE GRAÇA para crianças e jovens que moram em áreas de risco e degradadas do centro de SP – leia-se povo que cheira cola e fuma crack na rua e que a Ong do portal está tirando disso para lhes ensinar algo mega digno e bacana: tocar um instrumento). Estou falando de mim mesmo, meu caro, da MINHA trajetória como jornalista (e que já escreveu na FolhaSP, no Estadão, Bizz, Somtrês, Interview, IstoÉ, Gazeta Mercantil, Rolling Stone etc, etc, etc.) e do blog que escrevo (Zap’n’roll) que, modéstia às favas, tem um nome até um pouco maior do que o próprio site que o hospeda. Já vc… quem é o sr. mesmo?
to dentro do debate presencial, vamos nessa?
O que é divulgado pela pequena imprensa brasileira como “música independente brasileira” não representa em nada o que vem acontecendo Brasil afora. Para que se tenha registro, aqui em Maringá, depois de tentar entrar no circuito fechado dos amigos do eixo goania-cuiabá (mandei cds, escrevi e-mails, sempre sem resposta), decidi que era necessário arregaçar as mangas e fazer algo por conta própria.
No final de 2009, armamos um circo, colocamos 8 bandas autorais locais e uma atração de fora. Após muita chuva e lama o coração bateu forte ao constatar que 2400 pessoas circularam por nosso festival. Acredito que isso também esteja acontecendo em outras cidades do interior e incrivelmente tanto as bandas quanto os festivais “independentes ao pé da letra” passam desapercebidos por não estarem relacionados aos “cobrões” da segunda divisão do rock nacional.
É triste. Como trabalhador assalariado em outra profissão que não a de músico, felizmente posso tocar em frente meus projetos musicais. Dá para seguir em frente, a despeito da invisibilidade que tanto nos impõem no sentido de desistirmos. Não vamos desistir. Felizmente, a música vem da alma e aprendi que é melhor perder o dia tentando criar novas melodias, novas letras ou novas músicas do que fazer como alguns que passam o dia na Internet chupando vrtualmente o pau de jornalistas influentes na esperança de entrarem em algum clube, seita ou sei lá o que para aparecerem.
Como músico registrado na OAB e compositor esperançoso em um dia recolher direitos autorais com a ABRAMUS (não vamos nem falar de ECAD, né?) vamos seguindo no trabalho musical com honestidade e hombridade. Sugiro ao pessoal das bandas que esqueçam esse esquema configurado que já está todo mundo de saco cheio. Tem coisas bacanas rolando por ai como o Conexão Vivo e o Musique da Folha. A coisa vai demorar para mudar por aqui, mas enquanto isso vamos produzindo uma obra consolidada, seja ela boa ou ruim, não importa. Como dizia Leminski, “o individuo tem é que produzir”.
Tá faltando mais senso crítico no nosso Brasil. Tá faltando um Olavo de Carvalho e um Bruno Tolentino por aqui. O nivel crítico está muito baixo e precisamos começar a crescer. Isso só dá para ser feito se a midia, em especial os jornalistas interessados em rock, começarem a criticar de maneira inteligente os trabalhos que estão sendo produzidos. Se abrirem a roda garanto que vai pipocar muita coisa boa que é produzida mas que infelizmente fica de fora em detrimento ao lobby com “cobrões”. Me parece que há uma tendência de sempre se falar das mesmas bandas, sempre os mesmos elogios, nunca uma análise mais aprofundada refletindo a evolução e o conteúdo produzido. Vamos bater, vamos elogiar, mas vamos colocar em evidência o que está sendo produzido. Ao ler alguns portais, parece que o Brasil tem só umas três bandas de ponta para experimentar o reconhecimento. Isso é piada. Por outro lado, as bandas vão ter que amadurecer e deverão aprender a levar critica sem ter o ego abalado. É normal, isso é o que preciamos para que tenhamos evolução.
Não estou aqui para discutir ou brigar com ninguém, alias conheço muita gente bacana que falou ai em cima. Vamos produzir galera. Vamos esquecer esse blá, blá, blá de independente, alternativo e seja lá qual for o rótulo que estão dando. Os anos 80 não voltam mais. As bandas bacanas não vão estourar como estouraram lá atrás. Vamos produzir e seguir em frente. Se só existir o pensamento em torno da grana, os discipulos do novo Fábio Elias (que tanto honrava o nosso Paraná, god bless Moon & Entwistle) começarão a pipocar Brasil afora. Vai virar o caos.
Enfim, creio que aprendemos bastante após tantas opiniões e discussões. Agora é hora de produzir, contnuar a fazer uma história, tenhamos visibilidade ou não. Tenhamos dinheiro ou não. Hoje se grava com facilidade, em casa, com recursos muito mais sofisticados que as bandas tinham em decadas passadas. Vamos seguir em frente, jogando na Internet a obra produzida e esperando que a coisa se torne efetivamente democrática.
Abraços,
Rafael Souza
A Inimitável Fábrica de Jipes
http:\\www.inimitavel.com
As bandas hoje em dia se preocupam em alcançar o estrelato sem ter uma obra consolidada, sem ter um conteúdo.
Olá,
parece-me bom o debate. Melhor que isso, necessário. Apesar das escorregadas imaginárias e xingamentos de outros, tem caldo bom aí.
Algumas coisas gostaria de comentar:
Ana de Hollanda, não acho que a atual equipe da Funarte seja irresponsável ou leviana. Tive a oportunidade de convidá-la para debater no Seminário Música & Movimento em 2003, em BH, dentro da programação do Conexão Vivo, quando você exercia o cargo do Cacá, e, sinceramente, só vejo avanços na política da Funarte/ MinC. É uma evolução histórica que não tem a ver necessariamente com quem está no cargo. O fato é: a Funarte saiu da condição de provedora/produtora (frágil, paternalista e sem dinheiro, disputando seus projetos com o mercado via Lei Rouanet) para a de co-autora / co-gestora, com a sociedade civil organizada, colaborando na formulação de proposições que possam preencher o vazio de políticas públicas consistentes para o setor da música.
Alguém da Rede Música Brasil poderia postar aqui os 10 pontos chaves que foram tirados como metas a serem atingidas no setor da música, num trabalho conjunto do MinC com a sociedade civil. Tudo, ou quase tudo, que as pessoas estão reivindicando está lá e melhor, está em curso de solução, apesar do documento ter apenas 5 meses de vida. A gestão do Sérgio Mamberti é a melhor e mais democrática – no sentido mais republicano da palavra – que essa entidade já teve. Além disso, conseguiram uma verba orçamentária substancial (e mais uma vez insuficiente), que ainda nem está na rua e já motiva tanto questionamento.
Não sei, talvez falte informação em larga escala sobre o que está acontecendo. O texto do João é ótimo no sentido de provocar a necessidade de todo mundo se mexer para esclarecer esse novo momento e qual o resultado nas pontas, ou seja, quem vive e faz música para viver.
Na lista da Rede Música Brasil ficamos discutindo com um número grande de iniciados (umas 300 ou 400 pessoas, imagino), mas nos esquecemos de que existe um mar de artistas e produtores que não sabem o que está acontecendo.
Agora, essa coisa de colocar os músicos de uma determinada geração ou gênero numa autoberlinda prévia me assusta muito. Todos os programas que estão no texto do João Parayba têm como foco o músico e a música brasileira, em todas as suas dimensões, gerações e estéticas. Nada contra a vigilância, mas a ansiedade tem que ser contida e é preciso um mínimo de confiança participativa (não passiva), e existem canais para isso. Tenho certeza de que o que qualquer órgão público ou programa sério quer é mais gente organizada propondo e ajudando a solucionar os nós do setor. É lógico que a trajetória das pessoas tem que ser valorizada, mas o balcão e o pistolão e o “vc sabe quem com quem está falando”, se ainda existe, está recebendo a última pá na cova. Aqui em Minas a experiência do Fórum – que conseguiu reunir 5 entidades, no mínimo, bem diferentes em seus propósitos e com perfis de filiados idem – de Milton a Renegado, de Erika Machado a Toninho Horta, de Julgamento a Márcio Borges – foi o que permitiu alguns avanços importantes em pouco menos de 2 anos (depois posso listar aqui em outro post quais foram). Agir organizadamente incomodou muita gente aqui, mas com o tempo as pessoas estão percebendo, espero, que as ações são para todos e não apenas para os filiados dessas entidades. Da mesma forma, a virulência e contundência com que entidades como o Fora do Eixo e a Abrafin se movimentam, assusta pra caramba. Os caras têm uma rede de blogs e um sistema de comunicação fantástico. Saem na tora fazendo turnês enormes e festivais e mais festivais. Se os caras levantam o dedo para apontar um caminho – dentre vários possíveis – um monte de gente, ao invés de fazer o mesmo ou outro melhor, fica tentando encontrar sujeira no dedinho que aponta uma direção.
Quanto às questões pessoais dirigidas a mim, no inferno e no céu existe um monte de gente que não gosta do que faço. O fato de tomar cerveja no buteco ou ir aos shows de muita gente em BH não significa ter a obrigação de incluí-los em programas e aprovar seus projetos. Pessoas que já trabalharam comigo como o Edson Natale, João Augusto, Lauro Lisboa, Makely, Flávio Henrique, Alex Antunes, Jonas, Israel do Vale, Manoel Barembein, Elias Santos, e tantos outros, em processos curatoriais ou comissões de seleção sabem muito bem da isenção que esses processos possuem e da subjetividade que também os permeia. Daniel Barbosa que está aqui nessa lista é atual curador do edital de passagens do Fórum de Minas, do qual sou um dos coordenadores do Núcleo que gerencia os editais. E aí Daniel, já te liguei para pedir para aprovar algum projeto?
Quanto ao resultado da Lei de Incentivo de Belo Horizonte, da qual fui curador – morto e crucificado – estou preparando um texto (longo) que conta todo o processo em detalhes (inclusive os sórdidos). Já que estava lá como representante do setor indicado pelo Fórum e eleito em assembléia, vou submetê-lo ao Fórum da Música de Minas antes de postar aqui e em outros locais onde essa discussão eclodiu. Não acho que um texto resolva problema algum, mas pelo menos diminui o nível de besteiras faladas por centimetragem de blog.
E já que o nível melhorou…
Antes sendo: julgamento é sempre defeituoso, porque o que a gente julga é o passado. Eh bê. Mas, para o escriturado da vida, o julgar não se dispensa; carece?
Só que uns peixes tem, que nadam rio-arriba, da barra às cabeceiras.
Lei é lei? Loas!
Quem julga já morreu.
Viver é muito perigoso, mesmo.
do mineiro porreta João Guimarães Rosa
Acho importantissímo esse tipo de encontro, só espero que presencialmente ele seje focado realmente no que interessa. Principalmente nos RUMOS DA POLITICA CULTURAL como um todo. E que posssamos sair da-li com pelo menos mais saldo positivo para o crescimento desse “novo mercado” que tanto estamos trabalhando.
Abs.
E ai Claudio (quem, mesmo???) muito bem lembrado pelo amigo Finatti, o nosso “H.T Tupiniquim” mesmo não querendo é citado em qualquer debate polêmico e saudável.
(kkkk, paga R$ 30 pra não entrar numa dessas não é mesmo kkkk)
O lance aqui é debate: e se começar a partir pras ofensas pessoais e isso inclui a Dynamite, ou rinha de briga é melhor você cair fora meu colega… e eu estou acompanhando desde o início, por isso, vi até que vc já foi moderado… pelo Mac em comentarios lá atrás…
#bem voltando
O lance todo é a ” Carta aberta aos músicos e artistas ” de João P. que está de parabéns (como já disse em outro comentario), meu colega falar mal da Dynamite, meu colega por favor, é o veiculo independente que mais participou e participa de festivais, eventos e movimentações na “cena independente”. Tem festivais que já existem a 01, 05, ou até mesmo 10 anos. E a Dynamite, como outros veículos independentes ou não, estava lá registrando caro colega…
Na boa o Finatti já te mostrou o melhor de nós, em poucas linhas em seu último comentário e nossas ações como Associação Cultural. Te enxerga meu colega ou quer o meu óculos emprestado, pode ser um bando de loucos fazendo algo, mesmo sem remuneração em algumas situações ( e entenda isso: não é uma crítica ) aqui a galera é guerreira também sacou.
Então vamos debater, e pode contar comigo Capilé no dia 18/04 pro debate presencial também. Mas o legal é participar, claro todos participando, viu, até falei com o Mac no twitter que ia chegar fácil a 200 comentários mesmo com as tais trocas de farpas.
Se você parar pra ler em meio a tantos comentários “tem muita informação e outros links a disposição” pra mais de um debate presencial camaradas, então vamos todos se informar pra poder questionar ok. A internet ta ai a disposição pra pesquisar…
Parabéns a presença nos cometários de Cardeli, Rafel Souza e Marcelo Domingues, também acredito num caminho melhor através do debate sempre.
Um abraço a todos e let’s rock!
Creio que todo mundo tem que andar em paralelo. Quem quer se aglutinar em coletivos que se aglutine, quem quer ter uma atuação política, que atue, quem quer bancar do próprio bolso que faça.. a parada é fortalecer a cena local e dessa forma a cena como um todo.
Em Sorocaba hoje, temos o Coletivo Rock Alive, ligado ao Fora do Eixo, que agita shows e organiza o Grito do Rock, temos a Tentáculos, uma loja do pessoal do Biggs que abre espaço para bandas de todo o Brasil se apresentarem em pocketshows, temos o Zorel, um produtor que a mil anos traz bandas de hardcore e punk rock pra cidade, e me impressiona a quantidade de bandas gringas que já passaram aqui…Existe uma cena de Metal rolando. Existe um coletivo, que não me recordo o nome agora, que tem um gerador e se apresenta onde quer, já tocaram até na avenida Paulista. Ano passado o pessoal do The Name montou um festival, e trouxeram até uns canadenses e esse ano vai ter outro Usina Festival…Recentemente o pessoal do Wry, montou um bar chamado Asteroid, por onde já passaram mais de 60 bandas em 5 meses…creio que muita gente que acompanha essa discussão tocou lá…E sabe o melhor, todo esse pessoal que citei e muitos outros, que me esqueci, se comunica, monta parcerias, tenta viabilizar os shows…e o mais bacana dessa recente efervecencia local é perceber que muitos fotografos começam a aparecer, muita gente ligada nas redes sociais da internet, designers e outros colaboradores, jornalistas que querem participar e fazer parte e “dar uma força”…
Não é esse o barato de tudo isso? Creio um porre coletivo traria todo mundo de volta a realidade, pensando bem , seria até melhor que uma mesa redonda…
Guarda meu lugar onde quer que seja que eu vou no debate. E vai pedindo uma batata frita.
Pô, Ruivo (esquemão msn / twitter) pro debate vc vai e pro porre? Aposto que o Fabricio topa um porre em Sorocaba…ou não? (via MQN) pra relembrar “a grande cena Glan” (é no final do vídeo) do Circadélica com sanduiches natuarebas e virus internetescos,,..heheheh..faz só 9 anos…quem vemos? Senhores Butchers/CSS…pós-Killing Chainsaw…senhorita Flavia…mister Mini..apenas relembrando uma época de inocencia,,,libera o link ai MAC: http://www.youtube.com/watch?v=EEt6kw8OLj8 ou estou viajando? Ou tudo isso ainda pode ser uma realidade atual? OK, verbas da linc, mas entrada franca e um grande ranho ainda tingido de terra vermelha do Juntatribo…
Prenseça confirmada! Pro debate e pro porre!
Abraços
Puxa, a discussao é boa mas o jogo é de cartas marcadas
Já trabalhei com Joao Parayba no disco da Laura Finochiaro,
com o Miranda na Trama
com o Bernardo no Mega, e ralei um monte e etc e tal,
e com tantos contatos e conhecidos do ‘esquema’
cheguei a conclusao que o discurso e a discusao sao validas
mas a soluçao inalcançavel !!!
A nao ser que um ser que um ser de grande sensibilidade realmente se encante por sua musica e seja o ‘boss’ de algum esquema…
Estamos todos fudidos, façamos musica e nao esperemos nada por isso. Se vier é lucro.
Quanto ao cache?????? Boa pergunta, quanto é o cache??????
O grande problema desses coletivos, aqui em BH é um exemplo, é de acharem que “eles estão corretos” e quem não fizer desta forma e não seguir este modo de produção será atropelado pelo modelo do circuito fora do eixo.
Eu não compactuo com politicagem. O coletivo Pegada ignora muitas bandas por elas não compartilharem com os valores/preceitos do fora do eixo. Isso mostra que o Pegada e demais coletivos não querem fomentar a cena local, isso é balela, eles querem é alimentar o circuito fora do eixo e quem estiver fora dele, que se exploda.
Sugiro a criação de um Circuito mais democrático, além do fora do eixo, pois hoje é constrangedor ver banda que fala mais do coletivo do que do próprio trabalho autoral.
Comentário não aprovado: email não confirmado
Luiza Aparecida Morgado | IP 201.25.73.233
Eu ia entrar neste discussão apenas para responder ao Rodolfo, que disse:
“Eu lembro que algumas pessoas em uma edição passada, não gostaram do set list e reclamaram disso e foi respondido na comunidade do Alto-falante pelos próprios membros que o Alto-falante não tinha nenhum compromisso com a cena de BH.”
Aí o Alexandre Rabelo já disse parte do que eu gostaria, sobre o comprometimento do Alto-falante com a cena belorizontina. Eu só queria acrescentar umas coisinhas.
Em momento algum, um dos integrantes do Alto-falante/Garimpo disse, em alguma comunidade virtual ou real, que o Alto-falante não tem comprometimento com a cena mineira. Tá louco? Você pode não gostar do lineup de alguma edição do Garimpo, achar que tal banda deveria ter entrado, que tal banda não deveria estar lá….isso é direito seu. Mas daí a dizer um absurdo como este? Olhe bem um pouco para a cidade onde você vive, veja quem está fazendo as coisas por aqui, quem está cobrindo a cena, quem está produzindo, quem está circulando.
Se nós não tivéssemos comprometimento com a cena, criaríamos um festival como o Garimpo pra que? Ganhar tubos de dinheiro e passearmos com nossos iates pela Cote D’Azur?
abraços,
Rodrigo James
Vamos lá… antes tarde do que nunca.
O que ficou meio vago pra mim no meio dessa discussão toda foi o valor do cachê? Quanto vale a sua música? Como se calcula isso? Quem pode decidir esse valor?
Na real… a música que eu faço hoje tem muito mais valor pra mim do que pro mercado… Eu também não acho que se um produtor gostou da minha banda, ela vai passar a valer um cachê imediatamente por causa disso.
Se você quer receber um cachê é porque você trata a sua música como um negócio, uma empresa. Um cara que abre uma emprese ele tem que fazer um plano de negócio extremamente consistente, fazer investimentos e, se o mercado aceitou o negócio dele, ele só passa a recuperar a grana desses investimentos depois de 2, 3 ou 4 anos. Se o mercado não comportou o negócio dele, ele vai falir… é simples assim….
Tratar de negócio com a música pra mim é a mesma coisa. Se você quer fazer disso um negócio, você tem que passar pelas mesmas etapas: Ter um plano de negócios, fazer investimentos, fazer cartela de clientes, fazer comerciais, dar amostras grátis, o que seja…. tudo o que seja necessário para o seu negócio dar certo e se sustentar.
Falar de cachê, de ganha pão e achar que não está falando de negócios, porque arte não é produto, pra mim é uma grande de uma hipocrisia. Então se alguém faz disso o seu negócio, deve tratar como um… e uma regra (triste, eu sei) básica da economia é que o mercado regula o valor. Se o mercado não quer te pagar… ele não vai. Porque a oferta de bandas é muito, mas MUITO maior do que a demanda. Se você não quer, alguém vai querer.
Além disso, pra mim quem sabe o que você vale é o público e não os produtores. É o público que que vai permitir que o valor da sua música seja negociado… então se seu público, não te sustenta, não adianta ficar exigindo que os produtores façam isso… O valor artístico, intangível, sentimental etc, etc, etc… é puramente pessoal. Pra você pode valer o tanto que for, mas se vc quer monetarizar isso, vai ter que seguir as regras do mercado… se não, faça a sua música e seja feliz…
Paralelo ao debate presencial deveria rolar um CELEBRITIES DEATH MATCH INDIE BRAZIL
Miranda x Finnati
Terence x Kuru
Zé Flavio x Todo Mundo
Além da dicussão xarope, politicagem barata, pancadaria, bem que poderia ter show de alguma banda boa e gente mais interessada em guitarras, beatles, vinil, david bowie, bob dylan, jupiter maça, BDC, drogas pesadas, cerva gelada, gente que entende mais de musica.
Esse papo coletivo, doittogheter, cartilha indie é muito chato.
Vou nessa. Tô fora.
Marcio,
A galera dos coletivos apenas acredita no trabalho que faz. Isso é errado? Tem centenas de pessoas abdicando de emprego, saindo de casa, devendo banco, vendendo carro e vivendo o maior perrengue por acreditar nessa causa. Você acha que alguém faria isso se não achasse que fosse dar certo? É ingenuidade sua achar que não…
Se vc não concorda, crie um circuito que vc acha ideal e do caralho. Tenho certeza que muita gente vai ficar feliz com isso. Movimente as pessoas, façam as coisas acontecer. Idéia todo mundo tem, o que difrencia as pessoas é quem bota as idéias em prática…. se vc fizer isso, neu vou achar muito do caralho.
Eu sou colaborador do coletivo pegada e portanto do CFE. Na real, não acho que todo mundo tem que fazer parte do circuito… pra mim qualquer iniciativa é válida, desde que seja feita com dedicação. Aqui em bh tem tanta coisa legal que a gente valoriza pra caralho, não sei de onde você tirou que todo mundo do coletivo pegada rejeita outras iniciativas. Tem como rejeitar o Outrock, o Duelo de MCs, o BH Indie Music, o festival vitrola que vai começar a acontecer no Matriz, o Rock no Parque, a Praia da Estação, o Azucrina, o Domingo 9 e meia, o Espaço Ystilingue, a Quina Galeria, a Rotatória, o Garimpo, o Samba da Madrugada, o Baile da Saudade, o Quarteirão do Soul e etc? Não tem como! Tudo isso é legítimo demais pra ser rejeitado… seria idiota de achar que essas coisas são ruins e erradas.
Com base em que você afirma que o coletivo pegada rejeita bandas que não são do CFE? Desculpa cara, mas isso é mentira. Pode ser que o coletivo não fique correndo atrás das bandas o tempo todo, mas afirmar isso é nunca ter tentado entrar em contato.
Abraços,
Esqueci do Queijo Elétrico, Alto Falante, 53HC, do Campeonato Mineiro de Surf , o Rock do Lindéia e mais uma porrada de coisas que rolam em BH e que são muito importantes também. Todo mundo contribuindo da maneira que julga ser mais legal.
E ainda tem muita coisa que eu tenho certeza que estou esquecendo…
Malibu,
você caiu em contradição na sua resposta.
Tem muita banda que se sente excluída sim, pois enxerga o Pegada como um partido político e não como um coletivo, que pelo próprio nome, deveria atender todos, inclusive bandas com sons mais “pobrinhos”, como falou o Lucas né (em um comentário excludente e NADA Coletivo).
Se a banda quer ganhar uma grana (não pode? só o Pegada pode?) e tocar em circuitos de boates e casas de shows/pubs onde não frequentam o público underground, ou onde tocam covers e onde pagam-se mais são logo renegados, mesmo se a banda faz correria e também toca nas mesmas casas que a sua banda.
É um discurso hipócrita, que cabe bem pra um partido político, como o Pegada é, na minha concepção. Música é um mero detalhe.
Marcio,
As pessoas podem se sentir do jeito que quiserem. Tem algo que eu ou o coletivo possamos fazer para que elas se sintam incluídas? Se vc tiver algumas propostas aí na manga, por favor, contribua com as suas idéias. Se você não curte os rumos que as coisas estão tomando, contribua com o seu trabalho (eu não estou querendo dizer que vc não faz nada, eu nem te conheço, hehe!). O Pegada ou o fora do eixo não são soluções para todos os problemas do mundo. São opções que tem dado certo pra muita gente, mas isso não impede que outras pessoas que não compartilham as mesmas idéias trilhem os seu próprios caminhos.
Se você estava falando sobre ganhar dinheiro, não acho que fui contraditório. Não disse que as bandas não podem ganhar dinheiro.. claro que podem. Eu espero ganhar algum dinheiro com o Cães algum dia. Mas só vou cobrar isso no dia que eu tiver um publico que justifique… aliá qualquer banda que tem um público que justifique, consegue ganhar dinheiro. Se não talvez seja melhor repensar as estratégias. No meu caso, se todo mundo achar o meu som uma merda ou eu nunca conseguir um públco expressivo, eu vou ficar trabalhando e curtido o meu som do jeito que que me convir e do jeito que eu gosto de fazer. Se você está numa posição onde as pesssoas te pagam cachê, acho do caralho… Só acho que quem valora isso é o publico e não o produtor. Sobre os covers não é a proposta do coletivo mesmo…. a gente tem que ter objetivos… e o da galera é a música autoral.
Todo mundo procura a sustentabilidade, pessoas, bandas, coletivos, associações, empresas… só nos resta fazem um plano pra que os sonhos se concretizem. Se alguma coisa der errado no caminho, volta do zero e começa de novo… a vida é assim. Só não podemos deixar de correr atrás, porque isso sim ia ser triste…
Nessa questão toda, o que acontece é que a música já foi deixada de lado e os “quisitos” para você entrar ou não na “bocada” já não é mais a qualidade musical. Se vc for articulado, conhecer pessoas, vc entra… senão, pede pra Deus te ajudar porque TODAS AS PORTAS se fecham.
E não adianta nenhum dos lados falar, falar, falar, falar… o músico e instrumentista agora tem que largar o estudo diário e ir aprender política, fazer “contatos”.
CADE A MÚSICA?
Quer dizer então que se um menino de, sei lá, 18 anos aparece agora e é bom pra caralho, ele ainda precisa se articular, conhecer pessoas??? FALA SËRIO!!!!
Esse bando de urubus estão tomando o dinheiro que deveria ser dado DIRETAMENTE para os músicos, cachê galera, cahcê… é nesse ponto CONCORDO 100% com o sábio João Parahiba.
Matou a pau João!!!!
Marcio
Sobre o comentário do Lucas, ele é um indivíduo com opiniões. Eu tb sou, você também é. Quando trabalhamos em grupo, opiniões divergentes surgem o tempo todo e todo mundo vai trabalhando pra que fique bom pra todo mundo. A gente só não pode se afastar das pessoas porque elas não pensam exatamente igual a nós. Tudo a gente tem que pensar, ponderar e, as vezes fazer concessões, as vezes quebrar o pau e exigir… cada caso é um caso. O que importa é o objetivo, não acho que os fins justifiquem os meios, mas se a gente quer viver em sociedade tem que abrir mão de certas coisas, ou vai ficaremos cada um em seu lugar brigando sozinho.
Sobre os partidos políticos. Acho que todo grupo que ser organiza pra fazer alguma coisa, vai ser confundido com um partido… nem sei se é tão diferente se formos pensar bem. Acho que a grande diferença é que em um partido, quem pensa diferente, ou é expulso, ou sai pra poder formar um outro partido. No coletivo a gente discute eternamente e vai caminhando e trabalhando as diferenças…
Sobre atender a todos. Ninguém, nenhuma idéia, nenhum projeto NUNCA vai atender a todos. O que pode ser feito é tentar alcançar o maior número de pessoas possíveis e sonhar com um futuro melhor.. =D
Mais uma palavrinha sobre as casas de cover. Eu não curto cover, não curto o clima das cass de cover… eu adoro a sensação de escutar um som pela prmeira vez. Adoro mais ainda quando escuto algo que eu jamais tinha sonhado ouvir e que ma trazem boas sensações. Adoro conhecer gente disposta a discutir, a questionar, a aprender e a me ensinar coisas novas. Nunca tive esse momentos em shows cover (e olha que eu fui em muitos com meu pai, quando eu era mais novo), depois que eu me liguei na sensação que uma expressão pessoal, interpretada por quem fez, perdi o tesão total pelo cover. Então eu trabalho pra que existam mais expressões próprias por aí…
Se tiver alguma casa que, mesmo não tendo um publico underground, estiver disposta a aceitar um som autoral e pagar por isso, por favor me conta que eu tô muito interessado. Hehe! E acho que todo mundo que faz musica curtiria saber também…
Abraços,
Só foi intimar o sujeito, e ele apareceu rs,
Acho válido abrir qualquer discussão racional sobre o assunto, ainda mais pessoalmente. O problema é que já vi inúmeros debates com o pessoal da Fora o Eixo e ABRAFIN, e sempre é a mesma coisa: muita retórica pré construída, e pouca elucidação.
Para mim, o problema agora, não é mais entender como funcionam os mecanismos dessas associações, que “dominam”, de certa forma, o cenário da música independente de mainstream!! Mas criarmos meios e alternativas paralelas aos que existem. Algo que procure realmente representar bandas, produtores e mídia.
Outro ponto que considero muito positivo, é ver jornalistas como o José Flavio sendo “desmascarados” publicamente, algo que surpreendeu, e muito. Jornalistas, que hoje prestam um desserviço ao meio musical.
Marco Tulio,
Mas em nenhum momento da história o requisito para dar certo ou não foi qualidade musical. O que é qualidade musical? Quais grupos de sucesso começaram a sua história apenas pela sua inegável qualidade artística? Quase tudo que a gente gosta hoje foi visto como uma merda e foi renegado pela “sociedade” formal quando começou… isso é o ser humano, que morre de medo do que não está padronizado e nem foi rotulado.
Eu também não disse que as portas estão fechadas, muito pelo contrário, o site do Cães está linkado no meu nick e lá tem o o meu e-mail. Quem quiser pode entrar em contato comigo, ou pode entrar no site do coletivo pegada (acredito que quem está criticando conheça) e fazer contato com alguém, pra conhecer todo mundo que trabalha no coletivo.
O que eu disse foi que se as pessoas não acham doido o que está sendo feito, elas podem fazer as coisas do jeito que elas acham que será melhor. Isso é massa e legítimo. Eu só acho que só atacar e acusar é muito pouco produtivo… mas é uma opção também. Talvez seria mais produtivo as pessoas insatisfeitas se articularem pra fazer valer a sua voz., mas quem sou eu pra falar o que é certo ou o que é errado?
Abraços,
Malibu,
só pra esclarecer, quando falei “casas que tocam cover”, quis me referir a bandas autorais que tocam nestes espaços, como o Nevilton que tocou em um pub da zona sul e vocês não deram a menor divulgação. Por que? Pois tocou com uma outra banda de BH que é do circuito pop-rock que não é do fora do eixo? Por que a casa de show é um pub de playboy que tocam bandas covers nos outros dias? Por que o Nevilton, que é do Fora do Eixo não tem direito de fazer uma graninha com bilheteria? Quantas bandas autorais tocam em casas similares aqui em BH e vocês “dão de ombros”?? Bem, se o interesse do Pegada é maleável, dependendo das circunstâncias, assim como na política, vocês estão de parabéns. Estão no caminho certo.
Concordo com o malheiros cruz, essa geração de bandas é medíocre, 80% muito ruins.
“Música independente é como grupo de acesso no futebol: é segunda divisão e ponto final”, diz Lobão
http://www.youtube.com/watch?v=rts01IZfhM4
Lobão, nem sabe, mas está certo… a “divisão de acesso” é bem mais disputada, e os “espetáculos” são bem mais divertidos!
o videozinho de Sorocaba é classe, e mais classe ainda é que tá todo mundo ali ainda envolvido com lance, atuando e bem na área. 9 anos depois. Acho massa, tenho um puta orgulho de ser parte desta geração.
Não quero entrar na discussão porque acho que já deu. Só estou pra responder espeficicamente o comentário 215 do Márcio, que é algo mais prático e direto ao assunto:
Márcio, o Pegada não conseguiu divulgar melhor o show do Nevilton na segunda no Major Lock com o Rocknova simplesmente porque a demanda chegou pra gente de última hora, e além do mais, já estávamos vindo de uma correria absurda de cobertura do Conexão Vivo, realização de Noite Fora do Eixo com o Caldo de Piaba e Dibigode, logística e atendimento da tour do Macaco Bong, Burro Morto, Cabruêra, Caldo de Piaba, Nevilton e Minibox Lunar, já que todas tiveram ponto de encontro aqui em BH durante o Conexão.
Nunca seria pelo fato ser um “lugar de boy”. Aliás, ficamos é felizes de lugares que tenham esse
perfil que você descreveu, abrir espaço pra música autoral. Muito massa mesmo! E muito menos por ser o Rocknova a outra banda da noite, que na minha opinião, alem de ser uma banda de qualidade muito boa, independente do segmento que atua, também batalha pra cacete fora do palco.
E eu mesmo estava lá no show, e te digo que foi muito massa. Recomendo a outras bandas a passarem por lá nas segundas que vale a pena.
Bem, é isso. Espero ter contribuido um pouco.
Um abraço!
Fala Marcio,
Eu não disse que o interesse do pegada muda de acordo com a situação, eu disse que pra viver em sociedade o interesse individual as vezes tem que ser suprimido pelo funcionamento do todo. Ou você acredita que o correto é prevalecer o interesse individual?
Abraços,
A pergunta que não quer calar:
A cúpula do Fora do Eixo aprova/compactua com a forma e o processo que deu ao Coletivo Pegada 160 mil reais do Fundo Municipal de Incentivo À Cultura, em BH?
É bastante simples. Se a resposta for SIM. Eu, novamente digo NÃO e preciso mudar 3 coisas no meu texto, correndo:
1) Retirar a palavra ABRAFIN, simplesmente por confiança e total respeito e aos amigos e outras pessoas que admiro dentro da Associação, entre elas, o Fabrício Nobre e o Paulo André.
2) Deixar todo o texto em caixa alta
3) Mudar tudo para negrito
Relendo aqui algumas opiniões, e relembrando oq alguns produtores já me falaram, realmente rola uma posição panfletária de algumas bandas ligadas a coletivos…e mais precisamente ao Fora do Eixo. Se sua banda esta tocando em uma cidade com transporte, alimentação, hospedagem e cache pagos por um produtor independente, por que agradecer, ao final do show pra todo mundo escutar, ao coletivo local ligado ao Fora do Eixo?!?!?! O cara que tirou dinheiro do bolso e fez toda a parada sozinho, e as vezes pagou pra ver o show rolar, se sente bastante ofendido, quem não ficaria? Além do que é uma baita falta de consideração…fica o toque.
Coletivos são bacanas, só que as vezes eles não tem nome nem razão social…
Nossa, nem tinha me dado conta que tava falando com o Finatti. Por escrito, mas de certa forma falando com ele. Teve até um aí que falou em embate entre nós. Cruiz! Não relo nem sem querer. Conversar, muito menos que meu tempo é valioso. Mas uma coisa foi boa. Pela primeira vez na vida tive pena dele, quando me dei conta que ele nunca fez nada de mal pra mim, mesmo. Faz pro universo. E eu, marrento que só, tomando conhecimento do caráter do tal, passei a tratá-lo como achava que merecia. Maldade. Devia ter dado ouvido aos meus amigos e fazer como eles, tratá-lo como um bobo simplório. Achava que isso seria mais maldoso ainda.
Hoje vejo diferente. Todo mundo zoa o cara, não tem mais pra que eu maldar ele. Pode achar o que quiser de mim que as pessoas sabem muito bem quem é quem. Mas não consigo de deixar de ter pena de quem ele pensa que é amigo. Nem dele.
Bem… parei por aqui meu bullying ancestral ao Finatti. Lógico que vou sempre alertar os incautos sobre ele, mas Deus é testemunha que fiquei bonzinho.
e a vontade de rir que dá? Putza!
MAC…
Acompanhei até agora a discussão. Eu tenho uma banda. Não postei nada, mas agora se faz necessário pois só quero alertar para algo que possa ser utilizado vindo deste excelente portal e não posso concordar. Acho que estarão utilizando essa matéria e a Scream Yell para um golpe de mestre.
Muito se fala em fazer um debate público, colocar as cartas na mesa. Foi indagado o porquê do presidendo do Fora do Eixo não dar as caras aqui (Sr. Pablo Capilé). E finalmente ele apareceu, e mostrou uma inteligência e perspicácia extraordinária. Explico a a seguir:
O sr. Capilé marca um debate público e convoca TODOS (bandas, produtores, jornalistas, publico). Atente que ele marca no dia 18/05/10. Junto a Virada Cultural que terá 15 bandas de outros Estados e todos os membros de coletivo pelo Brasil. Logo, o quorum deste debate deve presenciar todos os defensores e participantes da Abrafin/FDE. Em uma analogia futebolística em homenagem a Pablo Capilé (grande vascaino) seria o mesmo que o Boca Jrs por livre e espontanea vontade marcar a final de um mundial na “la bombonera”. O que teremos no dia 18 é a “LA PANELERA”. Pergunto: que banda ou jornalista terá coragem de fazer alguma pergunta mais veemente ou um questionamento mais contundente? Certamente será seu suicídio na cena independente.
Gostaria muito que esse debate fosse feito em local e data mais condizente, pois tenho absoluta certeza que esse pessoal vai querer fazer disso um “evento”. Certeza que não teremos debate algum e sim uma mesa com esses senhores palestrando.
Acho ridículo as pessoas irem se animando dizendo: “conte comigo, confirmado, eu vou”. Até os jornalistas bizzaros da comu da bizz do orkut (regis tadeu por exemplo) tão confimando presença como se fosse algo realmente imparcial.
Espero que o bom debate até aqui e aberto pela Scream Yell não tenha o desvio do foco para essa reunião. Falando claramamente: essa reuniao dia 18 é uma tentativa de encerrar o debate por aqui.
agradeço o espaço e continuo acompanhando.
Meu caro brother fiquei muito contente com sua carta e saber também que não é só no Acre que existem os tramites pra beneficiar calhordas que nem tocar sabem …um bando de sangue -suga que só penssam em fuder que realmente está preocupado com a essência musical
Um abraço irmão e vamos a luta…
Ronnie Blues
Transcrição do vídeo do Lobão na Campus Party 2009
http://www.youtube.com/watch?v=rts01IZfhM4
Você acha que a rádio é tão importante assim?
“A rádio é fundamental. Uma das coisas que mais me impressionaram em um ambiente de tecnologia, modernidade, de sensibilidade cibernética, dos mais altos avanços tecnológicos, foi encontrar aqui um ser da mais idiota mentalidade comunista. É assim (o cara diz): ‘eu sou indie’. As pessoas precisam entender que música independente é como grupo de acesso no futebol: é segunda divisão e ponto final. Vai querer morrer com a boca cheia de formiga (falando): ‘eu sou o campeão de futebol de várzea’? ‘Eu sou o melhor rapper do meu quarteirão’? Puta que pariu. Você vai mudar o mundo (ironizando).
As pessoas precisam das gravadoras e do rádio?
Nunca na história da humanidade você produziu algum artefato de arte que não tivesse um capital, alguém bancando.
Você não acha que essa geração está deixando de escutar rádio?
“A rádio nunca vai deixar de existir. A televisão nunca vai deixar de existir. E o que é pior: (a rádio) será sempre fundamental para divulgar a boa música da canção popular brasileira. A internet é um coadjuvante, assim como a rádio, mas a rádio é um coadjuvante principal. Não adianta achar que a internet (vai mudar tudo). Não adianta ficar deslumbrado. (…) E as pessoas precisam entender que para ser profissional de música você precisa ter um empresário, você tem que ter músicos contratados, você tem que ter um staff e, o que é mais importante, uma gravadora – pra poder te colocar dentro do seu segmento, pra você entrar na novela, pro cara pagar o jabá para você tocar no rádio, enquanto isso existir. Você vai querer ser o melhor artista do seu bairro? A ambição das pessoas… os meus ídolos… John Lennon queria ser pop star pra ficar rico, comer mulher e ter um Rolls-Royce. Eu também. Mas as pessoas tem vergonha de dizer que querem ter lucro”.
Você já conseguiu o carro?
“Eu já tive vários carros, mas nunca tive um Rolls-Royce, mas se eu tiver que comprar um Rolls-Royve eu não vou ter vergonha de tê-lo. É isso que quero dizer. Se você faz o trabalho você tem que ser remunerado. Mas tem pessoas que querem ficar pobres, desconhecidas, precárias, fazendo musiquinha no fundo do quintal, e ainda revoltado fazendo música de protesto. No fundo do quintal!!!! Não tem o menor cabimento. Se você quer fazer música de protesto você tem que falar “bobdylamente” para todo mundo. Você não pode ficar tocando uma punheta e achar que o mundo vai presenciar, porque punheta é um ato solitário. E música independente assim é um ato solitário. Ou seja: é um puta de uma punheta. Temos que ser adultos, homens. Trabalhamos em um oficio. Meu oficio é ser músico e eu não quero ganhar pouco, eu quero ganhar muito dinheiro. Porque eu mereço. Só se tem que ter ódio de quem ganha dinheiro roubando. Quem faz arapuca. Agora, não é somente as pessoas que roubam que tem muito dinheiro. Tem muita gente que tem muito dinheiro porque simplesmente merece. No meu caso, eu vou batalhar para cada vez ter mais dinheiro para ser mais respeitado, para poder ajudar mais pessoas, e não tem porque se desvalorizar porque eu sou maravilhoso e você tem que se achar maravilhoso também. Senão você vai se foder.”
Lobão já foi mais inspirado, não? Não entendi bem o que ele quis dizer com esse discurso anacrônico que não acrescenta nem propõe nada. Fiquei com impressão de que o ataque dele aos independentes pareceu uma defesa das práticas que ele tanto contestou, do jabá e de todos os vícios que levaram as gravadoras a perder o bonde da história. Ele que já fez mais pela cena musical; que lançou revista que encartava bandas independentes; que tinha interesse e respeito pela música brasileira de “fundo de quintal” ou da “segunda divisão”…
Terence, ninguém está compactuando com nada, se você provar que o que você está dizendo é real e que o processo foi ilícito, ninguém vai aprovar isso, mas se não, vai ficar parecendo que é apenas reclamação de quem não foi aprovado.
Abraços!
Sou guitarrista, dono de estúdio e recentemente tomei a frente de uma iniciativa que culminou no lançamento de um selo cooperativo chamado “Membrana Música”. Transito há anos no cenário independente e estou impressionado com a vocação pra dar tiro no pé dos artistas e agentes culturais brasileiros. Graças aos festivais, ao Circuito Fora do Eixo e aos Coletivos, pela primeira vez em décadas é possível vislumbrar um caminho sustentável fora do mainstream. E o que fazemos? Ao invés de contribuir construtivamente para o crescimento e diversificação do processo, atacamos o modelo e choramos por não estarmos incluídos, sem ao menos tentar. E o que é pior, sem apresentar uma alternativa viável.
