Top 25 discos mais ouvidos Agosto 22
Segundo a minha LastFM em contagem da Tap Music:
TOP 25 de Agosto de 2022
01) “Gilberto Gil”, Gilberto Gil (1968)
02) “Modern Life Is Rubbish”, Blur (1993)
03) “White Light/White Heat”, The Velvet Underground (1968)
04) “V”, Maglore (2022)
05) “At San Quentin”, Johnny Cash (1969)
06) “Parklife”, Blur (1994)
07) “Bogary”, Cascadura (2006)
08) “Munki”, The Jesus and Mary Chain (1998)
09) “Remain in Light”, Talking Heads (1980)
10) “Live at the El Mocambo 1978”, Elvis Costello (1993)
11) “Numbskull”, Ash (1998)
12) “PSSP”, Filarmônica de Pasárgada (2022)
13) “Os The Darma Lóvers”, Os The Darma Lóvers (2000)
14) “Micro”, Maurício Pereira (2022)
15) “Sempre Que Chover, Lembra de Mim”, Natália Matos (2022)
16) “Mestiço”, NoBat (2022)
17) “Fifth Dimension”, The Byrds (1966)
18) “The Frozen Borderline: 1968-1970”, Nico (2007)
19) “Poder Supremo”, Bruno Morais (2022)
20) “1. Outside”, David Bowie (1995)
21) “Sampa Midnight – Isso Não Vai Ficar Assim”, Itamar Assumpção (1983)
22) “A Toada Vem É Pelo Vento (Deluxe Edition)”, Luiza Brina (2022)
23) “More Songs About Buildings and Food”, Talking Heads (1978)
24) “Tres Hombres”, ZZ Top (1973)
25) “Df2”, Dolores Fantasma (2022)
agosto 31, 2022 Encha o copo
Top 10 Julho de 2022 no Scream & Yell
TOP 10 TEXTOS MAIS LIDOS – JULHO DE 2022
01) Cinema: “Crimes of the Future”, de Cronenberg, por Renan Guerra (aqui)
02) Entrevista: Remobília, por Adriana Cruxen (aqui)
03) Entrevista: OZU, por Bruno Lisboa (aqui)
04) Séries: “Peaky Blinders”, por Kaluan Bernardo (aqui)
05) Ao vivo: Cris Braun em SP, por Marcelo Costa (aqui)
06) Entrevista: Test, por Homero Pivotto Jr. (aqui)
07) Teatro: “Máquina”, do Teatro da Pombagira, por Renan Guerra (aqui)
08) Três filmes: “Minions 2”, “O Festival do Amor”, “A Pior Pessoa do Mundo”, por Marcelo Costa (aqui)
09) Entrevista: Fado Bicha, por Renan Guerra (aqui)
10) Ao vivo: Arnaldo Antunes e Vitor Araújo em BH, por Alexandre Biciati (aqui)
VIA GOOGLE
01) Matérias Antológicas: The Clash por Lester Bangs (aqui)
02) Top 10: livros publicados no século XIX, por M. R. Terci (aqui)
03) 21 músicas que são homenagens, por João Pedro Ramos (aqui)
O EDITOR RECOMENDA
01) Entrevista: Daniel Rezende, por Luciano Ferreira (aqui)
02) Entrevista: gorduratrans, por Bruno Capelas (aqui)
03) Entrevista: Linda Martini, por Luciano Ferreira (aqui)
TOP 10 – Textos mais lidos publicados em 2022 – (7 meses)
01) 50 discos brasileiros favoritos, por Marcelo Costa (aqui)
02) “Clube da Esquina” melhor disco brasileiro de todos os tempos (aqui)
03) Especial Melhores do Ano Scream & Yell 2021 (aqui)
04) Entrevista: Ratos de Porão, por Homero Pivotto Jr. (aqui)
05) A última temporada de “Better Call Saul”, por JP Barreto (aqui)
06) Especial Lollapalloza 2022, por Janaina, Mac e Renan (aqui)
07) Especial Primavera Porto 2022, por Bruno Capelas e Anna Vitória (aqui)
08) Metallica em Porto Alegre, por Homero Pivotto Jr. (aqui)
09) Conheça a Hit The Noise, por Homero Pivotto Jr. (aqui)
10) Os 90 melhores álbuns de 2021 pela Aliança Faro (aqui)
TOP 10 – Sem textos publicados em 2022 (7 meses)
01) Top 10: livros publicados no século XIX, por M. R. Terci (aqui) 2019
02) Entrevista: Guilherme Arantes, por João Paulo Barreto (aqui) 2021
03) Top 100 cenas de nudez no cinema (aqui) 2009
04) Cinema: Helena Hilario e o curta “Umbrella”, por JP Barreto (aqui) 2021
05) Discografia comentada: Gal Costa, por Renan Guerra (aqui) 2020
06) Entrevista: Ale Sater, por Renan Guerra (aqui) 2021
07) Entrevista: Jello Biafra, por Homero Pivotto Jr. (aqui) 2021
08) Série: “Quase Feliz”, por Manoel Magalhães (aqui) 2020
09) Original vs Versão: “The Passenger”, por Mac (aqui) 2014
10) Matérias Antológicas: The Clash por Lester Bangs (aqui) 2019
TOP 10 – Geral – (GERAL)
01) 50 discos brasileiros favoritos, por Marcelo Costa (aqui)
02) “Clube da Esquina” melhor disco brasileiro de todos os tempos (aqui)
