S&Y Especial Copa do Mundo 2006
Guia S&Y Copa 2006
por
Juliano Costa e Martin Fernandez
29/05/2006
A Copa do Mundo só começa na sexta-feira, dia 09 de junho,
mas a dupla Juliano Costa e Martin Fernandez preparou um "faixa-a-faixa",
ops, um raio-x, ops, um manual, ops, um guia (aeee) para você
conhecer detalhadamente as 32 seleções que disputam o torneio.
Enquanto isso, Juliano treina seu linguajar alemão para aproveitar
os intervalos da viagem e conquistar aquela loiraça com copos
gigantescos de beer (que, na verdade, se chama Roberto e nasceu
em Itaquera) em algum boteco no velho mundo e Martin Fernandez
se prepara para conviver 30 dias com Galvão Bueno e as imperdíveis
reportagens da Globo. Coisas do futebol...
Grupo A
Alemanha
Ponto forte: são dois: joga em casa e tem dinheiro.
Para quem não sabe, a grana foi usada para comprar atacantes.
É sério. Podolski e Klose são poloneses, Neuville é suíço e
Asamoah é um negão que faz o Roque Júnior parecer o Juninho
Paulista.
Ponto fraco: A grana não foi suficiente para comprar
zagueiros e meio-campistas.
E nem deu para renovar com o brasileiro Kuranyi.
Craque: Schweinsteiger. Guarde este nome (faça
uma colinha).
Bagre: Ballack. Esqueça os comerciais da Adidas
e tente lembrar de um baita jogo dele. Conseguiu?
Até onde pode chegar: Ao título. Em seis das 18
Copas (o que dá um terço, segundo nosso amigo japonês), o campeão
foi exatamente o anfitrião. Até o Uruguai (!) já foi campeão
jogando em casa.
Se fosse uma banda... seria o Kraftwerk.
Pelo futebol-robô e toda aquela chatice programada.
Polônia
Ponto forte: Deu sorte. Caiu num grupo baba.
Passaria da primeira fase até com o Papa João Paulo II como
goleiro.
Ponto fraco: O Papa pop morreu. Não vai dar para
ser campeão nem com reza brava.
Craque: Marcin Baszczynski. Oito consoantes juntas
não é pra qualquer um. Respeito com o cara.
Bagre: O beque se chama... Bek! É sério! Pena
terem deixado o atacante Atakantovsky de fora. Sacanagem.
Até onde pode chegar: Oitavas-de-final, quando
pega a Inglaterra, sua algoz histórica (nove vitórias do time
da rainha contra uma dos polacos). Se não rolar aquela zebra,
a Polônia leva piaba e volta pra casa, que é logo ali.
Se fosse uma mulher... seria aquela nerd de óculos.
Ela passa na sua frente e você nem percebe. E quando você precisa
falar com ela, bate aquela dificuldade para lembrar o nome.
Costa Rica
Ponto forte: A riqueza de seu litoral.
Ponto fraco: Todos. Copa é coisa pra gente grande.
Classificar-se depois de bater Haiti, Belize e São Vicente &
Granadinas é fácil. Mas quando o futebol é disputado longe das
praias do Caribe, o bicho pega.
Craque: Por mais que seja perna-de-pau em seu
país de origem, o brasileiro sempre será o rei do pedaço em
qualquer outro lugar do mundo. É por isso que Alexandre Guimarães
(quem?) é ídolo na Costa Rica. Jogou uma Copa (90) como atacante
e foi técnico nas outras duas (a de 2002 e esta agora). Se fosse
bom de bola "de verdade", ainda correria o risco de ser canonizado
por lá.
Bagre: O goleiro se chama "Porras". Imagina o
que ele fala para os zagueiros.
Até onde pode chegar: Se não perder as três, já
estará no lucro.
Se fosse um parente... seria aquele namorado da
tua prima. Sabe aquele meio estranho? Aquele que chega na festa,
nunca sabe direito onde sentar, com quem falar, como agir.
Resultado: sempre vai embora antes que a festa fique boa.
Equador
Ponto forte: Uma seleção sul-americana que veste
amarelo.
Ponto fraco: A falta de altitude das cidades alemãs
que serão sede da Copa. Para quem não se lembra, o Equador venceu
oito das nove partidas que fez em Quito (2.800m) pelas Eliminatórias.