Quando tomei a iniciativa de me aproximar do Fora do Eixo, procurei o Coletivo Pegada, aqui em BH. Não conhecia ninguém. Na primeira reunião a que compareci o que encontrei foram portas abertas, planilhas abertas, disposição pra ajudar, transparência e muita organização. Deixando claro, sou mero colaborador novato e não falo em nome deles. Acho estranho que ao questionar a aprovação do projeto do coletivo na lei municipal de incentivo à cultura o Terence não cite sequer uma vez o que é o tal projeto. E quando defende a “injustiçada” Cogumelo, ou outros “graúdos” com décadas de história, e tal, também não menciona do que se trata esses outros projetos. Será que deveriam ser aprovados só pelo currículo? É aquele papo retrógrado de “Quem essa meninada pensa que é?”. Que tal compararmos os projetos? Eu digo porque não li nenhum deles, e estou curioso pra saber o que cada um propunha, talvez depois de compará-los eu até mude de idéia. Mas pelos comentários que tenho visto por aqui NINGUÉM que está questionando o resultado do edital sabe nada sobre os projetos que defendem ou que atacam. É só pelo nome. Se é assim vamos levar o Ronaldo pra África do Sul e deixar o Neymar pra trás, afinal ele nunca disputou uma Copa.
Outra coisa: não ouvi ninguém da ABRAFIN ou do CFE dizer aqui que o modelo deles é o único que pode existir, mas não há como negar que tem funcionado. Pelo contrário, sempre que vejo o Capilé ou o Fabrício falando sobre o assunto eles sempre incentivam as pessoas do meio a se organizarem. Eu tomei a iniciativa do selo cooperativo por conta própria, sem seguir nenhuma cartilha, e só recebi apoio dessa turma. Não acho que seja tudo perfeito e um mar de rosas, mas eles também me parcem ter essa consciência e se mostram abertos a mudanças. O que não dá é pra ficar tomando porrada gratuita de viúvas de um modelo morto e enterrado, e aqui deixo claro que não estou me referindo ao João Parahyba.
Acho que temos que tomar muito cuidado, ou podemos jogar por terra conquistas suadas ao longo de anos, por dor de cotovelo, miopia ou pura e simples burrice.
Feriado do dia do trabalho, sussa aqui em casa e de repente, vejo que mirandinha, o asno, veio vomitar bílis mal cheirosa em minha direção novamente. Realmente, não dá pra perder tempo (precioso) e ficar discutindo com um boçal desses, que tem uma pança enoooorme no lugar do cérebro diminuto.
Mas uma frase dita por esse escroque, pilantra, empulhador e enganador de bandas está certa, por servir exatamente para definir sua personalidade profissional (e pessoal tb): “Lógico que vou sempre alertar os incautos sobre ele”. Aliás, eu nem preciso alertar ninguém sobre quem é mirandinha. Quem já teve a infelicidade e o desprazer de trabalhar com o sujeito, sabe o que é a peça, infelizmente.
Tb paro por aqui com esse “debate” altamente
improdutivo. E nem pense ele em chegar perto de mim em algum lugar: vai levar porrada se olhar torto pro meu lado.
Mudando de assunto, acho que a carta aberta do João e a repercussão dela aqui, já se tornou um marco na discussão sobre os novos rumos da música independente brasileira e como essa música lida, hj, com questões como patrocínio público, produção de eventos e festivais etc. Todos aqui estão de parabéns pelas suas manifestações e opiniões. É assim que se constrói uma cena forte e digna (e que, infelizmente, sempre será “chupinhada” por pilantrinhas como o mirandinha).
Abs!
Grande Impop, tem ótimas sacadas do Lobão nesse discurso, que muita gente está deixando passar batido. Quando ele diz que a música independente é segunda divisão, está corretissimo, se tomarmos isso como mercado. A melhor música feita no Brasil hoje está no cenário independente, mas o mercado ainda está se formando, ainda está sendo fomentado, tanto que o ponto de partida de tudo isso aqui foi uma carta sobre verba pública e cache para os músicos. Sem contar que ele tem razão sobre a parte das gravadoras. Pra mim, as gravadoras estão quase mortas, mas quem quiser colocar música em rádio ou TV, precisa delas. Lobão está certo. Mas isso é um ponto de vista que não é fechado. Talvez esteja na hora de mudar o mercado. Uma revolução mesmo. Como? Vamos ter que descobrir. O Lobão disse coisas importantes ali “enquanto isso existir”. 🙂
Mac,
Você diz que o cara ta corretíssimo em falar que a cena independente é a segunda divisão, mas ao mesmo tempo diz que os melhores músicos estão na cena independente ou seja ta defendendo que os melhores jogadores estão na segunda divisão? Muito Contraditório isso.
Não tem essa de segunda divisão, o que existe de fato é que a cena independente é a Primeira Divisão sim, se adaptando a lei pelé que mudou completamente todo o mercado da bola nos últimos 10 anos.
A diferença é que os artistas da cena independente são os novos craques muito habilidosos mas que VOLTAM PRA MARCAR , tipo o Ganso, enquanto os lobões da vida são os Ronaldinhos Gauchos, Ronaldos, que tem lampejos de genialidade mas na maior parte do tempo tão la esperando a bola chegar neles pra ver se fazem alguma coisa, cada dia mais gordos e gerando polemica pra aparecer, achando que terão cadeira cativa nos times eternamente, estes sim, eternamente na BANHEIRA, batendo punheta.
Não é a toa que vocês jornalistas, estão em uma campanha grande pra que o neymar e o ganso estejam na copa e não o ronaldinho gaúcho. Esse é o fato, e não primeira e segunda divisão.
As gravadoras nesse caso, quando ele diz que necessitamos delas para tocar na radio e tv, não passam dos grupos de investimento como a Sonda ou a Traffic, que ainda existem, representam os empresários que tem capital de giro e contatos, mas que vão se extinguir tão logo os clubes passem dessa primeira fase pós lei pelé, vide o são paulo que não precisa desses grupos ha muito tempo. São somente intermediários em uma fase intermediária, fadados a desaparecerem em breve.
Mas o debate é bom….
Ynaiã, não há nada de contraditório. A frase que uso é: “se tomarmos isso como mercado”. Ou você vai querer dizer que as mil cópias que a Macaco Bong vendeu competem com Ivete Sangalo? Porém, a música que a Macaco Bong faz é melhor que a da Ivete Sangalo. Mas a questão que entendi do Lobão (que também lançou disco de forma independente) é que ele não está julgando “qualidade”, e sim “mercado”. Ele não está falando banda ruim e banda boa. Ele está dizendo que tem muita gente que sai do independente e vira mega. Boa parte dos grandes artistas tocou em barzinho, pub, pra familia, pros amigos antes de fazer sucesso. Então, na questão “fatia de mercado”, música independente é segunda divisão.
Ponto 2: tem que ver o quanto esse “fadados a desaparecerem em breve” será breve. De qualquer forma, será necessário uma estrutura para movimentar o espaço deixado pelas gravadoras no gerenciamento de espaços em rádio e TV, que são meios de comunicação de massa. As coisas tendem a ficar maiores quando estes espaços forem tomados. Torço para que aconteça logo. Já vi muita banda foda acabar nos últimos 15 anos por não conseguir sobreviver.
Ponto 3: perguntei lá atrás, mas me interessa mesmo a questão: uma banda ruim que – como você disse – mete a mão na massa, vai atrás, ganha edital de passagem e faz a roda girar, mesmo sendo ruim é mais importante que uma banda boa que não meta a mão na massa?
Abraço
Ps. Também tô achando que o debate está bom, e está permitindo ampliar as ideias de muita gente, eu incluso.
Tô com o Lobão e num abro. Artista=pedreiro. Credo!!!! Quem quer ser pedreiro ?!!!!
Fazer musica preparando cimento é foda.
Artista precisa de ócio. Isso é universal e histórico.
Esse “modelo” de artista/carteiro, artista/cozinheiro, artista/engenheiro nunca vai produzir muita coisa decente.
Se esse é o novo modelo, tamo fudido.
Pra sair musica que presta, o cara tem que concentrar em música, não dá pra fazer outra coisa junto. Tem que concentrar, ralar , suar, fazer e refazer, fumar unzinho, ir até o inferno e voltar.
Do contrário vai ficar no meio do caminho. Pense nos grandes. Sempre foi assim.
Agora, se vc quer participar de um mercado médio, com musicas médias, dinheiro médio e idéias medias, dá pra empilhar tijolo sim. Quase todo mundo consegue fazer uma ou duas músicas mais ou menos legais, duro é fazer dez discos de verdade.
“Artista precisa de ócio. Isso é universal e histórico.”
ehuehuee Essa foi genial. Não é o artista, é o ser humano que precisa de ócio. O ideal seria vivermos todos como os índios, só que inventaram o capitalismo… o jeito então é cada um se arrumar como pode.
O Ynaiã está corretíssimo.
Essa entrevista é velha, o Lobão nem lembra mais disso. Quando ele decorou esse texto, não era debate sobre mercado, era pra justificar a ida dele pra gravadora grande, e renegar os textos decorados de anos anteriores, quando ele lançava disco independente.
E, por informações q rolam por aí, o disco do Macaco Bong deve ter vendido mais q o último do Lobão por gravadora grande…
Mac,
O que eu to dizendo na real é que esses apontamentos do lobão apontam para o passado e não para o futuro. No recorte de Mercado a que o Lobão se refere não existe mais espaço para esse artista que ” sai do independente e vira mega” . Se ha 20 anos atrás eles ja eram poucos hoje em dia eles são ainda em menor número. Nos ultimos 10 anos quem virou mega? Pitty? Los Hermanos? NxZero? Fresno? 4 em um universo de milhares?
Essa tentativa absurda do passado que não reconhece seu espaço e quer sempre se fazer presente, como diz o mario quintana é só retorica de quem quer polemizar sem trazer nenhuma solução concreta. Uma das partes da entrevista do Romulo Froes que você discorda mas que eu concordo plenamente é dele falando que ta satisfeito em vender mil copias e que esse é o tamanho dele. Isso não é falta de ambição e sim noção de realidade.
Se o artista é um trabalhador como outro qualquer é mais interessante que tenhamos mil deles com oportunidades nesse mercado, entendendo que podem tocar pelo brasil todo ano, para 300 , 400, 500 pessoas, vender 3 mil copias, participar de editais e etc do que ficar numa corrida maluca pelo “ouro de tolo” do bonadio.
Um site como o SY só tem a visibilidade que tem hoje em dia por causa desse novo mercado, por exemplo. Assim como uma boa parcela dos jornalistas de música hoje em dia. Não encaro isso como segunda divisão e sim como a nova primeira divisão, desse recorte de mercado.
Antes tocar no barzinho ou para os amigos era o inicio da carreira, de quem só tinha como alternativa tentar encontrar um olheiro no meio do caminho. Hoje isso faz parte da carreira, sem demérito nenhum, tocar pra 40, 50, 30, pessoas faz parte da formação de público. Vender 10 cds em um show pra 30 pessoas é meio nos dias de hoje e não mais inicio.
Daqui 20 anos acredito que não estaremos mais falando tanto da possibilidade de estourar, ja que os exemplos de caso que “estouraram” estarão bem mais distantes. Hoje volta e meia ainda entramos nesse debate pq ainda estamos pegando um fim de feira da grande industria, uma rebarba, uma maresia que cada vez mais cheira naftalina.
Pra deixar claro, não tenho nada contra quem acha que tem que lutar pra estourar, ou pra tocar no faustão, ou pra virar trilha da novela, só acho que é uma perda de tempo gigante, acho que é rodar em círculos e se for pra rodar em círculo é melhor até ficar parado.
O que é melhor? 300 ótimos artistas tocando para 500 pessoas cada ou 3 artistas tocando pra 5 mil? Ai vão responder: O melhor seria 300 tocando pra 5 mil. Obvio que seria, mas estamos falando de realidade e não de devaneios. Portanto ou temos 3 tocando pra 5 mil ou 300 tocando pra 500. Não consigo enxergar outro caminho.
E respondendo a sua pergunta:
Uma banda ruim, mesmo que ralar, passar em editais e o escambal a quatro, vai conseguir tocar durante um ano e depois vai sumir, ja que não terá publico e não agradará os jornalistas, portanto não será mais chamada pra tocar. Desta forma é obvio que uma banda boa que não meta a mão na massa será mais importante do que a ruim.
Mas pra mim o debate é entre banda boa que fica na banheira esperando a bola x banda boa que volta pra marcar. No mercado de hoje, quem não volta pra marcar vai pro banco, simples assim. E quem ta no banco joga menos e ao reserva dá-se o direito de espernear ,sabendo que ninguém vira titular no grito. )
Por todos os motivos que já disse nos meus posts anteriores.
Até quando vamos ficar chorando a perda da copa de 82?
Caramba, isso que o lucianoguto escreveu no coment 226 é muito sério. Por isso repito aqui:
“Acompanhei até agora a discussão. Eu tenho uma banda. Não postei nada, mas agora se faz necessário pois só quero alertar para algo que possa ser utilizado vindo deste excelente portal e não posso concordar. Acho que estarão utilizando essa matéria e a Scream Yell para um golpe de mestre.
Muito se fala em fazer um debate público, colocar as cartas na mesa. Foi indagado o porquê do presidendo do Fora do Eixo não dar as caras aqui (Sr. Pablo Capilé). E finalmente ele apareceu, e mostrou uma inteligência e perspicácia extraordinária. Explico a a seguir:
O sr. Capilé marca um debate público e convoca TODOS (bandas, produtores, jornalistas, publico). Atente que ele marca no dia 18/05/10. Junto a Virada Cultural que terá 15 bandas de outros Estados e todos os membros de coletivo pelo Brasil. Logo, o quorum deste debate deve presenciar todos os defensores e participantes da Abrafin/FDE. Em uma analogia futebolística em homenagem a Pablo Capilé (grande vascaino) seria o mesmo que o Boca Jrs por livre e espontanea vontade marcar a final de um mundial na “la bombonera”. O que teremos no dia 18 é a “LA PANELERA”. Pergunto: que banda ou jornalista terá coragem de fazer alguma pergunta mais veemente ou um questionamento mais contundente? Certamente será seu suicídio na cena independente.
Gostaria muito que esse debate fosse feito em local e data mais condizente, pois tenho absoluta certeza que esse pessoal vai querer fazer disso um “evento”. Certeza que não teremos debate algum e sim uma mesa com esses senhores palestrando.
Acho ridículo as pessoas irem se animando dizendo: “conte comigo, confirmado, eu vou”. Até os jornalistas bizzaros da comu da bizz do orkut (regis tadeu por exemplo) tão confimando presença como se fosse algo realmente imparcial.
Espero que o bom debate até aqui e aberto pela Scream Yell não tenha o desvio do foco para essa reunião. Falando claramamente: essa reuniao dia 18 é uma tentativa de encerrar o debate por aqui.”
MAC, permita eu fazer um adendo a sua questão? só uma ampliada?
sua questão:
“uma banda ruim que – como você disse – mete a mão na massa, vai atrás, ganha edital de passagem e faz a roda girar, mesmo sendo ruim é mais importante que uma banda boa que não meta a mão na massa?”
Meu acréscimo a sua excelente pergunta:
“bandas que não tenham sequer um bom disco gravado (falando na qualidade de audio, gravação), não tem um videoclipe gravado de maneira profissional, não tem um histórico de shows fora do circuito/panela Fora do eixo/abrafin, não tenha instrumentos profissionais, não tenham ainda qualidade para subir em um palco: merecem apoio desse circuito fora do eixo/abrafin que sobrevivem com verbas públicas principalmente da petrobrás?”
Eu tenho uma banda (muito boa por sinal). Temos 2 albuns gravados e 1 EP. Temos 2 videoclipes gravados de maneira independente mas de forma profissional. Estamos no corre há pelo menos 4 anos e durante todos esses anos posso afirmar que enviamos nosso material (e nos disponibilizando para tocar de graça) para pelo menos 80% dos festivais filiados a Abrafin. Nunca fomos convidados.Sim o que vem agora é um desabafo. Um dos maiores festivais da Abrafin vai ocorrer agora em maio em Goiania. Fiz a inscrição pela enésima vez. Saiu o resultado. Fui direto nas bandas de meu Estado pq em tese são elas as nossas concorrentes. A banda chamada é de uma pobreza de som e histórico. Não tem um album gravado, não tem um único video gravado (o que é imperdoavel nos dias de hj) e pude assistir eles ao vivo. é uma festa/jam de amigos colocando uma menina sem talento nenhum para cantar e comprometimento zero com a música. Ai realmente a vontade é de desistir. Pq isso já estava ocorrendo em todos esses festivais. Quando bandas novas vem perguntar pra gente o que achamos desse modelo o que vc acha que respondemos? Não respondo que é uma panela , mas o que eu mais respondo é que POUCO IMPORTA A MÚSICA NO FIM DAS CONTAS, o mais importante hj é vc fazer uma relação pessoal, tomar cerveja junto, puxar o saco no twitter. Esse é o “artista igual pedreiro” que o Ynaia Bertholdo prega. o Slogan apenas está errado. o correto seria: “Artista sem talento é igual marketeiro” . Esses hj são os maiores beneficiados por todo esse modelo. Desafio pegar todo line-up do festival Goiania Noise e Calango (ano passado) e mostrar qto daquelas bandas tem um bom video/audio gravado. Isso revolta. E ai, desculpe Ynaia (macaco bong), é muito melhor correr atrás do “ouro de tolo” do Bonadio que esperar seriedade desse seu Circuito. “VCS NÃO SÃO SÉRIOS”.
para não falar que ninguém vem aqui e dá uma sugestão, gostaria de enviar então uma:
Pq não se cria um “Conselho de Musica do Fora do Eixo/Abrafin” nela participando pessoas de fora como o MAC, Regis Tadeu, Serjones, Bragatto e esse Conselho daria uma “selo de qualidade” para algumas bandas que essas sim poderiam pleitear e roda o circuito. Para ganhar esse “selo” basta a banda ter um bom album gravado com qualidade musical e de gravação, um bom video gravado, um historico de aonde tocou, fotos profissionais, ou seja, o mi?imo que uma banda tem para ser levada a sério. HJ ta terrivel o cenário. Eu entro no myspace dessas bandas protegidas pelo circuito e não consigo ver uma unica foto profissional (tudo foto batida por amigos), nem vou falar de gravação de audio e video.
Ai qdo o Lobão vem falar que é segunda divisao tem que ficar quieto mesmo, ou vcs encontram alguma pg ou site ou videoclipe ou audio oficial de algum artista da primeira divisao feito “nas coxas”.
fica ai minhas indagações, sugestões…
meu único desejo é que eu perdesse minha vaga nesse circuito para bandas que no mínimo estejam trabalhando de maneira séria e isso não esta acontecendo….o que cria um desânimo e uma animosidade com o Circuito/Abrafin.
Caramba, isso que o lucianoguto escreveu no coment 226 é muito sério. Por isso repito aqui:
-Prestem atenção no comentário 226
To emocionado! Sobre o Finatti, nem mais “avisar os incautos” eu vou… Cada um é porta-estandarte de si próprio. Também não tem mais nada pra rir. Perdeu a graca. Melhor assim. Ou não.
O que Pablo Capilé propõe com esse “debate”, no Studio SP não é debate coisa nenhuma; é uma arapuca, bem como frisou o Carlos Ferraz, no comentário 239. O que esses caras do Fora do Eixo propõem não é uma discussão sadia, saudável, pura e simples. O que propõem é a doutrinação; ou vc está com eles, ou é um “míope” e está contra eles. E nada menos democrático que isso. Se vc corrobora com o ideal desse pessoal do Fora do Eixo, vá ao debate. Caso contrário, brow, não perca seu tempo, fique em casa que vc vai ganhar mais. Capilé defende que artista não deve ser remunerado em festival algum. Alguém pergunte a esse cara se ele abre não da grana do fundo do Fora do Eixo (que provém de coletivos formados por laranjas – e sujeitos que não conseguem sequer elaborar uma frase inteira sem recorrer à cartilha do FDE como o Lucas Mortimer, e festivais que uma porrada de banda paga pra tocar) pra ele viajar de graça pelo Brasil inteiro e comer em bons resturantes?
Lanço aqui a campanha: Capilé, viaje pelo próprio bolso pelo Brasil afora para pelo menos ter enbasamento e propor às bandas que façam isso. É muito fácil viver em bons hotéis, comer de graça, ter sempre passagens aéreas paga e dizer que é “míope” uma banda ter o mesmo. Então Capilé, tá afim de virar um Gandhi, assim como vc quer que as bandas virem?
O engraçado é que o pessoal que defende o Pegada NÃO COMENTA sobre o processo que deu ao Coletivo a grana da lei de incentivo. Tentam abafar o máximo possível.
Ninguém é contra (pelo menos eu não sou) o Pegada ou os coletivos, acordem! mas o problema é qdo a politicagem, quando meios NADA éticos, sórdidos são usados pra favorecer alguem. Não é choro de quem não ganhou, mas se vai fazer uma treta igual a do Pegada aqui em BH, podia disfarçar né? A discrepancia foi mto grande.. Os caras do Pegada dormem com a consciencia tranquila. Eu teria vergonha.
O Pegada que vem fazendo um trabalho bacana na cidade infelizmente teve que se envolver com essa maracutaia. Queimou o filme!
Macaco Bong é bom? Onde? Recebi o primeiro Cd na redação, ouvi, ouvi, ouvi, e não achei nada de novo. Mau tocado, fraco, chato. Um disco dessa banda vendeu mil cópias? Se esse tipo de música é a boa para a grande maioria que comentou aqui, imagino qual foi a formação cultural musical de cada um. Todo esse oba oba é fruto da politicagem, como escreveram, e da falta de critério, ou o mau uso dele, na identidade musical nacional. Quantidade não é qualidade, mas gera receita, verbas, agrada a interesses de várias partes. Esse debate proposto sim, claro que é uma arapuca, nada isento. Chegou a hora de rever o modelo, especialmente em relação a remuneração das bandas e a qualidade das mesmas. O Eduardo, do comentário 241, explica bem essa distorção.
Dum, meu velho, o que está rolando agora É a revisão do modelo… A coisa não está consolidada ainda, existem muitas dúvidas, mas existe sim uma abertura. E se você não gosta do Macaco Bong tudo bem, mas você acha que eles merecem menos chances que um NXZero, por exemplo? E da quantidade se tira a qualidade. É muito melhor te 500 artistas conseguindo dar seu recado pra você escolher 5 que considera bons do que ter 50 pra tirar…sei lá, um ou dois. O que eu estou vendo por essa discussão é que tem muita gente com saudade do artista alienado, que ficava distante do mundo recebendo mesada do empresário.
[]´s
Leo concordo que é melhor ter 500, mas tirar quantas desse número é hipotético. O Fato de eu não gostar do Macaco Bong não significa que não respeite a banda e os músicos. Apenas não vejo qualidade para tanta falação sobre ela. Quanto a artista alienado, não tem nada a ver com meu pensamento, aliás acho meio ridículo a música independente, o artista independente, ser rotulado como indie, um estilo musical novo. O independente sempre existiu e não é novidade, tem desde os anos 1960. Virou estilo musical, como me disse o Fábio Golfetti, pela necessidade de se rotular bandas que têm um som pós punk, a maioria engessado. E quanto a mudança do modelo dos Festivais da Abrafin/Fora do Eixo, se é isso a que você se refere, é pra ontem.
Oi Dum, tá certíssimo quanto a chamar indie de estilo musical, que aliás não aparece um novo há pelo menos uns 20 anos. A questão que eu falei de artista alienado, é que sempre que alguém fala a palavra “política” em alguma dessas discussões, tem sempre alguém pra dizer “E a música?” como se hoje fosse possível se dissociar política de qualquer atividade cultural. Falam que música não é produto, mas reclamam cachês de festivais que são feitos na raça, sem recursos.
Quarta-feira teve o lançamento do selo cooperativo que eu organizei, na base da coletividade mesmo. O Pedro Sá e o Domênico vieram a BH por participação na bilheteria, ficaram hospedados na minha casa e não exigiram nada. Eu acho que eles mereciam um puta cachê, pelo que eles representaram pro evento e mais ainda pelo showzaço que fizeram. Mas eles vieram pelo prazer de tocar, pela amizade, e por contribuir pra uma iniciativa que acharam legal e que eles sabiam que não dispunha de recursos. E olha que eles nem estão precisando de divulgação. Agora, eu como músico, se alguém lá de Cuiabá, ou do Acre, me diz “Cara, vai rolar um festival, vai ter uma puta estrutura, 3000 pessoas. Não temos condições de pagar cachê, topa?”. Se eu tiver condições eu vou na hora, encarando como investimento pra minha música atingir um público maior. A questão é: O músico tem direito de querer ser remunerado? Sim, claro, mas ele também tem o direito de optar por abrir mão disso em ocasiões em que outros ganhos possam ser obtidos, como divulgação ou mesmo o puro prazer de tocar. Realmente seria chato se o cara do festival estivesse enchendo o rabo de dinheiro, mas já colaborei com a organização de alguns festivais e sei que esse não é o caso. É melhor rolar um festival que não paga cachê, ou não rolar festival nenhum?
O que eu acho é que o pessoal do Fora do Eixo e da ABRAFIN achou um jeito de viabilizar a circulação de artistas que não têm público pra conseguir convencer produtores de eventos a contratá-los. Isso não é de forma alguma a solução pra todos os problemas do mundo, mas é parte da solução. O que eu vejo é muita gente jogando pedra sem propôr outra alternativa.
Sim Leo, claro que o artista tem o livre arbítrio de escolher o que é bom pra ele. Se entende que uma proposta não remunerada vale a pena ok, mas mesmo assim ainda acho que esse aspecto do cache tem que ser melhor equacionado quando se tem verbas públicas disponibilizada para isso, também, no Festival. Ou na planilha de custos caches não são incluídos? Quem toca e não recebe fica fora dessa planilha? Não sou produtor, apesar de já ter trabalhado no CCSP na programação de shows, você até pode me elucidar em relação a isso. Não tô jogando pedra, pelo contrário, já entrevistei o Fabrício e reconheço o trabalho da Abrafin, mas ainda acho que festivais com verbas públicas têm que solucionar a questão dos caches, e isso é com os produtores.
na boa, se é pra pagar cachet pra banda ruim e que não tem publico, melhor simplesmente não contratar elas. os festivais ficariam muito melhores, mais legais de assistir. aí paga certinho quem toca e fica muito menos tempo de festival por dia. queria só ver a choradeira das bandas dizendo que é impossivel tocar em festival e tal, que o dinheiro é pubico e deviam usá-lo para subvencionar a participação de bandas novas e coisa e tal. essa é a questão: já é isso o que acontece. as bandas estão recebendo subvenção do dinheiro publico para tocar nos festivais. essa é a verdade. ou vcs acham que a maioria dessas bandas mereciam mesmo estar naqueles palcos, com cachês pagos e tudo? eu como contribuinte muitas vezes sinto meu dinheiro sendo jogado no lixo com umas porcarias que vejo. e aí, como fica?
Alguém sabe como funcionava antigamente pra uma banda tocar num festival ou abrir pra uma banda grande? tinha que pagar. e nunca custou barato. nao pagar pela vaga, mas pela estrutura que iria usar, mesa de monitor extra, equipamento de palco e quetais. e muitas faziam isso. praticamente todo mundo de planet hemp a skank, raimundos, jquest… viveu isso.
hoje ta muito mais facil. melhorou muito. e a gente torce pra melhorar mais. especialmente o som das bandas.
por sinal, Eduardo falou aí e talz e não disse o nome da banda dele, ou eu li mal?
bem… entao tomara que paguem cachê pra todo mundo e só toque banda boa em festival. mas nada dessa idéia facista de um colegiado que diz quem pode ou não. cada festival cuide do seu rabo. estilo é (quase) tudo na vida.
Ynaiã, mais importante que passado e futuro é o presente. O passado é um guia e o futuro é um risco, do qual não podemos fugir e, concordo com você, precisamos pensar, lutar e construir. Mas o futuro são os próximos dois segundos ou vinte anos. Quem pode dizer quando tudo isso vai mudar? Ninguém. E a gente vai ficar vinte anos esperando ele mudar? Não! Pô, vamos ficar com um olho no peixe e outro no gato.
Uma das nossas diferenças nessa discussão é que você fatia o mercado, e olha sua parte dentro dele, e eu olho o todo. Lady GaGa ocupa um espaço hoje que 15 anos atrás era do Nirvana. Ivete Sangalo ocupa um espaço hoje que já foi do RPM, da Legião Urbana, do Skank. E quem pode dizer ao certo que o próximo grande estouro não seja o Nevilton? Potencial tem.
É diferente da Macaco Bong e de, sei lá, Dirty Projectors, que são bandas com uma característica menos popular. Então, quando você diz quem virou mega nos últimos dez anos eu respondo: Ivete Sangalo, Claudia Leitte, um monte de dupla sertaneja. E é nesse lugar que eu gostaria de ver muitas bandas nacionais. Como a gente vai chegar lá? Não sei, mas o Nirvana chegou, o R.E.M. chegou, a Legião chegou, o Skank chegou e a Ivete chegou.
E ai me bate uma grande questão: as pessoas andam com medo de fazer sucesso? Você vai e tira uma frase do Romulo da entrevista, justificando que ele está satisfeito em tocar para o público dele. Mas nessa mesma entrevista ele diz: “Se a Warner me chamasse eu ia amarradão porque eles tem algo que não tenho”. Ele consegue ver e assumir o espaço que vive, mas quer mais. Lulina e Stela Campos, no entrevistão que vamos publicar, dizem a mesma coisa: “se uma grande gravadora nos quiser, nós vamos. Desde que não se mexa no produto, tamo dentro”.
Pra mim, não pensar o mercado como um todo é falta de ambição sim. O Scream & Yell nunca foi feito pra nichos. A gente fala de música independente aqui, mas tem entrevista com o cara da Fresno, já teve texto sobre ballet, teatro e grande literatura. A diferença é a forma que a gente tenta entregar esse texto, que a gente empacota pro leitor. E quantos mais leitores vierem, melhor. E quantos mais leitores vierem e descobrirem esse novo cenário da música, melhor.
Porque a gente fala de independente com propriedade devido ao fato da melhor música no país estar no independente, no underground. Se tivéssemos vivendo em 91, 92, estaríamos falando do grunge e aproximados, que era mainstream naquela época. Como a Bizz falava de Legião, Titãs e muitos outros em sua época. Quanto eu ouço coisas como as do Wado, do Apanhador Só, do Nevilton, eu quero mais é que o mundo todo ouça, porque são acessíveis. O que precisa é romper essa linha, conquistar mais público, ser maravilhoso, como o Lobão diz.
Porque o problema não é chorar a Copa de 82, mas desistir de cara da 2010, 2014 e 2018. Se acostumar, se apequenar e ser feliz com isso. Nenhum problema em ser pequeno, mas que o mercado existe, existe. Só está nas mãos erradas.
Caramba, que discussão gigante…
Sinceramente, acho muita estrela pra pouca constelação. Vão me desculpar aí, mas é esse bairrismo, esse disse-que-disse, não contribui em nada na minha opinião.
Falar que não tem carta marcada em festivais e etc? Façam o favor né! Tem, sempre teve e sempre vai ter! Isso é ruim? Claro que é, se você não for bem articulado politicamente.
Agora se você não for bem articulado, aí você tá fodido e pode chorar mesmo.
Ainda bem que existem os festivais! E ainda bem que existe um mundo fora dos festivais. A internet tá aí disponível pra todos, acessível pra todos. Com a divulgação adequada e um pouco de investimento é possível conseguir uma visibilidade considerável.
Se você for parar pra pensar, a grana que você gasta com deslocamento, alimentação e outros custos pra tocar num festival cujo público máximo é de 20 pessoas e que VOCÊ SABE que não vai te dar nenhum tipo de retorno, financeiro ou pessoal, se pegar essa grana e investir no site, divulgação e etc, dá mais retorno. Pode ter certeza.
Toco n”Os Encardidos” daqui de BH. Não participamos de nenhum coletivo nem nada, mas é mais por falta de tempo pra se inteirar sobre coletivos do que por preconceito. Vamos devagar. Preferimos ensaiar, trabalhar nas nossas músicas e fazer a coisa bem feita, preocupados com nosso som, com qualidade técnica e etc do que politicagem.
Infelizmente (ou não) somos uma daquelas bandas que um empresário viria muito bem a calhar. Trabalhamos pra caralho fora da banda, temos outros interesses, mas amamos nossa música.
Dá pra entender muito bem o Lobão. Sério mesmo, ele falou algumas besteiras, mas tirando o fato que ele tá “desabafando”, não dá pra passar impune pelo que ele falou não.
Nada contra a galera que roda o Brasil inteiro gastando o dinheiro do estágio com transporte, deve ser muito doido fazer isso, meio Kerouac, meio Dylan e no final meio Dilma também.. Mas preferiria estar recebendo para tal.
Up yours!
Azul
Os Encardidos
(essa é minha opiniao, nao da banda) …
Não sou músico mas participo ativamente da cena indo no show de todo mundo e pelo jeito, aqui tem muita gente que fica vomitando opinião de dentro de sua redação encarpetada, com base em informações que lê em blogs pela net, sem saber o que é a cena de dentro do bar, casa de show e etc.
Bom, muito se fala sobre o Macaco Bong e de todas as bandas da circuito Fora do Eixo Certo? O próprio baterista da banda (Ynaiã) falou uma mentira deslavada no seu primeiro comentário e todo mundo engoliu sem falar nada. Os números que ele cita em relação à carreira da banda se não são “suspeitos”, são grandes “mentiras”:
O cara fala que em todo lugar que o Macaco toca tem no mínimo 250 pessoas e isso só público que foi ver a banda exclusivamente. Grande lorota!
Eu estive presente em três apresentações da banda aqui em São Paulo e não consegui contar nem 50 pessoas nos recintos. Inclusive uma dessas apresentações foi o grande festival Cena Musical em que a banda tocou junto com Pélico, Rafael Castro, Moxine… essas 250 cabeças que ele cita não apareceram lá nem de passagem e vale lembrar que a entrada era franca. Foi o primeiro festival que tinha mais imprensa do que público.
Vale a pena lembrar que a súper estrutura foi montada com dinheiro público e cada banda colocou 5mil reais no bolso fora divulgação na mídia.
Em outros eventos que o Macaco tocou a famosa banquinha de produtos estava por lá. Às moscas.
Só gostaria de saber de onde vem essa dinheirama que eles dizem levantar.
Desculpe, mas tudo leva a crer que é grana pública que eles embolsam nos festivais que organizam.
“se uma grande gravadora nos quiser, nós vamos. Desde que não se mexa no produto, tamo dentro”
A ilusão, né. Vão te dar um monte de dinheiro e deixar você fazer o que quiser com ele.
“Um dos debates mais interessantes sobre o mercado musical brasileiro dos últimos tempos”.
http://quadrisonico.wordpress.com/2010/05/03/editorial-a-importancia-do-debate-no-mercado-cultural/
Isso que o Marcio Freire falou no comentário 254, procede bastante.
*Já vi 2 shows do Macaco Bong bem miados aqui em São Paulo, com 45 pessoas, no máximo.
Lobão é gênio. Ele não se submete a nada que não queria e a nada que não valorize sua obra.
Ou gênio seriam os espertos que acreditam na ladainha do artista-pedreiro?
Macaco Bong é uma banda boa, a melhor que temos a apresentar? Se for, tenho vergonha de ser brasileiro e de ter um dia gostado da cena independente daqui. Prum país que já teve Killing Chainsaw e Pin Ups é muito pouco. Prum país que teve Videohits e jogou pra fora o gênio Diego Medina, é muito pouco. Prum país que não entendeu até hoje a piada do Bidê ou Balde é muito pouco. Prum país que tem Wander Wildner, Astromato, Nação Zumbi Lucas Santtana, Walverdes, Grenade, Wry e tantas e tantas outras, se contentar em ouvir esse Macaco Bong, essa Pata de Elefante que nos enfiam pela guela, pelas revistas, pelos jornais e insistentemente pelo twitter?
Por que o Fernando Rosa manda 345 twitts por dia da banda Superguidis? Se fosse essa maravilha precisaria de tanto? Peguei até raiva da banda, sem ter nada contra eles.
É mesma coisa da Mallu Magalhães. É tanta propaganda “alternativa” que todo mundo conhece de nome, mas não conhece porra nenhuma da música. Não conheço ninguém que tenha o primeiro disco e ninguém que tenha baixado o segundo. É RUIM! É embuste que tentam enfiar guela abaixo. A mesma coisa aquela porcaria de Cansei de Ser Sexy, que graças a deus saiu da linha editorial.
Adianta se fingir de alternativo e cometer os mesmos erros crassos do mercado grande? Até que ponto isso não é só invejinha de perdedor? Até que ponto não é uma síndrome de Madame Bovary mal resolvida? Ou mais um capítulo da fábula da Raposa e das Uvas?
O que vale hoje é lema: faça você mesmo, desde que faça comigo.
Por tudo isso digo e repito: Lobão é o que todos vocês queriam ser e JAMAIS vão conseguir ser: INDEPENDENTE!
Preguiça de ler tudo isso!
Queridos, ta definido o dia e local?
Xiii… Pegaram o macaco pelo rabo! 😀
Que o momento é bom, ninguém duvida. $$ pública chegando pros festivais de música independente? Lindo!!!
Mas essa coisa de ter público é que é muito complicada. Na maioria dos casos, ou a banda tem que pagar uma “cota” pra tocar (geralmente se oferece como “opção”(??) a venda de ingressos) em eventos com, no mínimo, 8 bandas, ou então a banda tem que arcar com a $$ da viagem, hospedagem, alimentação.
Fica difícil ter um bom público se você não circula, não faz shows.
Minha banda tem uma presença online até legal (entre as independentes). Disponibilizamos 3 músicas pra baixar e tivemos mais de 4000 downloads, temos mais de 2000 seguidores no twitter, 3 perfis no orkut, quase 2000 amigos no Facebook…mas…e daí?
Como fazer pra transformar esse público online em público offline sem ter onde tocar? Foi uma das perguntas que fiz num Workshop que ministrei aqui no RJ, junto com Leoni e Paula Martini, e não obtive resposta.
Infelizmente essa coisa da “articulação política” citada em alguns comentários acima é pertinente. Não basta só tocar um som legal (pra nós o nosso é, claro..rs), você tem que estar com as pessoas certas pra poder fazer acontecer…
Claro que acho que uma banda tem que investir $$, tempo, etc. Mas todos concordam que seria muito mais legal se, pelo menos, a gente ganhasse pra “subsistência”?
Quanto ao Lobão, ele tava ali num momento desabafo. Normal que saíssem algumas coisas que “não se escrevem”, mas tem muita coisa no que ele disse que é pra nós pensarmos.
Quanto ao que o Danilo disse acima: Danilo, sempre foi assim. No final dos anos 80, alguém disse que lambada era legal, fizeram até novela baseada no ritmo.
Resultado: todo mundo (ou a maioria) acreditou!!!
Sobre Mallu: tá na cara que ela tinha uma equipe forte no trabalho online. Mas o problema é o que você citou. A galera “ouve” o nome, não entra no (pesadíssimo, dificílimo de navegar) Myspace pra ouvir o som. Aí, quando ela aparece na Tv, dizem: Ih, eu conheço essa menina da internet (hein??)
Sem contar que hoje em dia é fácil demais ter milhões de acessos, amigos e plays no myspace…
O Christian falou uma coisa pontual: “Como fazer pra transformar esse público online em público offline sem ter onde tocar?”
Eu vou ainda mais fundo: Tem banda que tem muitos lugares pra tocar, como o Macaco Bong, e mesmo assim não tem público presencial.
A banda se coloca como modelo de carreira auto-sustentável, mas essa sustentabilidade é apenas relativa ao dinheiro que vai pro bolso por estarem ligados à trupe FDE e organização de festivais, e não relativa ao modelo de artistas que eles são.
Tem uma galera independente… tipo Teatro Mágico, Velhas Virgens… que eu vejo mais adiantada em relação a grana no bolso e público no show. Não curto nem um pouco o som do Teatro… mas os caras não são bandas que jornalista pseudo cult fica babando ovo em blog por aí… mas vai no show dos caras e depois vai em um do macaco… tsc tsc tsc… não preciso nem falar nada né?
De 75 shows que fizemos em são paulo o cara me cita um rs. Quanta vontade de falar besteira né.
70 teve mais de 250 pessoas e 5 não teve mesmo.) Otima media.)
abs!
“Acho estranho que ao questionar a aprovação do projeto do coletivo na lei municipal de incentivo à cultura o Terence não cite sequer uma vez o que é o tal projeto. E quando defende a “injustiçada” Cogumelo, ou outros “graúdos” com décadas de história, e tal, também não menciona do que se trata esses outros projetos. Será que deveriam ser aprovados só pelo currículo?
Se é assim vamos levar o Ronaldo pra África do Sul e deixar o Neymar pra trás, afinal ele nunca disputou uma Copa.”
O Neymar é novo e mostrou que é craque. Tem pegada de verdade, no campo, na grama, não, na grana. O Ronaldo é craque, poderia decidir. Poderia…
De resto, o jogador Laranja não merece nem ficar no banco, quanto mais ir à Copa, com dinheiro público. Ainda mais sem ter mostrado futebol. Mas com um Ricardo Teixeira ajudando…
75 shows? ta facil ganhar esses editais de passagem em goiania
Sobre editais, festivais e afins:
http://www.myspace.com/planetarockstar
Vale a conferida! [:D]
Estranho, dentre esses 75 shows do Macaco em SP, os que eu vi, foram justamente os que tiveram maior estrutura, entrada franca e cobertura da mídia. Realmente estranho esses serem os que tinham menos público.
Não tenho marra contra o Macaco. De verdade! Mas a banda tem que se colocar no seu lugar.
Balela, blog, twitter… engana muita gente.
Macaco: oportunismo = nota 10 … público = nota 3 (assim como 99% das bandas indies do Brasil, não estou desmerecendo)
Acho que foi válida a minha contribuição para elucidar os membros do debate sobre o lado de dentro dos shows.
Cada “macaco” no seu galho aí galera!
Marcos, só pra informar….o Macaco Bong é de Cuiabá e não de Goiânia.
Outra coisa, vamos para de hipocrisia e falar um pouco a verdade…
Em 2009 recebi cerca de 760 Cds e posso falar com a vivência de 16 anos na produção da música independente que 75% desse material é RUIM esteticamente e musicalmente falando e os outros 25%, são as que tocam em festivais, por isso as vezes uma mesma banda roda por 6, 7 ou 8 festivais no mesmo ano…daê vem um bando de “chorões” dizendo que é panela daqui, frigideira dali, etc, etc…Cara, se uma banda não toca, é por que é RUIM mesmo, e a mea-culpa tb são dos produtores “me incluo (ia) nessa lista” que hoje preferem passar a mão na cabeça das muitas e dizer um “talvez” ou um “quem sabe”, do que “vcs precisam melhorar mais” ou sua banda “não tem o perfil”. Lembro-me vagamente de um fato ocorrido nos anos 80 quando alguém de uma “banda major” foi a Bizz e deu a seguinte declaração “O que a Legião faz no palco, a gente faz no banheiro” não me lembro qual banda era, mas aquilo pra mim foi muito verdadeiro. É claro, que existem exceções conceituais e estética dentro de cada festival e por isso não dá para generalizar, mas que está decepcionante musicalmente falando está.
Foi o cara do Uns & Outros que disse essa pérola sobre a Legião, Marcelo!