03) Top 10: livros publicados no século XIX, por M. R. Terci (aqui)
04) Especial Melhores do Ano Scream & Yell 2021 (aqui)
05) Entrevista: Ratos de Porão, por Homero Pivotto Jr. (aqui)
06) Entrevista: Guilherme Arantes, por João Paulo Barreto (aqui)
07) Top 100 cenas de nudez no cinema (aqui)
08) Cinema: Helena Hilario e o curta “Umbrella”, por JP Barreto (aqui)
09) Discografia comentada: Gal Costa, por Renan Guerra (aqui)
10) A última temporada de “Better Call Saul”, por JP Barreto (aqui)
Confira os textos mais lidos no Scream & Yell nos meses anteriores
agosto 1, 2022 Encha o copo
Top 25 discos mais ouvidos Julho 22
Segundo a minha LastFM em contagem da Tap Music:
TOP 25 de Julho de 2022
01. “At Folsom Prison (Deluxe Edition)” – Johnny Cash
02. “Leisure (Deluxe Edition)” – Blur
03. “Gal” – Gal Costa
04. “My Aim Is True (Deluxe Edition)” – Elvis Costello
05. “Live at the el Mocambo” – The Rolling Stones
06. “Cruel Country” – Wilco
07. “Ocean Child: Songs of Yoko Ono” – Various Artists
08. “Meu Santo É Forte” – MC Tha
09. “Lóver Hits > 2000/2006 + “Ao Vivo no Ocidente” – Os the Darma Lóvers
10. “Turn! Turn! Turn!” – The Byrds
11. “MassEducation” – St. Vincent
12. “Retirante” – Gilberto Gil
13. “77” – Talking Heads
14. “Live At The Nashville Rooms” – Elvis Costello
15. “Blood” – Lianne La Havas
16. “The Velvet Underground & Nico (Deluxe Edition)” – The Velvet Underground
17. “Medúlla” – Björk
18. “O Retrato do Artista quando Pede” – Duo Moviola
19. “Elis (1972)” – Elis Regina
20. “Raise The Roof (Deluxe Edition)” – Robert Plant
21. “Going Places” – Josh Rouse
22. “Party Animals” – Turbonegro
23. “a nova dimensão do samba” – Wilson Simonal
24. “And Then Nothing Turned Itself Inside-Out” – Yo La Tengo
25. “Ascensão” – Black Pantera
agosto 1, 2022 Encha o copo
Cinema: A estreia de Mike Nichols
por Marcelo Costa
Existem pessoas no mundo que tão aí só pra desgraçar a vida dos outros (você deve conhecer um par delas, diz ai) e o casal Martha e George é daqueles que, em noites “iluminadas”, podem ferrar bonito a vida de pobres mortais. Martha (Elizabeth Taylor espetacular num papel que lhe rendeu um Oscar de Melhor Atriz) é filha do reitor de uma universidade onde seu marido, George, leciona (Richard Burton, também marido de Elizabeth na vida real na época, e também indicado ao Oscar, estatueta de Melhor Ator que perdeu para Paul Scofield por seu papel em “O Homem Que Não Vendeu Sua Alma”, grande vencedor de 1967 com seis Oscars). Eles se amam (aparentemente) no mesmo grau que se odeiam (por uma série de fracassos conjuntos), e com o nível de graduação alcoólica alto no sangue, não são as melhores companhias do mundo, algo que Dick (George Segal também ótimo), o jovem professor de biologia que acaba de entrar no corpo docente da universidade, e sua adorável esposa Honey (Sandy Dennis maravilhosa e premiada com o Oscar de Melhor Atriz (Tonta) Coadjuvante – o filme ainda venceu Direção de Arte, Figurino e Fotografia P&B), já meio altinhos devido a festa de confraternização na casa do pai de Martha, o reitor, irão descobrir logo logo. A estreia de Mike Nichols no cinema (“A Primeira Noite de Um Homem”, “Closer”, “Jogos do Poder”) não poderia ter sido melhor. Ainda que o roteiro transpareça que “Who’s Afraid of Virginia Woolf?” nasceu como peça de teatro (de Edward Albee, grande sucesso na Broadway), a força interpretativa dos dois casais de atores pega o espectador pelo pescoço e o deixa sem respirar num filme denso, tenso e pesado, que em 1966 já falava abertamente sobre aborto, traição, humilhação e sonhos não realizados como se os personagens estivessem tomando um delicioso sorvete debaixo do sol do inferno. É possível vislumbrar o quanto a vida pode dar errado (e de quantas formas) numa noite de bebedeira, mas Martha, George, Dick e Honey vão além se dando ao luxo de dançar com seus próprios fantasmas. Filmaço!