Assim, eliminou Uruguai, Chile e outros países desprovidos de
estádios localizados ao nível do Monte Everest.
Craque: O montinho artilheiro.
Bagre: Kaviedes. Pinta de argentino, futebol de
equatoriano.
Até onde pode chegar: Zugspitze, o pico mais alto
da Alemanha, com 2.962 metros acima do nível do mar. Fica na
fronteira com a Áustria, nos Alpes. Já que o Equador gosta tanto
de altitude, poderia organizar uma excursão até Zugspitze. Ninguém
duvida que turismo é tudo o que os equatorianos farão na Alemanha.
Se fosse um esporte... seria alpinismo, bungee
jump, qualquer coisa, menos futebol.
Grupo B
Inglaterra
Ponto forte: Com Gerrard, Lampard, Beckham, Rooney
e Owen, tem a melhor seleção desde 1966,
ano do único título.
Ponto fraco: Ao contrário de 1966, desta vez não
terá como roubar, já que a Copa é na Alemanha e a Scotland Yard
nada pode fazer a respeito. Além disso, sofre do mesmo mal que
a seleção da Espanha e a Daiane dos Santos: a febre amarela.
Craque: Gerrard é técnico e raçudo, Lampard não
erra um passe desde o inverno de 1998, Beckham faz um lançamento
de 70 metros com a facilidade que a gente escreve merda, Owen
estreou fazendo gol na Premier League aos 14 anos e 3 meses
e Rooney quebrou seu recorde: fez gol aos 12 anos e 4 meses.
Pode escolher qualquer um desses aí como craque.
Bagre: Se o time titular é uma beleza (não só
por causa do Beckham), o banco de reservas é tão ruim quanto
um videoclipe do Oasis. Destacamos apenas o grandalhão Peter
Crouch, aquele dos 2 metros de altura que andou metendo medo
no São Paulo, no Mundial de Clubes do Japão, o que vale de verdade.
Para piorar o nível do banco, quem comanda a parada toda é o
sueco Sven Goran Eriksson, um completo idiota.
Até onde pode chegar: Ao título, se o Eriksson
deixar.
Se fosse uma banda... seria o Arctic Monkeys.
"Os melhores desde...", "A melhor geração desde...".
Já não ouvimos isso antes?
Suécia
Ponto forte: A constância. Não importa quem caia
no grupo da Suécia nas eliminatórias européias:
eles vão conseguir chegar na Copa do Mundo.
Ponto fraco: Suecos não sabem ser campeões.
Craque: Os dois que não carregam sangue sueco
nas veias: os atacantes Zlatan Ibrahimovic, filho de sérvios,
e Henrik Larsson, filho de uma negona arretada da Bahia.
Bagre: O resto do time é sueco e se chama Andersson.
Até onde pode chegar: Pode surpreender a Inglaterra,
para quem não perde há 37 anos (foram 11 jogos), e chegar às
oitavas-de-final, fase sempre repleta de times chatos.
Se fosse uma banda... seria o Roxette: por serem
suecos, por serem chatos, e por ninguém (exceto nós) lembrar
deles.
Paraguai
Ponto forte: Os goleiros.
Livraram-se de Chilavert e Tavareli, que por tanto tempo entregaram
o pobre time paraguaio.
Ponto fraco: O resto do time continua aí, na ativa.
Craque: Roque Santa Cruz. Engana faz um tempaço
no Bayern de Munique. A gente espera que "em casa", ele pare
de enganar e jogue alguma coisa.
Bagre: Aníbal Ruiz, o treinador uruguaio. Com
tanta gente boa "down under", tinha que o único representante
do Uruguai na Copa ser um técnico com cara de despachante? E
treinando o Paraguai?!?!
Até onde pode chegar: Não muito longe, como sempre.
Se passar da primeira fase já tá legal.
Se fosse um exército... seria o da salvação. Inofensivo,
inofensivo.
Trinidad & Tobago
Ponto forte: Promoção "comentarista interativo
Scream & Yell". Manda um e-mail pra gente com um ponto forte
de T&T. O melhor vai ser publicado, e ainda ganha autógrafo
nosso. E, se você for mulher e tiver uma amiga gostosa, pode
passar um dia e uma noite com um de nós.