Porra. O cara do Uns & Outros…
( entendi e concordo plenamente com o que você escreveu. só achei o exemplo bizarro, hahahaha)
Xará, realmente, sou a favor de parar com a hipocrisia. Então, se o quesito é qualidade, vou colar aqui embaixo alguns links de melhores do ano do Scream & Yell (uma votação que inclui jornalistas, blogueiros e músicos), e gostaria que você discoresse o motivo de alguns nomes ali não tocarem em festivais (apesar de serem bons artistas, de frequentarem listas de melhores do ano) e outros tocarem demais:
https://screamyell.com.br/site/2010/01/26/melhores-discos-nacionais-2009/
http://www.screamyell.com.br/especial/2008/disconacional.htm
Do Top 25 nacional do ano passado, quantos tocam em festivais:
https://screamyell.com.br/site/2010/01/26/os-50-discos-mais-votados-em-2009/
Abraço
Mac
Marcelo,
Pelo amor de deus, se esse 25% que você escolheu são as que estão tocando por aí, então apesar dessa experiência que você disse que tem, a sua qualidade em separar o joio do trigo é duvidosa pra não dizer desqualificada.
Como podemos entender bandas que estão “hypadas” e que sua vocalista não consegue cantar uma nota dentro do tom??? O cd é produzido todo bonitinho, mas quando você vai ao show a vontade que dá é de chorar! Desculpa, mas qualidade não é a razão de estarem onde estão. Amizade? Contato? Dinheiro? Talvez.
Eu duvido que exista um produtor ou curador de um festival ou evento que receba o material das bandas interessadas em participar e monte o line up apenas levando em conta a qualidade (estetica e musical) das bandas.
No fundo, é tudo um jogo de interesses.
O exemplo é bizarro sim Thiago…apesar de não gostar de nenhuma das duas (Legião e U&O) existia uma verdade naquela declaração, que poderia até ser recíproca, agora que vc me lembrou de que banda se tratava.
Marcio eu não escolhi 25%…estou colocando tudo na mesma balança pra equalizar as coisas, mas como dizem porai “gosto é que nem cú e cada um tem o seu”. Em relação a qualidade estética e musical continue duvidando…o que eu posso dizer é que cada um tem uma postura e uma maneira de fazer a curadoria do que for… e a minha é esta. Ouvir 760 Cds (TODOS) não é tarefa facil pra qq um, haja paciência e Doril.
Mac, vou ver a lista com calma e depois te falo…mas posso adiantar que as vezes não dá pra colocar todo mundo na mesma edição um festival, as vezes por um nº limitado de vagas disponivel, etc… e isso já ocorreu comigo, e qdo acontece coloco na fila e espero outras edições acontecerem…o problema é que a fila cresce e as vezes demora.
Em Maceió, na tour Fora do Eixo do Macaco Bong se tivesse 30 gatos pingados era muito. Muita falação e pouco resultado… Não gosto do Teatro Mágico, mas acho muito mais honesto do que o Macaco.
Abraços.
Bando de bunda mole. Botar o pé na estrada e fazer o que tem que ser feito ninguém quer né!? Bando de bunda mole.
Ainda falta muito para o tal do Macaco Bong tocar para 200 pessoas. Mas muito mesmo. Chuto umas 170 pessoas – com péssimo gosto musical, é claro 🙂
Conversinha fiada da porra…
O debate em Belo Horizonte anda acirrado, muito por causa da agitação da cena de bandas e artistas independentes locais. Somos muitos, hoje aqui.
Antes de tudo isso começar, nos idos de 2008, ninguém aqui nem sabia o que era ser independente. Muitos achavam mesmo que seria a tal “segunda divisão” do mercado de música, disputada à caneladas maldosas e, quem chegasse campeão, poderia ser notado pelo eixo Rio-SP. Que sonho surreal!
Daí, a gente resolveu colocar as bandas cara-a-cara pra saber quem fazia música e quem mentia pra si mesmo. Claro que a revelação chegaria com o tempo, não seria imediato. O mais produtivo foi tirar a carapuça de quem se achava “a melhor banda de BH” porque precisávamos ver o tamanho da cena local, que era muito maior que o umbigo de cada um.
A situação na época era igual a essa aqui: todo mundo agredindo todo mundo e tentando tirar entrelinhas pra acusar o outro na maldade. E nada andava. A imprensa já tava com preguiça da música local, as rádios operando no flashback e as casas, no mesmo endereço, esperando o público chegar.
De quem era a culpa? NOSSA.
Resolvemos que era urgente uma organização. Mas deveríamos ter cuidado extremo para não sermos sectaristas, partidários e chatos.
Deveríamos abranger a todos os independentes, independente de gênero ou estrada. Panelas são inevitáveis quando surgem agrupamentos, mas as tampas são evitáveis.
A música e a qualidade com a qual ela é tratada, executada e criada deve ser o mote da escolha. E as expressões, quando artísticas-musicais, são livres de rótulos.
Pensar também nas dificuldades sócio-culturais de cada região sem preconceitos elitistas ajuda a fomentar uma cena de música. Depois, a qualidade se revelaria na quantidade.
Não seriamos selo, produtora de festival ou grupo de sociedade civil. Seriamos um grupo de artistas que se respeitam e se elevam.
Nesse pensamento, estamos evoluindo.
Dizer que essa quantidade de bandas e artistas que surgem não é mercado novo é ignorância: são estúdios, lojas de instrumentos, casas, gráficas, novos selos e todo um setor diretamente ligado que se aquece nesta cidade. O mercado está sendo criado e o artista independente hoje se encontra no final da cauda (cada vez mais longa) dele.
Planilhas orçamentárias entregues ao MinC, às Leis de Incentivo Estadual ou Municipal, não chegam no resultado de se pagar devidamente os artistas envolvidos no evento. E quando chegam, não são aprovadas. Então pra onde caminham as políticas públicas para fomento do mercado de música?
Precisamos mudar o rumo dos nossos diálogos para nos posicionarmos num nível civilizado e compatível às nossas necessidades básicas da cultura de arte neste país, se isso ainda é do interesse comum nestes “abates”.
Tal qual tantas pessoas que entregam suas vidas rotineiras para a realização da arte e para o fomento do sustento do artista, não vejo espaço para que evoluamos no sentido de ajuste, afinação desse tema “O destino das verbas públicas de Incentivo Cultural”.
Vamos afinar estes instrumentos e fazer música de verdade que esse som tá muito ruim, mal tocado, desregulado e numa gritaria tão desafinada que já queimou o twitter e até o subwoofer (aquele alto-falante que emite ruídos graves).
Os artistas seriam os responsáveis por criar um novo mercado?
Como deveria se comportar um artista independente? Bom, antes de tudo, ser completamente lúcido sobre o mercado da música. Entender os erros graves da indústria fonográfica convencional, dos jabás, dos empresários tarados, dos produtores malandros e surdos, dos jornalistas preguiçosos que pedem discos, cortesias e passagens e do público que não precisa saber de nada disso.
Quanto vale o show? Depende da verba aprovada.
O investimento no seu produto é válido? Sim, é primordial.
Quando parar de investir? Quando se gasta R$200,00 em material para a curadoria não abrir, porque as cartas estão marcadas em cima da mesa. Aí a gente repensa em tudo e cria outra estratégia mais limpa e rentável de auto-investimento.
O artista independente deve estar atento aos discursos ensaiados, à aproximação das caras do meinstream (da cultura de massa pobre de conteúdo), para com a simpatia de produtores altamente comerciais, à aglutinação de gente que se diz produtor da cena, mas que nunca montou um palco sozinho e dessa modinha cancerígena do “ser cult”. Independente nunca vai ser meinstream, nem quer.
O Artista Independente lê editais, administra sua banda, é produtor artístico-musical-fonográfico-executivo, divulga seu show, fala com jornalista, assume sua responsabilidade de operário e empresário da arte, chega no show, monta seu palco, regula o monitor e acende a platéia.
Não precisa de coletivismo, precisa ser auto suficiente e ser respeitado como tal.
E se ficar rico, merece ficar rico sozinho, sem 80% pra gravadora, 50% pra editora, 50% pra produtor fonográfico, 40% pro empresário e 20% pro produtor.
Depender da imprensa falar do seu disco (os caras recebem 1 CD por minuto), da rádio tocar sua música (podem até tocar uma vez lá pras 4 da tarde), que o festival te descubra, é ingenuidade de principiante. E artista independente não é principiante – aqui tá um sério erro de entendimento. O artista independente tem conteúdo e o apresenta à imprensa regularmente que sempre o recebe.
O que vejo hoje é a criação da mesma velha roda. As turmas criadas estão erradas. Primeiro, desse bolo só deveriam constar artistas criadores. Vejo jornalistas, empresários, donos de selo, produtores, captadores… todos brigando pela fatia grande – a grana. E, brigando pela simpatia deles, estão os músicos amadores ávidos pelo meinstream e que topam qualquer jogo sujo.
Os urubus do mercado de massa se instalaram na cadeia de música independente e estão sugando tudo o que podem, até sobrarmos nós – sem caldo, sem voz e ainda mais miseráveis. E isso, porque alguns iniciantes na música propiciaram essa aproximação por pura falta de conhecimento do mercado e sem qualquer bagagem profissional para enfrentarem o jogo pesado da indústria. Ingênuos, neste jogo, são dispensáveis. E fazer política com os urubus do mercado musical e fonográfico é atitude de gente fraca, despreparada e mal-intencionada.
O maior problema disso tudo é a antipatia criada para classe independente de música. Daqui há pouco é MST no céu e Artista Independente na terra (inferno).
Música independente é a laranja desse suco de mãos sujas.
Como artista independente, não faço parte desse caldo e centenas de outros talentosos artistas que conheço pessoalmente, também não fazem .
Estamos atentos e desligaremos logo esse espremedor barulhento.
o mais engraçado é que, tirando jornalistas, produtores e os próprios membros da banda, é raro ver alguém aqui que realmente goste de Macaco Bong.
repito: nada pessoal contra a banda. e sim contrra o fenomeno que ela representa.
Consegui ouvir macaco bong uma vez, quando falaram que os caras eram foda e tal, prefiro infinitamente o Nevilton.
Esse lance de valoriza artista igual pedreiro foi uma das coisas mais cretinas que já li, e digo ainda que imbecil é banda que fica tocando de graça enquanto os produtores ficam com o velho papinho de que vcs tem que começar a circular e ser visto que vão começar a ganhar pelo menos as despesas, quando chegar a sua hora de começar a ganhar um pouquinho eles arrumam outra banda que precisa aparece na faixa.
Politicagem no meio da música me enoja.
Quem ta dentro da panela vem aqui proteger pra não secar a fonte esta é a verdade, podem falar o que for mais é isso mesmo.
O resumo de tudo isso é o seguinte:
O Fora do Eixo se organizou quando não existia praticamente nada. Foi se estruturando.
Hoje, que eles tem o seu espaço, alguém acha que vão entregar de mão beijada pra alguma banda só por que ela tem qualidade? Claro que não!
As bandas que vão tocar nos festivais e eventos são as bandas ligadas aos coletivos afiliados e que aceitam a filosofia do “nada pra você e tudo pra mim… se quiser o espaço beleza, trabalha pra a gente… se não quiser tem quem queira”.
Quando entra grana pública na parada, a coisa se torna altamente rentável, e passa a funcionar como uma verdadeira empresa. Os donos da empresa estão lá com sorrisos de orelha a orelha, rindo da cara de quem não se organizou e fez isso antes. A tendência pro “esquema” é só crescer. A torneirinha tá aberta.
Vejo a “filosofia” deles como uma coisa antropológica da raça humana: onde tem uma brecha pra levar vantagem, a galera leva mesmo! E cada vez mais! Sem dó.
Como o circo tá armado, vira um tal de jornalista lambendo o saco de um, produtor produzindo a banda queridinha de outro… todo mundo querendo uma fatiazinha do bolo. A “empresa” acha isso uma beleza! É uma forma indireta e saborosa de tudo se manter.
Nessa hora, não existe mais nada do que foi muito falado aqui: qualidade musical, qualidade estética, esforço. Ingenuidade de quem achar que esses quesitos são levados em conta uma hora dessas. As palavras de ordem agora são: interesses… números!
Acorda galera!
Volto a dizer Macaco Bong é muito ruim, e a lista do SY dos melhores é bem duvidosa, mesmo sendo feita por jornalistas, blogueiros e músicos. Ai é que está, quais as referências que essas pessoas, antes de serem profissionais, têm em relação a musica. No dia que li o Tiago Agostini, que não conheço pessoalmente, titulando um blog, na sua estreia, “O dia em que virei indie”, ou coisa parecida, foi cômico, pra dizer o mínimo. É esse tipo de gente que votou nessa lista? Acho que nem todos. Pelo menos 80% das bandas novas, ou nem tanto, hypadas ou não por blogs ditos indies, são ruins, bem fracas. Falta a elas sobretudo talento e criatividade. Essa cena maravilhosa que alguns defendem existir eu não ouço, só vejo falarem, mesmo recebendo CDs as pencas. Parece que qualidade musical é o que é menos levado em conta por esses blogueiros e jornalistas. No meu meu blog, no site Dynamite, onde tenho uma média de mais de 60 mil acessos por mês, como diz o Otto, me rasgo 300 vezes antes de publicar um hype desses.
Antes de mais nada, sou um mero espectador, ou público. Dito isso..
Pode repetir que o Macaco Bong é muito ruim, musicalmente, 1000 vezes. Quem sabe assim consegue fazer algum incauto acreditar piamente.
Incentivo público X incentivo privado.
Muito se falou, até se diferenciou o incentivo público do incentivo privado aqui no debate. Foi dito até que precisamos abrir os olhos quando o incentivo é público, pois quando ele é privado a grana vai pra mão de quem bem entender e ninguém tem nada com isso.
Vamos pensar.
Quando o incentivo é público, o dinheiro que vai pra mão dos curadores de festivais é do governo. Ou seja, o nosso dinheiro pago por meio de impostos. Certo? Ok.
Quando o incentivo é privado, o dinheiro que vai pros curadores é das empresas que estão patrocinando. Certo? Opa, não é bem assim!
Quando uma empresa patrocina um festival, ela mete um puta de um riscão no seu imposto de renda. Ou seja, quem tá pagando é o governo de novo!!! E com qual dinheiro??? O meu, o seu… o nosso!
Portanto, se a grana está sendo mal dividida quando chega na mão do curador o que tá faltando é algum tipo de regulamentação ou auditoria da parte financeira do festival.
O que acham?
Será que o Parahyba tá acompanhando o debate? rsrs…
Perfeito, Márcio…
A associação poderia aliás, acabar com metade dos nossos questionamentos publicando os orçamentos dos festivais contemplados pelos editais – mesmo que isso não seja (ainda) uma obrigação.
Devem haver mecanismos que permitam uma auditoria nas contas dos projetos (via MP – talvez), mas seria interessante que a ação partisse da própria ABRAFIN. Garanto que no mínimo, cessariam as generalizações… Fica a sugestão.
Enquanto isso não acontece (de uma forma ou de outra), a gente segue cutucando a onça com vara curta…
“A Abrafin não Liga Pra Mim” – Disponível no: http://www.myspace.com/planetarockstar 😀
Queridos, ONDE VAI SER O DEBATE?
No más, eu queria dizer ao Marcelo que julgar essa questão estética é complexíssimo, e, me desculpe a franqueza, ela é mal julgada quase sempre.
O erro primário deste mercado independente é achar que existe uma estética certa e outra errada. Todo mundo soa muito parecido. São basicamente os filhos dos Strokes, os filhos do Chico Science. Às vezes, os filhos do Radiohead.
Já vi discussões parecidas com essa em outros nichos profissionais…
O fato é que quem é bom não precisa de migalhas. Não precisa se doer por causa de festivais que não pagam nada ou não te chamam, se você é bom o suficiente para se manter no mercado com seu profissionalismo.
Picaretas, como alguns donos de festivais sempre existirão e é obrigação dos verdadeiros profissionais se afastarem deles.
Eu pude “aproveitar” vários desses festivais com comida, viagem e hospedagem “grátis” por alguns anos. (por favor, percebam as “aspas”.)
FOi bom como vitrine, mas eu e os membros da minha banda fomos falhos em trabalhar a banda fora desse sistema, perdendo a oportunidade de nos firmarmos no verdadeiro mercado musical.
Tudo isso serve como experiência e oportunidade, mas cada banda precisa trabalhar pesado além disso e conseguir seu espaço ao sol.
CIto alguns exemplos de bandas que começaram dentro desses festivais e souberam batalhar por seu espaço fora deles: Macaco bong, The name, Subburbia, Vanguart, Nevilton.
Enfim, em relação à grana que os produtores de alguns festivais embolsam sem repassar para as bandas, eu tbm acho uma grande sacanagem. Mas é um erro principalmente do governo não ter critério para liberar o dinheiro. Deveria haver na hora do repasse um orçamento citando pra onde vai cada migalha do dinheiro público investido (incluindo as bandas, claro) e um edital de gastos por parte de cada festival como sugeriram o Cap. Rockstar e o Marcio freire.
Transparência é fundamental…
Esse cap.pobrestar está afim de uma grana por fora e de encher o saco!
Mais um amigo do Bonadio!
Ele(Bonadio) deve estar rindo da nossa cara só por causa dessa discussão toda(e idiota mesmo em alguns comentários,assim como muito pertinente).Isso que ele já falou troça de todos aqui(banda,festival,etc).Se tem alguém que merecia umas porradas é ele,não o Capilé.
A Abrafin não liga pra você?Foda-se,você é ruim pra caralho.Eu também não ligaria.
Rezo para que Pixinguinha interceda espiritualmente e ilumine o caminho dos garotos que começaram a tocar ontem e já conseguem se enxergar como os maiorais da música brasileira.
São capazes de nos presentear com frases lindas como:
“A nova cara da música brasileira”,
“A diferença é que os artistas da cena independente são os novos craques”
Macacos me mordam!!! É na mão deses caras que está toda a articulação para o fortalecimento da música brasileira. Um pouco de lucidez por favor. Nunca ouvi tanta baboseira, capilé acha que é o articulador mais gênial de todos os tempos e o macaco bong acha que o som deles é o mais fodástico de todos os tempos, uma parceria perfeita para sauvar a pobre música brasileira.
Meu caro Fernando Detoni de Paula…
Se questionar pra ti significa “encher o saco”, estou muito a fim mesmo… Agora ganhar “grana por fora” eu ainda não sei como, explica isso pra mim direitinho…
Se liga que esse discurso da desqualificação sumária já tá manjado, cara… Arruma um argumento melhorzinho pra debater.
Ah, e “amigo do Bonadio”? – Quem dera! 😀
“Dispersar.. dispersar… vamos. acabou a brincadeira. ninguém tem mais nada pra dizer. todos circulando. vamos começar a trabalhar e parar de falar merda. vamos. vamos”, disse o guardinha da esquina.
Isso, circulando… circulando… antes que se levante algo mais fedido do Fora do Eixo e o Miranda perca a sua boquinha.
Bruno Matos, qual sua idade? Não quero convencer ninguém de nada,é só minha opinião.
James, comentário 288, é por ai, quando se acha que o Macaco Bong é “fodástico”, como você diz, tem alguma coisa errada no circuito, no entendimento musical. Uma banda ótima é a Mopho, de alagoas, alguém já ouviu? O Brian Wilson adorou!
Galera…Vamos ao debate?
Acho que discutir o som do Macaco Bong é pra outo post.
Miranda tá certo:
“Dispersar.. dispersar… vamos. acabou a brincadeira. ninguém tem mais nada pra dizer. todos circulando. vamos começar a trabalhar e parar de falar merda. vamos. vamos”
E Malu: Mentalize o som de palmas…Sou eu!!!
Como tudo acaba da mesma forma no Brasil… pede uma de Muzzarela em homenagem a cena independente.
E na conta do governo!
Bom, como não vou poder ir ao debate, já que estarei fora do país, peço que alguém questione em meu nome o motivo que faz com que certas bandas toquem em todos os festivais todos os anos, e outros não. Deixo a seguinte questão: abaixo está a lista dos 25 artistas que lançaram os melhores discos de 2009 segundo 68 convidados do site (a lista pessoal de cada um pode ser conferida aqui: https://screamyell.com.br/site/2010/01/26/melhores-de-2009-os-68-votantes/). Desses 25, boa parte nunca tocou enquanto banda que nem disco tem já tocou dezenas de vezes.
01) Vagarosa, Céu (Urban Jungle / Universal)
02) Uhuuu, Cidadão Instigado (independente)
03) Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranqüilos, Otto (Dublu/Rob Digital)
04) No Chão, Sem o Chão, Romulo Fróes (YB Music)
05) C_mpl_te, Móveis Coloniais de Acaju (Trama)
06) Ie Ie Ie, Arnaldo Antunes (Rosa Celeste)
07) Life is a Big Holiday For Us, Black Drawing Chalks (Monstro Discos)
08) Sem Nostalgia, Lucas Santtana (CD Promo)
09) Rock and Roll, Erasmo Carlos (Coqueiro Verde)
10) Tudo Que Eu Sempre Sonhei, Pullovers (Pisces Records)
11) Banda Gentileza, Banda Gentileza (Independente)
12) Pra Quem Já Mordeu Um Cachorro Por Comida…, Emicida (Independente)
13) Mallu Magalhães, Mallu Magalhães (Sony Music)
14) Nova Onda Caipira, Charme Chulo (Volume 1)
15) Cristalina, Lulina (YB Music)
16) Como Num Filme Sem Um Fim, Publica (Olelé Music)
17) Atlântico Negro, Wado (Independente)
18) Zii e Zie, Caetano Veloso (Universal)
19) Frascos, Comprimidos e Compressas, Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta (Gira)
20) Afrosambajazz, Mario Adnet e Philippe Baden Powell (Biscoito Fino)
21) A Força do Hábito, Poléxia (Independente)
22) Chora Matisse, Nancy (Independente)
23) Peixes, Pássaros, Pessoas, Mariana Aydar (Universal)
24) Nervoso e os Calmantes, Nervoso e os Calmantes (Midsummer Madness)
25) She Science, Wry (Monstro Discos)
A questão crucial pra mim é que parece que a música está ficando em segundo plano nesse processo todo.
Esse debate com a Fora do Eixo, será mais uma enrolação absurda; e uma grande arapuca como mencionaram.
A grande questão agora seria criar uma alternativa para todo esse lixo que circula por aí.
***Algo que estranhei, foi ninguém ter denunciado sobre o edital da CONEXÃO VIVO. Olhem a lista das bandas selecionanadas, e olhem o juri que escolheu QUASE TODAS as bandas (juri popular mesmo foram poucas vagas) . Façam o link, vcs verão produtor cultural, jornalista ligados a Fora do Eixo/Abrafin colocando bandas que empresariam, produzem entre os selecionados, na cara dura. Um Absurdo total. Digno de nota aqui na S&Y.
E pior de tudo, tem gente que acusa as bandas de passivas (muitas são realmente) ou que são ruins, e não são dignas de ganhar editais. Agora respondam: Como uma banda , um produtor, ou mesmo uma agência INDEPENDENTE vai ganhar um EDITAL, se até o juri (ou grande parte dele) tem o RABÃO PRESO com a Fora do Eixo/Abrafin ?
Debate? Que debate?
A galera do Fora do Eixo não aparece aqui faz um tempo.
O Miranda entrou hoje jogando bomba de gás lacrimogênio… uhauha (circulando…circulando)
Então, se o pessoal da Fora do Eixo/ABRAFIN se mandou daqui. Ótimo. Pq não usamos o espaço para trocar idéias, propor coisas , e denunciar irregularidades? Pq todo debate tem que acabar improdutivo? Vamos aproveitar a oportunidade; já que estão bem escassas, ultimamente.
Manjado,ainda que sendo músico,é fazer musiquinha pra meter o pau nos outros sem apresentar outros argumentos.Seria mais inteligente se conversasse como a maioria dos que estão aqui,até quem você odeia,digamos.Bem,vamos aos pontos,na minha opinião:
1)Ela(banda)que não se organiza,vai querer achar que festival só serve pra ela ´somente tocar e ninguém mais.Acha que é o suficiente.Esquece que banda também toca em outros lugares.Publicidade é tudo.
2)Achar que vai fazer tudo sem produtor e empresário,é só pro Moveis e o Macaco.Não é deferimento,mas eles sabem fazer todas as funções e ainda fazer muito show e gravar disco,etc.Não é todo mundo que serve pra ser Artista Igual Pedreiro.Uns são Artistas,outros Pedreiros como o Cap.Pobrestar.
3)Desqualificação Sumária?Ah,tá,e tua musiquinha chechelenta é o que?Clássico?
4)Quanto ao ganhar grana por fora,não sei,você que tem que me explicar primeiro essa parte,porque você põe isso nas entrelinhas.Muito interesseiro isso,em vez de interessado.
5)Como já disse o Alto-Falante,pra cada Cérebro Eletrônico,Los Porongas,Superguidis que existe e que tem seu espaço conquistado,existem várias bandas que estão em um nivel abaixo que tem que ter a devida atenção devido ao seu espaço até ali.
Ah,valeu por escrever meu nome direito.Ao menos isso.E seria interessante pro diálogo se você se identificasse,não quero falar com um fake.O teu nome e o que faz na banda,que acha?
Fernando cara, de boa…
Nem rola da gente ficar trocando farpa por aqui, véio… Meu negócio é outro. Além disso não entendi nem metade do que tu escreveu no teu último post – desculpa, sou meio lento mesmo.
A “musiquinha chechelenta” não é nenhuma obra prima mesmo, não passa de uma crítica bem humorada – e só. Meu ponto de vista tá registrado no comentário de número 39, 48 e 284. Não custava ter dado uma lida antes de atirar pedra… Ah, o de número 122 – do amigo Emir Ruivo – também traduz parte do que eu penso.
Quanto às informações a meu respeito, dá uma conferida lá no myspace da banda que você encontra um bocado de coisa, ok?
Fica na paz.
1) respondendo ao Marcio Freire,sim amigo estou acompanhando cada linha da discussao produtiva que é de questionar . mas ao mesmo tempo vejo tribos se chocando, bandas se acusando,sem entender que o Ponto Vital de termos nosso identidade é termos nossa musica pra todos sem excessao. Vamos discutir opinioes construtivas se possivel, melhorar bem o nivel 🙂
Tive a informação que ouve uma reuniao via msn entre o pessoal da Abrafin/foradoeixo e foi decidido que em virtude do que está sendo postado aqui eles não mais se manifestariam.
Direito deles. Porém, fica a sensação que as dúvidas suscitadas aqui são verdadeiras e por não terem como responder fogem de modo covarde.
Meu grande resumo e mesmos que eles não postem mais aqui… fico feliz porque sei que eles vão ler o que digo a seguir:
Vcs (abrafin/fde) formaram um grupo atuante de pessoas que em virtude de sua habilidade e voluntarismo viram no mercado algo que pudesse ganhar muito dinheiro.
“Os cabeças” (nobre, capilé, foca, senhor f, tales do goma) acharam na mão barata e no idealismo de uma molecada de banda sem talento e umas menininhas que adoram um agito cultural. Com uma “lavagem cerebral” muito bem feita, formaram uma firma em que não há gastos e apenas lucros. Não precisam pagar funcionarios, não precisam pagar por espaços, não precisam pagar por passagens….ou seja….o lance mais rentável e inteligente dentro da música.
Funcionarios não pagos = bandas independentes, agitadores culturais,
Espaços para shows = governo, prefeitura cedem o espaço
passagens = edital do minc ou edital do festival (dinheiro publico)
Veja, eles ocuparam de modo inteligentissimo algo que estava vago…ali bem ali….sem que ninguem tivesse dado conta. O que está errado é que essa ocupação deveria ter por prioridade a “boa musica” e pelos comentarios anteriores (leiam o 241 do Eduardo o mais bem escrito) porém o que vemos é uma ocupação que não importa a musica…o importante é circular, viajar, e sobrar uma grana para comer um camaraozinho na praia (qq semelhança com a realidade não é pura coincidencia).
Contudo sempre começa um a se insurgir dentro daqueles funcionarios gratuitos. O que eles fizerão (“os cabeças do movimento”? não deram o peixe mas foram ensinar a pescar…ou seja, ensinaram a montar ponto de cultura que recebem bimestralmente 28 mil reais. Com isso dá um cala boca nesses coletivos e quem começa a contestar com esses 28 mil reais no bolso acham melhor seguir em frente e ta tudo certo.
O perigo maior agora é que o dinheiro ta começando a se espalhar. Não estou contestando o dinheiro. Sinceramente nem acho que é ilegal, o que eu acho é que é imoral mesmo
Peoblema que o pessoal partiu pra poilitcagem e pra arrecadação de grna pública em beneficio próprio e se esqueceram que é um festival de “música”.
Da lista que o Mac poetou dos 25 melhores discos de 2009 acho que Black Drawing Chalks circula bem pelos festivais hein, e o grupo de Lambada Teatral Universitário Movei Coloniais de Acaju também tão em todas, claro que com um cachezinho alto, afinal o resto das bandas que tocaram no festival não receberam nada menos.
Pelo menos esse debate virtual ta servindo pra galera que tem banda acordar e entender que correr por fora desse circuito, que na teoria seria para facilitar pras bandas independentes, tem que criar um próprio circuito e foda-se fora do eixo, abrafin e tudo mais, o caras tão ai aproveitando a brecha que deram pra enriquecer.
Resposta ao Chuck Hipolitho:
Primeiro não consigo entender como um cara que escreve: “auto falante”, “ofença”, “cauça jeans” em seu twitter tem coragem de se manifestar em um debate de modo escrito. Parabéns vc é corajoso. Mas guarde esse coragem para vc e não xingue todas as bandas de “bunda mole”. Eu não sou “bunda mole” e pode ter certeza que 80% das bandas que aqui escreveram não são tb.
Seu histórico no independente é deplorável. Conseguiu algo somente por ser contra regra do mion na Mtv e qdo acabou a boquinha de divulgação da mtv deu um bico na banda e foi se juntar ao Nobre com uma bandinha e um projetinho mequetrefe com o black drawing. Cara essa vai direto pra vc: Desde que vc saiu da mtv aonde vc tocou sem o apoio da abrafin (diga-se Nobre)????Quem é vc para falar em cair em estrada??? ha anos vc só viaja com passagem paga e cachezinho….
Como é foda ouvir bosta de um pessoal que nunca ficou em “hospedagem solidaria” “rango solidario” “pagar passagem de aviao pra tocar” e ainda tenho que ouvir em “botar o pe na estrada ninguem quer né?”…como se vc tivesse alguma vez feito isso na vida de maneira que a abrafin e o fora do eixo prega…vc é um comédia….
Vc gosta de apavorar no twitter falando que ta tudo uma merda, tudo uma bosta, mas qq bandinha podre que chega com um dinheirinho no seu estudio vc mixa e começa a falar bem. Como vc não é um “bunda mole” pq vc não monta uma banda do zero (sem essa de formar bandinha com pessoas da night, do esquema de festival) e tenta a sorte nas casas noturnas e festivais? só que não seja “bunda mole” e por favor omita seu nome…vai apenas pelo som de sua banda…ai eu quero ver quem vc chamará de “bunda mole” neste modelo proposto.
Como eu gostaria de falar o nome da minha banda aqui….junta tudo que vc fez com o forgotten, com black drawing, com esses zé manes do Vespa agora e minha pior música humilha todas de vc junto. Só não falo pq VOCES tão caçando que nem louco uma banda inimiga para descontar toda sua raiva. Vide o que estão fazendo com terminal guadalupe que tava quieto e de forma covarde começaram a ataca-los….isso pq eles nem estão na ativa…imagina se alguma banda de verdade (no caso a minha) resolve se manifestar e assinar embaixo….mas o mundo da volta…..vcs são bem fraquinhos musicalmente….nunca esqueçam disso……
desculpe MAC pelo coment que parece que saiu do debate…mas o comentário do chuck hipolitho tb saiu e foi autorizado o post….é um direito de resposta de muita banda.
“Deixo a seguinte questão: abaixo está a lista dos 25 artistas que lançaram os melhores discos de 2009 segundo 68 convidados do site (a lista pessoal de cada um pode ser conferida aqui: https://screamyell.com.br/site/2010/01/26/melhores-de-2009-os-68-votantes/). Desses 25, boa parte nunca tocou enquanto banda que nem disco tem já tocou dezenas de vezes. A questão crucial pra mim é que parece que a música está ficando em segundo plano nesse processo todo.”
Simples, esses produtores não ouvem música boa… ou não ouvem música. São protagonistas de um processo musical-administrativo para fazerem eventos por si só. Reclamam tanto da postura das gravadoras, mas atuam igual aos seus dirigentes. Só mudam os beneficiados.
Concordando, mas ao mesmo tempo “repropondo” Carlos Ferraz:
Porque não CRIARMOS um espaço onde possamos discutir todas esas mudanças, problemas, denúncias, prestações de contas, ao invés de ficarmos “presos” a esse post?
Nada contra o post nem o blog, muitíssimo pelo contrário!! Belo papel tá sendo prestado aqui.
Mas acho que poderíamos evoluir, em todos os sentidos….
Evasivas,a gente se vê por aqui…..
Bom,voltando,sim,vou tratar de ler isso,ok?Jogar pedras não estou jogando,colega,não faço isso sem entender do que se trata o argumento =)
Eu só quero o diálogo,e se nem rola(odeio girias)de farpas pense no que escreve então.Estou só respondendo ao que disse anteriormente.
Passar bem.
Mac,
Avançando sobre a sua pergunta sobre circulação nos Festivais, nos últimos dois anos, na plataforma Conexão Vivo, onde uma das ações de desenvolvimento da cadeia produtiva é um festival, se apresentaram:
Cidadão Instigado
Móveis Coloniais de Acaju
Otto
Romulo Fróes
Arnaldo Antunes
Lucas Santtana
Wado
e outros 250 artistas que não estão nessa lista, alguns, absolutamente desconhecidos.
Mallu, Céu e Erasmo – convidamos, mas não puderam ou não quiseram por motivos dos mais diversos.
Não trouxemos o Caetano, mas o Do Amor já tocou como convidado. Alguns citados já se inscreveram e não foram selecionados, e apesar de bem votados pela curadoria, não chegaram aos finalmentes.
Como escolhemos por edital e curadoria, quem não se inscreve tem que ser convidado para circular ou correr o risco de não sê-lo. Talvez a idéia de curadoria para os festivais – com pessoas com visões realmente distintas – possa ser uma boa, não para eliminar, mas para desmistificar um pouco essa dicotomia. Trabalhamos assim desde 2004 (acho que fomos bem pioneiros nisso), com mais de 5 mil inscritos até agora.
Ainda assim, o problema persiste, pois é doença crônica a imaturidade de boa parte dos que não são selecionados. Artistas não nascem preparados para serem empresários, elaboradores de projetos e tão pouco para serem rejeitados – daqui a pouco aparecerá mais um aqui me detonando. Precisa de tempo (muito) para que isso se estabeleça como processos naturais como fazer música. Se algum processo vai gerar oportunidades, mas não há edital, você talvez nem fique sabendo e se sabe, mas não há nenhuma porta formal aberta, nem sofra por não ter sido lembrado. Mas se há uma porta, se você é publicamente convocado, se inscreve, perde (ganha) um tempo com isso…cria uma expectativa. Se não é selecionado, a decepção geralmente vira rancor, que em seguida se transforma em teorias conspiratórias, não raro se voltando contra quem coordena os processos ou contra esse ou aquele curador (sobretudo se você o conhece e acha que ele tem obrigação de selecioná-lo…). A real é que 95% vai ficar de fora…o que gostaria muito era de encontrar um caminho para poder dizer a esse grupo porque não foram escolhidos. Esse pós-processo seletivo é que seria o filé para a ampliação da maturidade do setor, e tão importante quanto projetar quem foi selecionado, mas como fazê-lo sem expor as pessoas (curadores e não selecionados)?
Manuel Francisco Cunha é por ai, os produtores desses fora do eixo não têm cultura musical, não possuem EIXO referencial.
“desses boa parte nunca tocou”
So a titulo de esclarecimento, listo abaixo os que ja tocaram nos festivais da abrafin:
01) Vagarosa, Céu (Urban Jungle / Universal)
02) Uhuuu, Cidadão Instigado (independente)
03) Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranqüilos, Otto (Dublu/Rob Digital)
05) C_mpl_te, Móveis Coloniais de Acaju (Trama)
06) Ie Ie Ie, Arnaldo Antunes (Rosa Celeste)
07) Life is a Big Holiday For Us, Black Drawing Chalks (Monstro Discos)
08) Sem Nostalgia, Lucas Santtana (CD Promo)
10) Tudo Que Eu Sempre Sonhei, Pullovers (Pisces Records)
11) Banda Gentileza, Banda Gentileza (Independente) (ja escalada pro Calango desse ano)
12) Pra Quem Já Mordeu Um Cachorro Por Comida…, Emicida (Independente)
13) Mallu Magalhães, Mallu Magalhães (Sony Music)
14) Nova Onda Caipira, Charme Chulo (Volume 1)
16) Como Num Filme Sem Um Fim, Publica (Olelé Music)
17) Atlântico Negro, Wado (Independente)
19) Frascos, Comprimidos e Compressas, Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta (Gira)
23) Peixes, Pássaros, Pessoas, Mariana Aydar (Universal)
24) Nervoso e os Calmantes, Nervoso e os Calmantes (Midsummer Madness)
25) She Science, Wry (Monstro Discos)
18 em 25 ja tocaram. Ou seja, ta meio furada essa história de que boa parte nunca tocou. E tem alguns que tirei da lista que to pesquisando aqui se ja tocaram, mas acho que esse numero ainda aumenta.
abs!
Capilé, conhece a anedota que diz que estatistica é a ciência que define que se, em duas pessoas, uma delas comeu dois frangos, estatisticamente cada um comeu 50%? Então, por favor, levante números de quantas vezes cada uma dessas bandas tocou para contrastarmos com quantas vezes, por exemplo, Mini Box Lunar e Macaco Bong tocaram. Pois precisamos tomar cuidado com as estatisticas: um artista ter tocado uma vez no festival do seu Estado é diferente do artista que tocou 50 vezes em todos os festivais. Se os números forem próximos, dou a mão a palmatória quanto ao panelanismo que acredito existir na cena. A idéia disso tudo é só descobrir se algum artista está sendo privilegiado em detrimento de outros. Se um desses que você listou tocou cinco vezes, e outro cincoenta, algo está errado. Acredito que com o trabalho bacana que vocês estão fazendo seja fácil levantar esses números.
Abraços
Capilé… dizer “festival da abrafin” hoje em dia é algo tão amplo e genérico que nem dá pra comparar. E como Marcelo falou, estatísticas nessa hora dizem bem mais que uma lista de nomes. Até porque sabemos que no ano passado, Catatau foi escanteado completamente pelos festivais por conta da entrevista dele pra Rolling Stone. E ele só veio tocar neste ano no Rec-Beat, que é um festival que tem a cara dele e que o público do Recife adora. Céu e Otto também só tocaram em “festival da abrafin” no Recife e uma vez só. Enquanto que sabemos que o Black Drawing Chalks e Macaco Bong praticamente acumularam milhas pelo país tocando em cada um dos 30 e muitos festivais filiados.
Carlos Ferraz (comentário 297),
coordeno o Conexão Vivo.
A lista de selecinados no primeiro edital de 2010 (música) está em http://www.conexaovivo.com.br/noticias/saiu-o-resultado
e do edital 2009 de animações, cujo resultado saiu agora em abril está em http://www.conexaovivo.com.br/noticias/conexao-vivo-animacoes-divulga-resultado-da-selecao-final-de-animadores. Foram curadores Edson Natale (coordenador do Rumos Itaú Cultural – São Paulo) / Chico Neves (Produtor Musical – Rio de Janeiro) / Gilberto Monte (Diretor de Música da Fundação Cultural da Bahia) e Alex Antunes (jornalista, São Paulo). Bruna Calheiros e Carlos Merigo do Smelly Cat, foram os curadores das animações. Imagino que todos eles tenham algum bom conhecimento ou relacionamento com os artistas/realizadores selecionados, afinal se não conhecem as pessoas da cena, nem deveriam ser curadores. Mas, por favor quem é empresário dos artistas listados ou sócio desses ou dos realizadores de cinema de animação selecionados? Na home do portal você verá que existem outros processos seletivos em curso. Não entendemos a sua afirmação.
Por favor, seja mais explicito e preferencialmente apresente provas para que possamos tomar os devidos cuidados e providências ou até mesmo debater com você para aperfeiçoarmos nossos processos.
Abraço.
Muito Facil Mac, tão fácil que você que ta acusando de panelinha deveria pesquisar e trazer aqui pra nós, até pra sua crítica se mostrar mais coerente e qualificada. Eu só to te dizendo que a frase que vc disse ta furada e tá mesmo, a maioria total dos artistas que vc citou ja tocaram em festivais da abrafin.
E bacana que vc citou o Macaco e o Mini Box, cada uma tocou em apenas 3 dos 45 festivais da entidade no ano de 2009. O Caldo de Piaba que voçês sempre citam ai tocou só em 3 também.
E acho de uma bobagem tremenda ficar tentando penalizar as bandas que mais tocam em festivais pra tentar justificar que existe uma panelinha. O Curumim tocou em 5 ou 6 festivais ultimamente, Do amor também, Autoramas, Moveis Coloniais de Acaju, Pato Fu, Mundo Livre, Nevilton, Vendo 147, Devotos, Porcas Borboletas, Cassin & Barbaria , entre varias outras ai que se tu pesquisar tu vai achar.
O Estudo completo de 2009 nos teremos em breve, mas o de 2008 nós temos detalhado e o Macaco Bong realmente foi a banda que mais tocou, 5 festivais em 2008. Um numero muito normal e tranquilo para a banda que Teve seu CD escolhido melhor do ano em 2008 né.
Ai pegamos e fazemos a conta , macaco bong tocou em 8 festivais em 2008/2009, uma media de 4 festivais em um ano, dos 45 festivais associados ao festival. Será que é muito? Será que isso caracteriza uma panelinha? Será que tu não quer ficar criando um factoide em cima da banda pra tenta justificar esse absurdo argumento de que promovemos uma panelinha?
Ainda mais se pensarmos que o MACACO BONG realmente prioriza os festivais em sua carreira, ou seja, tem como uma das metas principais estar planejando antecipadamente os festivais que quer se inscrever pra poder comprar passagens com muita antecedencia e facilitar a sua ida.
Será que pra uma banda que prioriza tocar em festivais 4 festivais no ano é um numero tao absurdo assim? Sabendo que o curumim por exemplo tem uma media de 3 festivais no ano e o do amor de 3, 5 festivais no ano? Será que rola toda essa disparidade ai que vc alega?
E outra, com 1500 bandas que se apresentaram nos festivais em 2009, se 15 a 20 bandas tocaram em 3 deles em media sera que é panelinha? Será que não é merito delas e tambem uma prioridade que elas dão para rodar esse circuito? Será que uma banda articulada tem que tocar somente em um festival ou no maximo 2 senão ela corre o risco de ser tachada de participe da panela da abrafin?
E partindo do principio que as bandas que mais tocam, fazem no maximo 4 festivais do ano, será que não seria normal que a grande maioria toque em um ou em dois festivais no ano? Ou todo mundo tem que tocar o mesmo tanto?
Muitas vezes o que rola é que as bandas geralmente citadas, BDC, Macaco Bong e agora o Mini Box e o Caldo de piaba , tem estado bastante em voga hj no cenario, e mesmo os ouyros 60 shows que fazem no ano acabam colocando na conta dos festivais. Um minimo de pesquisa ja deixaria claro que essas bandas todas tocam quase 90% dos seus shows fora dos festivais, e por estarem em voga acabam sendo crucificadas como se so tocassem em festivais. Acho essa analise reducionista e muito pouco embasada.
