texto por Marcelo Costa
fotos por Liliane Callegari
Se o consumismo não fosse tão forte, se não existissem paradas do sucesso, jabaculés e afins, se o que importasse no mundo fosse o simples prazer pelo prazer (e não por modismos, vícios ou enganos), Josh Rouse seria um cara muito mais reconhecido. O músico norte-americano, após um auto-exílio na Espanha, prepara sua volta aos Estados Unidos enquanto coloca na web e nas lojas discos cujo cerne é a simplicidade das boas canções.
Em São Paulo, Josh tocou para uma platéia animada que não esgotou os ingressos do teatro do Sesc Vila Mariana (era possível comprar na porta minutos antes do show), mas que conhecia – e bem – o repertório do show, mesmo com seus últimos álbuns inéditos no Brasil. “Vocês compraram pela internet, não é mesmo?”, brincou o músico em certo momento da apresentação, concentrada em material de seus últimos quatro álbuns (“1972”, “Nashville”, “Subtitulo” e “Country Mouse, City House”).
O bonito “Subtitulo” (2006), primeiro álbum gravado por Josh na Espanha, foi responsável por abrir a noite com as encantadoras “His Majesty Rides”, “It Looks Like Love” e “Summertime”, em versões superiores ao álbum (mesmo com o cantor esquecendo um trecho da letra da última). Do álbum ainda marcaram presença “Givin’ It Up” e a belíssima “Quiet Town”.
Seu disco mais recente, “Country Mouse, City House” (2007), foi representado apenas por três canções: a fofa “Sweetie”, a jazzy “Pilgrim” e o rock “Hollywood Bass Player”, em versão urgente. Vestido de jeans, tênis e blazer e alternando-se entre a guitarra acústica e o violão, Josh confessou paixão pela música brasileira, mesmo sem entender a língua: “Como vocês devem ter lido nos jornais, sou fã de música brasileira. Não entendo o que eles dizem, mas tudo soa tão bem. Não é isso o que importa?”.
O show foi estrategicamente dividido em blocos que procuravam representar algum de seus últimos (quatro) álbuns, ignorando totalmente os três primeiros. Desta forma, “Comeback (Light Therapy)” e “Love Vibration”, ambas do ótimo “1972? (2003) chegaram no meio da apresentação para dar um toque mais suingante para a noite (com detalhe para a slide guitar de Mike Cruz – que também tocou teclados – e a linha de baixo marcante de Haggerty).
A parte final foi inteiramente dedicada ao álbum “Nashville”, um dos discos favoritos dos fãs. “Winter in The Hamptons”, “Carolina”, “Streetlights”, “Why Won’t You Tell Me?” e “It’s The Nighttime” fecharam o show contagiando o público. Para o bis, “Slaveship” (do “1972”), “Sad Eyes” (outra pérola do “Nashville”) e “Directions” (a pedido do público), única concessão do músico a material antigo, neste caso do álbum “Home” (e também da trilha sonora do filme “Vanilla Sky”), de 2000, lançado no Brasil pela Trama. Um belo show.
– Marcelo Costa (@screamyell) edita o Scream & Yell e assina a Calmantes com Champagne
– Liliane Callegari (@licallegari) é fotógrafa e arquiteta. Site oficial: http://lilianecallegari.com.br
Cara. Não acreditei. Eu adoro o trabalho do cara. Leio jornal, navego na internet e não fiquei sabendo desse show. Ninguém divulgou ou eu andei na lua esses dias? Imperdoável.
Faço minhas as palavras do Max aí em cima..
:””””””””””-(
Assisti esse show no palco, na produção. Estava lá com um amigo que fazia parte da produção