Download: Scream & Yell 6.5 (Maio 2000)
Eis a última edição impressa do Scream & Yell no formato fanzine! Para o nosso terceiro informativo em A4, inspirei-me em dois informativos bacanas que havia recebido via correio (e que tenho até hoje): o Bola Gato, do Wener Marq, de Vitória; e o Freak Informativo, versão pocket do grande Freak Out, do Byra Dornelles, parceirão do Rio. O formato era muito bacana, um A4 dividido em quatro partes (frente e verso) com duas dobraduras. Cool (risos). Nesta edição derradeira distribuída em maio de 2000 falamos sobre a Mostra Independência ou Sorte?, que iria acontecer em outubro do mesmo ano na Funarte (eu ainda não sabia, mas estaria morando em São Paulo a partir de agosto, e participaria ativamente da mostra declamando poemas) e seria sensacional. Falamos também de vários zines e revistas (eu era fã do Velotrol, do Coizine, do Imaginary Friends, do Phriqui, do Informação e do Velvet Zine), do disco de covers do Inocentes, do maravilhoso “Spanish Dance Troupe”, discaço dos galeses do Gorky’s Zygotic Mynci e da coletânea de bandas punk “The Gig Tomorrow Is Too Far”. Não lembro qual foi a tiragem desse informativo, mas foi enorme, afinal o formato facilitava a reprodução e o envio. Como padrão, no arquivo que você irá baixar há duas versões: uma em PDF para ser lida em desktop, celular e tablet, com o formato das páginas sequencial; e outra em JPG formatada para impressão (ou seja, com as páginas combinadas para serem montadas no formato revista. É simples: você imprime a 6.5.1 na frente e a 6.5.2 no verso do A4 e capricha na dobra, primeiro no meio, depois você saberá para onde ir. E terá um zine antigo em suas mãos). Divirta-se.
abril 18, 2018 No Comments
Download: Scream & Yell 06 (Março 2000)
E chegamos à última edição do fanzine Scream & Yell. Haverá ainda um terceiro informativo, que sairia alguns meses depois, mas essa edição número 6 é a última completa em formato fanzine, com 28 páginas e acabamento profissional. Na época, eu trabalhava na Pró-Reitoria de Extensão da Universidade de Taubaté (num concurso interno ocorrido no final de 1998, passei de auxiliar de biblioteca para secretário, e fui transferido da Faculdade de Direito para a Pró-Reitoria da Unitau), e o tempo estava mais sossegado (eu trabalhava manhã e noite no Direito e na Pró-Reitoria acabei voltando ao horário de 8h às 17h). Eu passava madrugadas lendo os fanzines que recebia e respondendo e enviando fanzines Scream & Yell para o Brasil. Nesse período, o fanzine já tinha alguns admiradores daqueles que querem fazer algo para ajudar, e foi uma turma de amigos que trabalhava em uma editora que decidiu, na hora de folga, imprimir nada menos que 1000 exemplares do Scream & Yell 6. Editei tudo no Page Maker num computador conectado à rede da editora, e dali mandei para a impressão – era daquelas impressoras que tomavam uma sala inteira. Não à toa, foi a melhor impressão de todas as edições que fizemos. Nesta despedida escrevo de Salman Rushdie (que eu estava viciado na época), Dulce Quental (uma cantora que adoro e que tempos depois seria colunista do Scream & Yell online) e Wilco (um faixa a faixa sobre “Summerteeth”). Alexandre escreveu sobre Jerry Lee Lewis, Wander Wildner, Goiânia Noise e o ano do pop movies. Aqui também realizo o sonho de ter um texto inédito do amigo André Takeda publicado (“Disco 2000”) e a sessão Matérias Antológicas destaca Álvaro Pereira Jr. Mas há mais, muito mais: futebol, truco, Trainspotting, “Dogma” (o filme de Kevin Smith), os grandes discos de 1999, a clássica “Teoria de Alison”, fitas demo, ombudsman e outras cositas. Assimilada as aulas de Marcelo Orozco, a edição é mais limpa e não tento colocar 3 mil toques onde cabem 2 mil (como fiz na edição 5). É uma despedida digna… antes de entrarmos na era online. Mas não acabou, ainda há um informativo a ser recuperado. Como padrão, no arquivo que você irá baixar há duas versões: uma em PDF para ser lida em desktop, celular e tablet, com o formato das páginas sequencial; e outra em JPG formatada para impressão (ou seja, com as páginas combinadas para serem montadas no formato revista. É simples: você imprime a 6_01 na frente e a 6_02 no verso do A4; a 6_03 na frente e a 6_04 no verso A4; e assim por diante. Depois junta tudo na sequencia (1, 2, 3, 4) e dobra, grampeia no meio e você tem um fanzine). Divirta-se.