Tem muita banda que precisa tocar mais em festivais? Sim, tem e é pra isso que estamos trabalhando, para garimpar cada vez novos festivais, para estruturar cada vez mais coletivos que colocam bandas pra circular, pra associar as casas de shows, para ter mais condiçoes de rodar o pais e conhecer mais bandas, pra trazer cada vez mais jornalistas pra perto do debate e pra circularem os festivais etc. Do jeito que vc fala Mac, parece que produtor de festival ta parado, sentado, conformado em como as coisas estão e financiando a panela, para man, isso ta muito longe da realidade. Tanto ee que os numeros tão ai mostrando que não tem essa discrepancia toda de shows pra certas bandas como vc alega, pode ir no google pesquisar ai se quiser, pra conferir se os numeros estão corretos.
Esse lance dos jornalistas mesmo é MUITO PERCEPTIVEL, nos ultimos anos os festivais tem investido cada vez mais na circulacão destes.
E ai eu levanto uma questão tambem sobre diversidade e promoção de artistas, sera que não ta na hora desses jornalistas que reclamam tanto de panelinha arranjarem mais alternativas para a ampliacão da visibilidade desses artistas? Será que não tinham que estar lutando para a ampliação dos recursos para os blogs, sites, revistas e etc que divulgam o cenario? Se organizarem para estar na rede musica brasil lutando por um edital especifico pra area? Tentando cavar espaços em radios para que mais musicos toquem? Fazer web tvs, web radios, poadcasts, etc?
O proprio SY veicula apenas os artistas que o MAC e os correspondetes gostam de ouvir, assim como os blogs dos outros jornalistas. Vamos fazer uma conta de quantas bandas foram resenhadas no SY em 2010 e quantas bandas nos colocamos pra tocar só em cuiaba, por exemplo? Ou juntar todas as bandas que o Alto Falante deu espaço ano passado e comparar com o numero de bandas que tocaram só em uberlandia, com o goma? E sabendo que o alto falante também usa verba pública tal qual os festivais. Ai o alto falante pode ficar com esse discurso de que promove as bandas brasileiras e os festivais não? Como se o alto falante não fosse pautado pelo gosto pessoal de seus editores. E como se esse gosto fosse conseguir incluir todas as bandas boas do país. Ai eles não são panela e nós somos? Aposto com vc mac que o Macaco Bong apareceu mais no alto falante que varias outras bandas que vc cita como otimas ai, e por isso o AF tambem ta na mafia da panelinha? A Rolling Stone não tem verba publica? Consegue incluir todo mundo? O estadão? a folha? a veja? Nenhuma dessas ai tem verba pública né. Pq se o motivo de vc querer reclamar da curadoria dos festivais é a verba pública pq não reclama também desses veículos? Qual a diferença? Pq segundo algumas opinioes ai o que gera tanta reclamação é a verba publica, pq se fosse so verba privada cada um faria o que quisesse, assim como vc faz com seu blog né? E sabendo que 90% festivais não tem petrobras, nem rouanet, nem nada, será que essa generalização é saudavel?
No fim das contas, pra mim, estamos todos nos estruturando e construindo em conjunto um cenario mais amplo, com mais espaços, mais diverso, com alternativas variadas para a gestão de uma carreira. Ta na hora de parar de colocar os festivais como os malzões nessa história e lermos com calma aquele texto do Nobre la no nagulha.
abs
Olá a todos,
Venho acompanhando o debate, e a cada momento eu fico mais impressionado com a capacidade das pessoas em transformar um momento tão importante da música brasileira em um circo de vaidades, sem a minima preoucupação com uma avaliação mais criteriosa e se escourando em falsos argumentos pra criar uma guerra que só tem a dificultar, o que nunca foi fácil: criar uma plataforma mais democrática pra música brasileira.
Aqui, já virou fato que todos os festivais da Abrafin não pagam cachê, o que é uma mentira. Já foi colocado que dinheiro público tá sendo distribuido e foi cobrado prestação de contas, como se todos os projetos viabilizados já não tivessem que prestar conta publicamente ao final da execução. Fiquei super espantado quando colocaram que o Jambolada recebeu 1 milhão de reais de verba pública, sendo que o Jambolada sempre trabalhou apenas com incentivo estadual, e com projetos até hoje que não passaram de R$ 200.000,00. De repente, a galera que trabalhou incessantemente nos últimos anos pra tentar construir um modelo alternativo a lógica das grandes gravadoras, transformaram-se nos vilões da história, exploradores de artistas, e comedores de criancinha.
Mas, o que mais me espanta é ver que neste grupo de descontentes e inconformados encontram-se jornalistas respeitados, que acompanharam de perto todo este processo nos últimos 10 anos, e de repente, por uma súbita consciência política resolvem atacar de forma leviana e injusta, jovens produtores que foram contemplados em edital público e transparente.
E aí eu faço uma pergunta: Terence, se o festival aprovado fosse o Garimpo, vc também acreditaria q toda a politica cultural pra música do país precisa ser revista? Ou mesmo se fosse o 53 HC que tivesse aprovado a verba destinada ao Pegada, este seria o seu posicionamento?
O que fica claro pra mim, mais uma vez, é que a galera se apropria da discussão pública pra mascarar a defesa de interesses pessoais, e ainda usa a armadura de jornalista, pra se defender.
Talvez se vc não tivesse passado os dois útlimos anos viajando pra festivais na gringa, com recurso público, e tivesse prestado atenção no que está acontecendo em Belo Horizonte e no estado de Minas Gerais, vc entenderia porque o festival do coletivo Pegada foi aprovado com este montante de recurso.
O que fica parecendo, é que como não temos mais as grandes gravadoras pra atacar, precisamos criar novos inimigos, numa busca de oposições típicas do século XX. Talvez se a galera conseguisse visualizar que ao invés de buscarmos oposições podemos buscar complementariedades, a gente avançaria muito mais rapidamente, pra construir algo, que nunca existiu neste país: um mercado de música justo e democrático, onde cada artista pode fazer suas escolhas.
O S&Y não tem verba pública – aliás, nem verba tem, só para constar 🙂 99% dos blogs, sites e afins também não.
Quanto ao “Será que não tinham que estar lutando para a ampliação dos recursos para os blogs, sites, revistas e etc que divulgam o cenario? Se organizarem para estar na rede musica brasil lutando”, nem tem o que comentar né? Então, tenta não cagar pela boca 😀
Sobre o Conexão Vivo.
Minha banda venceu três votações populares online no ano passado, e perdeu esse ano.
Nas três ocasiões pude perceber a seriedade e profissionalismo de todos os envolvidos. Participamos das votações desde 2008, e sabemos que, com certeza, quem tem mais votos leva.
Sobre a curadoria, eu comentei no post que o Alex Antunes fez dentro do site do Conexão e vou reproduzir aqui:
“Lóóóógico que ninguém fica satisfeito de não passar pela curadoria. É como um craque que é substituído ou barrado por seu técnico. Ele sente que é bom naquilo, sabe o que pode fazer, mas o técnico também sabe disso. Ele (normalmente) não o escala porque esse não é o “momento”.
Não é por conta disso tabém que vamos desistir de nosso caminho, não é, companheiros de luta?
Tem muita coisa boa por vir pra nós. Basta nos dedicarmos, trabalharmos por isso!!
80% transpiração, 20% inspiração, galera!!”
Concordo com o Capilé,em todo o ultimo post.
Tava demorando pro papagaio-de-pirata-mor e cover do Capilé dar as caras aqui num é, Talles Lopes? Esse aí é outro incapaz de criar uma frase minimamente original. Devia dar a mão pro cara do Pegada. Tem uma coisa aqui que ninguém diz; pegue todos os festivais do Brasil – c/ exceção do APR que é realmente relevante e revelou artista se que mostraram muito maiores que o pífio mercado indie – e façam uma conta de quantas bandas boas saíram deles em 10 anos. Só lixo. E poucos ainda por cima. Até pra produzir lixo esses festivais são incompetentes. Macaco Bong, banda “fodaça” como dizem, jamais sairá do mercado independente brasileiro (que é mixo e vergonhoso, repito). Se o maior expoente que temos é esse triozinho aí, vaipáporra, véinho! Estamos muito, muito mal…
E Mac, parabéns. São caras como vc, isentos, conhecedores e apreciadores de boa música, que deveria estar cobrindo os festivais pelo Brasil afora, e não carreiristas puxa-saco como o José Flávio Jr.
Murilo,
Não sei porque o espanto. Como se jornalista não pudesse se organizar para conseguir melhores condições para os seus veículos. E o poder público esta aí para investir em veículos como o SY entre outros e não somente para pagar espaço promocional nos grandes jornais, rádios e revistas.
E se você ler direito verá que ninguém falou que o SY tem verba pública e sim que ao reclamar de panela deveria sim tentar aumentar a visibilidade para conseguir dar espaços para mais artistas e promovê-los ainda mais. Não acho que o melhor dos mundos é ter 99% dos blogs de música como hobby, se os editais para investimentos nestes fossem mais constantes com certeza conseguiriam ampliar sua cobertura. Ou é pecado blog receber dinheiro público?
Muita hipocrisia, murilo.
Capilé, ninguém está querendo penalizar banda nenhuma. Da minha parte, só estou querendo ver democracia em algo feito com dinheiro público. Só isso. Estou cobrando muito? Mas já que você pediu, vou sair atrás da pesquisa, mas não vou citar apenas dois anos. Quero pegar desde o começo da Abrafin, listar os festivais afiliados e eventos patrocinados pela organização, e tirar um número real. Como disse no comentário anterior, é preciso tomar cuidado com estatisticas. Pois não adianta citar um número aqui e outra acolá e posar de verdade.
É dificil montar um gráfico?
Festival 1 ano 1:
Banda 1 – x
Banda 2 – x
Banda 3 – x
Banda 4 – x
Festival 2 ano 1:
Banda 1 – x
Banda 2 – x x
Banda 3 – x x
Banda 4 – x
E por ai vai. No final você vai ter um número. É esse número que me interessa. Com esse número nas mãos a gente pode ter um panorama bacana de como está sendo dividida a fatia do espaço em festivais. De como a música está sendo representada. De como a qualidade está sendo valorizada. De quem de repente por descuido tocou demais, e de quem de repente por estar numa lista negra tocou de menos. É isso que quero discutir.
Esse é o primeiro ponto.
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Vamos pro segundo. A questão dos jornalistas, ou da Abrajin: Associação Brasileira dos Jornalistas Independentes. \o/
Falo por mim. Eu pago o Scream & Yell do meu bolso, assim como as festas que eu faço. E posso fazer o que quiser ali. E olha que dos três shows que levei para a Festa Scream & Yell, dois estão na lista de 25 acima. Estatisticamente a média do Scream & Yell está melhor que a da Abrafin, mas sabemos que estatística é algo para se tomar cuidado. Se você pagasse do seu bolso os festivais que organiza, ninguém iria estar reclamando. O festival é seu. Quero ver alguém espernear e reclamar para o Eduardo Fischer do Woodstook in Itu. E olha que, como já disseram, tem dinheiro público ali também.
Quanto ao Scream & Yell, você acha que a gente está fazendo o que desde 2000 senão divulgando o cenário? Agora, nosso compromisso é com a música, e só com ela. Tem muita gente que veio a conhecer artistas por aqui. Tem muita gente que foi falado primeiro aqui. Mas não temos uma grande organização por trás, o que é bom, pois podemos criticar com total isenção e não sermos um veiculo chapa branca. O Scream & Yell está a favor da cena num ambito maior. Acreditamos que ela possa melhorar, que ela possa contagiar mais pessoas, que ela possa inspirar. Isso não quer dizer que não vamos questionar o que achamos que podem ser erros. Isso não quer dizer que vou falar bem de uma banda ruim por causa da cena. Isso não existe. No entanto, o fórum aqui é livre. Estou questionando, você está explicando e questionando, e assim se faz democracia.
E mesmo assim o Scream & Yell já tem uma festa, uma coluna numa revista bacana (a Noize) e tem outras coisas interessantes pintando dentro disso tudo que você citou. Isso quer dizer que vamos trabalhar pra cena? Não. Vamos trabalhar pela boa música. Essa é a nossa diferença, Capilé. O objeto principal disso tudo pra mim é a música, por isso eu respeito o artista, por isso fica até horas da manhã escrevendo após um dia de trabalho numa redação. Pra você é a agência Fora do Eixo. Ela é mais importante que a música. Posso estar errado, mas ao menos é o que parece.
Quanto a essa conta que você propõe, topo fazermos. Mas estendo ela com um adendo: Junto ao número de bandas que resenhamos no Scream & Yell em 2010 colocarei o investimento que tive. Ai você coloca o número de bandas que colocou em Cuiabá, com o investimento que você teve. Será um outro dado interessante para medirmos essa conta que você sugere e ver quem está usando o dinheiro de uma maneira correta.
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Concordo plenamente que o cenário está se estruturando, e é por isso que demonstro meus receios agora, ou devo esperar após tudo estar construido? Tem comentário meu lá pra cima elogiando os festivais. Já disse que reconheço e valorizo o que vocês fizeram e fazem, e acho que há muitas coisas interessantes no trabalho até agora. De maneira alguma acho que os festivais são “malzões”. Apenas acredito que eles possam melhorar. E é pela melhoria deles que eu escrevo tudo isso. De maneira alguma a Abrafin é um inimigo. Mas ela pode ser também um amigo que faz coisas certas e erradas. As coisas certas merecem aplausos. As coisas erradas merecem críticas. E quem está de fora, lendo tudo isso, que tire suas próprias conclusões.
Abraço
Ney Hugo, a imprensa não tem que promover nada nem dar mais espaço. Ela tem refletir e interpretar o momento histórico que estamos vivendo. Esse é o compromisso. Encaixar tudo o que está acontecendo agora numa escala espaço/tempo e entender isso não só culturalmente, mas socialmente.
E não é pecado um blog ou site receber dinheiro público. É pecado (mais formalmente, contra a ética da profissão) esse blog ou site distorcer os fatos em pról de um objetivo porque recebe dinheiro público. Isso na esfera social. Na pessoal, como escreveu André Forastieri certa vez, “ter um pouco de caráter nunca atrapalhou ninguém”.
Abraço
Mac,
Ninguém ta “posando da verdade”, é só você sair pra pesquisar que você vai ver, quem tem que montar gráfico é você e não nós, ja que quem tá reclamando é você, entende? Por isso acho que a melhor coisa que você faz é ir atrás mesmo e pesquisar. Em 2008 ja montamos um gráfico e publicamos em vários lugares, quando falo desses números é porque a pesquisa ja aconteceu, não tem segredo.
O de 2009 ainda está sendo compilado e se você, um jornalista isento e não chapa-branca (segundo suas próprias palavras) , ajudar, melhor ainda, facilita pra nós , ja que nenhuma associação de bandas ou de jornalsitas-que-acham-a-abrafin-uma-panela tiveram disposição de desenvolver. Falar todos adoram, mas ir pesquisar, saber o quanto cada banda tocou, a média de shows por ano , ninguém quer e quando nós fazemos ainda alegam que estamos “posando da verdade”, realmente é complicado.
E que massa que você vai pesquisar os números desde quando a Abrafin começou, excelente iniciativa. Garanto que a média de shows será muito parecida com que citei acima. É o que eu disse acima, uma banda que prioriza os festivais vai tocar mais em festivais, uma banda que prioriza o studio sp vai tocar mais no studio sp, uma banda que prioriza o interior de sp vai tocar mais lá, não tem segredo. Pega as bandas que tocaram no Studio Sp em 2009 que tu vai ver quem prioriza tocar la e quem não, é assim em festival também. Tem um zilhão de caminhos para a gestão de uma carreira e cada um prioriza aquele que mais lhe apetece.
Com relação ao SY é exatamente essa a provocação que fiz, 90 % dos festivais não tem rouanet, nem petrobras, nem nada. Portanto nessa sua lógica teriam direito de fazer o que quiser com seus respectivos festivais, não é? Mas mesmo assim vc generaliza, como se todos os festivais do circuito inteiro fossem viabilizados única e exclusivamente com verba pública. E fica insistentemente falando que quem paga conta dos festivais é o governo, mesmo sem ter quase NENHUMA informação a respeito e depois eu que fico “posando da verdade”.
O Grito Rock por exemplo que é o que mais coloca bandas pra circular não tem um tostão de verba pública.
Além disso, posso falar diretamente pelo calango que organizo e é patrocinado pela petrobrás, nele somente bandas locais se repetem, bandas de fora não se repetem ou seja impossível existir a pratica dessa tal panela, ja que ano após ano as bandas se renovam. E engracado é que reclamam que o Calango tem muita banda. Querem menos bandas e depois nós que promovemos a panela. rs. Aproveita e pesquisa a grade do Calango também MAC e depois monta um gráfico e apresenta pra vermos se é uma panela. .)
E você se equivoca quando fala que o que importa pra mim é a agencia fde, esta é somente uma das coisas que fazemos. Nos importamos com os festivais, com os coletivos, com as turnes, com a aproximação do poder peublico e da iniciativa privada, com os selos, com as agencias de exportacão, tudo isso com o objetivo principal de viabilizar estruturas para que as bandas possam se apresentar. Você fala que as pessoas conheceram alguns artistas por aqui, como se não as conhecessem tambem pelos festivais, coletivos , casas e etc. Você é que fica nessa de OS PUROS Vs OS COM SEGUNDAS INTENÇÕES.
E mesmo a agência fora do eixo que você cita ai acima, acredita e muito na música, não é a toa que bandas como : Do Amor, Cabruera, Burro Morto, Macaco Bong, Mini Box Lunar, Caldo de Piaba, Nevilton, Porcas Borboletas são entusiastas da idéia e estão juntos conosco nessa. Acredito que você também concorde que são excelentes bandas.
E maravilha que você topa o desafio e ainda coloca que precisamos avaliar o recurso que cada um recebeu para viabilizar a vinda das bandas ou as resenhas. Em Cuiabá so temos dinheiro público no Calango e só esse ano ja colocamos 125 bandas para se apresentar e em nenhum dos eventos, tivemos verba pública. NENHUM! Sem falar que postar um texto num blog é bem menos arriscado (financeiramente falando) que fazer 125 shows em uma cidade de 500 mil habitantes e que ainda ta formando um publico de cena alternativa né.) Aproveita e coloca os riscos na conta também, melhora as estatisticas.) Acredito que quem ta arriscando mais grana própria em prol da Musica , provavelmente está usando o dinheiro de maneira correta.
Ai vc fala que não tem uma grande organização por trás, como se isso fosse demérito, como se essa nossa organização tivesse caido do céu. Tu não tem uma grande organização por trás porque não quis ter, não optou por isso, preferiu escolher apoiar a música brasileira com uma pequena organização e acho legitimo e muito significativo.
Depois fala que o SY ta a favor da cena em um ambito maior. E tem alguem aqui em um ambito menor? O que seria um ambito maior que o outro, podemos debater mais isso? E talvez essa seja a nossa diferença mac, você acha que ambito maior na música é só ficar falando de banda boa , escrevendo sobre banda boa e pedindo pra banda boa tocar, como se você definisse o que é bom e o que é ruim. Na minha opinião, o seu gosto pessoal, acaba estando muito mais próximo de uma panelinha, do que o gosto pessoal de pelo menos 45 festivais diferentes.
Tu fala como se estruturar a cena não fosse ambito maior, não fosse apoio a música. Como se os “otimos-musicos-na-opiniao-dos-jornalistas-que-acham-a-abrafin-uma-panela” simplesmente pegassem um violão e fossem pra praça tocar. Como se festivais estruturados nao tivessem objetivando a MÚSICA, como se turnes de 22 shows em 22 dias não estivessem objetivando a MUSICA, como se um circuito de casas não estivessem objetivando a música, como se uma REDE MUSICA BRASIL não estivessem objetivando a música. Pergunta pra essas 25 bandas escolhidas as melhores do ano onde que elas tocam fora de suas cidades ou fora de sp. Ou é com o poder publico, ou com mega produtores, ou com coletivos, ou nos festivais ou nas casas de shows. Das 5 opções nós organizamos 3 delas, uma boa média na minha opinião. E isso não é objetivar a MÚSICA? Pergunta pra elas onde elas tocariam em Rio Branco, Manaus, Porto Velho, Macapa, Cuiaba, Campo Grande, Belem, Fortaleza, Maceio, Aracaju, Uberlandia, Londrina, Florianopolis, Palmas, Boa Vista, Campina Grande, João Pessoa, Juiz de Fora, São carlos, Ararauara, Sao Jose e mais umas 50 cidades que posso citar. E isso não é apoio a música?
Essa tentantiva de separar as açoes estruturantes das iniciativas inventivas/criativas é besteira das grandes, ainda mais em um país com dimensões continentais como o nosso, que tem um ministerio da cultura com menos de 8 anos de vida apoiando essa iniciativas. Um pais que a grande maioria dos estados não tem lei de incentivo estadual ou municipal e que a iniciativa privada investe ainda menos. Ta todo mundo objetivando a música MAC, por isso volto a bater na tecla que essa tentativa de separar o que você faz do que eu faço é equivocada, ja que as ações são complementares e só quem tem usufruido disso tudo é a música independente brasileira.
Acredito também que boa parte dos que aqui estão comentando, e com certeza vc é um deles, tão querendo avançar, melhorar, criticar de forma construtiva e etc, mas não é falando que é uma panela que vamos conseguir avançar, ja que isso não é uma verdade, acredito que temos questões muito mais importantes para se apegar nesse momento, continuando a estruturar os festivais, aumentando o numero de turnes, aumentando o numero de blogs, aumentando os recursos para todos e etc.
O debate ta bem bacana e desta forma vale bastante a pena continuar debatendo.
abraços!
Putz, jamais pensei que pudesse vir aqui e falar que o Capilé ta certo em algo. Mas reconheço que ele mandou muito bem em um assunto: blogs e jornalistas.
Essa é a maior panela do independente e até então ninguem teve culhão de tocar nesse assunto. Que a Abrafin e FDE é uma panela todo mundo sabe. Agora “panelão” mesmo são esses blogs de pseudo jornalistas musicais que ganharam um impulso com o surgimento do twitter.
Não sei se vc terá hombridade de liberar esse post mas gostaria que antes de sua pesquisa sobre a panela da abrafin fizesse a pesquisa do “panelão dos sites/blogs do independente”….sempre os mesmos artistas e porcarias musicais….
Kuru, como alguém como o Alex Antunes (que escreve para Fora do Eixo, tem relações próximas com essa entidade, e as bandas envolvidas), pode participar de algum Juri, para selecionar bandas para um edital? Creio que isso quebre a hedoneidade, não?
estudando as listas do mac e do pablo:
artistas com cachê proibitivo e/ou agendas apertadas: Céu, Otto, Arnaldo Antunes, Erasmo Carlos, Mallu Magalhães, Caetano Veloso, Mariana Aydar, Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta (raramente circulam porque todo mundo exceto o roney tem outras responsabilidades).
desses, só o erasmão não tocou
artistas com perfil difícil ou controverso pra festival de rock: Mario Adnet e Philippe Baden Powell, Mariana Aydar, Romulo Fróes, Lulina.
desses, parece que a mariana até tocou
artistas de credibilidade indie only e/ou superestimados por esta lista: Pullovers, Banda Gentileza, Charme Chulo, Pública, Poléxia, Nancy, Wry.
desses, os quatro primeiros e o último inclusive tocaram
ou seja, tomando esta lista como base, a única coisa que eu realmente me pergunto é porque o wado e o lucas santtana, que são peças potencialmente importantes nessa nova cena, não estão mais próximos do circuito. enquanto curador, sempre os indico, mas por uma razão ou outra nem sempre tem rolado.
como curador, também já bati forte pra deixar os black drawing chalks de fora de um festival e conseguir ter uma escalação sem ninguém cantando em inglês nem emulando som gringo (eu achava que pelo menos um ano esse festival podia passar sem isso – e a opção acabou sendo acertada, pois valorizou o blend de instrumentais e simpatizantes de música brasileira que prevaleceram, o que acabou se revelando uma ótima influência estética pra cena local).
o resto está mais ou menos na medida.
eu creio que entendo mais ou menos o que o mac está tentando dizer (a abrafin e o circuito fora do eixo tem que sair um pouco de sua região de conforto e enxergar melhor uma estratégia estética pro país, que conduziria à busca de interlocução com artistas que refletem uma nova música jovem brasileira – por exemplo o júnior black, que está na aba dos “inimigos” recifences do fora do eixo), mas se for isso essa lista não é um bom guia, porque é tão significativa e aleatória quanto a lista de quem já tocou nos festivais da abrafin e cfe
mas ó carlos ferraz, eu tenho relações com o fora do eixo e com as bandas porque sou curador, e não o contrário. eu não sai de nenhum coletivo (de nenhum coletivo que tenha existido nos últimos 30 anos, digo),
eu sou jornalista e pesquisador de música há 30 anos – quando saí dos meus coletivos -, que é o que me credencia hoje, percebeste?
por outro lado, agradeço muito pelo “hedoneidade” (idoneidade mais hedonismo, certo?), que não deixa de descrever meu ponto de vista zen-oportunista, como diria timothy leary
:)))))))))))
Carlos,
sua observação é ótima porque joga luz sobre o problema das curadorias. Elas devem ser formadas por profissionais de diferentes visões, se o que se deseja é um mapa da diversidade, e esse é exatamente o nosso caso. O Alex, assim como qualquer outro, virá carregado de suas vivências profissionais (sei que o Alex rodou nos ultimos 2 anos praticamente todos os festivais da Abrafin e do Circuito Fora do Eixo, além do diálogo que possui com a turma da Rolling Stone, e é inegável que tais iniciativas mostram muita coisa que está acontecendo no país), assim como o Natale tem outra visão por causa do Rumos e é altamente influencido por isso, o Chico Neves (que trabalha com gente como Milton, Los Hermanos, Paralamas, O Rappa, Gil e Caetano) vai ter outra visão e o Gilberto Monte, que é formado em regência, mas agora é um gestor público, terá outra. A soma das opiniões e da inteligência coletiva desses caras é o que me interessa. Para você ter uma idéia, as vezes, durante um processo de curadoria, o grupo fica 2 horas debatendo um único nome. Mas na real, se o cabra não for bom de palco e de relacionamento, não vai para frente dentro do Conexão Vivo. E olha, eles erram. Diria que30% é na trave ou na rede pelo lado de fora. Estamos agora na fase de levar todo mundo para o palco, para depois gravar um LP duplo (de Luxo, heim!) e um DVD de cinema de animação, além de um cd virtual para download gratuito. Mas velho, um coisa fazemos há 10 anos: nenhum curador trabalha conosco mais de 2 anos. De 4 ou 5, sempre mantemos 2 de um ano para o outro por causa da memória do projeto. Nesse primeiro semestre convidamos também o Benjamin Taubkin (Núcleo Contemporâneo) mas ele não pôde, pois ia para a França justamente durante o período de imersão. Mas da próxima ele não escapa…não sei se te esclareci. Resumo: se curadorias têm problemas, pior não tê-las.
Abraço.
Chegou a discussão pro Alvaro Pereira Jr
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/folhatee/fm1005201018.htm
Concordo com ele.
ESCUTA AQUI
Coluna de Alvaro Pereira Júnior – cby2k@uol.com.br – publicada no caderno Folhateen, 10/05/2010
“Brasil vira a terra dos indies estatais
Recebo o álbum triplo de Messias Bandeira. Messias é o cérebro da brincando de deus, com minúsculas, banda baiana mais inglesa de todos os tempos. Nesta primeira incursão solo, ele vem com três CDs (“escrever-me”, “envelhecer-me”, “esquecer-me”). Produção sofisticada.
Amigos também enviam o link de um debate impenetrável e sem fim sobre a categoria indie dominante no Brasil: os indies estatais. Parece um fórum de discussão de donos de cartório -só linguagem burocrática e a conhecida sanha brasileira de morder “algum” no governo (governo, no caso, é a Petrobras).
Antes, já tinha lido um líder do indie estatal dizer que os independentes do século 21 diferiam dos anos 90, quando o povo se virava sozinho. Agora, o lance é colar em um órgão governamental simpático à “causa”. As palavras não são exatas, mas era esse o espírito.
Não sou contra incentivo estatal à arte. A cena canadense do Arcade Fire, por exemplo, deve muito à ajuda financeira para novos artistas de Québec.
Mas duvido que, se mudar o governo lá, mudarão os artistas beneficiados. Já no Brasil, um viés ideológico direciona os recursos estatais. Estar aliado à política cultural do poder é crucial.
Constate a homogeneidade desses festivais pendurados em dinheiro público. É tudo neo-hippie, e o vomitório nacional-regionalista predomina. Ridicularizamos o ministro Aluísio Pimenta, nos anos 80, por defender a “cultura da broa de milho”. Hoje, apesar do verniz “moderno” de open source etc. do ex-ministro Gilberto Gil, o ideário jeca é igual.
Observo o álbum triplo do Messias. Nenhum logo ou benesse estatal. Um indie old school. Fico com ele.”
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/folhatee/fm1005201018.htm
sobre curadoria, vou acrescentar algo ao que o kuru bem colocou, e que eu já coloquei no debate de bh com o terence.
além do fato óbvio que cada curador carrega a sua vivência (afinal de contas não se guarda o curador num case, até a próxima curadoria), o que não é um problema se ele souber se colocar com sinceridade e com transparência (ou seja, não tiver uma agenda secreta pessoal), a CURADORIA NÃO É UMA CIÊNCIA EXATA.
para ter acertos magníficos, ela deve se expor ao erro.
ninguém descobre e traz ao palco nada novo sem correr algum risco.
como eu fui o único curador do conexão vivo a ter a oportunidade de assistir a todos os shows dos artistas que selecionamos, eu fiz um esforço para estar mesmo em todos, apesar dos horário e locais disparatados, numa rodada que eu chamei de “polícia da curadoria”
:))))))))))))))))))))))))))))))))))))
pra poder saber se a gente dançou em alguma arriscada, e porque.
porque há produtores que maquiam muito bem suas gravações, gente que parece mais madura no estúdio do que vem a se revelar no palco, coisas que ao vivo acabam não funcionando tão bem etc.
mas, repito, não há como descobrir a não ser arriscando.
o meu objetivo pessoal era que a gente errasse em até uns 10 ou 15% do total – ou seja, fosse bastante ousado nas escolhas, mas sem correr o risco de comprometer o todo do festival.
e foi o que eu aferi. em 46 artistas, talvez uns 4 ou 5 (há controvérsias) nós superestimamos.
a cultura pop é feita de subjetividade.
o jornalismo musical e a curadoria consistem, principalmente, em saber fazer uma certa distinção entre gosto pessoal (que é uma leitura afetiva, e todo mundo tem) e artistas que demonstram que estão bem posicionados (ou em processo de se posicionar) para brigar por um público maior, dentro de um certo parâmetro de honestidade intelectual (por exemplo, não é papel da crítica ou da curadoria cacifar artistas genéricos de “produtos” bem sucedidos – isso é uma coisa que pode ficar para os investidores).
mas é um processo completamente impreciso, e só se descobre até onde ele realmente vai expondo o artista aos passos seguintes (boa qualidade de som, expor o artista a públicos maiores e mais ecléticos etc).
ora, entrando nessas comparações esportivas de que o pessoal gosta, acho que é menos o caso de primeira e segunda divisão, mas mais de algo como a dissidência da cart da fórmula indy
🙂
nosso corre (festivais) já tem uma qualidade visivelmente melhor do que os “circuitos” da ex-indústria.
já está mais do que na hora de nos assumirmos não como a segunda divisão, mas como a nova liga que vai capturar a imaginação do público e esvaziar os antigos esquemas bonadios.
mas pra capturar essa imaginação, temos que nos colocar à altura, e ter um plano estético (como o bonadio tem) que não seja apenas cacifar as bandas que surgem espontaneamente no nosso meio.
acho o mac bem ingênuo na luta indie dele, ao valorizar bandas que não conseguirão fazer nenhum crossover com públicos maiores, porque só reforçam a vaibe defensiva e nerd do indie 90’s. por isso precisamos de artistas que sejam nossas bombas atômicas, que façam o que em outras épocas o que mutantes, raul seixas e secos & molhados por exemplo fizeram – mas dessa vez sem nenhum apoio da ex-indústria.
como diz o cláudio prado, precisamos de artistas (e jornalistas e produtores, aliás) que expressem bem O PÓS-RANCOR, a satisfação de viver em uma época onde a ex-indústria fonográfica e midiática foi destruída, e agora está tudo por nossa conta.
o custo? viver numa época onde o suporte (vinil, cd) foi praticamente exterminado, e já não há toda aquela grana que circulava, porque agora a música circula até mais do que antes, mas em canais não-remunerados.
se as pessoas virem isso como uma belíssima aventura, e não como uma corrida de ratos para resguardar alguma sobra fedida de privilégio da era que já se encerrou, vai ser um barato.
ah, o indie defensivo dos anos 90 que eu quero deixar pra trás é bem esse que o álvaro pereira está cacifando. aqui é o brasil, porra. brincando de deus era o reverso da moeda do tempo do axé. o álvaro está com banzo da heróica resistência indie. fuck it
O txt do Álvaro Pereira Júnior é de uma desinformação lastimável, mas também o que dizer de um sujeito que fez carreira como colunista xofem só por ter escutado meia dúzia de discos dos Ramones, Jesus and Mary Chain e Belle and Sebastian. Não dá pra ir muito longe, sem diferenciar grave de aguda, baixo de guitarra (e olha que nem entramos nas searas por demais técnicas.
Mas deixando os praguejos de lado e entrado no mérito da discussão, o Estado é um agente fundamental pra dinamizar uma indústria independente da música. Selos como Creation na Inglaterra nasceram do incentivo estatal a cultura também.
É bom lembrar que as políticas públicvas de passagem, de organização de eventos, de gravações de CD já estrapolaram a questão partidárias há muito tempo e são realizadas em governos de diferentes colorações partidárias (no âmbito federal e no governo de MG, por exemplo)
Essa coisa de chamar os caras de empreendedores estatais, portanto, é de uma má fé absurda. Sabe por que o Petrobras cultural contemplou Demo Sul, Coquetel Molotov, DoSol, Varadouro, Abril Pro Rock, Goiânia Noise, Música Nova e Bahia Instrumental? Por que são festivais confiáveis que acontecem todo ano e realmente têm impacto nas comunidades onde eles acontecem.
Pode ser um impacto localizado, mas onde músicos poderiam assistir um concerto do Arditti Quartet no Brasil senão no Música Nova.
É engraçado que o dono do blog advogue que a qualidade da música brasileira está na lista do blog dele.
No ano passado, o Goiânia Noise levou Hermeto Paschoal e Jorge Mautner, montou um set de bandas do HC do Centro Oeste e apostou no Dirty Projectors que na seqüêcia passou o rodo nas listas de melhores do ano das revistas gringas.
Além disso, o festival movimenta a cidade, cria uma cena relevante no lugar. E o papel do festival não é levar banda “que vocês gostam” pra rodar pelo Brasil. A medida que a Petrobrás apostoou no projeto, ela entrega uma carta branca em relação à curadoria e à organização do evento.
Você é contra isso? Discorda do não pagamento do cachê? Pressione a Petrobrás pra incluir o pagamento de cachê no edital como um critério obrigatório de aprovação. Ou melhor, corra atrás organize um edital e coloque o pagamento do cachê como um fator que diferencia o seu evento dos outros e que dá “sustentabilidade” (palavrea tão ao gosto de editais or aí) ao cenário musical.
Agora, interferir na curadoria de eventos que têm dez, quinze anos por que você e seus amigos não gostam da programação do evento, daí já é uma infantilidade sem par. Os caras estão fazendo isso há 15, dez anos e a coisa continua funcionando e crescendo.
Por causa disso, eles devem entregar a curadoria pra quem no máximo fez uns shows com três bandas em alguma casa noturna. Numa boa, curadoria é opção de quem organiza o festival e autoritário seria impôr critério curatorial na hora da cessão de dnheiro público.
E por fim, achar que os festivais têm de se adequar a uma lista que tem o Caetano Veloso e o projeto Afrpo Jazz Sambas é de uma irrealidade quase esquisofrênica. Você sabe quanto é o cachê desses caras? Lembre-se do papo que o Caetano queria lançar o disco dele no Studio SP. Sabe por que não rolou? Por que em meio ao auê, ele lembru-se que tinha de ficar no hotel x (que é um dos mais caros) que o equipamento de som custava tanto e por aí vai.
Os festivais contratam quem eles quiserem e a relevância deles vai ser medida por essa programação musical, o patrocínio vem dessa relevância e da capacidade de mobilizar as pessoas.
Sobre o tema financiameno estatal na música, vale a pena ler: http://pitchfork.com/features/articles/7776-whats-the-matter-with-sweden/1/
E outra coisa, esse saudosismo de Killing Chainsaw, Pin Ups, Mickey Junkies, brincando de deus, Low Dream é coisa de gente que nem sabe o que tá sendo conversado aqui. Esses aí sempre pagaram pra tocar, não ganharam nada em serem músicos além de uma meia dúzia de resenhas. Todos pararam de tocar por que tinham compromissos profissionais além da carreira musical. A música se tornou uma coisa diletantes exatamente por que ninguém estava disposto a sentar e discutir estratégias pra coisa se profissionalizar e pra ter coninuidade. Tem de ser masoquista pra ter saudade disso. E Lobão e Álvaro Pereira Júnior galera? Quem vai ser o próximo? O Poladian? O Pedreo Bial? Por favor né…
Ao tal Dum de Lucca..
eu tenho 50 anos. Ou serão 60. Talvez 70. Não, não, 80!…
“Se idade fosse sinal de sabedoria, Vóvó Naiá e Norberto Canastrão não teriam participado de um BBB.” (Autor Desconhecido).
“A música se tornou uma coisa diletantes exatamente por que ninguém estava disposto a sentar e discutir estratégias pra coisa se profissionalizar e pra ter coninuidade”
acho que é mais que isso, lauro.
se você considerar que essas bandas faziam o mesmo amálgama genérico de sonoridades gringas desinteressantes e desenraizadas (as infames “guítar bands”, como se definiam), você vai ver que elas já partiam de toalha jogada quanto a qualquer pretensão maior que o palco do retrô. quem precisa disso?
Pois é Alex, como diversão descompromissada da garotada até vá lá, mas debate sobre o mercado musical tem de partir de outros pressupostos, né? E se o Álvaro gosta tanto do cara do brincando de deus, leva pro Fantástico ué?
“Os festivais contratam quem eles quiserem e a relevância deles vai ser medida por essa programação musical, o patrocínio vem dessa relevância e da capacidade de mobilizar as pessoas”
Lembrem-se que todos os festivais,corporativos ou não,fazem assim e é normal.Cada um tem seu critério.
A diferença é a continuidade da coisa,tipo o unico que continua deles é o Planeta Terra,muito bem organizado,preços justos,atrações de primeira e todo mundo babando pra entrar e ver.
De resto todos foram todos acabando,ou acabaram na primeira edição,tipo o Campari Rock e o Claro que é Rock.Eu acho justo quando uma marca tem interesse de botar seu nome num festival interessante,mas fazer com resultados a curto prazo é ridiculo.
A Abrafin faz um trabalho fenomenal a relativamente pouco tempo e já tem vários frutos que gente como o Mada tem inveja.Ou por que será que quando tem briguinhas,tipo a que o Laboratorio Pop tentou botar o unico que reclamou foi o organizador?
Outro ponto,esse que o Alvaro Pereira Junior falou na coluna dele.Indie no Brasil nos anos 80 e 90 era uma coisa muito diferente da de hoje não somente por causa da internet.Eram realmente só essas bandas que só cantavam em inglês,de jornalista,shoegazer.Tirando algumas poucas(Killing Chainsaw ainda faz sentido),o resto é muito xarope,chato.Eu prefiro agora,com essa variedade toda que nós temos e tal.Ou então não acharia graça no Macaco Bong e no Pata de Elefante.Fora a oportunidade de frequentar os grandes meios,fazer sucesso nos casos e encher o saco do Bonadio.
Também concordo nesse ponto com o Capilé que tem que-se parar com essa picuinha de jornalista.Acho legal cobrar todo o circuito também,incluindo jornalistas.
“E sabendo que o alto falante também usa verba pública tal qual os festivais. Ai o alto falante pode ficar com esse discurso de que promove as bandas brasileiras e os festivais não? Como se o alto falante não fosse pautado pelo gosto pessoal de seus editores.”
Onde escrevi ou falei que os festivais não promovem bandas brasileiras, Capilé? A verba pública que o programa utiliza pra cobrir os festivais é mínima, já que grande parte dos produtores dos mesmos sempre bancou a circulação do programa, isso muuuuito tempo antes de muita gente sair vomitando suas certezas por aí.
“E aí eu faço uma pergunta: Terence, se o festival aprovado fosse o Garimpo, vc também acreditaria q toda a politica cultural pra música do país precisa ser revista? Ou mesmo se fosse o 53 HC que tivesse aprovado a verba destinada ao Pegada, este seria o seu posicionamento?
O que fica claro pra mim, mais uma vez, é que a galera se apropria da discussão pública pra mascarar a defesa de interesses pessoais, e ainda usa a armadura de jornalista, pra se defender.”
Talles, a melhor resposta parece ser o ataque com absurdos transformados em novas perguntas. Se pra vcs o processo que deu ao Pegada os 160mil está ok. Se tá tudo nos eixos, pra mim a discussão está encerrada também. Entendi tudo e já disse quais alterações pretendo fazer no meu texto. E digo ainda que se algum dia você presenciar um festival realizado pelo núcleo Alto-falante conquistar verba com esse tipo de “pegada” (gerando similar polêmica e arrebanhando um time considerável de questionadores insatisfeitos), eu tiver sido o único curador (de verdade!) do esquema, chamar alguém ligado ao programa pra ser o laranja e aparecer num debate sobre o assunto com a camisa do programa, dizendo que acreditei no projeto: PODE ME JOGAR PEDRAS!!! Porque não foi num processo assim que ajudei o Jambolada a emplacar e ser incentivado num edital, certa vez, e poder dar passos largos pra crescer e se transformar no festival que é hoje. Bom para o bem estar de todos nós.
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“Talvez se vc não tivesse passado os dois útlimos anos viajando pra festivais na gringa, com recurso público, e tivesse prestado atenção no que está acontecendo em Belo Horizonte e no estado de Minas Gerais, vc entenderia porque o festival do coletivo Pegada foi aprovado com este montante de recurso.”
Quanto ao seu comentário acima, ele é tão medíocre, que não merece muita atenção. Não lhe devo explicações sobre o que fiz profissionalmente ou deixei de fazer. Porque sou profissional! Só digo que circular na gringa, ultimamente, deixou bem claro em minha mente qual o modelo de festival deveriam fazer por aqui, com muita ou pouca grana. Fora do eixo pode ser uma banda da Islândia tocando no FIB, ou uma brasileira tocando no Roskilde. Só não precisam de um carimbo ou selo de qualidade(?) pra tal. Só precisam de música e que ela seja realmente boa. E, em nenhum momento, deixei de ver e ouvir boas bandas brasileiras de todo o tipo, incluindo, claro, o Porcas Borboletas que adoro. Acho que após 13 anos cobrindo essa tal cena que só brilha aos seus olhos agora, tenho total direito de ficar extremamente feliz por ser agraciado com algum recurso público – muito menor que o que contemplou o Pegada, vale dizer – para ampliar o leque do programa e levar aos telespectadores boa música do mundo inteiro, não somente de BH, Uberlândia ou qualquer outra cidade brasileira. Certas coisas conquistamos na vida com mérito e muuuito trabalho, meu caro. Mas tenho prestado muita atenção, sim, em BH, nos últimos tempos. Ninguém de Uberlândia ou Cuiabá sabe melhor do que eu o que tem acontecido por aqui. Tanto que foi só fazerem uma cagada grande perto da “minha janela” pra eu ser o primeiro a reclamar publicamente do mau cheiro! Francamente, Talles! Cara, por que será que só certas pessoas da ABRAFIN vieram conversar comigo sobre todo o episódio e são as mesmas que não saem postando absurdos utilizando o meu nome e o do programa? Tem um palpite. Acho que é porque isso tudo está servindo para, entre outras coisas, separar os homens dos meninos, os meninos dos moleques.