julho 7, 2022 Encha o copo
Top 10 Junho de 2022 no Scream & Yell
TOP 10 TEXTOS MAIS LIDOS – JUNHO DE 2022
01) Balanço: Primavera Porto 2022, por Bruno Capelas e Anna Vitória (aqui)
02) Guilherme Arantes fala sobre Paul McCartney, por JP Barreto (aqui)
03) Cinema: “Pleasure”, de Ninja Thyberg, por Renan Guerra (aqui)
04) Entrevista: Jair Naves, por Victor de Almeida (aqui)
05) Entrevista: Philipp Reichenheim (“Freakscene: The Story of Dinosaur Jr.”), por Leonardo Tissot (aqui)
06) Cinema: “Má sorte no sexo ou pornô acidental”, por Renan Guerra (aqui)
07) Entrevista: Otto, por Ananda Zambi (aqui)
08) Música: “Disintegration”, do Cure, por Luciano Ferreira (aqui)
09) Joss Stone ao vivo em São Paulo, por Marcelo Costa (aqui)
10) Cinema: Os 10 filmes de Wong Kar-Wai, por Marcelo Costa (aqui)
VIA GOOGLE
01) Top 10: livros publicados no século XIX, por M. R. Terci (aqui)
02) Entrevista: Ale Sater, por Renan Guerra (aqui)
03) 21 músicas que são homenagens, por João Pedro Ramos (aqui)
O EDITOR RECOMENDA
01) Entrevista: Craca, por Leonardo Vinhas (aqui)
02) Entrevista: Haroldo Bontempo, por Bruno Lisboa (aqui)
03) Entrevista: Fernando Catatau, por Thiago Sobrinho (aqui)
TOP 10 – Textos mais lidos publicados em 2022 – (6 meses)
01) 50 discos brasileiros favoritos, por Marcelo Costa (aqui)
02) “Clube da Esquina” melhor disco brasileiro de todos os tempos (aqui)
03) Especial Melhores do Ano Scream & Yell 2021 (aqui)
04) Entrevista: Ratos de Porão, por Homero Pivotto Jr. (aqui)
05) A última temporada de “Better Call Saul”, por JP Barreto (aqui)
06) Especial Lollapalloza 2022, por Janaina, Mac e Renan (aqui)
07) Especial Primavera Porto 2022, por Bruno Capelas e Anna Vitória (aqui)
08) Metallica em Porto Alegre, por Homero Pivotto Jr. (aqui)
09) Conheça a Hit The Noise, por Homero Pivotto Jr. (aqui)
10) Os 90 melhores álbuns de 2021 pela Aliança Faro (aqui)
TOP 10 – Sem textos publicados em 2022 (6 meses)
01) Top 10: livros publicados no século XIX, por M. R. Terci (aqui) 2019
02) Entrevista: Guilherme Arantes, por João Paulo Barreto (aqui) 2021
03) Cinema: Helena Hilario e o curta “Umbrella”, por JP Barreto (aqui) 2021
04) Top 100 cenas de nudez no cinema (aqui) 2009
05) Discografia comentada: Gal Costa, por Renan Guerra (aqui) 2020
06) Entrevista: Ale Sater, por Renan Guerra (aqui) 2021
07) Série: “Quase Feliz”, por Manoel Magalhães (aqui) 2020
08) Original vs Versão: “The Passenger”, por Mac (aqui) 2014
09) Entrevista: Jello Biafra, por Homero Pivotto Jr. (aqui) 2021
10) Discografia comentada: Bob Dylan, por Gabriel I. (aqui) 2010
TOP 10 – Geral – (GERAL)
01) 50 discos brasileiros favoritos, por Marcelo Costa (aqui)
02) “Clube da Esquina” melhor disco brasileiro de todos os tempos (aqui)
03) Especial Melhores do Ano Scream & Yell 2021 (aqui)
04) Top 10: livros publicados no século XIX, por M. R. Terci (aqui)
05) Entrevista: Ratos de Porão, por Homero Pivotto Jr. (aqui)
06) Entrevista: Guilherme Arantes, por João Paulo Barreto (aqui)