julho 24, 2017 No Comments
Download: Scream & Yell 5.5 (Janeiro 2000)
Entre o lançamento da edição 5, em agosto de 1999, e a 6, em março de 2000, aconteceu muita coisa, incluindo uma mudança de século (hehe). Comecei a vir de Taubaté para São Paulo com uma frequência próxima da dos anos 80, conhecendo novas pessoas, redações de jornais, participando de encontros e debates de fanzineiros, vendo shows e peças de teatro, entre outras coisas. Isso deveria render mais material para o Scream & Yell, mas havia um problema prático na época: eu não tinha computador em casa. Todos os fanzines Scream & Yell foram feitos em horas livres do trampo e, até o quatro, diagramados pela Karina. A partir do 5, que editei sozinho nos computadores da faculdade, assumi a bronca de tocar o projeto, e esse segundo informativo só saiu graças ao querido (e desde aquela época, um grande agitador cultural) Mauricio Gouveia, hoje capo do Sebo Baratos da Ribeiro, no Rio, que me deixou edita-lo na sua casa. Semelhante ao Informativo Scream & Yell 1, essa versão número 2 traz informações sobre bootlegs, demo tapes, fanzines (Poneifax, do Gustavo “Walverdes” Mini e André “Clube dos Corações Solitários” Takeda é um dos meus favoritos desde sempre) filmes e livros (eu estava viciado em “O Chão Que Ela Pisa”, do Salman Rushdie). Foi um respiro antes da última (e mais caprichada) edição do fanzine, tema de um próximo post. Baixe o 5.5 abaixo.
junho 23, 2017 No Comments
Download: Scream & Yell 05 (Agosto 1999)
Na quinta edição impressa do Scream & Yell, o bla bla bla em torno da gente (ou o “sucesso” – risos) naqueles dias de alta circulação de fanzines via correio subiu a cabeça, e saltamos de uma edição de 12 páginas em junho para uma de 28 em agosto! É nessa edição que, após meses de aulas com a Karina, assumo a diagramação do fanzine sozinho, o que me valeu um puxão de orelhas do conselheiro Crispiano do Scream & Yell, o grande jornalista Marcelo Orozco: “Você precisa aprender a editar, a cortar o texto. Não adianta espremer 3 mil toques em uma página que cabe 2 mil. Fica ruim de ler”, ele observou em conversas posteriores, tanto quanto deu dicas da posição das fotos nas páginas. Ou seja, já ficou claro que esse é o nosso “Be Here Now” (haha), o nosso “disco exagerado”, que reflete o momento de paixão pela cena fanzineira no país (na abertura replicamos o texto “Zine-se” publicado no zine Dr. Sexta-Feira, do Wener Mart). Da minha parte declaro a minha paixão pelos livros de Marcelo Rubens Paiva (colocando “Ua Brari” num pedestal), faço um diário de bordo das férias com 10 dias em Porto Alegre e três em Bauru, publico uma das minhas primeiras entrevistas (com o Ira!, no backstage de um show em Taubaté), escrevo da demo tape do Blemish e do (hoje) clássico “Deserters Song”, do Mercury Rev. Há mais, muito mais: de textos românticos da Flávia Ballvé (“Currículo de Coração”) e Miguel F. Luna (“Apaixonar-se ou Não? Eis a Questão”) até pensatas (“A Evolução Musical”, de Oswaldo Lima Júnior; “A falência do ensino médio e a crise do rock nacional”, de Omar Godoy; “Futebol Mercante”, de Ricardo Botta; “A vida vale a pena”, por Racer X) e provocações bestas. Na seção Três Discos, Giselle Fleury lança luz sobre a bela obra de Tori Amos; Alexandre escreve sobre o cinema de Kevin Smith e sobre novas bandas (Just e Feedback Club). A matéria antológica desta edição é de, veja você, Marcelo Orozco (valeu pela aula, xará) e é aqui que estreia nosso ombudsman, Fidel Castro. Na seção “O Que Você Está Ouvindo no Momento?”, ou seja, no meio de 1999, participam Lúcio Ribeiro, Alvaro Pereira Junior, Rodrigo Lariu, Miranda, Wander Wildner e Humberto Gessinger, entre outros. Como padrão, no arquivo que você irá baixar há duas versões: uma em PDF para ser lida em desktop, celular e tablet, com o formato das páginas sequencial; e outra em JPG formatada para impressão (ou seja, com as páginas combinadas para serem montadas no formato revista. É simples: você imprime a 5_01 na frente e a 5_02 no verso do A4; a 5_03 na frente e a 5_04 no verso A4; e assim por diante. Depois junta tudo na sequencia (1, 2, 3, 4) e dobra, grampeia no meio e você tem um fanzine). Divirta-se.