Poxa, agora concordo integralmente com o Alvaro Pereira Jr. Perfeito. “Brasil vira a terra dos indies estatais” .
Esse “ecletismo” atual deixou as bandas independentes burocratas/ bundonas demais.
Sou muito mais uma banda que nem Brincado de Deus, Killing Chainsaw do que qualquer banda, “nada com nada”, como Macaco Bong e Burro Morto da vida.
Pontuar umas coisas, na real, não vou me aprofundar mesmo, por que merece é uma públicação de outro, texto, ou mesmo uma grande debate aberto na Folha, que tal a Folha chamar a gente para fazer isso. Dar capa da Ilustrada, no seu auditório, num desvendando a ABRAFIN e Circuito Fora do Eixo, seria legal, a partir de 05 de junho tenho disponibilidade.
Lauro Mesquita está excelente em suas colocações, leiam com a devida atenção.
Detalhe, quando as excelentes bandas dos 90 se apresentam novamente, ou lançam discos, ou fazem sua música circular, como Pelvs, Mickey Jukies, brincando de deus, ou mesmo os punks e metal, dos 80 e 90, são sempre nos festivais independentes, ou nos selos e agentes ligados a eles, o próprio Lobão colou nisso, e fez revista, que era bem boa e tinha o correto apoio da Petrobras tb na ação, para poder manter esse contato.
Terence, agora numa boa o lance de levar para baixo a discussão, passa dos limites. Não tem como ficar chamando um ou outro de “moleque, ou menino”. E importante que se entenda que generalizando vc está falando uma grande bobagem, e individualizado está falando outra.
Conheço de perto e posso dizer com certeza da força e da relevancia dos trabalhos de Pablo Capilé e Talles Lopez, pela ABRAFIN, pelos festivais e pela música brasileira atual é de extrema relancia, tem um comprometimento real.
Vc está falando um monte de bobagens.
Podere, seja mais consequente, tentar criar esse clima de desavença para atrapalhar o trabalho excelente que Talles, Pablos e muitos outros estão fazendo é total perda de tempo.
As opiniões que Pablo tem colocado e dados que tem colocado aqui, num blog (que acompanho faz anos, MAC sabe disso) que talvez não seja o lugar mais adequado, mas já aberto, parece justo que seja colocado, estão corretas e colocados claras.
É preciso ler e pensar com mais cuidado para se posicionar sem o entendimento dos fatos de maneira mais consequente. E péssimo ver a imprensa estabelecida muitas vezes levando a discussão para o lado totalmente errado, mas nesse e nessa situação colocada, parece conveniente.
É preciso perceber e ,como eu disse num texto que publiquei recentemente, tentar entender que existe um novo momento na produção de música brasileira, e até mundial. Que corre para as pontas, descentraliza, chega a todos os lugares. E que no Brasil essa nova musica brasileira jovem e independente existe, está cada vez mais forte, e ela passa pelos festivais, pelo circuito que acontece “fora do eixo” do centros antes estabelecidos, pelas novas casas, por um nova rede de formadores de opinião, e etc.
E que felizmente, mesmo que timidamente, num ambiente de governo popular, na federação, e em diversos estados e cidades, mesmo não ligados a esse governo, mas nesse ambiente, existe a intenção e algumas ações de investimento de recursos em produções ligadas a estas ações.
De uma forma bem mais clara (tem que querer ver), descentralizada e (tá , vou usar essa palavra) democrática. Fugindo de um ambiente de balcão, que enriquecia alguns pouquíssimos “gigantes” da cultura. Isso cada vez mais não existe.
Isso talvez incomode muita gente (que percebe o rio parando de correr para seu mar), e confunda algumas outras pessoas (que não sabem para onde remar, e não tem mais tão claro com quem brigar), mas na minha opinião é uma evolução brutal.
Agora, é importante se envolver mesmo, pra tentar ver o que está rolando, pois tem gente que tá envolvida e está perdida, imagina quem fica gritando lá de cima, ou lá de longe. O que antes o que parecia estar em cima, hoje só está longe, em muitos casos.
Tá na hora de algumas pessoas da imprensa (alguns, não todos, que chegam pagando de bonito, mas não saem dos seus tronos cheios de mofo), ter a proavitividade de pegar um voo de 1h20 e ver Brasil afora, saindo de Congonhas ou do Santos Dummond, que existe um outro momento da música no mundo inteiro, e vários locais do Brasil.
E se me perguntarem se nestes locais, onde musica nova e boa acontece, estão incluídos: Goiânia, Cuiabá, Rio Branco, Uberlandia, Natal, Macapá, Santa Maria, Crato, Campina Grande, Londrina, Sorocaba, e muitos outros tantos… eu vou dizer “sim, vai lá!” . E isso serve também para aqueles que já pegaram esses vôos, mas que tem se assustado em meio as turbulências na volta para casa, que parecem estar esquecendo das paisagens já vistas.
Os caras querem organizar um debate e tal, pena que só vão comparecer ao debate membros da abrafin e seus jornalistas contratados porque o resto da galera, principalmente músicos, acho que estarão trabalhando, afinal não ganham grana pra tocar tem que ter um trampo por fora. Enquanto a galera coloca os discursinhos em loop vamo continuar batendo massa.
Uma pergunta, se a parada fosse tão boa pra música porque a maioria dos produtores de festivais alternativos deixaram praticamente suas bandas de lado pra ficar só nos festivais?
Capilé,
chegamos em um impasse aqui. Eu digo (sem pesquisar) que existem bandas que tocaram mais do que outras (se foi por panelismo, privilégio, mérito e/ou descuido a gente descobre depois). Você diz que está tudo lindo no maravilhoso mundo dos festivais, que ninguém foi privilegiado, que todo mundo tocou, e que está tudo no mais perfeito dos mundos, o que constrasta com o tom de muitos comentários aqui. Então ficamos dependentes de números, e quando alguém (eu, você, ou alguém que está lendo essa discussão toda) se dispuser a fazer, talvez a discussão engrene novamente.
Porém, o Alex já avançou (comentário 328). Enquanto você fica na defesa atirando pra todo lado, e a discussão congela, o Alex já colocou em pauta alguns fatores que fazem com que algumas bandas toquem mais do que outras em festivais. A saber (e se desenvolver):
1) Cachê. Voltamos ao ponto de início disso tudo, que foi a carta do João. E é preciso discutir o cachê. Quanto é viável? Quanto é proibitivo? Todos merecem receber? Ninguém merece receber? Quanto pesará no orçamento de um festival o pagamento de cachês?
2) Artistas com perfil difícil ou controverso pra festival de rock: é uma questão bastante delicada, mas interessante, que pode nortear a função de um festival como agregador de valores e/ou difusor de tendências.
3) Artistas de credibilidade indie only e/ou superestimados por esta lista (de votantes do Scream & Yell – mas poderia ser a da Rolling Stone ou de outro veículo)
Só esses três pontos já podem permitir ao leigo entender como funciona a escalação de um festival. Tem outros fatores, mas já é uma abertura que permite discutir se isso e aquilo funciona. O legal de ter números (quando eles chegarem) é que poderemos ver quem tocou mais (ao contrário de você não acredito que todo mundo tocou a mesma quantidade de vezes – vamos chutar 14 – mas que alguém tocou mais e alguém tocou menos, e descobrir o que motivou isso me interessa) e quem tocou menos e avaliar se é assim mesmo que tem que ser, se quem tocou mais foi por mérito, se quem tocou menos foi porque não foi atrás, se de repente os festivais não poderiam ter ido atrás desse e daquele artista em nome da pluralidade, do que aquele show pudesse representar no ámalgama de um festival.
De cara já acho que o perfil controverso se encaixaria perfeitamente em um festival, e isso depende muito da curadoria, que também como observou o Alex no comentário 334, é subjetiva, porque é a vivência do curador, é a aposta do curador, e aqui já encontramos outro ponto que já cobrei em comentários anteriores: a função do curador. Produtor faz a produção, curador faz a curadoria, músico faz o show. Ou seja, temos um quarto ponto para discutirmos:
4) A importância do curador.
Só os dois comentários do Alex já deram base para uma discussão muito mais aberta e ampla do que suas respostas defensivas. Gostaria de partir desses quatro pontos pra frente. Bora?
Abraço
Mac
Tem também o lance de a banda do meu coletivo toca no seu festival que a banda do seu coletivo toca no meu né, e pelo tanto de coletivo que tem por ai a parada vai ficar só em quem participa de coletivo e se submete a tocar de graça.
Tenho uma pergunta, que resvala no problema do pagamento (ou não) do cachê. Não lembro quem falou aqui, ou em outro fórum sobre o mesmo assunto, que os cachês são sim, incluídos no orçamento da proposta submetida em edital para captar patrocínio/apoio para os festivais. Mas também foi dito que a proposta aprovada e o dinheiro cedido nunca é a “dos sonhos”, ou seja, sempre há cortes e enjembramentos aqui e ali para acomodar a vontade de quem está investindo no evento e com isso há a necessidade de se cortar na carne. Levando assim à supressão de cachê para determinadas bandas da escalação. Bem, se isto procede, por que ainda não se “aterrissou” na elaboração da proposta e pensou-se em uma escalação mais enxuta na qual todos saem ganhando? Não seria o mais lógico? Ou até mesmo fazer a via inversa e “supervalorizar” o valor final, afinal o sponsor sempre vai querer meter seu dedo na aprovação e com isso, tirar a gordura proposital do orçamento e deixando o realizador com o valor desejado. Estou sendo muito ingênuo? Porque isso é gerenciamento de projeto puro.
E acho que o pessoal daqui que trabalha com isso é bem macaco velho pra já ter pensado dessa forma. Mas fica a reflexão.
Eu acho que o critério sobre quem toca e quem não toca nos festivais tem de ser de quem os organiza. Se o sujeito só quiser colocar bandas de grindcore de Jaboatão dos Guararapes, a decisão é toda dele. Se isso, vai limitar o evento em público ou se vai comprometer o patrocínio, a decisão é do organizador também.
Ninguém tem de se submeter a lista nenhuma e a gosto de ninguém pra fazer um festival. Se eu organizasse um evento e não gostasse de uma banda, pra que eu deveria chama-los? Só se fosse pra agradar uma fatia de público que eu procurava atingir ou se fosse pra dar um grau na bilheteria. Se a banda não cumpre nenhum desses requisitos, não há motivo pra eu chama-los. Se a ausência de umas bandas incomoda a imprensa toda ou os blogs de música, esse é um peso que meu evento vai ter de arcar, mas ninguém tem direito de se meter em uma programação que tem a ver com várias coisas que não só uma lista de melhores do ano.
Acho que essa questão que é pouco colocada aqui. O dinheiro da Petrobrás (que não é dinheiro dos “nossos impostos”, como muita gente escreveu aqui, mas é resultado dos lucros de uma companhia estatal de petróleo) é direcionado para quem a empresa acha que vale a pena investir. Eu acho muito melhor eles investirem em festivais consolidados, com história em suas localidades e que se multiplicam para outras atividades (selos, cena local, outros shows) do que para o show de uma banda gringa que nem sabe se está tocando em Bogotá, em Guayaquil ou em São Paulo.
Já disse, em relação ao cachê, pressionem a Petrobrás, o Ministério e as Secretarias da Cultura a inserir o ítem como um critério obrigatório para editais de eventos musicais. Ao contrário do que parece, as instituições públicas são mais acessíveis do que parece. Mas cobrar alternativas sem se articular é complicado.
“Terence, agora numa boa o lance de levar para baixo a discussão, passa dos limites. Não tem como ficar chamando um ou outro de “moleque, ou menino”. E importante que se entenda que generalizando vc está falando uma grande bobagem, e individualizado está falando outra.”!
Fabrício. Até você? Tenha dó, né? O Talles vomita coisas medíocres, cretinas, mencionando meu nome e o do programa, e eu é que estou trazendo a discussão para um nível mais baixo e individualizando as coisas? Bobagens foi o que ele escreveu. Leia lá, novamente, as colocações dele! Acha bacana? Concorda com elas? Se vcs estão construindo uma coisa melhor juntos, independentemente das diferenças pessoais, parabéns. Então, criem um só discurso mesmo, deixem tudo cada vez mais afinado, mas evitem individualizar ou generelizar as coisas só quando for para atacar quem não concorda de alguma maneira com esse discurso. Porque atacar as pessoas e trabalhos de mais de uma década (pegando emprestado o lema da décima terceira edição do Noise: “13 anos não são 13 dias”), com aqueles argumentos é uma ofensa à inteligência e ao bom senso.
De resto: https://screamyell.com.br/blog/2010/05/09/sobre-o-amor-a-musica-e-outras-bobagens/
Valeu, Mac.
Mac,
Quando trazemos argumentos estamos sendo defensivos e atirando pra tudo quanto é lado, quando vocês atacam estão somente levantando questionamentos, isso é bem engraçado. Dois pesos e duas medidas também não nos levam a lugar nenhum. Discurso de vitima não rola, melhor nos atermos aos pontos levantados:
1- Se meu post anterior congelou a discussão foi unica e exclusivamente pq pedi pra você pesquisar antes de ficar arrotando verdade e como tu não está muito disposto a fazer isso provavelmente vai continuar pautando sua opinião na base do achômetro e isso talvez congele mesmo. Alé disso deixei claro que existem prioridades na carreira de uma banda e quem prioriza tocar em festivais vai tocar mais, quem prioriza Studio Sp vai tocar mais la e etc. E varios outros argumentos que só congelam o debate pra quem só ta afim de atacar e não ta afim de reavaliar algumas criticas sem fundamento.
2- Nunca disse que os festivais estão lindos e maravilhosos, só mostrei por A mais B que esse seu discurso de panela é uma furada, ja que não existe essa discrepancia toda de shows a que vc se refere, portanto não existe panela. E coloquei seu blog como exemplo, a própria escolha do entrevistão do mês ja caracteriza uma definição que é sua, poderia ter colocado varios outros artistas, que mereciam estar lá , mas escolheu dois que tu preferiu colocar, primeiro pq gosta deles e segundo pq não tem espaço para um entrevistão por dia. E essas escolhas são as mesmas escolhas que muitas vezes os festivais precisam fazer. Sendo que um dos entrevistões que você fez inclusive foi a atração do ultimo show que o SY realizou, sendo que varios outros poderiam estar no palco também, entendendo que o romulo ja havia sido contemplado pelo entrevistão nessa sua “democracia indie”. Se tu pode fazer suas escolhas pq cargas dagua os produtores de festivais, que em sua maioria não tem verba publica, não podem ? Isso ta mais pra patrulhamento indie.
3- Eu sempre disse que os Festivais estão no meio de um caminho, e que são ponto de partida e não linha de chegada como muitos tentam colocar ai. Que ainda es†ão se estruturando, estão crescendo, melhorando suas organizações, lutando em seus municipios, estados e na federação por mais recursos, ajudando a formar público local e etc, ou seja falta muito caminho pela frente , como todos os outros elos da cadeia produtiva da música, o que não os tornam mais malzões, excludentes, sacanas e etc do que qualquer outra ação que ta sendo desenvolvida, como blogs, megafestivais, eventos pequenos em sp, casas , coletivos e etc, ta todo mundo no mesmo bonde crescendo em conjunto. Pra você ter uma idéia, hoje sera a primeira convocação de uma copa do mundo após o surgimento de fato da Abrafin ou seja, a entidade é MUITO RECENTE e já conquistou tanta coisa e está tão em voga, mas são só 4 anos. Você provavelmente ja assistiu desde a convocação para a copa de 78 eu a de 90 então imagina quem nasceu na copa de 2006?
4- Quanto ao cachê e suas perguntas referentes a esse tema, falei sobre isso em meu comentario na comunidade da bizz e do supermercado bolshoi e replico os links aqui pra não ter que escrever tudo de novo e vc ta la em ambas, explico la os tres niveis de remuneração mais comuns em festivais e os motivos destes:
Comuna da Bizz: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=39814&tid=5455292293433739456
Supermercado Bolshoi: http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=99558012&tid=5455098655248209721&na=4&nst=306&nid=99558012-5455098655248209721-5465061445657460927
5- Sobre os artistas com perfil dificil ou controverso também estão tocando nos festivais, como Hurtmold, Cidadão Instigado, 3 na Massa, Hermeto, Toninho Horta, e isso depende bastante do perfil do festival né e o perfil de público de cada festival. Da mesma forma que você coloca o Romulo Froés no entrevistão ao invés do Amaurose do Amapá. O que não dá é pra achar que esses artistas de perfil dificil e controverso TEM que estar nesses festivais, da mesma forma que as bandas de hardcore ou punk rock TERIAM que estar no Studio Sp ao inves de no hangar ou na OUTS. E volto a dizer, que se você der uma pesquisada nas programações dos festivais vai achar mais vários artistas com esse perfil, mas precisa entender também que será que esses artistas priorizam e portanto facilitam a ida para festivais (vide meu post sobre cachês em festivais com recursos diferentes, em cidades diferentes, com publico diferentes) ou se ja estruturaram suas carreiras em outras plataformas que muitas vezes são de maior interesse do artista e onde acabam tocando mais?. Geralmente esses artistas com esse perfil são os que tocam bastante em são paulo (que tem um mercado absurdamente diferente do resto do país) ou tocam em eventos do poder público. Portanto tem que parar de generalizar, cada festival tem um perfil se o Abril Pro Rock, Porão do Rock e Mada colocam um certo perfil de artistas, o Goiania Noise, Calango e Jambolada colocam outro, o Varadouro, Demo Sul e Vaca Amarela outro, o Casarão, Do Sol e ponto ce outro, o Se rasgum Rec beat e coquetel Molotov outro e assim sucessivamente, depende muito de cada curadoria, de quanto de recurso tem cada festival, de qual o perfil do publico local, e etc, o que mais uma vez não caracteriza uma panela.
6- O coment ja esta grande demais, acredito que a a matemática de quem toca mais ou menos está em alguns pilares basicos:
– Artista com trabalho consistente ( e isso é super subjetivo e depende muito do item abaixo)
– Perfil dos festivais e suas respectivas curadorias (que são absurdamente diversos, cada um é de um jeito)
– Disposição desses artistas em negociar com esses festivais entendendo todas as variaveis citadas acima ( perfil do festival, perfil do publico, orçamento do festival, modelos de remuneração, publico que a banda tem na cidade e etc)
– Priorização por parte desses artistas em ter os festivais como uma das plataformas para circulação de seu trabalho.
E pra finalizar, ta faltando pesquisa e sobrando generalizacão. Colocam todos os festivais no mesmo bolo como se fossem iguais e formassem um cartel, isso é besteira, bobagem, se começarem a estudar perfil por perfil, programaçao por programação vão entender mais o que ta rolando.
Vamos debatendo.
abs!
Capilé,
Meu arroto de verdade cabe em três linhas: existem bandas que tocam mais do que outras nos festivais. Você conseguiria desmentir essa afirmação que fiz em três linhas? Ou vai continuar tergiversando sobre esse mundo maravilhoso e fake de que todo mundo tem o mesmo espaço e faz a mesma quantidade de shows?
Abraço
Terence, vamos relembrar alguns fatos, até pq se o lance é ética e justiça, temos q ser fiéis aos fatos, pra não virar uma guerra infundada, pautada numa disputa de interesses e vaidade, que para mim não acrescenta nada, e pode ser travada em qq outro campo, que não esse, inclusive no campo judicial.
Quem levantou a idoneidade do trabalho realizado pelo coletivo Pegada e consequentemente do CFE, e da Abrafin, foi vc. Quem colocou termos como valerioduto, cadeia, lama, num texto público, no principal jornal de Minas Gerais, foi vc. Um encontro presencial e exaustivo foi feito em Belo Horizonte, com a presença de todos os envolvidos, para esgotarmos esta história e quem continuou batendo nesta tecla, e questionando não só a idoneidade do processo, mas o valor do trabalho realizado pelo Pegada foi vc. Depois disso, quem continou fazendo acusações descabidas, falando em laranja, em verba de Pegada, acusando quem tá trabalhando duro, de forma leviana e irresponsável, mesmo depois de todos os esclarecimentos feitos presencialmente foi vc. Quem é este laranja que vc coloca no texto? Quem são os membros da Abrafin q discordam do nosso trabalho? Quem são os oportunistas? Vc fica fazendo colocações genericas, levantando dúvidas em processos, que como vc mesmo admitiu, vc não conhece e não tem interesse em conhecer, já que pra vc o que importa é música, e ainda fica querendo manter a pose de jornalista imparcial, ou de amigo do presidente da entidade, mesmo depois do Fabricio já ter te dito presencialmente o quanto vc estava sendo leviano com todas estas suas acusações infundadas. Vc fica citando a Abrafin, levantando uma possível divisão dentro da entidade, de forma obscura, tentando desestabilizar as relações internas de uma entidade tão importante hoje , e vem falar q meus comentários são ridículos e não merecem atenção. Quem trouxe esta discussão pra cá e colocou as coisas de forma irresponsável, mesmo depois de tudo o q foi conversado no debate durante o Conexão Vivo foi vc. Ou seja, dizer q eu fui agressivo é no mínimo uma grande incoerência. Olha o nível das suas respostas para o Zé Flávio, e a gravidade das suas acusações, antes de procurar fazer julgamento vazio e leviano.
Vc poderia muito bem ter me ligado pra discutirmos isso pessoalmente, como fez em 2007 pra pedir pra eu colocar uma banda no Jambolada, o Falcatrua, coincidentemente banda não citada por vc hj como as bandas boas de Minas Gerais. Será que havia algum tipo de interesse especifico naquela sua indicação? Eu nunca questionei isso e nunca trouxe isso a público. Agora, vc querer dizer q não deve explicações sobre o seu trabalho, é que é um grande absurdo, já que vc é funcionário de uma T.V pública, e se os festivais q recebem verba pública tem q prestar conta, vc também tem. E por favor, não me diga que esta cena q vc cobre a 13 anos eu só descobri agora. Só com o Porcas Borboletas são 10 anos de trabalho, 5 edições do festival Jambolada, e 3 anos com o espaço cultural Goma. Engraçado como de repente, o trabalho que foi inclusive referencia para o nascimento do Garimpo, em Belo Horizonte, se transforma em coisa de menino. E olha que isso foi colocado no programa Alto Falante, durante a primeira edição do Festival Garimpo, que fiz questão de acompanhar, e que inclusive o Porcas Borboletas pagou para se apresentar, recebendo só hospedagem e alimentação, pq acreditava no projeto e na necessidade de prestigiar o trabalho que vcs desenvolvem. Já que o debate aqui é sobre pagamento de cachê, achei q esta informação merecia ser evidenciada.
Como disse o Fabricio Nobre, seu herói, a realidade hoje é outra, e vc como jornalista deveria estar preoupado em entende-la, ao invés de defender seus interesses e atacar quem trabalha de forma integra. Acreditava q depois do debate em B.H as coisas tinham sido esclarecidas, mas diante de tudo q vc colocou aqui, acredito q este Fórum já não seja o espaço mais adequado para continuarmos com esta discussão, que já extrapolou o campo sadio de uma debate relevante, e como vc quis insinuar, virou caso de policia. Quem sai perdendo é a música mineira, que poderia caminhar unida, se os homens conseguissem entender o trabalho que os meninos estão fazendo.
No dia, em que Neymar e Ganso, ficam de fora da Copa do Mundo, por serem meninos e moleques, acho q vc podia muito bem se juntar ao Dunga, e torcer para o caneco vir, pq eu prefiro continuar torcendo pela molecada, pq outras copas virão, assim como outros festivais…
Mac,
Fake é fazer uma pergunta dessa querendo tres linhas de resposta mesmo sabendo de todas as variaveis que envolvem shows de bandas no Brasil. Em nenhum momento disse que todo mundo toca o mesmo tanto, isso só seria possivel se tivessemos uma regra nacional dizendo que banda só poderia tocar uma vez por ano em festival, ai sim teriamos numeros identicos. O que estamos debatendo é se esse tocar mais configura uma panela ou não ja que essa é sua acusação fake e sem pesquisa nem embasamento e os argumentos explicando que não são uma panela estão todos ai em cima, o resto é vc ir pesquisar pra parar de falar o que não sabe.
abs!
Não tenho banda e não sou produtor. Sou o que aqui, ninguém ainda citou: público.
Moro em BH e conheço de perto a cena da cidade e do estado, ainda mais os personagens citados acima, mesmo que nosso contato tenha sido até hj um aperto de mãos. Acho que a cidade precisa sim, do Pegada, do Garimpo, do Alto-Falante, do Jambolada, do Outrorock, do 53HC, do Jazz da Savassi, Festival de Violas de num sei aonde, Cidade Hip Hop, enfim… Aconteceu um fato; Coletivo Pegada ter sido agraciado por 160 mil reais na Lei Municipal, ok? Concordo com o Terence (apesar de discordar de alguns pontos nervosos do seu texto), que a coisa deveria realmente ter sido colocado às claras. Assisti ao debate do dia 21/04 na Conexão Vivo pela internet e pelo meu entendimento, as coisas só ficaram ainda mais nubladas. O que o Lucas falou acima, sobre esclarecer algo que foi esclarecido à exaustão, não é verdade. Palavras e acusações de ambos os lados, não bastam. Muito menos esclarecem. Acho que o certo que deveria (deverá) acontecer é uma auditoria na forma como foi licitado o processo. Isso sim colocaria às claras a questão da curadoria e divisão financeira do edital. É dinheiro público, é lógico e evidente que deve-se tomar um cuidado redobrado com o que é público. O texto do Terence acabou criando um monstro divisor; um muro que, imagino, deverá demorar e muito a ser demolido, infelizmente; de um lado, os entusistas do Fora do Eixo e Coletivos, jovens com ideias e ideais. E de outros, profissionais que sempre se pautaram pela música e fizeram muito pela cena independente. E sim, merecem respeito pela história que construiram e controem. Eu nunca teria ouvido falar em Calango ou Bananada e no surgimento de 9 em 10 bandas independentes boas se não fosse o Alto-Falante. O Terence várias vezes perdeu a cabeça e a razão aqui, mas não foi o único. É muito comodo, por exemplo, o Alex Antunes vir a uma discussão como essa e chamar alguém de besta. Eu assisti o debate no Conexão e em momento algum vi o Cláudio chamado alguém de besta. Assim como o José Flávio Jr., que o chamou de mal-caráter. Então, quem está afim de criar mal-estar aqui? Nadar a favor da maré é fácil, difícil é dar braçadas contrárias. Por fim, proponho (sei que como público apenas, pode soar utópico), que haja um encontro entre Alto-Falante e Coletivo Pegada. Só entre os dois. Que seja numa mesa de buteco, na sala da casa de alguém e que eles se olhem, uns nas caras dos outros, e peçam desculpas e obrigado mútuos e veja se daí pode sair algum tipo de acordo, aonde o respeito possa prevalecer. Como (tele) expectador, gostaria de assistir o Alto-Falante cobrindo o Festival do Pegada, se ele for realmente relevante, evidente. Fica aí minha contribuição pra esse monte de desrespeito dito nos coments acima.
Vamos lá, Capilé:
“Fake é fazer uma pergunta dessa querendo tres linhas de resposta mesmo sabendo de todas as variaveis que envolvem shows de bandas no Brasil”
Eu pergunto em três linhas:
[i]”Meu arroto de verdade cabe em três linhas: existem bandas que tocam mais do que outras nos festivais. Você conseguiria desmentir essa afirmação que fiz em três linhas? Ou vai continuar tergiversando sobre esse mundo maravilhoso e fake de que todo mundo tem o mesmo espaço e faz a mesma quantidade de shows?”[/i]
Uma possível resposta em três linhas, ou menos.
[i]Sim, algumas tocam mais do que outras por vários motivos: cachê, postura de curadoria e aposta dos próprios artistas em festivais são três deles. Não há panela, e sim reconhecimento de quem trabalha e está a fim de circular seguindo as condições que nós temos.[/i]
A resposta hipotética acima foi retirada de um monte de pensamentos que foram debatidos aqui. Se isso configura panela ou não só vamos conseguir averiguar conforme formos estreitando a discussão nos pontos minimos (cachê, curadoria, perfil – e na validade desses parametros), que já poderiamos ter discutido uns 100 comentários atrás.
Então, voltamos ao que eu sei, e que você negava, mas que agora concorda: algumas bandas tocam mais do que outras. Quem sabe daqui a 100 comentários você concorda sobre a panela ou favorecimento, ou privilégio, seja lá o nome que queiram dar para isso, com base sustentada na argumentação de que fulano custa muito caro pra levar, sicrano está na lista negra porque falou mal da Abrafin e Joãzinho não tem perfil para participar do festival. Ou por mérito. 🙂
Grande abraço
Mac,
Em que momento eu disse que não tinha banda que tocava mais? Vc é que mudou de opiniao, saiu do foco da panela e entrou no foco de umas bandas que tocam mais que as outras.
Em nenhum dos meus posts vc vai ver eu falando que não tem bandas que tocam em alguma medida mais que as outras, o que sempre defendi é que não existe panela, simples, não distorça conforme sua conveniencia. Como disse no post anterior, uma banda só nao tocaria mais que a outra se a regra fosse UM FESTIVAL POR ANO. E portanto elenquei motivo por motivo que faz com que uma banda priorize mais esse circuito do que outras, e motivo por motivo pq umas tocam mais que outras,
Mas até esse tocar mais eu deixei claro om argumentos e numeros que não é discrepante como vc tenta alegar.
Se tem alguem aqui que mudou o discursso foi vc, o que é valido e legitimo, falava muito de panela antes e agora ta conformado em debater os motivos pq umas tocam mais que as outras, ja entendendo que não são uma panela.
Ponto pra nós. rs
Avançou.
.)
Ok, Talles. Sou eu o “Monstro” desse história e você o dono da verdade! Ninguém pode questionar nada nessa impulsão revolucionária da música independente que gera contra ataques – esses, sim – pessoais? Por isso tantos comentários e todos eles numa só corrente, certo?
Quem citou o nome de quem primeiro? Quem é leviano e irresponsável, levando em conta o que você disse de forma até infantil (melhor que medíocre, né?) sobre um programa feito em uma estatal, claro, sempre com dinheiro público e sem o qual muita gente não saberia nem o que é o Jambolada muito menos quem é você?. A historinha do Falcatrua é verídica. Que incrível isso também, não é mesmo? Muito relevante. Poderia ter ligado naquela ocasião pra sugerir a inclusão do Los Porongas ou do Porcas Borboletas, ou qualquer que fosse a banda. Já sugeri, indiquei bandas pra vários amigos. Faz parte do meu trabalho. Como faz parte da vida essas sugestões serem aceitas ou não. E já aceitei várias sugestões de bandas e artistas tanto pra pauta do programa quanto para a do Garimpo. Foram vários os acertos e apostas de certa forma desperdiçadas nessa história.
Pra encerrar, lamento também a não convocação dos moleques(desses eu lamento mesmo!). Mas discutindo sobre futebol com amigos daqui, fui obrigado a concordar e aceitar o fato de que o Dunga foi acima de tudo ultra coerente com aquilo que pensa e queria pra essa seleção. O Felipão também foi coerente em deixar de fora por outro tipo de molecagem o Romário, em outra ocasião. E ficamos com o Penta. Só pra você saber, definitivamente, qual o tipo de moleque e molecagem me incomodam de verdade.
amigos, acho que eu entendi o que está acontecendo
:))))))))))))))))))))))
antes da explosão da cultura pop, o jornalista reportava com (suposta) objetividade.
depois dela, o “jornalista” (melhor dizendo o crítico e/ ou o cronista cultural) virou um surfista da opinião, uma espécie de artista do achismo
já teve sua graça (andy warhol foi andy warhol por mais do que 15 minutos; hunter thompson durou vários anos entre o momento que declarou que já estava na prorrogação e o momento em que efetivamente deu um tiro na cabeça), mas hoje a gracinha acabou.
hoje o achismo (internet) é prerrogativa de todos.
então é um bom momento para uma volta ao velho e (supostamente) objetivo jornalismo, já que as (supostas) questões levantadas são (supostamente) graves.
então let’s go. lição de casa dos jornalistas veteranos e dedicados.
a) JORNALISTA TERENCE:
Existiu um esquema de corrupção, legalmente falando, no edital de BH?
As regras do edital foram burladas, como e por quem?
Como esse esquema foi orquestrado, e a quem interessa?
O que a Abrafin, o Circuito Fora do Eixo, a SIm e o Kuru tem exatamente a ver com isso?
As direções dessas associaçoes são corruptas?
A secretaria de cultura está ativamente envolvida, ou foi enganada? Como?
Quem é precisamente o “laranja” que você cita? Laranja de quem?
O coletivo Pegada é a cabeça do esquema, ou foi usado por alguém? Quem?
Supõe-se que esse dinheiro concedido será desviado de alguma maneira? Já há indficio de superfaturamento ou uso de notas falsas?
No que esse esquema se compara ao chamado ‘valerioduto’?
Quem pode/ deve ir para a cadeia? Sob que acusações?
Se sua reportagem revelar que sua acusação de corrupção ativa é frágil e legalmente não-embasada, você tem consciência de que pode ser processado por calúnia?
Acho melhor combinar com o dono do jornal antes de publicar
🙂
Vai lá pesquisar, porra.
Se não souber como se faz jornalismo investigativo, assista Todos os Homens do Presidente, sei lá.
b) JORNALISTA MAC
Quais bandas tocam muito mais que outras no circuíto da Abrafin, que é uma suposição que você defende?
Sabendo-se quais são, que relações de produção, empresariado etc elas tem com as direções dos referidos festivais?
Seria possível que as mesmas pessoas que as empresariam e produzem fazem o possível para programá-las porque acham as bandas boas, porque adulam os amigos, ou essas bandas são efetivamente laranjas num esquema de recebimento de cachês?
Há pagamento de cachês desproporcionais à popularidade local das bandas?
Há bandas ou artistas notória e universalmente de grande qualidade musical, que sistematicamente se dispõe a tocar nos festivais e são sistematicamente excluídos?
Ou a percepção de que há artistas “necessários” que são excluidos do circuito pode ser considerada produto de circunstâncias fortuitas?
Há realmente como aferir que alguns artistas são mais “necessários” ao público do que outros?
Se essa “necessidade” é a preferência do público, a ausência de público não seria a
Que festivais da Abrafin recebem verbas públicas? De que monta?
Há indícios de que essas verbas sejam desviadas de suas previsões? Há indícios de que a prestação de contas das verbas públicas é fraudada? Há indício de que os órgãos controladores são omissos? Que orgão são esses, e como a prestação de contas é feita? Há indícios de enriquecimento ilícito entre os organizadores?
bom, hoje é terça, dia… 11 de maio. uma semana é bom para uma pesquisa inicial? marcamos para a próxima segunda, ou a outra? (é sempre bom ter um fimde no meio pra organizar o material, fazer algumas relações, organizar o pensamento e tal. não dá pra ficar só na indignação, isto é… jornalismo, e ninguém aqui é o datena, ou a tia fofoqueira da esquina)
🙂
a do mac tem uma parte inicial fácil de pesquisar, a do terence já cai direto na investigação pesada – então vamos marcar mac pra próxima segunda, terence pra outra, ok?
coloquem aqui as suas descobertas iniciais, as linhas de investigação, e a gente dá uma reestudada nas pautas, pra ver se rende mesmo uma ou duas matérias de denúncia.
senão, a gente bota alguma crônica engraçadinha no caderno de cultura
:))))))))))))))))))))))))))))
Caro Terence,
Vc mais uma vez prefere se colocar como vítima, ao invés de tratar claramente das coisas. Vc tem coragem de perguntar quem citou nomes primeiro, como se todo mundo aqui fosse imbecil. Vc vem falando em Pegada, Abrafin, Fora do Eixo, desde o início do debate, como se isso não tivesse um endereço certo, mas faz isso de forma sorrateira, e prefere criar oposições absurdas, pra se esquivar de responder as perguntas q já foram colocadas aqui de forma insistente.
Por favor, pare de se esquivar e responda: Quem é o laranja citado? É laranja de quem? Quais coletivos são oportunistas? Que conversa é essa de grana de Pegada? O Pegada pegou grana de quem? Quem foi sacaneado? Pq vc não responde a estas perguntas e assume, como fazem os homens, as acusações q vc vem fazendo. Gostaria mesmo de obter estas respostas, mas pelo visto sua falta de provas e ombridade não permite q vc responda, até pq sabe q acusações levianas podem causar um processo judicial.
Sem dúvida, o Dunga foi coerente com o q pensa, e acredito q vc também está sendo, pois ficou claro q seu pensamento está engessado, ultrapassado, e que no fundo, vc só trouxe isso a tona por interesses pessoais. Pq será q só agora vc resolveu reclamar? Antes tudo funcionava perfeitamente em Belo Horizonte e em Minas Gerais, e agora não, é isso? O Bart passou anos sem apoio, o Outro Rock nunca teve apoio, mas agora isso é um absurdo, e não tem nada a ver com a desaprovação do Garimpo. Realmente, deve ter sido o espirito de algum bom samaritano que baixou de repente e te transformou no defensor dos produtores culturais de Belo Horizonte. Durante mais de 10 anos os mesmos projetos eram aprovados em Minas e em Belo Horizonte, e vc nunca se pronunciou, mas agora, que o processo começa a se democratizar, vc vem com estas acusações e ainda se recusa a dizer abertamente o q vem falando pelos cantos. Realmente muito triste!
E o pior é que além de ser este bom samaritano, vc é também o divulgador mor de tudo o que eu faço né. Pq ter a prepotência de dizer q sem vc e o Alto Falante nem eu, nem o Jambolada seriam conhecidos, é a prova de sua arrogância, que do alto do pedestal encantado do seu programa, trouxe a tona tudo o q aconteceu na música brasileira nos últimos anos. Se for isso mesmo, eu devo estar cometendo um suícidio por criar este dissídio público contigo.
Na boa, acho melhor encerrarmos por aqui. Pq não dá pra discutir com quem fez o festival q eu realizo e a minha própria pessoa existirem. A partir de agora, como já disse anteriormente, vamos levar isso pra uma outra instância, que talvez consiga fazer justiça, e onde vc não poderá se esquivar de responder as perguntas q foram colocadas.
ah… quem é “dunga”?
:))))))))))))))))))
Capilé, muita coisa bacana foi discutida aqui, mas eu não disse em momento algum que deixei de acreditar no que escrevi no comentário 74. 🙂 Só percebi que, com você, tem que ser um passo de cada vez. O primeiro está dado.
Alex, estou a três dias de uma viagem de férias (e tenho que decupar e editar umas coisas que vão entrar no site nesses dias), mas assim que voltar farei a pesquisa, publicarei aqui no Scream & Yell (como um texto novo), e voltamos a discutir. Pode ficar sossegado que se a fogueira baixar agora, eu jogo mais lenha quando voltar. hehe. Mas já adianto que o caminho é esse. A discussão está bacana e não concordo com alguns pontos que você defende, mas precisamos de tempo pra discuti-los. E a gente vai discutir.
Abraços
Ps. Isso não quer dizer que a discussão acaba se alguém tiver assunto, dúvidas, dados pra continuar. Eu viajo, mas o site continuará sendo atualizado e os comentários (conferidos e) aprovados.
massa, mac!
boas férias
🙂
e você, terence?
aceita o comando de ralar um pouco ou vai continuar posando de “velha do ônibus”?
(aquela que nunca viu nada, mas sempre tem a dizer que “com certeza o fusca veio da rua da direita, passou o farol fechado e atropelou o rapaz”, mesmo que não tenha nem fusca, nem farol nem ninguém caído)
A verdade é que para os músicos que não se dispõe a tocar de graça esses festivais são umas bostas, porque:
1- As bandas não tem visibilidade porra nenhuma. Rola até alguma resenha em algum blog que terá uns 3 acessos e tal.
2- As bandas que vão pra frente e tocam em vários lugares e até fora do Brasil, por incrível que pareça são as bandas do Fora do Eixo e da Monstro que por mais incrível que pareça são os chefões da abrafin.
3- Se essas bandas que eles agenciam estiver tocando de graça igual eles propõe, os caras só podem ser milionários, única explicação para isso.
Essa porra ta fudendo com a música.
O Alex tocou em um ponto definitivo: jornalismo.
Colunismo caipirocêntrico e achismos acusatórios cabem em blogs amadores, mas não são jornalismo, que se faz na base da apuração pesada, documentação, cruzamento de dados, depoimentos gravados, confrontação de opiniões, checagem de fatos.
E a obrigação de fazer esse trabalho, a partir das duas grandes pautas aqui debatidas (as denúncias do Terence e desconfianças sobre panelas do Mac) é dos dois jornalistas. É pra isso que eles existem, ou podem pedir o boné.
Se os caras tem compromisso com a cena, fazer esse jornalismo investigativo é a melhor contribuição que podem dar para o desenvolvimento e qualificação do mercado musical. A real é que gasta-se espaço demais com um tipo de cobertura rasteira baseada na crítica de espetáculos, especulações sobre bandas, panorâmicas de eventos, tentativas de antecipar sucessos etc… tudo que não depende do trabalho braçal de apuração.
Jornalismo é trabalho de pedreiro também, meus caros. E o tipo de recalque que muitas vezes se vê em parte da imprensa é o mesmo que se percebe em artistas saudosos da velha indústria.
pô, mac, vai desistir agora?
Não li tudo, claro. Mas parece que o Pegada é o novo Pílula Pop. E o Alto-Falante é o velho Alto-Falante de sempre…
Marcos, eu gostaria que o meu dia tivesse 36 horas (risos).
Mas, falando sério, as cartas já estão todas na mesa independente de números. É só pegar os dois posts do Alex (328 e 366) que pode se verificar um manual de quem toca e de quem não toca em festivais. Vamos pegar ponto por ponto numa situação hipotética. Se aferirmos quem tocou em todos os festivais durante os últimos anos vamos ter uma seleção de nomes. Naturalmente vamos ter os artistas A, B e C, que tocam mais e o X, Y e Z, que tocam menos e/ou nunca tocaram. Tendo esses artistas A, B, C, X, Y e Z nas mãos, pegamos as questões levantadas pelo Alex nos posts 328/366:
01)
[i]Quais bandas tocam muito mais que outras no circuito da Abrafin, que é uma suposição que você defende?
Sabendo-se quais são, que relações de produção, empresariado etc elas tem com as direções dos referidos festivais?
Seria possível que as mesmas pessoas que as empresariam e produzem fazem o possível para programá-las porque acham as bandas boas, porque adulam os amigos, ou essas bandas são efetivamente laranjas num esquema de recebimento de cachês?