[Você escolhe qual. O outro fica com a amiga gostosa].
Ponto fraco: O tabagismo. Russel Latapy tem 37
anos (aparenta mais) e deve ser o garoto-propaganda do Marlboro
tanto em Trinidad como em Tobago. "Fumo, sim. Sempre fumei e
vou continuar fumando, mesmo durante a Copa", disse ele recentemente,
antes de concluir: "Se eu parar de fumar meus cigarrinhos, não
vou passar a jogar melhor ou pior do que já jogo atualmente".
Como o S&Y está engajado na campanha anti-tabagismo, Latapy,
na nossa opinião, é um bagre. Humpf! (e cof cof)
Craque: Dwight Yorke. O irmão bastardo e negão
do Thom é um atacante que fez uma baita dupla com Andy Cole
no Manchester United, e que hoje, aos 47 anos, gasta as travas
no "futebol australiano", com perdão pela contradição de termos.
Bagre: Thom, o irmão branquelo e doidão de Dwight.
Tem uma baita banda, talvez você já tenha ouvido. Mas não joga
porra nenhuma.
Até onde pode chegar: Fumando assim, como Latapy?
Alguns meses.
Se fosse uma frase... seria a daquele mano que
bolou os Jogos Olímpicos Modernos:
"O importante é competir".
Grupo C
Argentina
Ponto forte: A ausência de Marcelo Bielsa. Eleito
pelo Scream & Yell o técnico mais burro do mundial de 2002,
"El Loco" num momento de sanidade pediu a conta da albiceleste.
Hoje quem manda por lá é o racional José Pekerman.
Ponto fraco: Por ser um torneio internacional,
os corintianos Mascherano e Tevez podem sofrer alguns problemas
extra-campo, principalmente num aeroporto em que é preciso desembarcar
com algo mais que uma carteira de identidade. "¿Que és pasaporte?"
Craque: Riquelme. A 10 do Barcelona lhe pesou,
é verdade, mas ele pegou o Villareal nas costas e levou o "Submarino
Amarelo" muito longe na Uefa Champions League, o que não é pouco.
E foi ele quem comandou a última piaba que a seleção brasileira
levou (aqueles 3 a 1 no Monumental).
Bagre: Julio Cruz. Um poste convocado para uma
das melhores seleções da Copa (!!) e que, com a camisa da Inter
de Milão, consegue mandar Adriano Imperador para o banco em
alguns jogos. CPI nele! Já!
Até onde pode chegar: Al título, carajo!
Se fosse uma banda... seria o Oasis. Tem gente
que ama, tem gente que odeia. Mas todo mundo respeita porque
sabe que é boa pra caralho.
Costa do Marfim
Ponto forte: Uma seleção africana sempre mostra
bom futebol na Copa.
E a Costa do Marfim é apontada como favorita para esse posto.
Ponto fraco: Já faz algum tempo em que a seleção
africana favorita é uma tremenda decepção.
Vide Camarões e Nigéria.
Craque: Didier Drogba. Além de ser o único jogador
que a gente conhece, é uma fonte inesgotável de trocadilhos.
Bagre: Tem um atacante chamado Kone. É a piada
pronta mais sem graça da história.
Até onde pode chegar: No Grupo da Morte? Vai saber!
Pode tanto cair na primeira fase como passar para as oitavas
como líder da chave. É a mais imprevisível de todas as seleções.
Se fosse uma balada... seria a festa de
fim de ano da sua empresa. Você passa muito tempo falando dela,
chega até a se preocupar às vezes. Mas ela pode ser uma grande
decepção. E aí é melhor esquecer.
Holanda
Ponto forte: A tradição. Todos respeitam.
Ponto fraco: A tradição. Nunca ganhou nada.
Craque: Arien Robben, o Robinho holandês. É habilidoso,
driblador, joga pela ponta esquerda e sabe fazer alguns golzinhos
de vez em quando.
Bagre: Van der Sar. O gigante frangueiro, que
só teve empregões na vida, vai tomar (pelo menos) um gol pelo
meio das pernas. Quer apostar?
Até onde pode chegar: Ao vice. A Holanda nunca
será campeã, ainda mais com o azarado do Van Basten como treinador.