junho 1, 2017 No Comments
Download: Scream & Yell 4.5 (Julho 1999)
Assim que terminamos a edição 4, romântica, do fanzine Scream & Yell impresso, notamos que um monte de coisas que a gente queria falar não cabia na temática daquela edição, e que a próxima iria demorar alguns meses. Dai, inspirado por uma edição de bolso do fanzine Bola Gato, que o Byra Dorneles, do zine Freak Out, me mandou junto com a versão pocket do dele, decidi fazer uma versão semelhante do Scream & Yell, um informativo em formato A4, frente e verso, com dicas de discos, fanzines, poemas e tudo mais que coubesse naquela página em branco. O custo seria baixo e daria para manter o nome Scream & Yell em evidência até a próxima edição do fanzine ser finalizada. Desta forma nasceu o Informativo Scream & Yell, que saiu como Informativo º1, mas aqui entra na cronologia como 4.5, ok. Dicas de CDs do Belle and Sebastian (um bootleg incrível que unia os singles deles e era vendido na Velvet CDs muito antes da coletânea) e da Divine, demos do Pancake, do Moonrise e do Fishlips, declaração de amor ao fanzine SSP-Go, do gênio Mauricio Motta, e também ao Imaginary Friends, Carniça, Cool Mess e Tupanzine. No “o que está rolando no som”, Wilco, Brian Wilson, Cinerama e Gin Blossoms. Baixe no link abaixo.
maio 26, 2017 No Comments
Download: Scream & Yell 04 (Junho 1999)
Na quarta edição do fanzine Scream & Yell, lançada originalmente em junho de 1999 com o intuito de comemorar o dia dos namorados (sério!), já nos flagra surfando na onda que os elogios aos primeiros fanzines trouxeram. Nessa época já tínhamos uma rede de grandes amigos fanzineiros e não havia um dia que fosse que o carteiro não deixava em casa um novo fanzine de algum canto do Brasil. Já bastante enturmado, utilizamos o Scream & Yell para provocar o meio e, por isso, decidimos fazer um fanzine inteiro falando de… amor. Tem poesias minhas, do Alexandre e do Drummond; indicação para se ouvir o clássico punk brega “Baladas Sangrentas”, de Wander Wildner; e um texto muito bacana (“Romance com Alma Rock and Roll”) do Thales de Menezes que saiu numa coluna da Folhateen em que ele cobria férias do Álvaro Pereira Jr. Gosto da imagem da capa (uma imagem que retirei de um single do U2) e principalmente da arte do miolo, um coração perfurado por uma bala (que tirei do CD da trilha sonora do filme “A Life Less Ordinary”) emoldurando o texto “Uma garota, colo e Smashing Pumpkins” (tudo eu que eu mais queria naquele momento – risos) e ainda que o ombudsman do Scream & Yel (sim, nós tivemos um Ombudsman, o grande Fidel!) fosse reclamar na edição seguinte que o uso do coração com o texto o circundando dificultasse a leitura, gosto dela até hoje (e, claro, fica muito melhor colorida). Acho que a tiragem se manteve entre os 400 exemplares, mas essa edição nos conectou com muita gente de poesia (não à toa, eu participei do sarau na Mostra de Cultura Independente, na Funarte, em 2000) e abriu umas portas legais. Como padrão, no arquivo que você irá baixar há duas versões: uma em PDF para ser lida em desktop, celular e tablet, com o formato das páginas sequencial; e outra em JPG formatada para impressão (ou seja, com as páginas combinadas para serem montadas no formato revista. É simples: você imprime a 4_01 na frente e a 4_02 no verso do A4; a 4_03 na frente e a 4_04 no verso A4; e assim por diante. Depois junta tudo na sequencia (1, 2, 3, 4) e dobra, grampeia no meio e você tem um fanzine). Atenção: nessa edição eu vou ainda mais longe na piração de numerar as páginas com… o número de coraçõeszinhos relativos a página (risos). Divirta-se.