Há pagamento de cachês desproporcionais à popularidade local das bandas?[/i]
As bandas A, B e C, que tocaram mais nos festivais, naturalmente estão mais próximas da entidade do que as bandas que não tocaram. É uma simples questão de raciocínio. Por que elas tocaram mais é uma questão que pode esbarrar na qualidade (a banda ser realmente boa), na proximidade de pessoas que empresariam essas bandas com os donos de festivais (naturalmente o caminho fica mais fácil porque os dois pólos – empresário e curador – são mais próximos) e por adulação (que também pode ocorrer de forma natural, afinal, todo mundo está no mesmo barco).
Quanto a parte dos laranjas num esquema de cachês e/ou pagamento desproporcional à popularidade local das bandas, até pela postura da entidade em relação ao assunto cachês, eu, Marcelo Costa, acho improvável. A questão (inicial inclusive através da carta do João) é o não pagamento de cachês. Não me lembro de alguém aqui ter se referido a pagamentos desproporcionais. Ou seja: de cara estou isentando a entidade de lavagem de dinheiro via esquema de cachês. Não é por ai. Mas, resumindo esse tópico 1, a banda pode tocar mais por ser boa e/ou por empresários serem próximos aos curadores (o que facilita a negociação e a adulação).
02)
[i]Há bandas ou artistas notória e universalmente de grande qualidade musical, que sistematicamente se dispõe a tocar nos festivais e são sistematicamente excluídos?[/i]
Aqui já começamos a escrever o manual para se tocar em um festival da Abrafin. O artista tem que dispor a tocar. Essa predisposição tem como base vários fatores: pagar o avião e tocar sem cachê, por exemplo. Não criticar a entidade, poderia ser outro. Aqui já encontramos um objeto de exclusão natural que choca com um ponto do primeiro item: se algumas bandas tocam mais recebendo cachê (e ai independe se o cachê é muito ou pouco), porque não equalizar essa divisão de cachê montando um teto que possa fazer com que mais bandas toquem?
03)
[i]Ou a percepção de que há artistas “necessários” que são excluídos do circuito pode ser considerada produto de circunstâncias fortuitas?
Há realmente como aferir que alguns artistas são mais “necessários” ao público do que outros?
Se essa “necessidade” é a preferência do público, a ausência de público não seria a
Que festivais da Abrafin recebem verbas públicas? De que monta?[/i]
Entramos, JORNALISTA ALEX (hehe), no campo do achismo, pois se não há como aferir quais artistas são necessários, então a prerrogativa deveria ser a de que todos são necessários. Como descobrir o que é necessário e o que é desnecessário? Melhor recorrer ao manual para se tocar em um festival da Abrafin. Ali existe uma tábua de regras, as quais você comenta no post 328:
[i]artistas com cachê proibitivo e/ou agendas apertadas[/i]
De fácil entendimento, certo. Se o cara pede muito, e o festival não tem como pagar, não toca. Se ele tem a agenda apertada (por shows ou porque integrantes da banda trabalham em outras atividades) e não tem como encaixar um festival, não toca. Como diria outro, o mundo é assim. Não deveria ser, mas fazer o que, não é mesmo.
[i]artistas com perfil difícil ou controverso pra festival de rock[/i]
Aqui as coisas ficam mais turvas. Primeiro porque o conceito de rock é algo que já caiu em desuso, tão em desuso que os próprios festivais (não só os da Abrafin como outros ao redor do mundo) já abriram espaço para outros estilos. Por isso foi bacana ver o Emicida no Calango, por exemplo. Então, sob esse conceito turvo de perfil difícil e/ou controverso muita coisa pode ser excluída por achismo. “Eu acho que Lulina é difícil para o público de festival. Ela não toca”. Ela está na lista do que você cita ser perfil difícil. Ou seja, criam-se muros cerceando algo que deveria ser livre. Um dos grandes shows que vi no Calango foi do Vitrolas Polifônicas, e aquilo era praticamente MPB. E foi bacana. O público curtiu. O que é controverso e o que é difícil é tão complicado de mensurar quanto o que é necessário.
[i]artistas de credibilidade indie only e/ou superestimados[/i]
Quem tem credibilidade mainstream das bandas que tocam em festival? Muita banda tem credibilidade nenhuma, e toca. Mas toca porque é a banda escolhida pelo coletivo tal. Ou seja, estamos diante de mais uma regra que mais exclui que inclui. Qual a diferença estética do Mini Box Lunar para o Pullovers, Banda Gentileza, Charme Chulo, Pública, Poléxia, Nancy e Wry? Por que a primeira não é superestimada, e as demais são? Eles têm maior credibilidade do que os outros?
[i]eu creio que entendo mais ou menos o que o mac está tentando dizer (a abrafin e o circuito fora do eixo tem que sair um pouco de sua região de conforto e enxergar melhor uma estratégia estética pro país, que conduziria à busca de interlocução com artistas que refletem uma nova música jovem brasileira – por exemplo o júnior black, que está na aba dos “inimigos” recifences do fora do eixo)[/i]
No fundo, Alex, me parece (e posso estar errado) que se criou uma cultura de Fora do Eixo, e quem está no Eixo não pode participar. Parece isso. Porém, mais do que fora do eixo está todo mundo fora do mercado! Seria a hora das pessoas se aproximarem, circularem, trocarem informações. Acho que o Black Drawing Chalks tem muito a mostrar pro Pullovers quanto o Romulo Fróes pro Caldo de Piaba. Acho que esse trânsito livre seria um grande passo para irmos para outro patamar.
04)
[i]Há indícios de que essas verbas sejam desviadas de suas previsões? Há indícios de que a prestação de contas das verbas públicas é fraudada? Há indício de que os órgãos controladores são omissos? Que orgão são esses, e como a prestação de contas é feita? Há indícios de enriquecimento ilícito entre os organizadores?[/i]
Sinceramente, não estou preocupado com isso. Se alguém desvia verbas, que tome apenas cuidado para não ser pego com a cueca cheia de dinheiro. O ponto que estou batendo desde o início é: pagamento de cachês e uma inclusão maior que permita todo mundo que tem um trabalho legal tocar. Pagamento de cachês pode ser algo simbólico. Tem muita gente que lança um trabalho legal, que seria legal mostrar ao vivo, que iria com a passagem paga e com um cachê de, sei lá, R$ 2 mil. É muito? Talvez. Tem que se fazer as contas. O que acho problemático é se cercar de regras que muitas vezes mais excluem que incluem. É acreditar que um monte de gente não quer se dispor a tocar em festival. Como o Romulo já disse: ele quer, só não tem grana pra bancar. Porque quanto mais se criam regras, mais o sistema fica viciado, e mais parece que são sempre as mesmas bandas tocando, que não há troca de informação, e que tudo está distante. Não vamos chegar a 400 comentários a toa. E eu chego aqui achando que isso não vai mudar, mas já fico feliz porque as regras estão mais claras.
Então, Céu, Otto, Arnaldo Antunes, Erasmo Carlos, Mallu Magalhães, Caetano Veloso, Mariana Aydar, Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta: vocês só vão tocar se baixarem os cachês e conseguirem se acertar com a agenda dos festivais.
Mariana Aydar, Romulo Fróes, Lulina: vocês não vão tocar (vão encaixar um festival aqui, outro acolá, mas vão ser exceção, não regra).
Pullovers, Banda Gentileza, Charme Chulo, Pública, Poléxia, Nancy, Wry: vocês só vão tocar se conseguirem se adaptar às condições da entidade.
Eu gostaria que a entidade olhasse o lado do artista, mas as regras estão claras. Ninguém pode dizer agora que isso nunca foi falado.
Abraços
Mac
“Qual a diferença estética do Mini Box Lunar para o Pullovers, Banda Gentileza, Charme Chulo, Pública, Poléxia, Nancy e Wry?”
Isso eu fiquei curioso tambem de saber, o que faz da Lulina inadequada que não se aplica ao Mini Box Lunar, por que o Nevilton é universal e o Pullovers “coisa de indie”? Aparentemente essa diferença é bem clara pra alguns e eu mesmo fico me perguntando se esse critério é minimamente estético, um pouquinho sequer:
MiniBox Lunar:
http://tv.trama.uol.com.br/video/2061261
Lulina:
http://www.youtube.com/watch?v=Pl4itBvq80s
Nevilton:
http://tv.trama.uol.com.br/video/3209010
Pullovers:
http://www.youtube.com/watch?v=GRqoK_IAc6c
Bráulio,
se com 160 mil na mão o Pegada resolver ser o novo Pílula Pop a LMIC acaba de financiar um atentado terrorista ao bom senso.
Pelo amor de deus!!!!!
As questões comentadas pelo MAC são interessantes, o que pauta a programação de um Festival como o Dosol por exemplo é uma soma de relevância+inventividade do grupo+disponibilidade de tocar e cumprir agenda de tour+gosto pessoal da curadoria+condições dentro dos nosso padrões de contratação.
Podem ser inventadas 1001 teorias diferentes mas é apenas isso (e não é pouco) que move uma escalação em festival. E ainda levem em conta de 40 grupos que escalamos, no máximo 25 são de fora do RN, o resto é da cena local, que é quem endossa e banca toda a brincadeira! 🙂
Nossa nunca tinha visto esse mini box lunar, mas achei as mina cantando muito, mais muito parecido com a mina do Inri Cristo
A cena independente sempre rumou em direção à novas estéticas sonoras e comportamentais, até mesmo como alternativa ao que se tem fácil, já existente no mercado.
Baseado nesse conceito, eu pergunto: esse Mini Box Lunar não é um rascunho de “Mutantes” ou algo do gênero?
Não é desmerecendo a banda, mas não vejo ponto algum para serem apontados como algo revolucionário, do outro mundo…
“e você, terence?
aceita o comando de ralar um pouco ou vai continuar posando de “velha do ônibus”?
(aquela que nunca viu nada, mas sempre tem a dizer que “com certeza o fusca veio da rua da direita, passou o farol fechado e atropelou o rapaz”, mesmo que não tenha nem fusca, nem farol nem ninguém caído)”
Piada, né, Alex? Sabe o que é câmera, ilha de edição, 13 anos de programa em tv pública, madrugadas e mais madrugadas de ralação em festivais pelo Brasil?
Quem é a velha caduca, então? Já lhe disse e repito: vá trabalhar, jornalista Alex!
Em primeiro lugar gostaria de parabenizar o Marcelo do S&Y pela abertura deste debate com a publicação da carta do João Parahyba.
Lendo a carta do João vejo claramente uma visão de ordem prática; tem dinheiro público para fazer projetos. Que bom! E estes projetos envolvem a classe a artística?! Maravilha! Então seria óbvio que o artista fosse colocado na planilha de custo para ser remunerado. Simples assim.
Mas se ele não gritasse muito provavelmente este pequeno “quesito” seria cortado do orçamento, pelo discurso já viciado de muitos organizadores de Festivais que sistematicamente e até politicamente defendem a não remuneração dos artistas e músicos nesses eventos, pela divulgação, circulação etc. e tal. (isso é como rádio na antiga lógica do mercado). Acredito até que o não pagamento de cachê para ilustres desconhecidos curados pelos editais seja pensado, mas que pelo menos com condições dignas, o Conexão Vivo é bom exemplo de tratamento digno aos artistas.
O debate foi para todos os lados, muitos insultos e acusações, mas isso não leva a nada. O que realmente está em pauta aqui é a valorização do artista como trabalhador, de qualquer região, segmento ou gênero.
Depois da carta do João Parahyba os projetos referentes aos Festivais e Mostras apresentados no Fundo de Cultura mudaram um pouco, mas pelo seu apelo enérgico. Mas até hoje ainda tem resistência… o próprio Pablo Capilé disse: “passagens e hospedagem podem ser considerados cachê” na última reunião da Rede Música Brasil. Mas se há linha orçamentária para tudo nestes projetos porque o cachê não pode ser colocado independente das passagens e hospedagens. Um desgaste desnecessário com a classe artística, que é sempre foi o sujeito de todas estas ações.
Vejam – Dinheiro Público
A proponente ganha, o produtor ganha, o coordenador ganha, o palco e a luz ganham, a bilheteira ganha, a van ganha, o pipoqueiro ganha, o bar ganha, as putas da cidade ganham, o traficante ganha. E todos têm que ganhar mesmo! Cada um com seu trabalho.
Mas porque esta resistência… este discurso que o artista e o músico não devem ganhar por seus serviços?! Isso porque sem eles não existe festival e nem mostra de música.
Coisa estranha isso?! Artista é menos que “pedreiro” neste caso.
Precisamos lutar para que este dinheiro seja bem gasto, e que todos os festivais e mostras que são importantes, de entidades ou não, contemplem todos os quesitos orçamentários, pagando todos aqueles que trabalharam para realização dos eventos.
….só isso já é uma grande vitória.
Ainda temos muitos problemas na música brasileira, comunicação é a principal….nestas redes e grupos 20 trabalham, 60 criticam os que trabalham e não saímos do lugar … e o resultado é que 500 mil artistas não se aposentam, não tem plano de saúde e nem o devido respeito.
Nossa música não é conhecida nem por nós mesmos! Não saiu dos nossos quintais do eixo e dos foras do eixo.
Somos uma única nação e se não começarmos pensar em unidade em vez de dividir em facções não vamos nunca entrar num acordo, e chegar a lugar algum.
Abs,
James Lima
Music News
Sobre a polêmica relacionada às Leis de Incentivo em Minas, postei um texto em
http://nagulha.com.br/organizar-ou-desorganizar/, que aborda além disso, modelos de representação e mudanças no sistema público de financiamento, numa tentativa de colaborar um pouco com o debate e esclarecer pontos especificos citados aqui por alguns.
Infelizmente não dá para publicar aqui como post porque ficou meio longo, tem imagens e planilhas, etc. Estou também enviando para o Mac por e-mail, caso ele queira publicar aqui.
Abraço.
mas, JORNALISTA TERENCE, apesar das madrugadas de ralação, você consegue tirar um tempinho para escrever artigos esquisitos e insinuantes.
vamos supor, um pouco absurdamente, que eu sou seu leitor e confio em você
🙂
então estou encafifado com esse artigo onde você junta termos como valerioduto, mar de lama, laranja e cadeia (sinônimos de corrupção, se eu não estou delirando) aos coletivos nacionais e locais.
e depois de um debate presencial, onde você se portou um pouco como poltrão (não dando nome aos bois, e chamando a intriga toda de “questionamentos”), continua sustentando que “não muda uma palavra” do que afirmou.
mas você afirmou o que mesmo?
jornalista, supõe-se, tem um certo treino com a apuração e a responsabilidade do que veicula.
ora, JORNALISTA TERENCE, eu, seu leitor, estou à espera de que, se realmente há algo desonesto acontecendo, você aja como esse jornalista que bate no peito para dizer da sua jornalística condição, e me conte qual é a real, com palavras menos metafóricas.
ã?
Queridos,
Acho que tem alguns bons pontos aqui, mas em geral ta parecendo debate político. O moço da Folha tem razão nisso.
Acho que o Alex Antunes colocou uma coisa fundamental: ninguém vai ficar feliz de ficar de fora, mais ou menos pelo mesmo motivo que o Adriano não ficou feliz de estar fora da seleção. Mas o lado complicado, Alex, é quando vc tem dicernimento e até treinamento e nota “poxa, o meu trabalho é melhor que este, que este e que este”. Vc nota que a escolha não é qualitativa e isso chega a ser triste, pois não há mais aposta num bom artista. O que o artista precisa fazer é se auto-promover bem. E isso, em geral, o bom artista não faz.
Eu ja estive do outro lado, fazendo curadoria, e sei como é difícil, ainda mais quando são várias pessoas.
Eu acho que o Mac fez colocaçõs inteligentes e o Capilé, contrariando a minha expectativa, foi convincente na resposta.
Então me parece que é hora de dar o próximo passo: na prática, o que será feito. Faremos a droga do debate? Quando e onde?
Vamos tirar os nossos mortos do campo de batalha? Eu estou disposto a contribuir com tudo o que sei, aprender, acertar e até errar. Mas acho que é hora de ir pra frente e fazer alguma coisa a partir disto, por mais idiota ou piegas que isso possa soar.
Meu email é emirruivo@yahoo.com.br . Aguardo contato.
Abs
já o JORNALISTA MAC, apesar das férias iminentes, pegou o touro a unha
🙂
alguns pontos:
“Aqui já começamos a escrever o manual para se tocar em um festival da Abrafin. O artista tem que dispor a tocar. Essa predisposição tem como base vários fatores: pagar o avião e tocar sem cachê, por exemplo. Não criticar a entidade, poderia ser outro. Aqui já encontramos um objeto de exclusão natural que choca com um ponto do primeiro item: se algumas bandas tocam mais recebendo cachê (e ai independe se o cachê é muito ou pouco), porque não equalizar essa divisão de cachê montando um teto que possa fazer com que mais bandas toquem?”
quem está dizendo que há bandas que tocam mais E ainda recebem cachê é você.
minha experiência me diz o contrário: o povo que mais circula, como o macaco bong, é o que está mais empenhado em circular, e não em receber cachê.
pelo contrário, uma banda como o macaco frequentemente empresta seu bom nome para abrilhantar festivais (e outros eventos) sem receber, até onde eu sei
“não há como aferir quais artistas são necessários, então a prerrogativa deveria ser a de que todos são necessários”
simplesmente não cabe. há muitos mais artistas do que vagas nos festivais
“Se o cara pede muito, e o festival não tem como pagar, não toca. Se ele tem a agenda apertada (por shows ou porque integrantes da banda trabalham em outras atividades) e não tem como encaixar um festival, não toca. Como diria outro, o mundo é assim. Não deveria ser, mas fazer o que, não é mesmo”
aqui dá pra dar um exemplo bastante prático.
um festival novo e sem patrocínio (exceto apoio da prefeitura) procurou o caetano veloso, pensando em fazer a dobradinha caê/ do amor.
resposta: caetano estará na europa na data do festival. de qualquer modo seu cachê é de cerca de 25 mil, e o orçamento total do festival de cerca de 70 mil.
sentiu o drama?
“Aqui as coisas ficam mais turvas. Primeiro porque o conceito de rock é algo que já caiu em desuso, tão em desuso que os próprios festivais (não só os da Abrafin como outros ao redor do mundo) já abriram espaço para outros estilos. Por isso foi bacana ver o Emicida no Calango, por exemplo. Então, sob esse conceito turvo de perfil difícil e/ou controverso muita coisa pode ser excluída por achismo. ‘Eu acho que Lulina é difícil para o público de festival. Ela não toca’. Ela está na lista do que você cita ser perfil difícil. Ou seja, criam-se muros cerceando algo que deveria ser livre. Um dos grandes shows que vi no Calango foi do Vitrolas Polifônicas, e aquilo era praticamente MPB. E foi bacana. O público curtiu. O que é controverso e o que é difícil é tão complicado de mensurar quanto o que é necessário”
concordo. mas aí é o caso de uma curadoria sagaz, ou uma organização local com um certo feeling para a variedade. isso é uma cultura de diversidade que se cria aos poucos
.
“Quem tem credibilidade mainstream das bandas que tocam em festival? Muita banda tem credibilidade nenhuma, e toca. Mas toca porque é a banda escolhida pelo coletivo tal. Ou seja, estamos diante de mais uma regra que mais exclui que inclui. Qual a diferença estética do Mini Box Lunar para o Pullovers, Banda Gentileza, Charme Chulo, Pública, Poléxia, Nancy e Wry? Por que a primeira não é superestimada, e as demais são? Eles têm maior credibilidade do que os outros?”
cara, a graça da minibox lunar é que ao mesmo tempo é uma banda “fofa” na estética e extremamente politizada na atuação no coletivo. eu acho isso uma qualidade interessante (já tirei sarro pessoalmente deles quando o público queria conversar sobre comportamento bi-curious, e eles ainda não sabiam bem o que responder), porque é essa busca da completude que me interessa.
wry, por exemplo, é o oposto. uma banda que acreditou que mudar de país era melhor que mudar o país. sacas? wry soa bem, mas me soa mal. algo assim.
“No fundo, Alex, me parece (e posso estar errado) que se criou uma cultura de Fora do Eixo, e quem está no Eixo não pode participar. Parece isso. Porém, mais do que fora do eixo está todo mundo fora do mercado! Seria a hora das pessoas se aproximarem, circularem, trocarem informações. Acho que o Black Drawing Chalks tem muito a mostrar pro Pullovers quanto o Romulo Fróes pro Caldo de Piaba. Acho que esse trânsito livre seria um grande passo para irmos para outro patamar”
genericamente, concordo. claro que existe uma “ecologia” fora do eixo, como existe uma “ecologia” scream and yell. por isso é que digo que um projeto estético poderá levar o fora do eixo a buscar diálogo com gente como o júnior black (foi o exemplo que pincei em outro post)
“Pagamento de cachês pode ser algo simbólico. Tem muita gente que lança um trabalho legal, que seria legal mostrar ao vivo, que iria com a passagem paga e com um cachê de, sei lá, R$ 2 mil. É muito? Talvez. Tem que se fazer as contas”
yep
“Não vamos chegar a 400 comentários a toa. E eu chego aqui achando que isso não vai mudar, mas já fico feliz porque as regras estão mais claras.
Então, Céu, Otto, Arnaldo Antunes, Erasmo Carlos, Mallu Magalhães, Caetano Veloso, Mariana Aydar, Ronei Jorge e os Ladrões de Bicicleta: vocês só vão tocar se baixarem os cachês e conseguirem se acertar com a agenda dos festivais.
Mariana Aydar, Romulo Fróes, Lulina: vocês não vão tocar (vão encaixar um festival aqui, outro acolá, mas vão ser exceção, não regra).
Pullovers, Banda Gentileza, Charme Chulo, Pública, Poléxia, Nancy, Wry: vocês só vão tocar se conseguirem se adaptar às condições da entidade.
Eu gostaria que a entidade olhasse o lado do artista, mas as regras estão claras. Ninguém pode dizer agora que isso nunca foi falado”
pô, eu não sou da diretoria da abrafin
🙂
desde quando o que eu escrevo é regra?
fora o primeiro item, que é bastante prático (já ouvi dizer que o ronei está pensando em montar uma banda ‘b’; como o lucas santtana tem uma ‘b’ no rio e uma ‘c’ em salvador), os outros são por sua conta.
eu mesmo acabo de levar o rômulo pra um debate no conexão vivo, aproveitando que ele já tinha entrado na nossa curadoria, e ando ansioso pra rever um show da céu.
“Acho que o Alex Antunes colocou uma coisa fundamental: ninguém vai ficar feliz de ficar de fora, mais ou menos pelo mesmo motivo que o Adriano não ficou feliz de estar fora da seleção. Mas o lado complicado, Alex, é quando vc tem dicernimento e até treinamento e nota “poxa, o meu trabalho é melhor que este, que este e que este”. Vc nota que a escolha não é qualitativa e isso chega a ser triste, pois não há mais aposta num bom artista. O que o artista precisa fazer é se auto-promover bem. E isso, em geral, o bom artista não faz”
aí, emir, algumas perguntas têm que ser feitas.
o artista em questão mandou seu material, e se certificou de que ele foi recebido?
o artista em questão tem razões pra crer que o festival têm outras referências da sua existência (matérias publicadas, boas atuações comentadas etc) ou ele pode simplesmente ter caído na “massa opaca” de centenas de materiais recebidos?
o artista em questão mora medianamente perto do festival? recebeu alguma sondagem de ir por sua própria conta?
o artista em questão tem MESMO algum público no local do festival? recebeu alguma sondagem de tocar sem cachê?
o artista em questão faz parte de algum subgênero específico?
o artista não pode simplesmente comparar a qualidade de seu som com os outros escalados e se sentir injustiçado.
tem gente que vai porque já tem público local.
tem gente que vai porque já tem reconhecimento no circuíto.
tem gente que vai porque está nacionalmente comentado.
tem gente que vai porque é expoente de algum gênero (rock pesado ou hip hop, por exemplo) que tem forte demanda local.
tem gente que vai porque é da “cota” da cena local.
e assim por diante.
é uma equação.
meio que uma classificação por pontos corridos, e não um mata-mata (arre, malditas metáforas futebolísticas)
Alex, vc tem toda a razão, e é exatamente por isso que eu lamento o sumiço da aposta. Por que a gente entra no “quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha”. Estão lá os “com reconhecimento no circuito”. Mas como raios alguém há de ser reconhecido no circuito se as portas e janelas são vedadas?
Duas perguntas:
1) Porque é legal chamar o brincado de deus e Killing Chainsaw de genericos e derivativos para desqualificar os argumentos do Alvaro, mas nao se faz o mesmo com o Black Drawing Chalks?
2) Se o Macaco Bong esta mais empenhado em circular do que em receber cache, eles vivem de que?
Como eu acho que a discussao em torno da grana e da aplicacao das verbas publicas ela estacionou e congelou, queria voltar a conversa um pouco para a musica.
Falando como publico, alguem que vai aos shows para se divertir, encontrar os amigos e beber cerveja, me preocupa o crescimento apenas horizontal dessa nova cena.
Foram criados festivais, pontos de cultura, espacos para shows, otimo. No entanto me parece que a producao musical nao acompanhou esse processo e as bandas simplesmente nao conseguem se tornar relevantes o suficiente para cair no gosto da rapaziada, seja por falta de talento ou por falta de estrutura (e ai voltariamos a questao dos caches, mas isso fica pra depois).
Tomando como exemplo o ultimo Se Rasgum, em Belem, as bandas que fizeram shows com verdadeiro apelo de massa:
Pinduca (40 anos de carreira), Pato Fu (18 anos de carreira), Comunidade Ninjitsu (14 anos de carreira), Gabi Amarantos (oito anos de carreira), Nacao Zumbi (16 anos de carreira).
No festival de 2008 tivemos uma honrosa excecao com o Montage (mas restrito ao segmento gay e hipster) quando os dois grandes shows do Se Rasgum foram Autoramas e PLEBE RUDE.
E ai surge o argumento que os tempos sao outros, que nao se pode mais pensar em sucesso como se pensava nos anos 90 e que ser independente no Brasil nos anos dois mil e isso mesmo.
Discordo, Ivete Sangalo ocupa o espaco que o Skank ocupava na decada passada e Avioes do Forro, talvez a unica banda realmente independente do Brasil, toca pra 100 mil pessoas em Sao Luiz do Maranhao e prensa 150 mil DVDs POR SEMANA.
Entao, sim, alguem esta fazendo sucesso, lotando feira agropecuaria e recebendo cache. E nao sao as bandas da cena independente.
Meu palpite: a presenca do dinheiro publico pode fazer com a musica o que fez com o cinema, como e investimento a fundo perdido nao gera a preocupacao de ter lucro, de criar mercado.
E como as bandas nao saem do patamar do amadorismo, pois nao recebem cache, nao conseguem se profissionalizar ao ponto de viver so para a sua arte, para a criacao artistica como um todo, uma vez que precisam fazer o corre diario para sobreviver e nao tem tempo pra perder com a boa e velha arte da composicao.
“2) Se o Macaco Bong esta mais empenhado em circular do que em receber cache, eles vivem de que?”
Como se alguém sobrevivesse só de tocar em festivais né. O que o alex ta falando é sobre festivais cara e nós não sobrevivemos de festivais, mas com certeza boa parte de nossa sobrevivencia vem do que os shows nos festivais nos proporcionaram. Boa parte da formação de nosso publico, boa parte da midia expontanea gerada, boa parte de centenas de outros convites bem remunerados que surgiram depois de termos tocado em festivais, nossas viagem para a gringa todas foram pós shows em festivais e dezenas de outras coisas que os festivais proporcionam que facilitam demais a sustentabilidade de uma banda.
Vladimirzinho do meu coração,
Para de comparar a realidade de hoje em dia com os anos 90, a Ivete, o cinema brasileiro e sei lá mais o q. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Se vc ficar nessa, não vai entender nada nunca. Arruma outra coisa pra se preocupar. Vai pesquisar a história e os métodos de cada um, pode ser um bom começo. Vc vai notar a brutal diferença entre uma coisa e outra.
Tem muita gente recebendo cachê sim, vc é q não tá sabendo.
Pelo seu depoimento, tiro uma conclusão sobre música e performance de palco: experiência pode fazer a diferença. Nada além disso.
Os caminhos estão mais abertos do q nunca. Pra quem quer andar com seus próprios pés. Eu não quero receber uma parte mínima do q rende um show. Aviões do Forró comigo não. Como escreveu um amigo meu: as transparências enganam.
vlad
“1) Porque é legal chamar o brincado de deus e Killing Chainsaw de genericos e derivativos para desqualificar os argumentos do Alvaro, mas nao se faz o mesmo com o Black Drawing Chalks?”
não é pra mim essa pergunta, né?
se for, relê o que eu já escrevi.
“No entanto me parece que a producao musical nao acompanhou esse processo e as bandas simplesmente nao conseguem se tornar relevantes o suficiente para cair no gosto da rapaziada, seja por falta de talento ou por falta de estrutura.
Tomando como exemplo o ultimo Se Rasgum, em Belem, as bandas que fizeram shows com verdadeiro apelo de massa:
Pinduca (40 anos de carreira), Pato Fu (18 anos de carreira), Comunidade Ninjitsu (14 anos de carreira), Gabi Amarantos (oito anos de carreira), Nacao Zumbi (16 anos de carreira).
(…) Ivete Sangalo ocupa o espaco que o Skank ocupava na decada passada e Avioes do Forro, talvez a unica banda realmente independente do Brasil, toca pra 100 mil pessoas em Sao Luiz do Maranhao e prensa 150 mil DVDs POR SEMANA.
Entao, sim, alguem esta fazendo sucesso, lotando feira agropecuaria e recebendo cache. E nao sao as bandas da cena independente”
aí você está misturando dois fenômenos diferentes.
a) o pop não tem produzido nada de verticalmente relevante. e não creio que seja exatamente por falta de talento nem por falta de estrutura – mas por uma incapacidade de capturar o zeitgeist do momento E trabalhar com alguma densidade artística ao mesmo tempo.
lady gaga faz isso. emo no brasil faz isso, mas em geral o som é chinfrim.
tem uma banda que pode fazer muito esse papel que é o r. sigma do rio, uma combinação muito foda de lamento emo (vocais, letras) com math rock (o resto do instrumental).
mas tem outras bandas que estão investindo numa certa parada mais descontraída que pode render algo em breve. trabalha-se para isso nesse exato momento.
b) a pegação escapista-playba-descerebrada (ivete, aviões) que não trabalha com nenhuma sutileza de zeitgeist.
mas não é essa juventude que interessa, ou pelo menos não é dela que parte a reciclagem (quando algo bom virar modinha, ela adere).
emir
“Alex, vc tem toda a razão, e é exatamente por isso que eu lamento o sumiço da aposta. Por que a gente entra no ‘quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha’. Estão lá os ‘com reconhecimento no circuito’. Mas como raios alguém há de ser reconhecido no circuito se as portas e janelas são vedadas?”
isso se chama “ardil 22”
🙂
mas algumas bandas tem furado o bloqueio, é só ver as listas de circulação de 2 anos atrás e as deste ano.
SE o catatau, por exemplo, não tivesse torpedeado a abrafin exatamente quando estava posicionado pra circular muito, ele hoje seria a ponte ideal entre dois universos, o fora do eixo e o criticamente aclamado.
Alex, na questão do Zeitgeist eu acho que vc pegou na mosca. Na música pop independente, a última geração a fazer isso com sucesso foi a geração de Racionais, Gog, Sabotage etc. Com isso, principalmente por causa do talento do Mano Brown pra sintetizar o que ele ouvia e já tinha ouvido em todo lugar, esse pessoal construiu um circuito de abrangência nacional. Foram as músicas desses caras e a identificação com o público que construiu isso. E pra conseguir esse tipo de resultado não adianta conhecer a maior coleção de discos do mundo e nem ter estratégias mirabolantes (isso tudo ajuda), mas daí é vivência e talento mesmo.
O que me anima no circuito dos festivais é que dessa vivência de criar um circuito e de construir as coisas em conjunto. Essas cenas locais que nascem muitas vezes da vontade de tocar no festival podem potencializar umas coisa muito legais e, dependendo da sensibilidade pra captar essas vivências, originais.
Não sei se isso pode contribuir para o debate aqui, mas acho que um minimo acrescenta. colaborei como curador de um festival esses dias junto com pessoas de outros estados e de formaçåo bem diferentes da minha. De mais de 500 inscritos, excetuando artistas que já conhecíamos e sabíamos que eram foda, que tinham bom show, apenas 2 se destacaram. 2 entre 500. isso é panelismo? de jeito nenhum. fuçamos até o fim pra ver se tinha algo que poderíamos descobrir de novo. haja paciência de ouvir tanta coisa ruim. E falo de opinião unânime. Apenas 2 entre 500 tinham algo de interessante a dizer. Provavelmente seja por isso que um mesmo grupo de artistas se revezem nos festivais, que são os que se destacam. mas nåo quero entrar em julgamento aqui, nem chegar a conclusões. só achei que era um dado curioso e um tanto lamentavel.
eu ia discordar do miranda, dizer que são mais que 2, talvez 4
🙂
mas essencialmente concordo com o que ele quer dizer.
o problema é que a gurizada já tem um template de “atitude rock” na cabeça (ou de “atitude samba”, ou “atitude hip hop”, tanto faz), e aí faz um ajustezinho pessoal e fica esperando o reconhecimento (porque a espera do reconhecimento também está nesse template psíquico).
e aí faz umas coisas muito sem sentido, muito sem uma “chama essencial interna” (sorry, mas não tem como descrever isso sem soar babaca), por mais bem-feitas que sejam, e fica putinho se não repercute.
e aí vêm uns caras que por uma razão ou por outra vibram em sintonia com esse vazio (por exemplo, o dum de lucca acha que pedra serve pra alguma coisa; o mac acha que terminal guadalupe serve pra alguma coisa), e ajudam o ego dos caras a se reorganizar rancorosamente em cima do fracasso.
mas na real é toda uma movimentação construída em cima do vazio e da falta de sentido, como se vivêssemos (aliás vivemos) numa espécie de filme de zumbis ou de cerumanos abduzidos.
talvez uma coisa que irrite algumas pessoas quanto ao fora do eixo é que ele não facilita a utilização desse template – que vem sendo calibrado desde os anos 60, portanto se confunde com a “realidade”.
(se o fora do eixo propõe outro template vazio, o da “política”, é o que ainda está em aferição – mas ainda tem uma boa chance de haver vida inteligente aqui. falo isso com segurança porque já fui militante de organizações clandestinas nos anos 70, e quando saí, no começo dos 80, não era muito diferente de qualquer outro fundamentalismo, como o evangélico. mas aqui essa estrutura psíquica defensiva ainda não está cristalizada, e espero que não cristalize tão cedo).
a vantagem das cenas fora do eixo é que nelas, esse deslocamento dos centros emanadores do template (sp cidade da mtv, rio cidade das gravadoras etc) produz um certo reavivar de energia. em rio branco, em macapa, em belém, em uberlândia, em cuiabá etc ainda se trava um embate por um projeto alternativo de brasil, um atalho que NÃO passa por onde rio e sp passaram, ao se meterem num beco psíquico sem saída.
na verdade, quando e se sp se assumir como uma megalópole mundial e desenraizada (e não uma cidade de imigrantes jecas judeus, italianos e japoneses guardadores de grana) e o rio redescobrir o mítico “fator guanabara” num nível menos zona sul coxinha e mais sacana, mais bastardo, as coisas também podem se destravar “no eixo”.
mas enquanto a contribuição de sp forem bandas absolutamente genéricas e sem tensão como ecos falsos e miloovik (e olha que eu acho os caras do milokovik muito legais e agradáveis), é um sintoma desse desolado vaziozão psíquico.
numa dessas, os “2 artistas” do miranda já são lucro (como ensinam os filmes de zumbis – basta ter um ou ~dois não-infectados pra tentar reverter a epidemia).
tenho 40 anos.
não sou músico, mal sei tocar alguns pobres acordes na minha guitarra, que uso só pra fazer barulho.
no entanto, adoro música – tenho mais de 3000 cds (maioria importados), 1000 vinis, centenas de livros sobre música e músicos, 5 anos inteiros da uncut e da mojo lá em casa, todas as “bizzes” dos primeiros anos, etc e tal.
venho lendo os comentários lá, desde o início, e gostaria de acrescentar a minha opinião (duela a quien duela…): de modo geral, o meu interesse é o rock e, neste sentido, acho que produzimos (brasil) muito pouca coisa relevante e de impacto nos últimos dez anos, seja independente ou não independente; o que me vem à cabeça é, basicamente, sepultura;
os motivos para isso são inúmeros e não sou o mais qualificado para discutí-los (tá fazendo o que aqui, então?), mas acho tudo de muito baixa qualidade – bandas, produtores, produtos, shows, etc…
posso estar errado, mas a minha impressão é que qualquer bandinha de merda do reino unido, por exemplo, já larga fazendo um som anos luz na nossa frente!
leio bastante o screamyell, vou atras das dicas do mac, mas, no fim, não me impressiono com quase nada… os últimos cds que lembro de ter comprado, de artistas nacionais, foram wander, frank jorge, takai…
no entanto, fora do mundinho rock, temos, por exemplo o vitor ramil, que é um expoente de qualidade, produz cds e shows belíssimos e causa um impacto mínimo fora do seu raio de ação já conhecido…
se o mundo “fosse” um lugar justo, vitor ramil seria reconhecido nacionalmente, mas o regionalismo do sul não “penetra” como os demais regionalismos… por falta de espaço ou por falta de interesse de quem ouve?
enfim, idéias mal ajambradas de um consumidor de música meio refratário a toda esta “cena”…
um exercício para pensar, falando só de rock:
rapidamente, considerando influencia+talento+obra:
– hendrix, stones, doors, velvet, led, beatles, beach boys, neil young, dylan, byrds
– agora os nacionais: mutantes, …
– nick cave, smiths, cure, jesus and mary chain, my bloody valentine, teenage fanclub, sonic youth, joy division, new order.
– agora os nacionais: legião, paralamas, …
outro exercício para pensar: caso eu fosse um multibilionário diletante e decidisse gastar uma puta grana para “estourar” 5 bandas indies nacionais, a saber: mono bong, imóveis bauhaus de caju, maxi box solar, walvermelhos e charme chulé.
meu plano de ação constaria de: “comprar” espaços jornalísticos nas publicações afins; jabazera geral para tocar no rádio (?), mteve, e outros; pessoas cuulls para divulgar minhas bandas em redes sociais; showzaços super bem produzidos nos locais mais legais do país; cds e materiais de divulgação sem limite de $ gasta na produção…
ao final de alguns meses, o país estaria dominado por várias canções dos artistas em questão, conquistado pela equação talento + divulgação. a pergunta que fica para vocês é: o reconhecimento do talento pop das mesmas ocorreu apenas em função da grana investida na divulgação e produção ou porque o talento até então latente e antes confinado a um mercado restrito pode, enfim, se mostrar?
dos meus exercícios propostos, concluo: o mercado pop e rock nacional tem exatamente o tamanho que merece, por seu talento e pelo interesse restrito…
Xará, vc não está equivocado em suas colocações. Infelizmente não. No que diz respeito a baixa quualidade das bandas nos festivais da Abrafin, ela se deve exatamente ao que já foi bastante replicado em alguns comentários acima; músicos ruins de bandas igualmente ruins se infiltram em tubos nas dezenas de coletivos existente país afora, com um interesse só: colocar sua banda medíocre pra circular. E nesse ponto, apenas nesse ponto, eu concordo com a filosofia do Fora do Eixo: eles democratizaram a “cena”. Por democraria, entenda: colocam pra circular uma infinidade de bandas horrorosas que jamais teriam palco para tocar. Para tanto, basta uma coisinha simples: ser “articulado”. Estar em um coletivo. Retuitar cada letra que Pablo Capilé e coordenadores de coletivo postam no twitter, não importando a relevância do assunto. Basta mostrar que vc é passageiro do “bonde da história”. Por que, pra esses caras (e pros jornalistas parasitas de festivais que os defendem a unhas e dentes por medo de perder regalias – Alex Antunes, José Flávio Jr. etc), quem não está no bonde, é ultrapassado e não entende do mercado. Então vc é simplesmente ignorado. Sua banda pode ser a melhor do estado, ainda assim, vc será ignorado. Então me pergunto; quem ganha com isso? O público, tenho certeza que não. Aí vem esse Ynaiã dizer que a banda, se for ruim, vai deixar de circular, pois jornalistas e público não vão aceitá-la. Pergunto novamente: essa banda será substituída por uma banda de relevância e qualidade musical comprovada? Não. E por que? Por que nos coletivos haverá centenas de músicos medíocres pra empurrar suas bandas horrorosas a todo e qualquer momento. Essa “cena” de hj é tão medíocre que eu vejo o lineup dos festivais (e, sim, a maioria bancado com verba pública) e vejo por que qualquer bandinha do interior da Inglaterra é melhor do que as 5 maiores bandas que os caras do Fora do Eixo insistem em empurrar como “o novo horizonte da música brasileira”. Como amante da boa música, quando vejo o Pablo Capilé abrir a beiça pra defender seus protegidos, só penso em uma coisa: que triste pra “cena” que tem um cara desses como salvador da cultura brasileira.
acho que é isso, né… simples, assim!!
Porcas Borboletas é ruim. Macaco Bong é ruim. Superguidis é ruim. La Pupuña é ruim. Canastra é ruim.
Tem gente que adora viver numa realidade paralela.. Ou será birrinha pela porcaria da sua banda não ser chamada?
Um pequeno adendo ao meu próprio comentário (o de nº400): por “banda de relevância e qualidade musical comprovada”, não me refiro a um “selo de qualidade” dado pelos representantes do CFE. A imparcialidade desses caras não os credencia a julgar qualidade musical de ninguém.
Concordo com o Alex quando fala do problema de bandas com ‘atitudes’ pré-concebidas demais, que se esforçam para se enquadrar em determinado tipo de sonoridade, que supostamente validaria suas existências. Porém, acho que, em toda época e em todo lugar, há um caldeirão de bandas pré-concebidas, querendo soar assim ou assado, com uma ou outra pitada de excentricidade, alguma curiosidade sonora, sem muita relação com a realidade do mundo ao redor ou apenas superficialmente conectada a essa realidade, ou seja, reagindo a ela produzindo caricaturas em vez de formas de expressão que realmente funcionam, que, de algum modo, brilham. Mas, de algum modo, desse caldeião de bandas de cartolina é que, eventualmente, como se emergindo de dentro desse vazio publicitário ou vazio indie ou simplesmente vazio de emoções, surge uma banda, um cara que simplesmente não consegue suportar esse vazio, que não se contenta com estar tocando em festivais e pegando gatinhas neo-hippies, e que só sossega quando faz algo realmente foda. No final das contas tudo começa com uma melodia realmente foda, com palavras que dizem alguma coisa. Certos jornalistas que se acham espertos gostam de falar da horizontalidade musical da ‘contemporaneidade’, como se tudo estivesse esgotado e só restasse esquiar alegremente por todas as áreas dessa horizontalidade. Eu acho que isso é papo de jornalista hypeiro de merda ou de artista cheio de imagens warholianas de sucesso e ego na cabeça. Há gente por aqui compondo músicas fodas, aos poucos, e eles vão começar a aparecer. E provavelmente não vai sair de São Paulo. Moro em São Paulo e quase todas as bandas que vejo não parecem ter a menor noção de quão sério e difícil é compôr uma canção pop hoje em dia que mereça existir, que não seja apenas papel de parede sonoro. Mas há muito mais gente por aí fazendo música. O momento é bom, justamente porque há tanta porcaria e está cada vez mais difícil maquiar isso, de modo que não tarda à música de verdade começar a ter espaço.
