Eskobar, Eskobar (V2)
Preço em média (importado): R$ 48
Não me lembro da primeira vez que ouvi falar do Eskobar, banda sueca que está por ai desde 1996. A segunda vez, com certeza, foi numa pauta oferecida pelo jornalista Jorge Wagner ao Scream & Yell, comentando sobre os três discos dos suecos, que até então eram desconhecidos para mim. Permaneceram, mesmo com o amigo Alexandre Inagaki fazendo parte do coro “ouça esses caras”. Demorou dez anos, e a ficha caiu. “Eskobar, quarto álbum do trio, lançado na gringa em maio, é uma beleza pop rara, que poderia ser chamado de “The Man Who 2”, já que o Travis perdeu a mão nos discos seguintes e nunca mais conseguiu repetir o nível de sua pequena obra prima. O Eskobar arranha o status com este disco homônimo.
“Eskobar” traz dez canções quase minimalistas, cuja voz de Daniel Bellqvis acaba sobrepondo-se, doce e melancólica, sobre os arranjos delicados. “Art Of Letting Go”, que abre o disco, era para dar título ao trabalho, até a banda optar pelo nome homônimo. É lenta, com uma guitarra steel baixinha na mixagem e a letra tristonha. A bateria entra tímida em “By Your Side”, e tudo vira canção pop em “Persona Gone Missing”, primeiro single do álbum, com refrão grandioso e bonito arranjo de cordas. A tristeza volta a conduzir a melodia em “Some Of Us Got Paid”, que lembra a faixa de abertura (e ambas lembram muito Travis).
O clima se mantém nas faixas seguintes. “Whatever This Town” começa lenta, mas acelera e ganha corpo. “Heads Of The Gods” também aposta no minimalismo, fonte de quase todo o disco. Uma percussão discreta, um riff simples de guitarra (ou violão), a stell guitar para dar o charme e a voz de Bellqvis bastam para o trio compor boas pop songs. “Devil Keeps Me Moving”, “When You’re Gone” e “Champagne”, o trio de canções que encerra o disco, não acrescentam muitas coisas a fórmula (uma gaitinha aqui, outra acolá), mas são tão bonitas que chegam a emocionar. Apesar de ser um dos álbuns mais bonitos do ano, reviews dão conta que este é o mais fraco dos quatro álbuns do trio sueco. Suspeito que aqui eles se distanciaram tanto dos álbuns anteriores – ao optar pela simplicidade – que os admiradores estão lhe cobrando personalidade. Não consigo imaginar que eles puderam fazer algo tão tocante quanto este “Eskobar” antes. Viver é acumular tristezas, diria outro. Todas as tristezas acumuladas pelo Eskobar parecem estar neste quarto disco. Ouça com calma, e depois vá atrás dos outros.
sabia que um dia vc se renderia! rs
Persona Gone Missing é linda e um dos melhores singles de 2006, mas no geral, achei o “4” do Eskobar um pouco fraco, deja vu demais…
o terceiro disco é melhor.
o que não faz desse um disco RUIM.
abs
cara, uma banda com referência de britpop anos 90? pior ainda: do TRAVIS? poutaa merde! tenho medo das suas predileções assumidamente pop rocks. po, tu é um cara que gosta de LEONI? pouta meeerde! tá precisando de umas injeções de testosterona. mal aí.
por falar nisso, me coloca aí na tua seleção de blogs na margem esquerda do teu site. abraço
E ae Marcelo, tranquilo? Bem legal sua matéria sobre RS x Bizz. Eu ainda não conheço a “versão brasileira” da RS, mas a cara da “nova” Bizz me agradou bastante.
Onde eu leio notícias?! Bom, basicamente no Whiplash.net, Rockwave.com, Orkut entre outros, além dos fóruns nacionais e internacionais sobre Guns N’ Roses (banda que curto bagaraio desde 91).
Parabéns pela coluna!
Abraço!
Eskobar é, definitivamente, uma bela banda. Mas faço coro ao nosso camarada JW: este quarto álbum não é tãããão bom quanto os anteriores. E apesar de gostar muito de “Persona Gone Missing”, senti falta de uma canção que me agarrasse pelo colarinho da alma, como o Eskobar fez comigo em faixas como “Sun in my Eyes” (do primeiro álbum) e “Someone New” (do segundo álbum, com participação especial da maravilhosa Heather Nova).