BAIXE AQUI O SCREAM & YELL – FANZINE 04
Baixe os fanzines anteriores também!
maio 9, 2017 No Comments
Download: Scream & Yell 03 (Março 1999)
18 anos! O que eu me lembro dessa época? Hummm. Eu já havia me formado em Comunicação Social na Unitau e feito um novo concurso, que tinha permitido subir de cargo e sair da (minha amada) Biblioteca da Faculdade de Direito e ir para a Pró-Reitoria de Extensão, onde fui muito bem recebido e comecei a desenhar meu futuro: “Vou ficar aqui uns anos e na primeira oportunidade peço transferência para a Comunicação Social e vou dar aula”. Era esse o plano. Como diria Humberto Gessinger, “Se eu soubesse antes o que sei agora…”. A boa acolhida da segunda edição do fanzine Scream & Yell nos fez ter mais esmero nesse terceiro exemplar, que fui burilando em botecos e em casa. Eu adoro a capa – aliás, modéstia a parte, a gente acertou bem em quase todas as capas (eu só mexeria na do Kevin Smith hoje, se pudesse) – que traz Ian McCulloch, do Echo & The Bunnymen, falando sobre o disco novo da banda. Nesta edição há poema de Baudelaire, um grande amigo meu, o Carlos Adriano, começa a assinar textos polêmicos como Racer X, tem matéria antológica do Carlos Eduardo Miranda, eu falando sobre a Trilogia das Cores, do Krzysztof Kieslowski, e também escrevendo um faixa a faixa do baita disco “This Is My Truth, Tell Me Yours”, do Manic Street Preachers. Tem mais, tem mais: resenha curtinha do show do Deep Purple, outro amigo querido, o Dadá, escrevendo sobre o romantismo no futebol, o grande André Dias Ferrarezi (quem é do metal em Taubaté o conhece!) declarando que “o heavy metal está morto” e a queridíssima Flávia com seu “Bobalização” (que eu amo). O Alexandre defende que a música brasileira estava na UTI e fala da crise do Homem Aranha. Eu ainda pesco três álbuns nacionais que me amarro e que não tinham saído em CD na época (digital era um sonho). É nesse fanzine que o Balu estreia. Na seção “O que você está ouvindo no momento?”, nossas primeiras conexões: José Flávio Júnior (que na época assinava o ótimo fanzine Túnel 03), o parceiro Carlos Eduardo Lima (que, futuramente, teria coluna no Scream & Yell depois de me integrar ao time da revista Rock Press) e o casal Pato Fu, Fernanda e John, listando seus mais ouvidos naquele distante começo de 1999. Nessa edição 3 a gente pula das 12 páginas anteriores para 20 (mais gasto com xerox), e eu gosto bastante do resultado final. Fez um barulho bacana, foi citado nas curtinhas da coluna do Álvaro Pereira Júnior, no Folhateen, e replicado em diversos outros fanzines. No arquivo que você irá baixar há duas versões: uma em PDF para ser lida em desktop, celular e tablet, com o formato das páginas sequencial; e outra em JPG formatada para impressão (ou seja, com as páginas combinadas para serem montadas no formato revista. É simples: você imprime a 3_01 na frente e a 3_02 no verso do A4; a 3_03 na frente e a 3_04 no verso A4; e assim por diante. Depois junta tudo na sequencia (1, 2, 3, 4) e dobra, grampeia no meio e você tem um fanzine). Atenção: nessa edição, minhas brincadeiras bestas com o número das páginas dificulta a montagem, que continua sendo sequencial (ao invés da contagem inversa do número anterior), mas aqui as páginas 4, 8, 12, 16 e 20 são trocadas por… PIM (risos). Divirta-se.
abril 20, 2017 No Comments
Entrevista: Fanzine Scream & Yell em pauta
Bate papo com Rodrigo Lariú, da Midsummer Madness, para esse especial com todos os fanzines Scream & Yell escaneados para ser lidos online
Quando saiu o nº 1 (do fanzine Scream & Yell em papel)? No final do nº 2 diz que saiu dois anos antes, ou seja em janeiro de 1997… e você cita o João Marcelo que aparentemente faleceu… o que houve?