Se fosse um filme concorrendo ao Oscar... seria
o de um diretor brasileiro. Está sempre na moda, muita gente
elogia, muita gente até torce. Mas nunca vai ganhar nada.
Sérvia & Montenegro
Ponto forte: São dois países servindo uma única
seleção.
Ponto fraco: Não dá mais para contar com os jogadores
de outros quatro países (Eslovênia, Bósnia, Croácia e um outro
que a gente esqueceu, mas que começa com M e tem uma bandeira
muito louca, em vermelho e amarelo). Bons tempos os da Iugoslávia...
Craque: O zagueiro Dusan Basta. Com um nome desse,
melhor não contrariar. Vai que o cara é meio nervosinho e pega
a gente de porrada...
Bagre: Petkovic, o técnico que deixou o xará aqui
no Brasil e levou um monte de "perebic" pra Copa.
Até onde pode chegar: À extinção, falência, morte,
sei lá. Num jogo de War, já teria perdido quatro territórios.
Com boa parte de seus homens entre 20 e 35 anos enviados à Alemanha,
o que restou do país está desguarnecido. Que rolem os dados!
Se fosse uma novela... seria Éramos Seis (nações).
Agora são duas. Avante, Iugoslávia!
Grupo D
Portugal
Ponto forte: Felipão, o treinador que nasceu com
o curió virado para a lua.
Ponto fraco: As piadas de português. Não dá para
ser motivo de piada e campeão do mundo ao mesmo tempo. Ou alguém
conhece uma anedota de uruguaio?
Craque: Ronaldo. Eles também têm um.
Bagre: Pauleta. Seria reprovado na peneira do
XV de Jaú. Mas por alguma razão que simplesmente desconhecemos,
é o camisa 9 do Paris Saint-Germain, o que não é nada, não é
nada, não é nada mesmo, mas é suficiente para ser chamado pelo
Luiz Felipão, o Scolari.
Até onde pode chegar: À decisão. Quem não tem
medo do Felipão?
Se fosse um livro... seria O Chefão, de
Mario Puzo. Com Don Scolari no papel principal.
E o Murtosa como consigliere.
México
Ponto forte: O entrosamento. Sério: enquanto o
Brasil fez um amistoso em 2006, o México fez oito! Sem contar
que estão concentrados pra esta Copa desde que foram eliminados
em 2002.
Ponto fraco: De que adianta tudo isso se são todos
mexicanos?
Craque: Hugo Sanchez. Ele parou faz tempo, claro.
Mas você conhece algum craque mexicano surgido depois dele?
Não vale "bom jogador", tem que ser craque!
Bagre: O meia Gerardo Torrado. Já passou do ponto.
Até onde pode chegar: Não sabemos qual seleção
será a campeã, qual será a decepção, qual será a surpresa. Mas
de uma coisa nós temos CERTEZA: o México vai cair nas quartas-de-final.
É fato. É barbada. É tradição. Desde que o futebol foi inventado,
no ano 539 a.C., os mexicanos caem nas quartas-de-final. Foi
assim em 2002, 98, 94, 86... Se não nos falha a memória, a maior
seleção feita de craques aztecas, a da Copa de 418 d.C., em
Cartago, foi eliminada justamente nas quartas-de-final. De tanto
ficar sempre entre os oito, o México acabou aclamado pela Fifa
como um dos cabeças-de-chave para a Copa da Alemanha. Uma bizarrice,
claro, que só vai cair... nas quartas-de-final!
Se fosse um piloto de moto... seria o Alexandre
Barros (lembra?): vai fazer um bom campeonato, vai até brigar
com os grandes, mas vai terminar mesmo lá por sétimo, oitavo
lugar. E vai ficar feliz.
Irã
Ponto forte: Têm jogadores prontos a morrer pelo
time.
Ponto fraco: Falta grana. Há alguns anos, o mega-investidor
Kia Joorabchian tentou, mas não conseguiu fazer uma parceria
com a seleção de seu país. Kia acabou investindo num outro time-bomba,
o do Parque São Jorge. Uma pena. Os dólares bem limpinhos de
Kia poderiam ajudar o Irã na Copa, principalmente no que tange
a arbitragem.