S&Y caminhando, com todo mérito do mundo, pra ser o site mais bacana do meio independente brasileiro. Parabéns, Mac, e espero que vc seja exemplo pro jornalistas puxa-saco do Fora do Eixo. Tenho certeza que vc não faz ideia disso, mas já é uma espécie de herói pras bandas/artistas que não compactuam com o esquema ditatorial do CFE. Abraços!
Vão se fuder de falar que a cena hoje é ruim. O que era nos anos 80 então? Quando todo mundo copiava as músicas das bandas gringas, Não só musica. Roupa, dança… Era necessidade na época, mas ninguém venha me chamar de gênio um cara que cantava oarado imitando o Ian Curtis e dançava e igual o Morrissey. Ne mesmo uma banda que se consagrou por ter um dos discos mais “inteligentes” da historia do rock brasileiro, sendo que ao menos metade do repertorio é plagio. Se alguém duvidar eu provo. Nos 90 apareceu muita coisa boa, abrasileirado ou agringaiado era tudo um estudo para a diversidade e qualidade que vivemos hoje. Anos 200 é nóis. E na boa, conversinha de falar mal do que rola nos festivais… Rodigo Coelho é o Rodrigo Coelho que eu conheço? Ô, velho…
Por favor, não confundam minha declaração ali acima sobre os 2 entre 500 com baixa qualidade do Festival em si. Ta muito boa a escalação, isso sim. O que não tinha eram boas surpesas entre os inscritoas, certo?
como eu não ouço “cena”, não compro “cena”, não tem “cena” no meu ipod nem na minha estante, continuo com o mesmo problema… o que tá faltando é boa música, qualidade… música que acrescente alguma coisa, que mude alguma coisa.
Talvez eu saiba a solução para o problema da “falta” de boa música, é bem simples: destampar os ouvidos.
Gente imitando Ian Curtis se vê em toda parte, mas não é qualquer um que tem o senso de melodia do Renato Russo. Basta cantarolar a melodia. A produção era capenga? Era. Mas as músicas colaram, porque todo mundo gosta de cantar, e as letras, de tão ingênuas, salvam-se de ser toscas. Hoje a produção melhorou muito, mas falta canção, tino para distinguir entre o que é pop e cool e o que é pop e arte. My humble opinion.
Grande Miranda, firmeza? Presumo que estás confundindos os Coelhos, pois não nos conhecemos pessoalmente não. Embora de minha parte, até gostaria de um encontro com ti. Gosto da forma como expõe alguns pensamentos, apesar de não concordar com algumas delas. Já o vi em vários debates, todos muito produtivos. E ao contrário do Finatti, não o considero um enganador de bandas não. Acho, inclusive, que o Movéis Coloniais deu um salto gigante, artístico e fonográfico, com sua produção. A história te dará razão, não um embate estúpído entre dois caras que não se gostam. E não estou falando isso pra puxar-te o saco não. Devido ao meu comentário (nº 400), pode me desancar à vontade, não ligo. Mas não mudo uma vírgula do que escrevi lá. Aliás, repito: um monte de artista nanico corre pra se filiar aos coletivos, com um único intuito: colocar sua banda medíocre pra circular. Por isso bandas boas, mas apolíticas, que não se alinham ao propósito do Fora do Eixo, estão sempre à margem desses festivais. E o mais complicado disso é ver o Capilé se referir às bandas que não se filiam ao CFE como preguiçosas. E aí vem outro parasita como esse Chick Hipólitto chamar as vozes dissonantes de “bunda mole”. Bunda mole é esse cara, que tem um talento pífio e vive de babar ovo do Capilé e Nobre no twitter, pra não perder a boquinha nos festivais e com projetos risíveis como esse com o Black Drawing. Me desculpe, Miranda. Admiro-te, mas nem por isso vou ser conivente com essa “ação entre amigos (e puxa-sacos)” que é a Abrafin/CFE/Coletivos. Independente, mesmo, é quem está fora dessa patota aí.
Vamos lá:
Existe, sim, bandas preocupadas em fazer um trabalho de qualidade. O Moveis e uma delas, o Macaco Bong, que embora nao faca um som que eu goste, e outra. O Autoramas, apesar de ser de uma outra epoca, tambem. E a lista segue com Curumin, Cidadao Instigado e uma serie de outros grupos.
Isso e uma coisa. A outra coisa sao bandas que ou nao tem o minimo de qualidade ou que simplesmente nao tem um som relevante, como os tais Black Drawing Chalks, rodarem todos os festivais e eventos ligados a Abrafin. E ai que a coisa complica um pouco pra mim, pois num mundo real um grupo com um som generico e sem personalidade como esse nao passaria da Rua Augusta. No maximo tocaria na Outs pra 50 pessoas.
E ai voltamos a questao do criterio das curadorias: qual e? E relevancia? Qualidade? Articulacao? Existem bandas melhores ou essas dai sao as unicas que prestam?
Essa e a questao mais ligada ao tema Abrafin/Fora do Eixo, mas existe uma outra que chama a minha atencao e que, pra mim, e mais importante.
Lendo todas as justificativas aqui para o fato dessas bandas nao alcancarem a massa, me parece que sao argumentos que servem mais pras bandas se convencerem disso do que para convencer as outras pessoas.
Estranho as bandas, voluntariamente, incorporarem esse discurso de que e impossivel fazer sucesso e usarem isso como norteador da sua producao. Porque ai eu acho que elas confudem a falencia do modelo anterior – que compreendia o investimento de risco, o jaba E o sucesso de massa – com a impossibilidade de criar modelos novos que compreendam TAMBEM grana, estrutura e grandes audiencias.
Alguem dessa cena esta preocupado com o aspecto pop do seu trabalho, em fazer musicas que as pessoas cantem de verdade? Ou essa justificativa de que tudo mudou vale tambem para explicar o cara que nao sabe compor um refrao? Porque se for assim, o Bonde da Historia periga de parar ali na esquina por falta de combustivel.
Só para colocar mais lenha na fogueira, alguém viu a coluna do Álvaro Pereira Júnior hoje na Folha? Essa aqui:
Se o governo cismar, o indie acaba no Brasil
Conhece Claudio Jorge Oliveira? É o nome mais importante do rock brasileiro. Mas não toca guitarra nem canta. É executivo, coordenador de patrocínios à música da Petrobras. Ele tem a chave do cofre de onde sai o dinheiro para os maiores festivais de rock indie no Brasil. Se Oliveira zerar a grana, ou a Petrobras decidir investir em coisa melhor, a cena roqueira “independente” acaba. No dia seguinte.
Para entender o indie estatal, um exemplo. Você, universitário, se considera representado pela União Nacional dos Estudantes? Claro que não. Há muitos anos, a UNE é aparelhada por um partido, o PC do B. Fiel à cartilha stalinoide, os dirigentes da UNE só têm duas preocupações: manter-se no poder e fortalecer o partido. Atualmente apoiam o governo. Estão se lixando para os estudantes.
A lógica do indie estatal é a mesma. Depois que, no Brasil, a indústria da música foi para o espaço, o Estado virou o mantenedor do rock indie. E, quando o dinheiro público começou a fluir, essa estrutura foi aparelhada por quem já estava organizado.
O indie estatal construiu uma burocracia cheia de tentáculos. Associação Brasileira de Festivais Independentes (Abrafin), Coletivo Cubo, Circuito Fora do Eixo etc. Várias entidades, poucos dirigentes.
Que fique claro: não acuso ninguém de pilantra, folgado, chupim do dinheiro público. Se chegaram aonde chegaram, se aparelharam com tanta força os patrocínios da Petrobras e de secretarias de Cultura, é porque, de fato e sem ironia, batalham e têm ideais.
Não tenho nada contra patrocínio estatal. Desde que ensine o artista a andar e depois ele que se vire. Como no Canadá, na Dinamarca, na Escócia.
Mas não é assim no Brasil. Como o cinema da época da Embrafilme, o indie estatal virou as costas para o mercado. Não se importa em vender CDs, downloads ou ingressos. Com sua estética nacional-regionalista, não quer ficar maior do que está. Não precisa de fãs, precisa do governo.
Alvaro Pereira Júnior – cby2k@uol.com.br
Essas são as revistas “formadoras de opinião”? Um absurdo ! E continua a saga dos Editais públicos, enriquecendo as máfias, empresas e jornalistas “vendidos”:
http://www.meiodesligado.com/2010/05/revistas-rolling-stone-piaui-cult.html
Bruno,todo mundo é ruim na cena agora,rsrs?
Mais um fã do Restart….
Concordo com o Miranda de que temos uma cena fantástica,no ano 2000.Fora o resto,anos 90.Quem realmente que tinha identidade nos anos 80?Titãs,Paralamas e 14 Bis,sem exagero.Ultraje eu acho também.
Não vou duvidar de um cara que só fez o primeiro dos Raimundos e do Mundo Livre S/A.
Quanto a ter noção de fazer música pop,são poucos que realmente fazem e tem uma noção do que é mesmo isso,como o Skank.Isso varia de banda pra banda.O Superguidis tem uma noção muito boa disso,das bandas atuais.Nevilton também,nem me fale.Ainda depois de ver eles na Trama.
Pelo amor de Deus, hj temos que “cena” fantástica ? Com essas porcarias de Nevilton e Macaco Bong da vida? Onde isso é pop , e pior, onde isso é bom?
Essas bandas criadas e mantidas por associações, jornalistas, e seus asseclas, não duram mais um ano na mídia.
O macaco bong era lindo quando os “tais” falavam bem, agora não passa de uma lixo, né?
Fernando, foi uma clara ironia. A cena é fantástica. Nevilton e Macaco Bong são ótimos mesmo. Quem parece que gosta de viver numa realidade paralela são os cri-cri.
Galera,
O debate presencial sobre o tema está confirmado para o dia 31/05 a partir das 18h no Studio SP.
Seria bacana que todos comparecessem para pessoalmente falarmos sobre tudo isso.
Hoje, dia 18, vai rolar também um debate la na Serralheira, eu estarei la, Ale Youssef, Pena Schimdt e mais varias bandas e produtores.
Quem quiser aparecer a porta ta aberta.
abs
“Com sua estética nacional-regionalista, (o indie brasileiro) não quer ficar maior do que está. Não precisa de fãs, precisa do governo.” E de fiéis, que é o que o Capilé e cia. estão fazendo; uma lavagem cerebral coletiva na cabeça de um monte de músico sem talento – respaldados por jornalistas sangue-sugas. Deve ter tomado algumas aulas com Edir Macedo, só pode. Eu nem concordo com os abusos que APJ escreve. Mas a frase acima foi de cortar a jugular de qq um, de tão direto que vai ao assunto. Clap, clap, clap.
Banda de jornalista anda bem quando não é só jornalista que gosta também.Eu não sou um,apesar de escrever um blog e um fotolog.A partir do momento que eles saem desses lugares é que tem algo de diferente,né?Com certeza é isso.
Agora ficar nessa de bandinha porque não consegue fazer igual é algo mediocre e desesperador.
E esse papo de estética nacional-regionalista, sinceramente, de onde o Álvaro Pereira Junior tirou isso? Só pode ser da imensa ignorância dele. Não tem outro caminho.
O jornal que ele dirige, o Fantástico, tem patrocínio do Bco do Brasil e da Petrobrás, é um exemplo de jornalismo bancado pelo Estado? Esse pessoal da imprensa é muito burro pro meu gosto, o problema é que essa conversinha convence um monte de “revoltadinhos” sem assunto.
E a conversa que o indie é subsidiado é o papo mais burro que eu já ouvi na minha vida. Só por que alguns festivais recebem apoio público. Não só os independentes, mas todos eventos da música recebem. E o mecanismo perverso de leis de incentivo deixou os custo de um show muito caros, quem não vai atrás desses instrumentos está lascado. Tratar isso como um sistema lacaio que nada tem a ver com a música é de uma sordidez inigualável.
O pior é que a anta do Álvaro Pereira ainda fica levantando o exemplo do Canadá, sem nem saber como o esquema funciona. Numa boa , é triste ver que um esforço do João Parahyba para discutir incentivo aos músicos tenha descambado numa merda dessas.
Essa conversa de que o indie é subdisiado é o papo mais burro, só por que “alguns” festivais recebem apoio, Lauro? Curisosamente os festivais que não pagam sequer transporte pros músicos são os “subsidiados” c/ grana da Petrobrás. Ponto final. Vamo parar com essa defesa cega de que o certo é isso e quem não quer ver é preguiçoso. É triste ver o Miranda vir à público defender um modelo desse apenas por que é amigo dos caras, sendo que ele mesmo já disse várias vezes da porrada de banda ruim que rola nesses festivais. E dizer que os anos 80 foram uma merda. O Lobão devia te cobrar de volta a grana que te pagou no Acústico MTV depois de uma declaração dessas. Como se essa geracãozinha Abrafin tivesse feito um milésimo do que o a 80’s fez em termos de canção, música pra posteridade. Assim como é triste ver um monte de jornalista vir à público defender o mesmo modelo, por que pra eles é comodo terem passagens aéreas e outro quetais enquanto bandas que se virem… E não me venham vomitar a suprema importância desses jornalista pros festivais, por que o merda do José Flávio Jr., por exemplo, vive ora de queimar as bandas que ele não gostou de ver nos festivais ora de encher o ouvido de todo mundo com os maiores clichês do mundo. E outros festivais recebem verba da Petrobrás sim, mas ao contrário dos independentes, pagam cachê, transporte e outros pros músicos. E isso sem contar o nível do lneup, né. Por que ficar ouvindo o tempo todo que Macaco Bong e Black Drawing Chalks são os fodaços, tenha santa paciência…
Então o Macaco Bong e Black Drawing Chalks tem uma estética nacional-regionalista?
E o patrocínio recebido pelos festivais independentes nem fecham sua conta. Sinceramente Rodolfo, até acho importante a discussao de cachês e custos (que algum dos festivais já pagam), mas perder tempo com a má fé e a sordidez dos outros realmente não me seduz.
E outra dizer que esse mercado não sobreviveria sem o patrocínio é sordidez pura. Gratuidade. Todos os festivais ganhadores passaram, cinco, oito, quinze, dezesseis anos acontecendo sem patrocínio algum. Pára pra pensar um pouco. É muita burrice achar que esses caras são os bicho-papões da verba pública. Eles são é organizados e merecem patrocínio por que dão provas que organizam um festival que mexe com a comunidade local, mobiliza uma série de cenas e que acontece de maneira organizada há anos. É isso.
Ninguém está acusando esse pessoal de ser uma máfia sugadora das tetas do governo. O que se quer basicamente é uma discussão sobre cachês para os músicos e uma seleção de bandas mais abertas, que não se apegue demais a quem ”se movimenta mais dentro da comunidade” (porque isso soa como ‘toca quem baba o ovo dos chefões”). até porque pra fazer um som realmente foda dá um trabalho fodido, então não tem tempo pra se preocupar em ir atrás de fazer coleguinhas. basta que os festivais façam uma seleção que leve em conta, acima de tudo, qualidade musical. Assim o sujeito trabalha na dele, sabendo que, se está fazendo algo foda, terá oportunidade honesta de mostrar.
Rodolfo, mais triste ainda, é ver “jornalistas”, como Alex Antunes, de “leão de chácara” da Fora do Eixo.
E o Debate? que piada…
Pois é, Lauro. Tb me interessa muito a (necessária) discussão sobre cachês para as bandas. Mas o Capilé prefere rodar o país e martelar aos quatro cantos que banda que não dispõe a rezar a cartilha do CFE é preguiçosa e fica esperando cair dinheiro do céu. Depois ainda vem dizer que banda que cobra cachê é “míope”. Piada, esse cara. Circula o Brasil inteiro com grana alheia e vem botar banca de salvador, como já disseram acima. Acho, inclusive, que banda que toca no Calango deveria não só receber cachê, mas ter o cachê dobrado, por se tratar de festival extremamente pobre, mas que o Coronel da CFE MENTE, dizendo que nele dá 4, 5 mil pessoas. No Calango que toquei, muito menos que a metade disso era realidade. E que valesse a pena mesmo, nem 10% do público. Então, bandas, um aviso: se forem tocar no Calango, cobrem cachê. E caro.
“Vão se fuder de falar que a cena hoje é ruim. O que era nos anos 80 então? Quando todo mundo copiava as músicas das bandas gringas, Não só musica. Roupa, dança… ”
Como se Black Drawing Chalks, umas das bandas que mais circula nos festivais da Abrafin, fosse de uma originalidade única né, Miranda? Som, estilo, roupas… Tudo chupado de uma infinidade de banda gringa (acho que não preciso listá-las aqui), ou eu tô ficando louco?
Acompanho o SY há anos e nunca vi tanto comentário aqui. Divertido e patético.
Patético no sentido real do termo. Patético como um palhaço triste por que nenhuma criança riu das graças e nem acreditou na fantasia.
Não há crianças aqui.
Debate? Faça-me rir… Debater o quê? Como as coisas são desde o tempo em que o macaco (com trocadilho) lutava por sua bananinha?… Como democratizar ruindade?…
Claro que artista merece dinheiro. Dinheiro proporcional ao que o mercado oferece. Mas é aquilo, né… Quando se trata de grana pública, todo mundo vira bezerrinho…
Bem… fiquem com as migalhas do governo. Pessoalmente não me incomodo em ajudar com algumas moedas.
Afinal, rock indie no Brasil é só isso mesmo: rock indie no Brasil.
Caro Rodolfo cabe às bandas escolher se vale a pena ou não tocar nas condições que o lugar oferece. Sinceramente, não entendo a sua fúria e nem sei por que vc não insiste em comentar a sordidez do jornalista. Vive numa cruzada contra um festival organizado que nunca enganou ninguém quanto às condições que ele oferece. Se ganha o patrocínio é por causa dos méritos e não deméritos.
Já disse que se os músicos querem ter direitos devem se organizar, agora reclamar das condições oferecidas pelo lugar me parece coisa de criança mimada. Não concorda com as condições , é só não ir tocar. É muito simples. Se sua música for indispensável pode ter certeza que eles irão repensar o pagamento. Se o festival se tornar desinteressante por que as bandas boas não aceitam as condições, pode ter certeza que eles perderão o patrocínio.
Não é isso que acontece. Por isso eles têm patrocínio. Pare de esbravejar e pare pra pensar só por uns minutinhos.
Ei amigão, só tem um detalhe nisso tudo: os caras/festivais recebem grana do povão, e tem que seguir normas de um estatuto, entre elas, pagar cachê para as bandas. Não é bem assim: ” Não concorda com as condições , é só não ir tocar”. Seria fácil, se fosse grana deles, e não pública, como é o caso.
Rodolfo, larga de ser jumento teimoso. Não to nessa pra defender amigo. Primeiro porque antes de amigo fui (e sou) admirador dessas pessoas que trabalham com dedicação, boa vontade e visão de mercado realmente dignas de respeito. Nenhum deles tá nessa de safado. Se qualquer um deles viaja com dinheiro seja la de onde vem, é dinheiro muito empregado, porque graças a essas viagens as coisas estão mudando e o Brasil é hoje um país que quase tem uma boa musica pop. Sem eles, será que mato Grosso, Goiás, Acre, Amapá e tantos outros estariam aparecendo como lugares produtores de musica interessante fora do regional? Esses caras e seu trabalho são uma benção para o país. Deviam mesmo ser até bancados pelo governo pra fazer isso. Contrário de uma cambada de folgado, chorão, geralmente de banda ruim que fica falando facil do trabalho sério dos outros. Não sei se é teu caso, Rodolfo, que não descobri de que banda tu é e nem o que faz de bom pela coletividade.
Quanto ao Lobão pedir o dinheiro de volta, te digo que ele concorda 100% com o que eu disse. Nós somos da mesma geração e sabemos muito bem com o que convivemos.
E João Antunes, hoje vivemos outra época, onde cada sub-genero tem 300 bandas iguais. nada de errado em parecer um com os outros nessa era. Nos 80, quando era tudo muito especifico, os plagios ficavam muito obvios. Se duvida, va conhecer musica. No caso do BDC, acho-os bem originais, cruzando Franz Ferdinand e essas bandas pop de hoje com peso e grungeira. SE metessem as caras lá fora bem poderiam se dar bem.
Na real entrei aqui foi só pra dar outro toque. Fica todo mundo reclamando do dinheiro dedicado ao rock, quando isso é uma vitoria. Antigamente o dinheiro (o mesmo) ia todo pra musica erudita e nao tinha um desses aí pra meter a boca. Tudo quietinho. Vcs mesmo que to falando. sabem que ate hoje erudito leva vantagem? Tem 100% de desconto pra incentivo, enquanto musica popular só 30%. Alguém acha isso certo? vnao reclamar de coisas que mereçam nosso tempo e atenção. De resto, somemos esfroços pela melhora de condiç˜øes gerais e pelo sucesso da nova musica brasileira.
“mais triste ainda, é ver “jornalistas”, como Alex Antunes, de “leão de chácara” da Fora do Eixo”
danilo, se quer se meter a espertalhão irônico, faça direito.
se eu sou “jornalista” com aspas ou seja, algum tipo de oportunista, não é “triste” ou incoerente que eu procure uma boquinha como “leão de chácara” do fde.
se é “triste”, é porque eu sou bom jornalista, e estou, segundo você, na trincheira errada.
mas se eu sou bom jornalista, é porque investiguei, e provavelmente sei melhor do que estou falando do que você
:)))))))))))))))))
Grande Miranda, tb sou de sua época, e conheço bem o que rolou nos anos 80. Muito bem. A grande ruindade daquela época tá representada em idiotices como Silvinho Blau Blau e Magazine. Hj Kid Vinil posa de vanguardista como se tivesse prestado grande coisa musicalmente pro Brasil. A cada bobagem que ele diz, dá vontade de virar e dizer: Sou boy.
Mas, enfim, o que quero dizer é que dessas bandas da geração Abrafin, ainda não tem UMA que demonstrasse a que veio. Que vai realmente deixar algo pra posteridade. Mas nos retwitters da vida, todos os shows das bandas Abrafin são “fodásticos”. Acho que posso chamar isso jabá, apesar de não ligar pra isso. A única coisa que me irrita no processo todo, é que nesse mesmo meio, já passou várias bandas muito boas, mas foram jogadas pra escanteio, por não se amarrarem aos mecanismos do fde. E, por favor, não insulte nossa inteligência dizendo que isso não acontece, por que aí já é demais, e nem cabe a vc se prestar a esse papel.
Danilo, os Festivais não recebem grana do povão. Recebem da Petrobrás, uma empresa que reserva uma parte de sua verba para patrocínios culturais. Se for assim, passou da hora de todo mundo decidir sobre o elenco dos filmes nacionais. Se liga!
Agrana não é pública. É um patrocínio, um investimento que a empresa faz ao vincular sua marca ao evento. Não estão cendendo o dinheiro pra uma obra social, mas para um empreendimento de méritos tão notórios que, para eles vale a pena investir.
A Petrobrás é uma empresa, não uma autarquia governamental.
Ae, João Antunes tu parece ser um cara firmeza. Diz aí umas dessas bandas pra gente ir atrás. Deve ter altos sons que já conheço, mas deve ter novidades também. Põe nomes na roda. Por sinal, era uma boa todo mundo dar dicas de bandas legais ae… abs
Miranda, numa outra oportunidade, talvez até pessoalmente, eu te direi que bandas são essas, que considero colocadas à margem da fde e Abrafin, por não compactuarem com a linha doutrinária do Capilé. Mas aqui, pessoalmente, esqueça. Não vou prejudicar essas bandas por que acho-as boas demais para serem jogadas aqui, no meio dos tubarões (e não me refiro à sua pessoa). Não vou difilcutar ainda mais a vida dessas bandas. Por achar que banda boa, deve circular sim, concordando ou não com partidarismo político. É só analisar o discurso pausterizado do fde; jamais erram, jamais se desculpam e as bandas que sairam do esquema delas, são preguiçosas. Se tu é amigo e admira os caras, ótimo, velho. Mas se separasse um poquinho a emoção e visse o processo com o mínimo de distância possível, enxergaria que o que Capilé quer criar é um cartel, um tabuleiro de peças aonde ele possa movimentar quem, aonde e quando quiser. Soube (não estou afirmando, até seria bacana algum represenatnte do fde vir aqui explicar) inclusive, que os coletivos cedem uma porcentagem para o CFE, não importando se é verba pública (estadual, municipal) ou privada. Se vc acha isso legítimo e considera o dinheiro público empregado no turismo do Capilé idem, ok, vc tem todo o direito. Eu tb; o de achar uma obscenidade, um exemplo de péssimo emprego de verba, pública ou privada. Esse meio tá cheinho de parasitas, como o Chuck Hipólitto e as bandas oportunistas dos coletivos, muito bem colocadas no texto do Rodrigo Coelho, alguns comentários acima. O que falta, é música. Um dia, quem sabe, Miranda, nós possamos conversar sobre isso. Mas pessoalmente. Um abraço pra vc.
Neguinho é muito louco, numa boa. Muita mágoa e rancor.
é o terence fazendo escola. “insinua” merda no ventilador mas não diz do que está falando
Opa, rapidinho :)))
Esse papo de bandas que não tocam e pq não tocam não já tinha sido explicitado nos comentários 328, 366, 375 e 386?
Pra mim, tá claro (apesar de eu não concordar, mas ninguém é obrigado a concordar, certo)
Abraços
Mac
matematica para indies:
artista = pedreiro
produtor = empreiteiro
Dei um primeiro (e muito importante) passo em minha carreira artística, há um tempo atrás; deixei a música. Pelo menos de forma profisisonal. Os afazeres e compromissos domésticos, somado ao fato de eu ser pai e marido e ter a obrigação de levar um sustento para casa estava cada vez mais conflitando com minha posição de músico. Longos debates sobre cena e se isso ou aquilo vai dar certo, etc. Tirar de casa pra invesir em viagens a festivais (até essa loucura já me permiti fazer… hj olho pra minha filha e sinto muita vergonha por causa disso). Daí cansei. Vez ou outra sou convidado a tocar em show de algum amigo, festas de fim de semana, etc. E isso foi e é pra mim extremamente prazeroso. No fim de semana passado, descobri que isso pra mim basta. Acompanhei essa discussão, dei meus pitacos, e agora, saio de vez. E prometo nem ficar “urubuzando” listas de discussões e afins pela internet, como já se referiram a músicos “derrotados” como eu por aí. Não há o que discutir. Nem há o “urubuzar”.
Abraços aos que ficam.
Parabéns pelo site, Mac.
Acho que ser artista não é uma questão de escolha. Pelo menos quando se é artista de verdade, como são meus ídolos e os vossos ídolos também.
O discurso artístico é algo que jorra da boca, enche a cabeça, perturba e move o indivíduo. é algo incontrolável e àquele que é artista de fato não restam escolhas. Seja pra viver no perrengue, seja na guerra, etc. O artista não se contenta com o dinheiro de outra profissão se pra isso tiver que se calar. Quando os Novos Baianos pediam dinheiro na rua ou quando trocaram todas as jóias herdadas por um mamão, para alimentar a filha de Paulinho, não foi porque eles curtiam a “xêta” de ser artista, ser roqueiro, é porque eles só poderiam viver daquela maneira.
Alguém anteriormente falou que é difícil ouvir música que emocione hoje e é verdade. Acho que o “termômetro” da boa música é esse, a capacidade de uma música arrepiar os pelos do braço, ou a quantidade de informações que a música carrega. Numa música de Gilberto Gil por exemplo, há uma tonelada de história, de poesia, de emoção. E ele, até pra falar de uma cadeira vai achar um jeito de falar poeticamente, artisticamente, porque ele é Artista.
nesse mesmo patamar está o João Parahyba. Então quando uma pessoa dessa sensibilidade vem reivindicar algo, levantar questões trabalhisticas do artista, do músico profissional, espera-se que no debate sejam apresentadas necessidades e propostas de pessoas com o mesmo envolvimento, mergulhadas nisso tanto quanto ele, e não um desabafo de alguém que vai se aposentar como médico, advogado e no final de semana brinca de tocar uma guitarrinha.
sinceramente, tem muita reclamação de gente que nem precisa. digo precisar mesmo, fisicamente, precisar não só do cachê, mas precisar do palco, porque senão explode com o discurso preso.
não me parece estarmos procurando uma solução geral, pra todo mundo, parece que o debate se resumiu a participar e receber, ou não, cachê dos eventos do circuito fora-do-eixo e abrafin. Que eu saiba isso não é tudo, isso não vai resolver o problema do João, por exemplo.
dentre uma infinidade de formas de se trabalhar no independente, estamos gastando energia discutindo uma pequena fração das possibilidades e com algumas pessoas que daqui a 3 meses nem estarão mais nessa.
Os xingamentos também inutilizam o espaço. Se todo mundo e tudo no mundo é bom e ruim ao mesmo tempo, porque ficar nessa de malhar apenas os defeitos?
vamos pensar mais amplo e observar a quem se dirige essa carta aberta do João.
abraço
Acho que o haley acima tem razão.
Ele só se esqueceu de um detalhe:
há bons artistas, médios artistas, grandes artistas, geniais artistas, péssimos artistas, artistas comprados, artistas reconhecidos, artistas que não mereciam e nem merecem ser reconhecidos… E por aí vai…
Pessoalmente, respeito todas as categorias de artistas.
Quanto a jornalistas e produtores de qualquer espécie, não respeito nem fodendo.
São todos parasitas. Tão parasitas quanto publicitários, minha classe profissional.
Uns têm mais jeito pra coisa, outros menos. Nenhum vale nada.
Não acredite em ninguém.
Olá todos/as,
Tenho acompanhando esse debate em várias frentes, lendo comentários, ficando a par de como as coisas funcionam (ou deveriam funcionar) e, mesmo com mais de dez anos de estrada na militância cultural, ainda estou construindo minha opinião.
Percebo que, após a derrocada das majors, há uma grande articulação de produtores de festivais para ditar as regras da música no Brasil – e o pior, os investimentos públicos para o segmento. Estão invertendo os papéis: o músico e a música, que deveriam ser as estrelas da festa, se transformaram apenas em um detalhe perfeitamente descartável do tipo: não gostou, sai fora que tem um monte de gente querendo teu lugar, ou ainda, se não está conosco está contra nós.
Afinal, o que importa é a realização de eventos/festivais? A viabilização de projetos com verba pública? Ou a música, o fortalecimento dela e a possibilidade dos músicos viverem dela?
A cena que está sendo montada e encenada por grande parte dos produtores de festivais (diga-se de passagem uma teia forte, intrincada, que conquista adeptos em troca de 15 minutos de fama) demonstra fragilidade e falta de propósito no que se refere a construção real de oportunidades, onde só quem está se dando bem com música é quem produz evento e não quem toca.
Sugar o sangue da molecada deslumbrada nos festivais em troca de holofote é fácil, o problema é que 95% dessa mesma molecada não vai viver de música quando crescer, quer dizer, se criarem um festival e rezar na cartilha talvez até consigam! Quero ver se o músico por vocação, que respira e estuda música, vai se sujeitar a vender a própria arte pra ficar bem na fita?! Pra fazer parte da patota que está ‘usando’ verba pública pra promover o próprio negócio – e que fique claro que o negócio não é música, e sim eventos!
Concordo 98% quando comentaram aqui que esses mesmos produtores/festivais, que tanto enaltecem a cena independente, são responsáveis pela triste realidade atual: bandas sem sustança, bandas efêmeras, musiquinha básica em todos os sentidos… ninguém vai ficar pra posteridade, ninguém marcará uma época, ninguém quebrará paradigmas, ninguém será lembrado nem muito menos será responsável pelo surgimento de um novo movimento.
Querem desqualificar o debate resumindo tudo aos festivais/eventos, enquanto o música/músico fica cada vez mais refém dessa situação. Travestidos de bem feitores articulados, facilmente reconhecidos pelo visual ‘bermudão/tênis’, conseguem verbas e se esquecem a verdadeira razão da própria existência: a música!
Dono de festival não deve ditar as regras do mercado nem canalizar investimentos públicos. Festival é apenas a ponta do iceberg da cadeia produtiva, é a vitrine, e não a base!
Está na hora dessa turma assumir qual o real perfil do negócio, e esse negócio não é música! A partir daí podemos abrir um debate franco com todas as cartas na mesa.
Abraços,
Yuno Silva
Jornalista diplomado, produtor cultural e interessado em gestão pública.
Membro voluntário da Rede Potiguar de Música, organização cujo perfil não é de produtora e sim de gestora de idéias, o que para muitos (inclusive dentro da própria Rede) ainda é de difícil entendimento.
Essa discussão tá com o problema de ser meio binária. Os festivais da Abrafin não se tornaram a via única da música independente brasileira só porque estão em evidência, nem todo o dinheiro do Brasil destinado a música está na mão deles, né, muito longe disso. Todo mundo é livre pra trilhar outros caminhos, não estamos falando de energia elétrica, fornecimento de água, inclusão digital ou o que for.
O Rogério Skylab também deu a opinião dele sobre o tema, segue abaixo:
http://godardcity.blogspot.com/2010/05/joao-parahyba-e-o-fora-do-eixo.html
JOÃO PARAHYBA E O FORA DO EIXO
A internet é capaz do céu e do inferno. Como do inferno já ando cheio, quero me reportar a um site de música, o Scream & Yell, aonde, volta e meia, vou xeretar.
E lá encontrei o texto de um grande baterista, João Parahyba, que toca no Trio Mocotó. O referido texto foi capaz de alavancar mais de quatrocentos comentários. Ao final da leitura de todos eles, me dei conta que estava diante de um documento histórico. O Marcelo Costa, dono do site, terá que preservar esse documento com carinho. Porque ali está exposta toda a idiossincrasia da música independente hoje. Muitas vezes, uma mesa redonda, com palestrantes e participação do público, não é capaz de apresentar uma discussão tão densa quanto foi essa do site. Com algumas ofensas, ok, e todas elas dispensáveis. Mas intensa.
Vocês podem conferir com os próprios olhos https://screamyell.com.br/site/2010/04/13/carta-aos-musicos-e-artistas/mas vou eu aqui tentar me aventurar por um caminho espinhoso. Nessa cadeia da música independente, onde estão incluídos a “tia” que faz a faxina do local em que ocorre o evento, os artistas, os jornalistas, o público, o governo, as empresas, os produtores proponentes… tem alguém que é mais importante? Parahyba, no seu texto, diz que é o artista; houve quem priorizasse o público; mas teve também quem fizesse da cadeia produtiva, do todo, a grande prioridade. Acho interessante sublinhar essas três perspectivas no debate e distingui-las bem, porque, muitas vezes, um determinado participante, ao tentar fazer a defesa de uma delas, se excedia e fazia vir à tona a outra, às vezes até de forma inconsciente.
A) O ARTISTA
“Os projetos de maior valor contemplam os produtores de shows e festivais, empresários artísticos, pontos de rede e cultura, mas não diretamente o artista”, diz João Parahyba. Por outro lado, a idéia da Rede Música Brasil e dos editais públicos tem como premissa a correção de desvios. Deixar a música na mão de grandes empresas, seria o mesmo que abandonar o artista ao mercado de massa. Só teria retorno financeiro aqueles de apelo popular. É o que Pena Schmidt chama de “equivo histórico”: “É preciso ir lá dentro do governo para tentar uma alternativa de recriação, de reconstrução depois da guerra perdida com o mercado de massa, sem investimento na diferença, um equivo histórico. Não vejo alternativa sem que se mudem leis, sem que se busque recursos fora do mercado como está. Mal arrumado”.
Esse raciocínio indica o sentido de arte enquanto experiência, enquanto diferença. Fazer o artista sobreviver é, antes de mais nada, o Estado interferir no sentido de dar ao espaço da experiência em música a possibilidade de se perpetuar. Faço uma analogia com as pesquisas científicas, as bolsas de mestrado e pós-doutorado. Na música deveria se manter esse espírito: os festivais independentes deveriam contemplar também esse segmento de menor visibilidade, mas que oferece pesquisas formais que avançam o campo já conhecido da música.
Terence Machado e Marcelo Costa afirmam seu interesse na “música boa” e, consequentemente, focam o artista. O primeiro, coordenando o programa “Alto-Falante”, programa histórico que cobre a música independente, e o segundo, responsável por um site de música, o Scream & Yell, que permanece há anos em atividade. Segundo ambos, deveria se discutir mais música e menos política. Segundo ambos, a música de qualidade deveria estar mais presente nos festivais da ABRAFIN. E Marcelo lista os discos nacionais eleitos pela Scream & Yell como os mais importantes de 2009, segundo um colegiado. E para ele, esses artistas tocam pouco nos referidos festivais. É curioso que o jornalista José Flávio Júnior, ao justificar a presença constante de Macaco Bong nos festivais, recorre ao mesmo raciocínio: foi eleito o disco mais importante pela Rolling Stone, cujo júri é composto pelos críticos mais renomados do país. Ou seja: definir a música boa é uma questão de autoridade? O colegiado, composto pelos mais ilustres, é quem define a música boa?
A perspectiva do ARTISTA esbarra nessa questão. Quem confere o título? Em tese, o artista é o mais importante da cadeia. Eu já fiz show pra duas pessoas na platéia. Se o público tivesse que dar a última palavra, já teria interrompido minha carreira faz tempo. Penso em pessoas como Tom Zé e Jards Macalé, cujas carreiras, em determinado momento, entraram em parafuso. Quem concede a excelência não é o público, nunca foi. Muito menos um colegiado de ilustres. Cabe ao artista paciência. Ainda mais se pensarmos que a crítica de música no Brasil é feita por amadores, o que significa paixão e achismo.
B) O PÚBLICO
A cadeia não é sustentável sem o público, mas daí dizer que “ não sei de ninguém genial e minimamente organizado que não esteja se dando bem em música em 2010”, já é extrapolar. José Flávio Júnior, autor da frase, e Lobão são muito parecidos nesse aspecto. A diferença é que o segundo se formou dentro do mercado – sua alma vem impregnada de “mainstream” e ganhou muito dinheiro com isso; já o primeiro…
Recorro ao produtor Miranda, sempre lúcido em suas ponderações: “Exigir de sua função de artista sua sobrevivência é se comprometer com a venda, com o comércio e com a linguagem mais populares já que para ganhar mais dinheiro, mais público terá que atingir. Se temos outra fonte de renda nos desobrigamos de fazer tudo aquilo em que não acreditamos na área artística”.
Na verdade, essa relação de igualdade entre genialidade e público é a fórmula de todos os liberais: o público sabe a verdade e o mercado se auto-regulariza; pra que a intervenção do Estado? A parceria entre artistas e majors de um lado e as grandes marcas do outro, como publicado dia 23/05 no Segundo Caderno do Globo, em reportagem de Antônio Carlos Miguel, nos mostra os grandes beneficiados: Ivete Sangalo, Cláudia Leite, Roberto Carlos, Marcelo Camelo, Malu Magalhães, Céu, Marisa Monte… Não vai se investir em artista que não dá retorno, não é mesmo? Então fica tudo como dantes no Quartel de Abranches.
É interessante verificarmos o quanto se aproximam Alex Antunes e Marcelo Costa, em outras questões tão afastados, na importância que concedem ao público. Alex espera um artista independente que possa explodir tal como explodiu Raul Seixas. Já Marcelo Costa adverte que o problema dos independentes, diante da imensidão do mercado, é se apequenar e ser feliz com isso.
Nesse sentido, há um diálogo espetacular entre Marcelo Costa e o baterista do Macaco Bong, que ilustra bem a diferença entre o pragmatismo do FORA DO EIXO e o idealismo dos críticos de música (o par qualidade e quantidade é uma oposição sem solução? é uma oposição administrável? Ou não há oposição alguma – ela é apenas uma ficção?)
Marcelo Costa pergunta:
– Uma banda ruim que mete a mão na massa, vai atrás, ganha edital de passagem e faz a roda girar, mesmo sendo ruim, é mais importante que uma banda boa que não mete a mão na massa?
E Ynaiã Benthroldo responde, perguntando:
– O que é melhor: 300 artistas ótimos tocando pra 500 pessoas cada, ou 3 artistas tocando pra 5 mil cada?
Na primeira pergunta, o idealismo; na segunda pergunta, o pragmatismo de quem está inserido no real.
Quanto a tratá-la como uma falsa oposição (gênio=público), é se banhar de tanto idealismo quanto aquele que a afirma sem solução.
C) O TODO – O CONJUNTO DE TODOS OS ATORES
O grande lance é sair desse dualismo. Até porque, se você critica o outro lado, te chamam de chorão ou de ressentido ou de adepto à filosofia do rancor. O exercício da crítica num contexto dualista fica comprometido. Se o infeliz não tiver visibilidade então, tá fudido. Não deve nunca abrir a boca para efetuar uma crítica, por menor que seja, aos grandes vencedores da História. Ou aos que a fazem. E novamente recorrendo a Tom Zé e Jards Macalé, ninguém melhor do que eles entendem o significado dessa censura.
No entanto, a solução já foi dada: é o movimento Fora do Eixo.
Aqui, foge-se do perigoso dualismo (artista ou público). Todos são importantes. E essa passa a ser a grande novidade: o embate entre música independente e grandes gravadoras perde o sentido. O artista e o mercado deixam de ser incompatíveis: a palavra agora é cooptar.
Fabrício Nobre, num texto importante de seu blog, diz: “enquanto as bandas, músicos, artistas, promotores de festivais, membros de coletivo, agentes políticos de cultura, produtores de disco, técnicos, formadores de opinião, não entenderem que estamos no mesmo lado, ou melhor ainda, que estes indivíduos são muitas vezes um mesmo ser humano que faz tudo isso, fudeu !!!!
Essa nova etapa substituiu o “do it yourself” pelo “do it together”. E junto a essa mudança de paradigma, vem o disco ARTISTA IGUAL PEDREIRO. Estranho manifesto: um disco instrumental e completa ausência de palavras. Como se estivéssemos diante de uma terra arrasada. O Macaco Bong não eliminou só as palavras: eliminou a canção, eliminou a melodia, eliminou o virtuosismo, eliminou os efeitos de computador. O power trio, com seu rock-fusion, nos sugere uma superfície plana e aberta a toda espécie de construção futura. Não cabe aqui nenhuma tentativa de individuação. Nem mesmo as variações numa mesma faixa podem ser consideradas diferenças, antes são diluídas num contexto único. Foi aos limites da música brasileira, ao ponto de colocar em dúvida a própria nacionalidade. Se no texto sobre Rômulo Fróes, eu assinalava duas estéticas na moderna música brasileira – a estética do longe (Rômulo Fróes) e a estética orgânica (Júpiter Maçã), ambas mantendo relações diferentes com o real – aqui, esse real foi abolido. É a estética do vazio ou da ação estruturante. A única concessão é “Vamos dar mais uma”, quando, ao final da faixa, um coro surge para entoar um canto indígena ou coisa que o valha. E nem nesse momento a voz individual é mais possível.
A fuga de toda espécie de dicotomia, tão em voga no passado, é que faz Pablo Capilé discorrer sobre curadoria e seu relativismo. Cada coletivo sabe de si. Não há uma bandeira ou um código de preceitos que as pessoas devam obedecer. Assim como existe uma curadoria no Scream & Yell, também existe outra no Rolling Stone, no Alto-Falante, no Radiola, e não tem como se voltar contra esse relativismo. Chamar de “panelinha” tem o sentido elitista de desautorizar determinada escolha e se colocar acima.