O número 1 não chegou a sair. Nós montamos ele inteiro (eu escrevi e decidi pautas com o João Marcelo, que diagramou com a ajuda de uma amiga) e deixamos espaço para eventuais publicidades, aquele coisa de vender uma tirinha pro cara da padaria, fazer uma permuta com o cara do xerox por outra tirinha, essas coisas. No meio desse processo, o João sofreu um acidente de moto e não resistiu. Eu decidi engavetar o projeto. Acontece que nós tínhamos distribuído alguns exemplares dessa versão teste (ainda com espaço pra anúncios vazio) para amigos, e essa versão começou a circular, algumas pessoas tiravam cópias e passavam adiante. Uma dessas versões caiu nas mãos do Alexandre. Ele estudava na Faculdade de Direito da Unitau, em Taubaté, e eu trabalhava na Biblioteca de lá. Um dia ele chegou com uma cópia dessa edição número 1 nas mãos e propôs me ajudar a fazer novamente. Relutei, mas um tempo depois decidimos tentar.
O Petillo sempre foi co-editor?
Sim, a partir do número 2. A gente decidia as pautas juntos, o que cada um deveria fazer, pensávamos em colunas fixas e chamávamos amigos. Tive a ajuda de uma amiga na diagramação (a mesma que desenhou o número 1), que me ensinou o básico de Pagemaker. Do três em diante eu passo a fazer a diagramação sozinho, com uns helps dela.
Na capa do 5 vocês colocaram Taubaté – agosto e setembro de 2000.. Não morava em SP pelo visto…
Na verdade a capa da edição 5, com o Kevin Smith, traz apenas “Taubaté – Agosto e Setembro”, mas não colocamos o ano, que no caso era 1999. Mudei para São Paulo no meio do ano seguinte, 2000. Deu tempo de fazer a sexta e última edição, com Jerry Lee Lewis na capa, que saiu em março de 2000.
Você lembra quantas cópias imprimia? Era xerox né?
As cinco primeiras foram xerox sim, e a média foi subindo. Da edição 2 circulou umas 300 cópias; a edição 3 foi algo em torno de 350. A edição 4 manteve isso e a edição 5 acho que chegou em 500. A edição derradeira, a 6, foi feita em gráfica com ajuda de alguns amigos que trabalhavam lá. Fizemos no horário livre deles e imprimimos 1000 cópias. Foi a única que não foi feita no modelo xerox.
No editorial diz publicação bimestral sobre rock… era bimestral mesmo?
Era a ideia inicial, mas a gente não tinha tanta grana sobrando assim e também tinha toda dificuldade da diagramação. Mas foi quase bimestral. No fim das contas ficou assim: edição 2 em jan/fev de 1999; edição 3 em março e abril de 1999; edição 4 em junho de 1999; edição 5 em agosto e setembro de 1999; e a edição 6 em março de 2000. E tiveram três informativos de A4 frente e verso nos intervalos entre as edições 4, 5 e 6.
O zine impresso teve apenas 6 edições? É isso? Não sei por que eu tinha a impressão de que eram mais…
E tiveram três informativos de A4 frente e verso nos intervalos entre as edições 4, 5 e 6, que circularam bem. Talvez a confusão venha dai. Mas foram apenas seis edições, e foi intenso (risos). Acho que aquele momento de virada de século foi muito produtivo. Eu recebia fanzines de todos os cantos do Brasil, muitos deles dando de 10 no que a grande mídia estava publicando sobre cultura pop. Nessa época rolou a Mostra de Cultura Independente, na Funarte, organizado pela Deborah Cassano e Megssa Fernandes em outubro de 2000. Eu já havia vindo a São Paulo para uns encontros fanzineiros, mas aquilo ali foi sensacional. Grandes shows (Hang The Superstars, Fishlips, Dominatrix, Sala Especial, Grenade e Thee Butchers’ Orchestra), debates, participação ativa do público, saraus (eu mesmo declamei poemas) e conversas sobre fanzines. Havia uma efervescência, e é nesse momento que o Scream & Yell On Paper morre e nasce o Scream & Yell On Line.
Porque decidiram parar o zine após a edição 6?