Craque: Mustafá. Tem uma bomba no pé e uma grande
explosão.
Bagre: Mohamed. Até é bom jogador, mas é muito
estouradinho.
Até onde pode chegar: Ao detector de metais. Jack
Bauer estará de olho.
Se fosse um jogador de futebol... seria o Iranildo,
hoje no Brasiliense. "Um dia ainda vai estourar!"
Angola
Ponto forte: Fala português e seus jogadores são
conhecidos por apelidos, e não pelo sobrenome. Há um jogador
chamado "Loco", um "Love" e (o melhor de todos) um "Zé Kalanga".
Ponto fraco: Com exceção do atacante Mantorras,
do Benfica, não há um único jogador que dispute a Primeira Divisão
de um campeonato ao menos relevante. Nenhum! Ou seja: vai tomar
piaba.
Craque: Johnson, da Portuguesa. Não, ele não é
craque e nem vai pra Copa. Só o citamos para lembrar do caso
do repórter da Globo que, durante uma transmissão ao
vivo, disse que "o Johnson vive há muito tempo no Brasil e,
por isso, já está muito bem adaptado ao idioma português". Quem
viu, viu.
Bagre: Johnson. O cara é angolano, joga no futebol
brasileiro e nem assim vai pra Copa! Ah, vai ser ruim assim
lá na... Portuguesa!
Até onde pode chegar: ao terceiro lugar na chave.
A experiência com minas terrestres pode ajudar na interessantíssima
batalha contra o Irã.
Se fosse um cantor... seria um participante do
programa Ídolos: é fraco, feio, usa uma roupa brega,
mas conta com a nossa simpatia e torcida, apesar de sabermos
que eles vão ser massacrados.
Grupo E
Itália
Ponto forte: Contam com a torcida feminina!
Ponto fraco: Desde quando isso importa no futebol?
Craque: Totti é uma figuraça. Joga muito e tal.
Mas a gente gosta dele porque o cara sabe tirar sarro de si
mesmo. De tanto ser chamado de burro, Totti lançou um livro
de piadas que têm como personagem principal... ele mesmo! Sabe
essas piadas que a gente conta de português? Pois é. No livro,
o português é o Totti. Ele ganhou uma fortuna com isso. E depois
ainda o chamam de burro...
Bagre: Essa é fácil: a Squadra Azzurra conta com
um jogador chamado Grosso. Veja bem: Grosso. (Menção honrosa:
Materazzi. Pra ele, do pescoço pra baixo é tudo canelloni. Tem
até um vídeo no YouTube só com as enxadadas que o becão distribui
por aí)
Até onde pode chegar: Com a tradição da camisa,
a Itália pode chegar longe sempre - ainda mais agora, que a
camisa é agarradinha e os adversários não têm como segurar o
Grosso & Cia.
Se fosse uma banda... seria o Franz Ferdinand.
Parecem meio gays, com aquelas roupinhas e penteados. Tudo muito
"dúbio", tudo muito estranho. Mas temos que admitir que são
legais e gostamos deles.
República Tcheca
Ponto forte: Com um jogador chamado Plasil em
campo, o torcedor tcheco não vai sofrer enjôo.
Ponto fraco: O Valium não foi convocado.
Craque: Nedved parece uma Barbie do Mundo Bizarro
do Superman. Mas joga um bolão.
Bagre: Jan Koller.
Forma com o inglês Crouch, o argentino Cruz e o australiano
Viduka a seleção mundial dos postes.
Até onde pode chegar: A Tcheca pode tudo. É só
querer.
Se tivéssemos vergonha... não faríamos o seguinte
trocadilho:
Será que a retaguarda tcheca está preparada para o ataque do
Peru?
(Nota: o Peru não está na Copa. O trocadilho foi gratuito)
Estados Unidos
Ponto forte: Viver na Concacaf. Assim, até nós
aqui no S&Y formamos uma seleção, disputamos as eliminatórias
e chegamos na Copa. Bah!
Ponto fraco: Eles não entendem e não gostam de
soccer. E o soccer também não gosta deles.
Craque: O meia Pablo Mastroeni. É argentino, foi
viver nos Estados Unidos, ganha a vida jogando bola e agora
vai pra Copa. Ô, cara rabudo!