Um outro aspecto foi a discussão levantada por Terence Machado sobre a lisura da aprovação dos projetos referentes a Lei Municipal De Incentivo a Cultura de 2009 em Belo Horizonte. . O coletivo “Pegada”, ao qual pertence Lucas Mortimer, foi beneficiado com a verba de 160 mil reais. O que se alega, entre outros motivos, é que Lucas pertence à Sociedade Independente de Música, juntamente com Kuru Lima e mais 12 membros. Como Kuru foi o responsável pela aprovação dos projetos, se evidenciaria aí uma ligação estreita entre o empreendedor de projetos culturais e a pessoa ligada a comissão julgadora. Portanto, passível de anulação. A questão que coloca Alex Antunes é que os dois pertencerem a SIM, com mais 12 membros, não caracterizaria “ligação estreita”.
Mas a questão foi levantada e está aí, independentemente da pronta reação de Talles Lopes, Fabrício Nobre e Alex Antunes. O processo é esse mesmo. Agora é apurar.
Nada disso, no entanto, tira o brilho da nova filosofia. “Fora do Eixo” tem o significado do que rola a margem. Não é mais alimentar antigas dicotomias do eixo, mas uma lógica que insere, ao invés de excluir.
Um sinal de que as coisas estão mudando parte das próprias empresas. O selo OI FM, ao invés de optar por nomes consagrados, iniciou seu cast com a banda “Sobrado 112”, absolutamente desconhecida. E pelos resultados de vendagem, tudo indica um novo espaço de mercado. 200 mil pessoas pagaram R$ 4,00 para o download do disco (os consumidores estão principalmente nos celulares), o que gerou uma receita de R$ 800 mil, que cobre a produção do disco, o trabalho de marketing e gera lucro. Os próximos discos serão do Fino Coletivo e da compositora paulistana Luiza Maita.
Se pensarmos no circuito de bares e universidades, aliados aos festivais e às empresas, a cadeia produtiva e criativa da música independente passa a ter sustentabilidade. Sem esquecermos que nas 12 emissoras da OI FM esse cast de artistas independentes já começam a ser tocados, destruindo uma antiga resistência. O próprio disco do Macaco Bong, pertencente ao Álbum Virtual da Trama, é um bom exemplo do quanto a antiga dicotomia já não tem mais razão de ser.
Postado por rogerio skylab às 22:40
Bom, acho que li todos os comentarios (praticamente, com excessao dos descartaveis)) e os links postados.
O que posso dizer é que venho tocando desde 2002 (isso pq comecei tarde) e ja passei por muitas bandas de salvador, algumas ate se destacaram indo pra festivais e angariando publico pelo Brasil e local, no caso Salvador-Ba. O cache?? Rolou algumas vezes , outras nao…mas estavamos mesmo querendo ser vistos , pq sabiamos que dessa forma, sendo vistos e aumentando o nosso publico, nos iriamos subir mais um degrau e provavelemnte dentro de um determinado espaco de tempo, estariamos tocando com cache, com um publico legal e teriamos reconhecimento e midia a nosso favor. Os festivais eram apenas uma forma de crecermos como musicos, alem de divulgarmos o nosso trampo pra quem nunca tinha visto e de uma maneira muito mais pratica e facilitada, com passagem paga, hospedagem e ate cache, quando o festival podia pagar. Mas o importante pra gente no Festival era mostrar o trabalho e saber se interessava. Sabendo disso , podiamos continua-lo. era um termometro , pq o fato de vc ter uma banda nao significa que todos devem olhar pra vc e te dar uma oportunidade, vc eh o primeiro a avaliar isso, trabalhando, mostrando e vendo a reacao das pessoas….se nao causa nada, desista….ja desisti de alguns…
Bom, toda essa conversa eh pra dizer que a melhor coisa a se fazer, se vc realmente quer fazer parte do cenario musical brasileiro, trabalhar, suar a camisa, viajar pelo Brasil e fora dele, pegar uma Van e ficar horas dentro dela, viajando mais do que tocando, entao meu amigo HORA DE TRABALHAR, de correr atras , se juntar com quem ta fazendo a mesma coisa e parar de reclamar que nao te deram uma chance…talvez vc nao tenha dado chance pra vc mesmo…eh legal ficar aqui na frente do pc escrevendo, questionando e tal…mas eh mais legal ver sua banda viajando, tocando, se articulando…chegando longe…e so quem pode fazer isso eh vc mesmo! os festivais, os coletivos e toda forma de organizacao so vai te ajudar um pouquinho mais, te dando aquele empurraozinho que faltvava e que talvez, sem essa turma, as coisas ficassem BEMM mais dificeis. Mostre seu trabalho, se for legal as pessoas vao querer ouvir e os festivais vao querer mostrar!!
Eu nunca planejei tocar em tantos festvais como estou tocando agora, mas planejei criar uma banda, um som que alguem pudesse gostar e querer ver, mesmo que virtualmente, foi assim que comecei com a VENDO 147…Hj to tocando por ai e tendo uma resposta legal e isso me faz querer continuar…e um festival puxou o outro, pq se nego de Natal viu e gostou, pq o de Maceio nao iria gostar, e o de Goiania?? Entao, quanto mais festivais existirem e mais vezes tocarmos neles , melhor para nos e pra quem quer ver a gente, pq dessa forma sera viavel!
enquanto isso, continuamos fazendo outros projetos, tocando em outros lugares, correndo atras sempre, batalhando…
Eh isso, acho que se nos preocuparmos mais com a musica e focarmos no trabalho cm certeza nao havera motivos pra reclamacao…e ja deram muitos conselhos legais aqui, e de graca!!! rs Vamos aproveita-los!!!
Eu quero na verdade eh agradecer aos festivais que tem chamado minha banda pra tocar e com isso realizado parte do meu sonho como musico, que era tocar fora do meu estado e ter uma visibilidade maior!!’
Vamos gritar por mais Festivaisss!! As condicoes surgirao e serao cada vez melhores!
abrass
Yuno, vá viajar um pouco. saia desse teu mundinho teórico isolado no ES. Ou, ao menos, não se meta a sabichão, cheio de análises e conclusões que assim tu ganha o troféu Jumento do ano. Só falou merda.
E quanto ap Fabrizzio, vá tomar vergonha na cara chamando produtores e jornalistas de parasitas. Todos fazem parte do circuito produtivo. Se não fossem eles esqueca 99% das músicas que tu gosta. Simplesmente não existiriam. Seria também a mesma coisa chamar fabricantes de instrumentos de vamoiros que sugam o sangue dos artistas. Todos tem seu papel na história. Até mesmo os parasitas dos publicitários, que vivem chupinhando criações alheias, mas trabalham para divulgar o produto de terceiros, função fundamental.
Sassá meu queridão,
Só existe um mercado … não entendi? Mas depois a gente troca uma idéia no próximo ensaio.
Mac
Poderia citar vários fatores para esses artistas não tocarem em festivais “apesar de já te-los vistos tocando em diversos festivais por ai, inclusive em 2009”. Independentes de serem “bons” ou “ruins” (como disse em outro tópico, gosto é que nem braço, uns tem, outros não) …não é um colegiado que 50 ou 60 pessoas que vai definir o rumo do mercado musical no Brasil ou em qq lugar do mundo. Mas como mencionei “fatores”, vou citar alguns aqui…
Conceito… Vc já pensou a Céu tocando num festival de Pychobilly ou de HC?
Arnaldo Antunes e Caetano Veloso, independentes? Então precisamos rever essa “termologia”. Erasmo Carlos? Vou ter que explicar a minha mãe um pouco da cena indie, pois é capaz dela deixar de ser fã dele por fazer parte dessa lista.
Cachê ?!? Isso é um assunto muito delicado quando falamos de um país onde o salário mínimo gira em torno de R$ 510,00 e um ingresso pro cinema custa R$ 20,00 (lembrando que 91% da cidades brasileiras não possuem salas de cinema).
A ABRAFIN possui 40 festivais filiados contra aproximadamente 240 espalhados pelo Brasil (nº de inscritos no ultimo edital da Petrobras) então apontar uma única associação por não fazer circular esses artistas é quase um desconhecimento das possibilidades de divulgação e circulação ofertada num país dessa dimensão. Pensando por este lado, podemos notar que a “maioria” dos festivais ainda não tem possui condições financeiras de pagar cachês altos, e quando digo “altos” devemos levar em consideração o fator (nº de festivais VS. nº de investidores) ou (cachê VS. realidade regional), não sei e vc entendeu, mas o que quero dizer, é que entre Macaco Bong e Cidadão Instigado, nesse momento ainda opto pelo Macaco, pois vai me trazer o mesmo número de publico por um cachê mais corriqueiro dentro da minha realidade local.
Olha, Miranda… Infelizmente não te conheço pessoalmente.
E digo infelizmente por que você me parece um cara engraçado…
Ou você é muito cínico (o que é provável e compreensível) ou é um idealista.
No primeiro caso, o azar é das bandas que estiveram ou estão contigo.
No segundo, boa sorte para ti e para elas.
Miranda estou bem mais pra cima no mapa… se liga na Geografia.
Quanto ao seu comentário, já estou me acostumando com a falta de respeito quando surgem opiniões alheias à ‘cartilha indieota’ – normal!
Abraço e bola pra frente!
Se os artistas atuais não “marcam” época, seu Yuno Silva, a culpa é da massa bovina, e não da suposta falta de qualidade, como você quer pintar.
caro Bruno Matos,
Muito me espanta a afirmação “suposta falta de qualidade”?
Provavelmente a tal massa bovina a qual você se refere vai eternizar nomes como o Calypso, enquanto os ‘indieotas’ assistem de camarote a banda passar, e outra e outra… não fica uma!
Claro que exceções existem… mas não se engane: 98% do que é produzido vai parar no lixo. Me diz um nome que vai marcar época? Me diz um nome (só um) que tocou nos festivais da Abrafin, desde que ela foi fundada, que será lembrado por nossos netos?
Vamos manter o alto nível deste debate interessante com argumentos consistentes, construitivos – xingar, desqualificar e desdenhar da opinião alheia é muito fácil e comprova que falta sustança no discurso.
Abraço,
Yuno
Bem, é triste saber que as pessoas são simplesmente levadas ao desconhecimento da cultura por causa desses tubarões, mas, a todos músicos como eu deixo aqui apenas uma resposta para tudo isso, o modo como tenho feito meu caminho, escrevo música desde meus 15 anos, hoje tenho 26, nunca me apresentei em festivais porque já sabia tudo o que o paraiba escreveu, e até um pouco mais, afinal, vemos que a mídia descompromissada com o bem estar da população permanece aí enchendo de abobrinhas e coisas inúteis a mente do povo para evitar que virem contestadores da realidade, sabem como faço meu caminho? No momento que vi a merda que estava o mercado da música e das artes plásticas eu simplesmente continuei criando sem divulgar, e comecei a estudar para ser engenheiro, o que estou me tornando agora, para poder aplicar meu próprio capital nisso. Depender dos outros para viver é o mesmo que esperar que Deus jogue comida do céu em sua mesa. O mundo não muda sozinho, nós os transformamos, realidade muito bem conhecida pelos corruptos que a utilizaram para montar sua cadeia de corrupção perpétua…
Caros Fabrizzio e Yuno, vcs parecem ser uns gente fina. Desculpa o tom meio mala. Sou mesmo um besta idealista. Ainda bem. Acho que só assim consigo ser feliz e fazer as coisas que acredito ajudarem um pouco o mundo. Yuno, desculpa ae também meu erro geografico. me embaralhei nas letras, devo ter misturado com o endereço de outro. E tá firmeza as ideeias serem diferentes, o que quis te dizer na real é que parece um sujeito inteligente, mas acreditei que tava meio afastado das coisas práticas. De toda a forma, fica a dica. Nos vemos por aí.
Infelizmente tenho que voltar a esse assunto. Apesar de ter achado o texto do Rogêrio Skylab interessante em muitos pontos, esta versão postada aqui contém um erro e também inverdades, que já foram corrigidas por ele no seu blog.
Não sou membro da diretoria de uma entidade que tem outras 12 pessoas mais o Lucas e que eu ”escolhi” o projeto do Coletivo Pegada junto com esses 12 membros da SIM.
1- Sou membro de um conselho eleito para avaliação de projetos da Lei Municipal de Belo Horizonte, chamada CMIC (Comissão Municipal de Incentivo à Cultura) esta sim, formada por 12 membros, sendo 6 eleitos, de todas as áreas culturais, e 6 indicados pelo poder público, e que tem a missão de avaliar os projetos submetidos ao edital de incentivos fiscais do município. As decisões dessa comissão são colegiadas e não individuais. O projeto em questão foi aprovado pelos seus méritos e pela adequação técnica ao exigido no edital.
2- Sou Ouvidor da SIM (Sociedade Independente da Música), entidade sem fins lucrativos de representação do setor musical de Minas Gerais. Sou filiado à entidade, mas não sou de sua diretoria. Minha função é ser o crítico das ações que ela desempenha e ouvir críticas e sugestões de seus filiados. Em alguns órgãos essa pessoa é chamada de Ombudsman. A SIM possui quase 6 anos de existência legal e não é formada por coletivos, mas por filiados individuais. A Diretoria da SIM é formada por 7 pessoas, é o Lucas é uma delas. Tenho muito orgulho da atuação da SIM e sobretudo da criação do Fórum da Música de Minas, um dos mais organizados e atuantes do país. Seus dirigentes estão nesse momento, 19:30 do dia 31/05, na frente do Palacio das Artes em um ato, juntamente com outras entidades do estado, contra o não repasse de verbas públicas aprovadas aos Pontos de Cultura de Minas e também do bloqueio dos recursos do Programa Música Minas, por uma interpretação equivocada da legislação eleitoral feita pelo governo de Minas, que está, na prática retirando 20 milhões do setor cultural do estado. A entidade foi criada para defender esses interesses coletivos e não o interesse individual de seus filiados. Isso faz parte da sua carta de principios e de seu estatudo e é assim que ela atua desde a sua fundação.
3- O Lucas não submeteu projetos à Lei Municipal, mas faz parte de um coletivo – que tem mais de 30 integrantes – que o fez. Dezenas de outros filiados à SIM, ligados ou não a coletivos, também enviaram projetos à Lei, pois os editais públicos são um direito de toda e qualquer pessoa ou entidade. A maioria dos que submeteram projetos à Lei, cerca de 85%, não os aprovou diante do quadro restritivo imposto pelo própria limitação do mecanismo. O Terence foi um dos que não aprovou o seu projeto, juntamente com outros 186 proponentes.
Sobre esse assunto postei um texto em http://nagulha.com.br/organizar-ou-desorganizar/.
O Rogério Skylab refez o texto acima postado pela Lenissa após entender o que explico aqui, evitando que informações falsas sejam multiplicadas e colaborem na desmolização do setor.
Abraço.
Certa vez vi num telejornal a opinião de um economista sobre o Bolsa Família. Ele era a favor do benefício, contanto que fosse por prazo determinado. Assim, o beneficiário teria, digamos, direito a 3 anos de auxílio. Daí em diante, teria que buscar seu sustento, considerando que todo aquele que recebe Bolsa Família tem acesso a cursos de qualificação profissional (se são proveitosos ou se realmente qualificam pessoas, isso é outro departamento).
Fazendo uma analogia com tudo o que já foi dito aqui, penso que todos os beneficiados por leis de incentivo à cultura e iniciativas semelhantes só poderiam disputar essa ajuda por um período limitado de tempo, após o qual ficariam de quarentena até poderem se inscrever em novos editais.
Isso seria uma boa iniciativa para ajudar os artistas que realmente querem e precisam ser ajudados. E, quem sabe, os que realmente fazerm por merecer.
Além disso, reduziria sensivelmente o poder das panelinhas culturais no meio independente.
Aliás, já que moro em Goiânia, cabe um adendo: o excesso de dependência do Estado para eventos culturais só não é mais incômodo do que ver certo “indie” usar seu prestígio em festivais de música e outras iniciativas para se candidatar a vereador posando de “chóven” e justo ao lado do dinosssauro do Iris Rezende. Abraçar o capeta, eu já ouvi falar. Agora, abraçar múmia…
Antes que falem que não sei do que estou falando, procurem a entrevista do Romulo Fróes neste site ou uma do Skylab a um site paranaense e leiam o que escreveram sobre Goiânia.
Voltando à vaca fria, a ideia de criar períodos limitados pelos quais cada vencedor de editais de incentivo à cultura poderia concorrer valeria tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. Mas tal iniciativa deve ser bem detalhada. Afinal, imaginemos coletivos se desfazendo e se reagrupando só para continuarem escoradas no Estado! Ou conjuntos musicais recombinados para que seus integrantes continuem fazendo shows à base de renúncia fiscal.
Não sou contra dinheiro do contribuinte financiar cultura. Sou contra isso ficar beneficiando pessoas que se dizem “independentes” com a mesma empáfia e a mesma moral de quem, em pleno século XXI, se diz “comunista”.
O Álvaro Pereira Jr. fala muita besteira, mas nessa série de textos sobre os indies estatais, ele foi muito pertinente.
Independente pra mim é a Banda Calypso.
Ah, não li todos os comentários acima. Se alguém teve uma ideia semelhante à minha proposta, desculpas pela displicência.
E aproveito para escolher o mais interessantes dos comentários que li: o nº 92, do Jefferson Livo. A resposta medíocre do José Flávio Jr., que em seguida baixou o nível da discussão nos seus comentários seguintes de forma injustificável para um jornalista que eu lia com interesse na Bizz e em outros veículos, só confirma o quanto o Jefferson estava certo. Detesto o Rick Bonadio, acho-o uma besta, mas ao menos o fato dele se valer de dinheiro privado pras suas bobajadas é um mérito.
Eis.
Olha aí em 2:30 quem sabe qual a parte mais importante da equação:
http://www.youtube.com/watch?v=HdM1bcsWdHM
fala Miranda,
estou na ativa e bem próximo das coisas práticas, o lance é que estou vendo as coisas se inverterem: festival ditando regras enquanto a música em si fica em segundo plano. Por mais que neguem, as panelinhas estão ficando cada vez mais fortes e isso é um grande perigo para a rica cena musical brasileira.
Acredito que há espaço para todo mundo, um depende do outro, mas é complicado quando um segmento passa por acima do outro. Afinal o que interessa: a realização de festivais ou a produção de música? A circulação dos artistas ou a formação desse artista? Claro que tudo isso interessa, mas com equilíbrio.
Quando digo pra assumirem o ramo de negócio é para termos (inclusive o MinC) as coisas mais claras: eu sou produtor cultural e meu trabalho é realizar eventos; você é empresário/agente/produtor musical; ele é músico profissional por vocação. Do jeito que está as coisas ficam confusas e o rumo obscuro justamente pelo discurso ‘democrático’ de ‘fazer o bem’ em prol da ‘cena’, enquanto sobra ao músico a desculpa de ter onde mostrar seu desvalorizado talento com ‘estrutura para um grande público’.
Sou a favor de linhas de financiamento (com dinheiro público) para todas as vertentes, o que não pode acontecer é determinado grupo se beneficiar por estar mais organizado/articulado. Política é uma coisa, politicagem é outra! Têm que haver oportunidade para todos se organizarem, se qualificarem, viver de e para a música.
Abraço
Poxa bem lembrado pelo Dias de Carvalho.
Cadê a resposta do post 92?
aliás,
Que perguntinha sensacional!!! Diz ai qual a diferença?
A resposta do post 92 = Não existe diferença. É o mesmo modo de trabalhar. ponto final.
Mesmo modo de trabalhar? Então por que as coisas do Bonadio apenas me causam aborrecimento e as da Monstro, além de me aborrecerem, me irritam por usarem dinheiro do erário para ações entre amigos?
Antes que me esfreguem na cara as muitas bandas que eles já lançaram, não acham cabotinagem todo festival ter as mesmas duas bandas de dois dos cardeais da casa?
Os Fora do Eixo já debandaram daqui há tempos. Se vcs esperam uma resposta pra pergunta do comentário 92, esqueçam. Mesmo pq, resposta nunca foi o forte dessa turma. Vide o sujeito que recebeu um telefone na cara do Fabrício Nobre, quando ligou pra cobrar os discos que a Monstro vendeu ou ficou – mas não devolveu. Querem outro exemplo? O inútil e puxa-saco do José Flávio Jr., capanga da turma, que, ao invés de responder uma pergunta pertinente, tentou ridicularizar o autor, dizendo que a pergunta é “tola demais”. Se esperam respostas senhores, esqueçam. O máximo que vão conseguir é serem ridicularizados gratuitamente.
Ricardo, no fundo, a pergunta do comentário 92 é retórica. Pois esse pessoal que morre se não conseguir dinheiro de lei de incentivo à cultura (não incluo aqui os artistas sérios que realmente fazem por merecer esse incentivo) é pródigo em desviar o assunto, diminuir seus críticos e se arvorarem de independentes. Mas não tenho receio de ser ridicularizado. Eu sei quem eu sou. Não sei se eles sabem quem são.
Agora, essa história do Fabrício Nobre dar um telefone na cara de alguém que o questionou sobre discos que a Monstro deveria devolver, mas não o fez, só confirma uma ideia minha: pessoas que ficam arrotando “sou independente” (me lembram os que ficam dizendo “atitude!” como se fosse vírgula) são tão confiáveis e honestas quanto os que dizem serem magnatas, andam de Corolla comprado em 80 prestações e moram de aluguel.
Ao não votar em Márcio Jr. para vereador em Goiânia, em 2008, fico feliz por não ter jogado fora meu voto.
Já o José Flávio Jr., esse dá pena. Aquela frase do Frank Zappa sobre jornalismo musical se aplica a ele integralmente. É só o que posso dizer desse pretenso jornalista.
Diarreia mental tá forte por aqui…
Pra começar, Yuno Silva. Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida conhecer essas bandas boas do circuito “indieota”, como você diz. Graças a isso pude conhecer música de verdade no Brasil, apesar das críticazinhas infantis de alguns, como o tal Dias de Carvalho, que nem sabe do que está falando.
Bruno Matos, não quis fazer pouco do que há de melhor na música brasileira dita independente. Porém, por melhor que seja um artista em seu ofício, o mesmo nem sempre se aplica ao seu caráter.
Ainda mais quando alguns artistas abusam das suas bem articuladas redes de influência e se acomodam, pois sabem como garantir dinheiro público para seus festivais.
Aliás, há alguns desses que, além do caráter duvidoso, pouco fazem por merecerem a classificação de artistas.
Não entrei no mérito da qualidade da música porque não sou uma pessoa recomendável para tanto. Mas sou leitor do S&Y e fiquei espantado com o tanto de bobagem que escreveram aqui. Algumas não passam disso, mas outras são a prova do quanto uma parcela da classe artística deveria fazer um exame de consciência.
O Yuno Silva, por outro lado, foi sensato no seu último comentário. Ele, ao contrário de você, separou a qualidade artística do aspecto da politicagem.
Mas é natural: sempre há alguém a dizer que os outros fazem o que ele mesmo faz.
Entendeu ou quer que eu desenhe?
Por favor, desenhe, talvez fique mais claro que esse lenga-lenga de rebelde sem causa.
Em relação ao comentário 92, quando Rick Bonadio fala que “artista merece respeito”? Se ele disse isso mesmo, típico caso do “faça o que eu digo, mas não o que eu faço.”
Incentivados a circular pelo Circuito Fora do Eixo: Porcas Borboletas, Burro Morto, Aeromoças e Tenistas Russas, Rinoceronte, Mini Box Lunar, Nevilton, Nublado, Sex On The Beach, Black Drawing Chalks, Superguidis, Macaco Bong… bem mais do que “5 bandas de sempre”. Ah, talvez tenha que ser feita caridade, e colocar todas as XXX bandas do Brasil para tocarem sempre. Princípio dos mediocres, que não aceitam ver os bons construindo suas coisas. Peçam para retirarem entrevistas de emprego e concursos públicos, já que é assim.
Se acham que é farra do boi com o dinheiro, cobrem das autoridadades, e eles que se virem, em vez de ficar bradando.
Bruno Matos, um defeito que notei em você e em outros tantos aqui é se ater ao acessório e ignorar o principal. Típico de quem prefere ofender os outros a reconhecer sua falta de argumentos.
Eu adianto que não vou com a cara do Rick Bonadio. Um dito produtor musical que ignora a importância do Velvet Underground não merece meu respeito nesse aspecto. Porém, por mais que a frase dele que você citou possa ser mentirosa, ao menos ele não recorre ao dinheiro público para suas empreitadas.
Esse é o cerne da pergunta do comentário 92. Se você não quis reconhecer isso, é problema seu.
Ao criticar o oligopólio praticado por entidades feito a Monstro, eu não estendi a crítica a todo o Fora do Eixo. Tampouco eu embarquei na tese de que todas as bandas do Brasil deveriam ter sua chance de entrar nos festivais. Quem é competente e se esforça merece se dar melhor que os outros. Porém, quando os canais para que os esforçados e competentes se sobressaiam são loteados por grupelhos de pessoas já enfronhadas em relações suspeitas com os donos da chave do cofre, não dá pra imaginar que todos os beneficiados pelas leis de incentivo à cultura mereçam esse auxílio e que não haja, dentre os rejeitados, bons artistas que não se rendem à politicagem ou com cuja cara certos produtores culturais não tolerem.
Mas quem sou eu? Apenas um observador. Sobre a Monstro, como eu falei antes, consulte a entrevista de Romulo Fróes neste site. Você deveria se questionar como a Monstro organiza festivais com dinheiro público e patrocínio de empresas via renúncia fiscal e, não obstante, não oferece nem mesmo traslado aos artistas que convida.
Ou mesmo a entrevista do Rogério Skylab a um site paranaense, onde ele exalta o Circuito Fora do Eixo e desanca a Monstro. Se ele soubesse que a disparidade entre o tratamento dessa empresa aos artistas internacionais e aos nacionais, que ele não queira saber como são tratadas as bandas goianas (ao menos as que não são de amigos do pessoal da Monstro).
É claro que, com as devidas provas, caberia uma investigação sobre o uso do dinheiro público em alguns eventos do meio “independente”. Mas o caráter dúbio de certos produtores pode e deve ser questionado. Aliás, todos, inclusive eu, devemos ser questionados.
E, como eu disse antes, a associação de um “chóven” feito Márcio Jr. a Iris Rezende, um fóssil da política brasileira (que só ganhou sobrevida em Goiânia por incompetência dos seus rivais) diz muito sobre sua postura atual no cenário artístico brasileiro. Cabotinismo só fica bem para os grandes, e olhe lá.
Se quiser apresentar argumentos e continuar discutindo, será um gosto. Do contrário, serei obrigado a pensar que suas palavras são, tais e quais as de gente feito o José Flávio Jr., próprias para serem escritas na água.
Bruno Matos,
é a segunda vez que vc cita um comentário meu e tenta superficializar o debate com falta de argumentos… é difícil ser assecla de empresários que se dizem artistas?
Dias de Carvalho, agradeço a deferência e assino embaixo seus comentários: está tudo muito confuso e enqto tivermos empresários querendo tomar o lugar de artistas a coisa não destrava. Interessante é perceber que a turma se faz de vítima, desqualifica opiniões, arrota um discursozinho superado, agride e tenta reverter a situação com retórica.
Uma hora a máscara cai, por enqto eles fogem do debate quando o bicho está pegando.
Abraços,
Hehehe. Não preciso tentar superficializar nada. Você já fez isso, ao usar a expressão “indieota”.
Bruno Matos, acho que, para seu nível de compreensão dos fatos, deveriam ter escrito “indie idiota”. Uma dessas palavras se aplica a você. Não me obrigue a dizer qual.
Acho que, dentre essas duas palavras, a que se aplica a mim é indie. Já a outra, parece combinar perfeitamente com gente como você. Que é quem de fato tem uma “grande” compreensão.
Bruno Matos, para quem acha que gostar dos artistas que você citou é demonstração de que conhece “música de verdade”, eu não deveria me dar ao trabalho de responder a alguém de horizontes culturais tão estreitos.
Como eu disse antes, “indie”, pra mim, é a Banda Calypso. Quem é independente mesmo não precisa arrotar isso pra todo mundo.
Depender de dinheiro público feito um vampiro eternamente sedento tira a condição de independente de qualquer artista. Ou acha que basta dar as costas ao mainstream musical para se considerar “indie”?
Quando falaram da tal “cartilha indieota”, a expressão foi precisa. A tibieza dos seus comentários é a prova de que seu discurso é repetitivo, reducionista e apelativo feito o de um dirigente de central sindical (especialmente na era Lula).
Outra: não vi, nos seus últimos comentários, nenhum argumento para as suas opiniões. Aliás, duvido que você saiba o que seja um argumento. Se você ler alguma coisa na vida além dos encartes dos discos das suas tão adoradas bandas, talvez um dia descubra.
Até o momento você só soube ofender a mim e a outros que, ao contrário de você, têm personalidade própria e sabem discutir.
Aliás, foi bobagem minha usar sutileza para falar de você. Chamá-lo de idiota seria até bondade.
Mas o que estou dizendo? Você deve ser daquela gentinha de quem o Álvaro Pereira Jr. falou naquele texto sobre os “indies estatais”. Se você se dignar a apresentar alguma justificativa válida para sua opinião, ficarei grato. Do contrário, eu paro por aqui, pois não estou aqui pra bater palma pra palhaço dançar. Com o perdão aos palhaços ao compará-los a você.
Enjoy.. http://www.rockemgeral.com.br/2010/06/03/aceitam-se-argumentos/
“Equivocam-se aqueles que apontam o uso de dinheiro “público” nos festivais independentes, ao apontar para a Petrobras. Primeiro, que o monopólio estatal do petróleo já acabou há muitos anos, e a Petrobras é uma empresa de economia mista, cujo principal acionista é o Governo Federal. Ocorre que, hoje, é a Petrobras quem empresta dinheiro ao governo, não o contrário. Não há dinheiro de impostos do contribuinte no orçamento da empresa; a Petrobras obtém lucro extraindo petróleo de uma profundidade de mais de 500 metros abaixo do fundo do mar (atividade na qual é líder mundial), transportando, refinando e vendendo o produto final para toda a indústria pesada, de bens de consumo e para o público em geral. Não admira o lucro expressivo obtido a cada ano. Segundo, que a Petrobras não lança editais de patrocínio para festivais independentes (e para outras dezenas de atividades culturais) porque é boazinha. A empresa faz isso para manter uma boa imagem junto ao público, propagar sua marca e (talvez o principal), se beneficiar da lei que permite um recolhimento menor de impostos.”
Ponto final. Agora podemos ver quem é o idiota da questão. “Monstro mau, ABRAFIN mau.”
Só no Brasil mesmo… os governantes estabelecem uma lei, quem tem uma maior noção da coisa conquista os benefícios dessa lei, e são achincalhados por isso, como se fosse um crime…. Isso é que é [ironia] cobrar do alvo certo. [/ironia]
Monstro mau, ABRAFIN mau
Só restou os idiotas pra comentar isso.Evidente que qualquer empresa que empresta sua imagem pra algo quer ter boas relações com o publico em geral,independente de ser publico ou privado.E o que isso tem a ver?
Eu também duvido que saiba o que é um argumento =D
Alguém tá afim de circo?Tem um palhaço por aqui.
Quem é o palhaço? Você, né? Não enfocou a questão fundamental, que estava no começo do páragrafo. Isso já mostra que não sabe do que está falando.
Bruno Matos, pelo menos você se dignou a apresentar um argumento, ainda que frágil e, pior, desviando um pouco o assunto. Eu não me referi ao patrocínio da Petrobrás quando critiquei a possível malversação de dinheiro público pelos “chóvens” que pagam de indies (tipo os da Monstro, cuja luta para se erguerem não lhes dá o direito de aplicar telefone em quem reclama deles ou de se associar a políticos caquéticos e partidos mais caquéticos ainda para fazer sabe-se lá o quê no Legislativo).
Eu li o texto do link que você indicou. Acho que você é que não o leu por inteiro, pois o seguinte trecho apresenta um dos questionamentos que fiz desde que comecei a comentar aqui. Eis:
“Agora, se quiser mostrar transparência e credibilidade, que se crie curadorias e se estabeleça critérios. Que pare de colocar todos os anos as mesmas bandas dos produtores, senão os patrocinadores irão verificar que a verba concedida para estimular o surgimento de novos artistas está é indo para o bolso do próprio produtor. Foi-se o tempo do “se eu não colocar minha banda pra tocar no meu festival, vou colocar onde?” ou do “montei o festival para minha banda tocar”. Agora, meus amigos, o buraco é mais embaixo.”
No final, a crítica ao Álvaro Pereira Jr. foi válida. O que não lhe tira o mérito de, pelo menos, apontar um porém nessa festa da uva das leis de incentivo à cultura.
Outra coisa, seu néscio: eu não fiz nenhuma crítica direta à Abrafin. Só falei mal da Monstro porque moro em Goiânia e vejo que há uma cena musical nova na cidade e que os independentes de dez, quinze anos atrás, estão se comportando feito o Chico Anysio quando surgiram o TV Pirata e o Casseta e Planeta: com cabotinagem e arrogância. É claro, com os contatos certos, a maldita brodagem que garante a eles ganharem dinheiro constantemente via renúncia fiscal, até eu seria escroto assim.
Se você for um fantoche usado por eles para tentar calar quem os critica, até fará sentido. Do contrário, reafirmo que chamá-lo de idiota é bondade minha. Que tal “mal intencionado” e “tendencioso”, para completar a lista?
Bruno Matos, você disse isso:
“Só no Brasil mesmo… os governantes estabelecem uma lei, quem tem uma maior noção da coisa conquista os benefícios dessa lei, e são achincalhados por isso, como se fosse um crime…”
O que você entende por “quem tem uma maior noção da coisa”? Eu traduzo isso como “quem tem amigos nas comissões que aprovam os projetos nas leis de incentivo à cultura”, “quem faz acordos tácitos para manter os mesmos nomes escalados para todos os festivais ligados à produtora”, “quem rejeita qualquer artista com um mínimo de competência para estar no festival, mas de quem não gostamos”, etc.
Vejam só que trecho interessante e esclarecedor nesse texto do Bragatto:
“No ano passado, fui convidado pela Petrobras para fazer parte da Comissão de Seleção de Patrocínio na área de Festivais de Música. Vi como funciona o Edital, e, depois de ler com cuidado 89 projetos, pude verificar – com certo orgulho – que os festivais ligados ao rock, em sua maioria, eram os que detalharam melhor suas propostas. Constatei também a lisura do processo (caso contrário, não teria assinado embaixo) e vi que o trabalho da Abrafin contribuiu no processo, muito embora precise melhorar, assim como as empresas patrocinadoras (não só a Petrobras) também precisam fiscalizar mais amiúde a aplicação das verbas concedidas.
Por exemplo. Em todos os orçamentos apresentados, há verba para o pagamento de cachês de todos os artistas, do bambambã ao iniciante. Na prática sabemos que isso não acontece, o que está absolutamente errado. Não só porque quem trabalha tem que receber, em todas as esferas, mas porque, quando um patrocinador libera a verba para um orçamento, se ela não é aplicada de acordo com a própria proposta do realizador, dá-se a impressão que o dinheiro foi desviado para o bolso dele.”
Quando leio uma coisa dessas, me vem à mente Pablo Capilé, dizendo que é a “favor das bandas não ganharem cachês em festivais”, “tem que apertar F5”, blá blá blá. É fácil apertar o F5 quando não é na sua bunda que a vara entrando, não é mesmo? rsrs
Ah, como eu queria que esse sujeito viesse aqui, ou em qq discussão pública, e desmentisse o que o Bragatto disse. Queria ainda mais; que ele abrisse ao público os projetos do Calango, e mostrasse, em negrito, a parte no projeto aonde diz que o festival NÃO paga à bandas iniciantes.
F5, né…
Cada vez mais gosto da discussão. Ela se torna mais simples a cada post.
Sei não, mas algo me diz que alguém vai se dar mal aqui.
A não ser que estejamos no Brasil…
http://issuu.com/noize/docs/revista_noize_34_junho_de_2010/45?mode=a_p
Bruno,leia meus comentários pra saber se não estou focando.
Quer óculos de presente?
Impressionante. O nosso amigo João Parahyba lááá´em cima escreve algo profundo e de profunda abrangência e emergência à TODA classe musical, todos os gêneros e formas de produção musical no nosso país, enfim….e vocês aqui se REDUZEM a ficar equilibrando egos em gangorra, numa quebra de braços de retóricas vaidosas eterna afunilando a conversa, o nível e o número de pessoas a discutirem o que láááá em cima havia de tão importante…
Queridos amigos, queridos companheiros músicos, autores compositores, produtores e ENXERGADORES desse nosso Brasil. Voltem ao foco por favor! Não só aqui, mas na vida cultural desse país e em seus meios de produção. Parem de se limitarem! Em discurso, em alvo, como tb em foco. Não fujam do tema e sejam mais objetivos. Façam por onde a gente pensante e empreendedora que ainda se arrisca a escrever e ler aqui se sinta representada. Que porcaria de classe é essa que, quando não se omite, fala e faz tanta besteira ????
Um grande abraço muito esperançoso a todos!!!!!!!!
Parabéns, Rodrigo Coelho. Apresentou o ponto que merece atenção, essa inclusão dos cachês nos projetos, e fiscalização das verbas.
Ao Dias de Carvalho, ou Sabe-Tudo, o que eu entendo por “quem tem uma maior noção da coisa”, está no parágrafo que o Rodrigo Coelho postou do texto do Bragatto. Isso mostra que não leu absolutamente nada. Antes que se faça de desentendido, ele foi
“No ano passado, fui convidado pela Petrobras para fazer parte da Comissão de Seleção de Patrocínio na área de Festivais de Música. Vi como funciona o Edital, e, depois de ler com cuidado 89 projetos, pude verificar – com certo orgulho – que os festivais ligados ao rock, em sua maioria, eram os que detalharam melhor suas propostas. Constatei também a lisura do processo (caso contrário, não teria assinado embaixo) e vi que o trabalho da Abrafin contribuiu no processo, muito embora precise melhorar, assim como as empresas patrocinadoras (não só a Petrobras) também precisam fiscalizar mais amiúde a aplicação das verbas concedidas.
Por exemplo. Em todos os orçamentos apresentados, há verba para o pagamento de cachês de todos os artistas, do bambambã ao iniciante. Na prática sabemos que isso não acontece, o que está absolutamente errado. Não só porque quem trabalha tem que receber, em todas as esferas, mas porque, quando um patrocinador libera a verba para um orçamento, se ela não é aplicada de acordo com a própria proposta do realizador, dá-se a impressão que o dinheiro foi desviado para o bolso dele.”
Fernando, não preciso ler nenhum outro comentário. Simplesmente porque não foquei em “imagem boa junto ao público”, como, em seu delírio, você quis pintar. O óculos pode ficar com você.
Bruno Matos, quem dera eu fosse um Sabe-Tudo. Uma das poucas coisas que sei é que você é obtuso. Vou repetir o trecho do texto do Bragatto que você fez questão de ignorar, o que é típico de pessoas minúsculas feito você, que não aceitam críticas e são tendenciosas.
“Agora, se quiser mostrar transparência e credibilidade, que se crie curadorias e se estabeleça critérios. Que pare de colocar todos os anos as mesmas bandas dos produtores, senão os patrocinadores irão verificar que a verba concedida para estimular o surgimento de novos artistas está é indo para o bolso do próprio produtor. Foi-se o tempo do “se eu não colocar minha banda pra tocar no meu festival, vou colocar onde?” ou do “montei o festival para minha banda tocar”. Agora, meus amigos, o buraco é mais embaixo.”
Sobre “quem tem uma noção maior da coisa”, mantenho o que eu falei. O fato dos produtores de rock apresentarem melhor suas propostas não é o bastante. Aquela cerveja com pessoas feito os capos da Monstro conta um bocado. Literal e metaforicamente.
Sério, alguém deve pagar para você se prestar a esse papel ridículo aqui. Não tenha receio de confessar, cara.
Fernando, acho que você se enganou. O Bruno não precisa de óculos. Ele precisa é de umas aulas de interpretação de texto. Ou de um cérebro para processá-las.
Não,brigado,a não ser que queira ele prensado na cara mesmo.
“Se você recebe dinheiro de alguém de fora do festival, e ainda assim perde dinheiro, então você é realmente ruim em organizar um festival e não deveria mais trabalhar com isso. Para fazer lucro com um show na verdade é bem simples. Você organiza o show, estima o seu público, e então organiza o show para que o público pague por isso. E se você fizer de alguma outra forma, então você provavelmente está sendo irresponsável. Não posso respeitar alguém que organiza um festival dessa maneira.”
Steve Albini, em entrevista publicada nesta semana no S&Y, acertando na mosca e dizendo o que são esses organizadores de festivais que conseguem dinheiro público para organizá-los, mas dizem não ter como pagar nem mesmo o transporte das bandas.
verdade seja dita: os eventos do fora do eixo tem muito o aspecto de festas universitárias onde nínguem ganha cachê e sempre tem alguem fazendo pirofagia.
João você tinha toda razão! A gestão passada do MINC tava de sacanagem! Agora quer desestabilzar a nova gestão da Hollanda para tirar o foco das suas ações passadas com ajuda dos agentes “contemplados”. São 450 milhões de motivos para esconder!
A atual Gestão do MINC precisa urgentemente descobrir onde está estes 450 milhões que a gestão anterior deixou como herança e tomar atitudes energicas sobre este assunto, mostrando ao povo brasileiro que esta gestão esta comprometida com a verdade e com os Brasileiros. Pois têm muitos ex funcionários ligados a gestão interior do MINC e FUNARTE que estão cuidado de projetos milionários com recursos e convêncios assinados por eles mesmos quando estavam em suas funções diretivas no governo.O próprio Auditório Ibirapuera é bom exemplo disso, depois da negociação com a FUNARTE/MINC de 13 milhões para a criação do Centro de Referência, o próprio ex diretor da Funarte Cacá Machado, peça chave desta negociação pede demissão em julho de 2010 da Funarte e assume em agosto de 2010 como gestor do Centro de Referência do AI. Fato que precisa ser investigado a fundo pelo novo Minc e pela sociedade.
O Fora do Eixo e a Abrafin são a Herbalife do Rock. E não adianta reclamar por que eles sempre terão um argumento para lhe convencer de que vc é retrógrado e que eles é que estão certos. Assim como os comerciantes da marca de shake, só quem fica rico são os que estão no topo da pirâmide e seus amigos. O resto vai se endividando até desistir do sonho. Sacou a analogia? Sem falar que a ética passou longe nessa história, por que os produtores tem suas bandas e só elas participam dos grandes eventos. Há algo de muito podre nesse reino …
Algumas pessoas que falaram aí que tem “vários shows marcados pelo Brasil” é por que fazem parte da panelinha da AbrafimHerbalife. Tem banda que JAMAIS sairia ali na esquina se não tivesse esse apadrinhamento que infelizmente não por mérito artístico e sim por amizade. É preciso que outras associações e coletivos sejam criados, como disse Terence Machado. Não dá para a entidade transformar a Abrafim como a última e mais importante tábua de salvação e realizar seminários pelo Brasil como se eles fossem o orgão estatal representante das bandas em começo de carreira.
Eu queria tanto ter animo para escrever artigos bons assim
como você, com certeza ia aumentar meus resultados.
Eu tenho bastante resultados com as técnicas que uso,
resultados muito bons… Mas escrevendo blogs com
informações uteis assim como você faz com certeza deve
ajudar ainda mais.
Se quiser dar uma olhada na minha página também seria
uma honra.