Fazer fanzine impresso é um trampo danado, consome grana, precisa uma dedicação que eu, recém-mudado para São Paulo e trabalhando em dois empregos (iG e Noticias Populares) não tinha. Dai surgiu o Hugo Tavares, que se apaixonou pelo fanzine e pirou que queria fazer o site. E fez. Ele entrou no ar em 20 de novembro de 2000. Eu trabalhava no iG de 6h às 12h, mas para abastecer o site com textos comecei a entrar meia-noite e ficava até meio-dia. Com o site começando a ser comentado aqui e ali, o fanzine em papel foi ficando em segundo plano. Já teve épocas de eu acordar no meio da noite, rascunhar algumas coisas e pensar: vou fazer mais um Scream & Yell impresso. Mas passa… (risos)
Aquele lance de sempre incluir textos de jornalistas consagrados, como “matérias antólogicas”, qual era a estratégia? Alunos de comunicação tentando se aproximar? rsrsr Vocês pediam permissão ou publicavam na cara dura?
Hahaha, bem, eu fiz Publicidade e Propaganda na Unitau entre 1994 e 1998. Acho que incorporei dogmas da profissão, mas nada foi planejado. Na verdade a gente queria ser lido e também retribuir um pouco do que aqueles jornalistas tinham feito pra gente. Então é sério o lance de amar aquelas matérias antológicas. Eu tenho a grande maioria delas impressas até hoje, porque o meu jornalismo foram elas. Foi ali que eu aprendi a arte de escrever, lendo Ana Maria Bahiana, André Forastieri, Lúcio Ribeiro, André Barcinski, Alex Antunes, Marcel Plasse, essa turma toda. O jornal tem essa coisa do “embrulhar peixe no dia seguinte”, e a ideia do “Matérias Antológicas” era dar certa perenidade àqueles textos. Nunca foi, conscientemente, uma estratégia, mas uma forma de valorizar o jornalismo cultural, algo que ninguém faz. Eu fui “criado” pela revista Bizz, então há varias entrevistas e reportagens que eu sei exatamente onde estão em cada edição da revista. Quando preciso de alguma referencia, me lembro: “Fulano falou sobre isso em tal edição”, e vou lá conferir. A ideia do Matérias Antológicas foi dar uma sobrevida a esses textos. Alguns a gente pedia autorização e outros republicamos na cara dura, porque éramos (e ainda somos) apaixonados por aqueles textos. Teve uma vez que andando na Amoeba, em São Francisco, encontrei o CD do Hapa, uma dupla de havaianos nativos, e quase tive uma síncope. Era um CD que a Ana Maria Bahiana havia escrito num texto que amo, o “Belas Canções Sob o Céu da Califórnia”, que foi publicado no Estadão em 1996. Eu encontrei ele na Amoeba quase 15 anos depois, em 2010!! Esses textos me acompanham (ele está publicado no Scream & Yell). Eles moldaram a minha maneira de ver o mundo e eu agradeço de coração a todos os jornalistas que me fizeram um apaixonado por cultura pop. A seção Matérias Antológicas, ainda online na versão 1.0 do site, foi minha maneira de retribuir tudo que eles me deram.
O que você fazia na época? Trabalhava em algum lugar?
Eu era auxiliar de biblioteca concursado da Universidade de Taubaté. Assim que me formei, em 1998, prestei outro concurso interno e fui transferido para a Pró-Reitoria de Extensão, para trabalhar diretamente com a Pró-reitora. Era o que tinha praquele momento e foi bem bacana, mas bastou pintar uma oportunidade de trabalhar com jornalismo em São Paulo para largar tudo.