Bagre: Steven Cherundolo. Mais um da série nomes-que-geram-trocadilhos.
Até onde pode chegar: lugar nenhum. Toma pau de
Itália e dos tchecos. Vai brigar por Gana pelo terceiro lugar
na chave, o que vale muitíssimo, como você sabe.
Se fosse um atleta... seria Michael Jordan...
tentando jogar beisebol.
Gana
Ponto forte: Com um nome desse, não dá para negar
que é uma seleção de muita raça.
Ponto fraco: O torneio é pra gente grande e Gana
sempre se saiu bem só nos Mundiais Sub-17 e Sub-20. Tão bem
que acabou despertando suspeitas no mundo inteiro: estariam
os ganeses jogando com "gatos", aqueles jogadores que falsificam
a idade para atuarem entre os mais jovens e, assim, levando
vantagem?
Craque: Essien. Custou US$ 2 bilhões ao Chelsea.
Ninguém nunca viu ele jogar nada.
Mas se custou tanto assim, alguma bola ele deve jogar.
Bagre: Freddy Adu. Ele joga pelo Estados Unidos,
mas nasceu em Gana e nem foi convocado pelos ianques. Por isso
está aqui.
Até onde pode chegar: Num grupo desses? Nem os
gatos salvam.
Se fosse uma apresentadora de TV... seria a Glória
Maria: você não fica se perguntando: "Pô, essa mulher não cobriu
a morte do Tancredo? Quantos anos ela tem? Parece que não fica
velha nunca!".
Grupo F
Brasil
Ponto forte: Tás brincando?
Ponto fraco: Tanto craque junto pode dar merda.
Vide 82.
Craque: Emerson. Esse sim joga muito! Enquanto
os Rs ficam fazendo malabarismos, é o nosso estimado cabeça-de-área,
nascido na fronteira do Rio Grande com o Uruguai, quem carrega
o piano. Não é à toa que seu passe custa US$ 3,5 bilhões e ele
só joga em timaço da Europa.
Bagre: Ricardinho, o cara do esporte errado: se
quer passar a bola pro lado ou pra trás, vai jogar rugby, onde
isso é regra! Se tem medo do rugby (e deve ter, porque ele sempre
foge de divididas), sugerimos que ele use as mãos para atuar
como goleiro num "rachão". Lembra do Emerson em 2002?
Até onde pode chegar: Dãh.
Se fosse uma banda... seriam os Beatles: o quarteto
mágico vai funcionar perfeitamente. Até que uma briga de egos,
uma namorada japonesa ou qualquer besteira assim acabe com o
sonho.
Croácia
Ponto forte: A globalização. Como croata não sabe
jogar bola, foram convocados sete (!!!) estrangeiros naturalizados:
três alemães, três australianos e um bósnio.
Ponto fraco: Esqueceram de chamar um brasileiro.
Craque: O goleiro Tomislav Butina, que não se
esquece de suas origens sertanejas.
E que acha frescura esses tênis com amortecedores.
Bagre: Niko Kranjcar. É filho do técnico. Abaixo
o nepotismo!
Até onde pode chegar: Se caísse na mesma chave
que a Sérvia, poderíamos dizer que estaria no seu Grupo da Morte
- literalmente. Como não caiu, pode avançar até as oitavas.
Se sua camisa quadriculada... pudesse ter outra
utilidade, seria uma toalha de mesa de cantina vagabunda. Mas
uma toalha de mesa de R$ 200, fabricada pela Nike.
Japão
Ponto forte: Zico é o técnico.
Ponto fraco: Zico não entra em campo.
Craque: Mitsuo Ogasawara, do Kashima Antlers.
Aprendeu a bater faltas com o técnico brasileiro. Mas também
é só. É tipo um Branco da seleção de 94.
Bagre: Hidetoshi Nakata. Em 2002, ele pelo menos
jogava bem nos comerciais da Nike. Hoje, nem isso.
Até onde pode chegar: oitavas. Perde pro Brasil,
ganha da Austrália e briga com a Croácia pela segunda vaga.
Depois cai ante Itália ou República Tcheca. Pra eles, tá bom
demais.
Se fosse um filme... seria Escola do Rock.
Com Zico feito um Jack Black, distribuindo vídeos ao final dos
treinos e tentando ensinar alguma coisa pros olhos puxados.
Austrália
Ponto forte: É difícil fazer gol neles, já que
jogam da maneira inglesa.
Ponto fraco: É difícil tomar gol deles, já que
jogam da maneira inglesa.
Craque: Há vários, mas nenhum joga futebol.
São todos jogadores de Rugby, esse sim, o verdadeiro esporte
dos Aussies.
Bagre: Quem não deu sorte no Rugby virou jogador
de futebol. Vejam o centroavante Viduka, por exemplo: tem 1,90m,
pesa 98kg e tem a mobilidade de um boneco G.I.Joe.
Até onde pode chegar: Falando sério? O técnico
deles, o holandês Guus Hiddink, manja das coisas. Não é milagreiro,
mas levou até a Coréia às semifinais, em 2002. Vai que o cara
dá sorte de novo...
Se fosse um time de futebol... seria o Once Caldas
(COL), campeão da Libertadores em 2004: vai tentar levar todas
no zero a zero, pra tentar ganhar nos pênaltis. Bah!
Grupo G
França
Ponto forte: O mesmo que o da Croácia. Pela terceira
Copa consecutiva, montou mais uma seleção globalizada. Tem jogadores
de origem árabe (Zidane), africana (Vieira, Boumsong, Makelele),
do Caribe (Thuram, Malouda), da América do Sul (Trezeguet, acredite,
cresceu na Argentina). Assim fica fácil.
Ponto fraco: Há alguns franceses no meio: o goleiro
Barthez é o melhor (pior?) exemplo. O resto, fora o Silvestre,
é negão bom de bola.
Craque: Zidane. O careca joga muito. E vai parar
depois da Copa, então aproveita.
Bagre: Silvestre. Roque Júnior, perto dele, é
um zagueiro completo.
Até onde pode chegar: Vai saber. Quando a gente
acha que não vai virar nada, os caras metem 3 a 0. Quando a
gente acha que eles são favoritos, caem na primeira fase sem
fazer um golzinho sequer.
Se fosse uma ilha.. seria a de Lost. Tem
de tudo e ninguém se entende.
Suíça
Ponto forte: Os trocadilhos. Se perder, podemos
dizer que os suíços tomaram um chocolate. Se jogar direitinho,
podemos dizer que o time trabalhou com a precisão de um relógio.
Ponto fraco: Os trocadilhos. Nós vamos usá-los,
mas eles são ruins de doer.
Craque: Frei. O atacante de nome religioso talvez
faça milagre.
Bagre: Senderos. O jovem zagueiro do Arsenal é
uma promessa do futebol. Assim que for apresentado à bola, deve
evoluir ainda mais.
Até onde pode chegar: Nesse grupo teta? Classifica
e depois cai nas oitavas,
frente a Espanha ou Ucrânia.
Se tivesse perdido a última partida das eliminatórias
para a Irlanda, teríamos um baita time legal na Copa, e não
esse bando de... de.... de... suíços!
Togo
Ponto forte: a velocidade e os deslocamentos.
Os togoleses (!) são especialistas em jogar sem bola.
Ponto fraco: É com a bola que se joga.
Craque: Adebayour. É reserva de Henry no Arsenal.
Não é nada, não é nada, já é alguma coisa, vai.
Bagre: Todos os outros que não são reservas do
Henry.
Até onde pode chegar: Togo to go home early.
Se fosse um parente... seria aquele namorado da
tua prima. Sabe, aquele meio estranho? Aquele que chega na festa,
nunca sabe direito onde sentar, com quem falar, como agir. Resultado:
sempre vai embora antes que a festa fique boa. Impressão de
que já leu isso lá em cima? Já leu sim, sobre a Costa Rica.
A diferença é que Togo foi convidado pela primeira vez.
Coréia do Sul
Ponto forte: Todos se parecem, o que complica
a marcação. Como já explicamos em 2002, eles podem substituir
todos no intervalo, por exemplo.
Ponto fraco: Pode trocar à vontade. Nenhum sabe
jogar mesmo...
Craque: Ping Pong. Tipo de marcador que gruda
no adversário.
Bagre: Park Ji Sung. Ainda tentamos entender o
que ele faz no Manchester United, já que nunca o vimos marcar
um gol, acertar um cruzamento, dar um carrinho, nada!