abril 15, 2017 No Comments
Download: Scream & Yell 02 (Janeiro 1999)
A segunda edição do fanzine Scream & Yell foi burilada no segundo semestre de 1998, enquanto eu preparava meu projeto de conclusão de curso na Faculdade de Comunicação da Universidade de Taubaté. Eu trabalhava como auxiliar de biblioteca na Faculdade de Direito, e a primeira edição do fanzine havia caído nas mãos de um aluno do Direito, o Alexandre, que estava me pilhando para lançar o número 2, até que cedi e rapidamente fechamos as pautas: na capa, Chris Isaak (devemos ter sido a única publicação no mundo que colocou ele na capa – e me orgulho disso). Há “poesia” (um trecho do meu livro favorito de Aldous Huxley, que eu declamei no final da Semana da Comunicação de 1997 numa versão drum-bass sarava metal), Nick Hornby, textos sobre grandes discos (“Carnaval na Obra”, do Mundo Livre S/A e um apanhado da carreira do Belle and Sebastian, que ainda não existia na grande mídia nacional), a estreia da seção “Três” (que eu manteria no site e utilizo até hoje com três discos, três filmes, três livros e por ai vai) com bootlegs de U2, Oasis e Radiohead, a estreia da seção Matérias Antológicas (a gente pagando tributo aos jornalistas que nos fizeram ter vontade de escrever, estrelando nesta edição André Forastieri) e umas curtinhas que deixam perceber que a gente tinha vontade de soar como uma mini-revista, ou algo próximo disso. O Scream & Yell número 2 foi lançado em fevereiro de 1999 (com declarações de amor às musas do seriado Dawson’s Creek no expediente) e, se não estiver enganado pela passagem do tempo, acho que foram impressos cerca de 250 cópias, sendo que 100 dessas cópias voaram para nomes escolhidos a dedo (a grande maioria de jornalistas que a gente amava e queríamos, de alguma forma, retribuir com nossos fanzines, mas também músicos e VJs da MTv) e os outros 150 foram distribuídos uma pequena parte na cidade e outra, maior, atendendo aos pedidos que começaram a surgir via correio. Com reimpressões e tudo mais nesses anos todos acredito que deva ter chego a 400 exemplares, talvez um pouco mais. Assim como no número 1, não estranhe: a base original é toda colorida, editada em PageMaker, mas o fanzine era PB mesmo. No arquivo que você irá baixar há duas versões do fanzine: uma em PDF para ser lida em desktop, celular e tablet, com o formato das páginas sequencial; e outra em JPG formatada para impressão (ou seja, com as páginas combinadas para serem montadas no formato revista. É simples: você imprime a 1_1 na frente e a 1_2 no verso do A4; a 2_1 na frente e a 2_2 no verso A4; e assim por diante. Depois junta tudo na sequencia (1, 2, 3, 4) e dobra, grampeia no meio e você tem um fanzine). Atenção: nesse fanzine começo uma série de brincadeiras bestas com a numeração das páginas, por isso ele começa na página 12 (capa) e acaba na 1 (contra-capa). Divirta-se.
abril 13, 2017 No Comments
Download: Scream & Yell 01 (Janeiro 1997)
O Scream & Yell nasceu no dia 25 de dezembro de 1996 quando um amigo fã de Metallica, o João Marcelo, adentrou a minha casa com a proposta de fazermos um fanzine. Ali na hora rascunhamos o “boneco” e no dia seguinte já estávamos com mãos à obra. Em janeiro de 1997 circulou uma tiragem pequena (coisa de 20 exemplares, se muito) apenas para amigos enquanto a gente finalizava os últimos detalhes. Esses últimos detalhes, porém, demoraram semanas para se resolver, e acabaram nem se resolvendo, pois o João sofreu um acidente, partiu para junto de Cliff Burton e a ideia de fazer um fanzine foi engavetada. Quando no segundo semestre de 1998, nos meus últimos meses da Faculdade de Comunicação em Taubaté, o projeto Scream & Yell foi revivido, vindo a tona com uma segunda edição em janeiro de 1999 (e outras quatro edições – com a número 6 numa tiragem de 1000 exemplares prensados em gráfica – mais três informativos), eu pensei comigo que essa edição 01 tinha que vir a tona (ainda que aquela tiragem pequena inicial tenha se multiplicado, com amigos xerocando e mandando pra amigos), então peguei todos os rascunhos que havia discutido com o João, reeditei e distribui junto com o número 03 para aqueles que haviam gostado do 02 e perguntando do 01 (nas próximas semanas disponibilizo as demais edições). Não estranhe: a base original do fanzine Scream & Yell é toda colorida, editada em Adobe PageMaker, mas o fanzine era PB mesmo, afinal, pés rapados que éramos, a gente não tinha grana pra ficar pagando xerox colorida. No arquivo que você irá baixar há duas versões do fanzine: uma em PDF para ser lida em desktop, celular e tablet, com o formato das páginas sequencial; e outra em JPG formatada para impressão (ou seja, com as páginas combinadas para serem montadas no formato revista. É simples: você imprime a 1_1 na frente e a 1_2 no verso do A4; a 2_1 na frente e a 2_2 no verso A4; e assim por diante. Depois junta tudo na sequencia (1, 2, 3, 4) e dobra, grampeia no meio e você tem um fanzine). Divirta-se.
abril 6, 2017 No Comments