Até onde pode chegar: A lugar nenhum.
Desta vez a Copa é na Europa e não há como subornar os juízes,
como fizeram em 2002.
Se fosse uma frase... um grito de torcida ou qualquer
coisa que o valha, seria aquele de 2002, claro: Chupa, Coréia!
Grupo H
Espanha
Ponto forte: Seus principais jogadores atuam ao
lado dos maiores craques do mundo.
Ponto fraco: Eles não conseguiram aprender muita
coisa ainda. E sempre amarelam na hora H.
Craque: Raul é mais marqueteiro do que craque,
convenhamos. Mas gostamos dele por causa da seguinte anedota:
num ataque do Real Madrid, se Raul tem a bola e Robinho está
sozinho, o que o menino de São Vicente grita? Hein? Hein? Hein?
Ora... "Toca Raul!"
Bagre: Michel Salgado. Se esse cara joga no Real
Madrid, a gente também pode chegar lá um dia. Basta ter perseverança,
acreditar no sonho, essas coisas. Futebol? Não precisa.
Até onde pode chegar: Quartas-de-final. Aí aparece
a síndrome do amarelão.
Se fosse uma doença... seria a Ancilostomose.
Ucrânia
Ponto forte: Tem um baita centroavante, um dos
melhores do mundo.
Ponto fraco: É time de um jogador só. Nem Pelé
carrega 10 ucranianos ao título.
Craque: Shevchenko. É esse o cara. Se a Ucrânia
está na Copa, a culpa é dele.
Bagre: Todos que não ganham 1 bilhão/ano, não
jogam num dos maiores clubes do mundo, não são ídolos absolutos
em seu país e não se chamam Shevchenko.
Até onde pode chegar: Quartas-de-final. Caiu num
grupo baba e, nas oitavas, pode pegar outra baba. Depois, cai.
Se fosse uma música... seria aquela dos Engenheiros:
"Somos um exército, um exército de um homem só". Ou então aquele
CD dos Los Hermanos, o "Bloco do Eu Sozinho".
Tunísia
Ponto forte: Experiência. A gente nem percebe,
mas a Tunísia vai para sua terceira Copa seguida.
Ponto fraco: Eles ainda não sabem ganhar. Nas
últimas duas copas, perderam quatro e empataram duas.
Craque: Francileudo Santos. O cara é maranhense
e joga no Toulouse, da primeira divisão francesa.
Alguma bola deve jogar.
Bagre: Todos os outros. Todos!
Até onde pode chegar: lugar nenhum. O negócio
deles é eliminatórias, não Copa.
Se fosse um time... seria o Corinthians: o negócio
deles é chegar na Libertadores. E não ganhar.
Arábia Saudita
Ponto forte: O mesmo da Tunísia. Toda Copa eles
estão lá, escondidos no último grupo.
A gente até se esquece deles.
Ponto fraco: Eles também não aprenderam a jogar.
Craque: O meia Al Gandhi, que prega um estilo
de jogo chamado "resistência pacífica", um esquema em que o
time não dá um pontapé sequer mesmo quando provocado e pressionado.
Bagre: O goleiro Al Deayea é o recordista mundial
de jogos por uma seleção (181, até maio). Como ele joga pela
Arábia Saudita, é também, seguramente, o goleiro mais vazado
da história do futebol. Só da Alemanha ele tomou oito na última
Copa. Pelo jeito, a Arábia é como a pelada de recreio de qualquer
escola brasileira: ninguém gosta de pegar no gol.
Até onde pode chegar: À Copa de 2010, 2014, 2018...
mas sempre caindo na primeira fase.
Se fosse um time... seria o Corinthians. É, piada
repetida. É sempre bom zoar o Corinthians.
Nossos especialistas em futebol estão esperando comentários,
apostas, reclamações, dicas para ganhar aquele bolão
zebra em seus emails. O S&Y vai acompanhar a Copa até a final,
afinal, futebol é pop.
Juliano Costa - juliano06@gmail.com
Martín Fernandez - maracanazo@gmail.com
Semanário S&Y - Copa 2006
por Juliano Costa e Martin Fernandez
15/05 - Obrigado
22/05 - A Copa já começou,
indie
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