07) Cinema: Helena Hilario e o curta “Umbrella”, por JP Barreto (aqui)
08) Top 100 cenas de nudez no cinema (aqui)
09) Discografia comentada: Gal Costa, por Renan Guerra (aqui)
10) A última temporada de “Better Call Saul”, por JP Barreto (aqui)
Confira os textos mais lidos no Scream & Yell nos meses anteriores
julho 2, 2022 Encha o copo
Top 25 discos mais ouvidos Junho 22
Segundo a minha LastFM em contagem da Tap Music:
TOP 25 de Junho de 2022
01. “Toy:Box”, David Bowie
02. “Let It Be” (Super Deluxe), The Beatles
03. “Ofuscante A Beleza Que Eu Vejo”, Jair Naves
04. “Barn”, Neil Young & Crazy Horse
05. “Verkligen”, Kent
06. “The Boy Named If”, Elvis Costello
07. “Mil Coisas Invisíveis”, Tim Bernardes
08. “Roxy Music”, Roxy Music
09. “Big Time”, Angel Olsen
10. “The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars”, David Bowie
11. “Delta Estácio Blues”, Juçara Marçal
12. Vespertine (Live), Björk
13. “Vinícius”, Vinícius de Moraes
14. “We’ve Been Going About This All Wrong”, Sharon Van Etten
15. “Fernando Catatau”, Fernando Catatau
16. “Carniceria Tropical”, Ratos De Porão
17. “AMOR”, André Abujamra
18. “In Person Friday Night At The Blackhawk, Complete”, Miles Davis
19. “From Sea to Shining Sea”, Johnny Cash
20. “EPDEB”, Juçara Marçal
21. “O Melhor: 1989-2014”, Sergio Godinho
22. “Eutrópica”, Andrezza Santos
23. “Ano Sabático”, Arthus Fochi
24. “Passo De Anjo”, Spok Frevo Orquestra
25. “I mitici lunedì del Sistina 1969 – 1979”, Elza Soares e Jorge Ben
julho 1, 2022 Encha o copo
Cinema: “Fading Gigolo”, de John Turturro
por Marcelo Costa
Como ator, John Turturro esteve envolvido em vários grandes filmes: “Touro Indomável” (1980), “Procura-se Susan Desesperadamente” (1985), “Hannah e suas Irmãs” (1986), “A Cor do Dinheiro” (1986), “Faça a Coisa Certa” (1989), “Barton Fink” (1991) “O Grande Lebowski” (1998) e “E Aí, Meu Irmão, Cadê Você?” (2000), entre outros. Como diretor, assinou cinco longas, sendo “Fading Gigolo” seu último trabalho – e, curiosamente, o último de Woody Allen como ator de cinema (descontando a série “Crime em Seis Cenas”, de 2016). O ponto de partida é inverosímil: Murray (Woody) conta ao amigo Fioravante (Turturro) que sua médica lhe confessou o desejo de fazer um ménage a trois com uma amiga, mas que precisa de um homem, e perguntou a Murray se ele não conhecia ninguém. Murray tinha pensado no amigo, que, inicialmente, se nega ao papel de gigolo, mas acaba aceitando o trabalho. Dra. Parker é Sharon Stone e sua amiga, Selima, é Sofia Vergara (suspiros), e as duas são apenas as primeiras clientes da dupla (Murray cafetina, Fioravante executa). O problema surge quando a viúva de um rabino, Avigal (uma Vanessa Paradis deliciosamente contida), atravessa o caminho do rapaz, e começa a dificultar a tarefa de separar trabalho de amor. Escrito assim, “Fading Gigolo” soa simplório e piegazinho, e é exatamente o que ele é. Turturro dispensa alegorias cinematográficas e vai direto ao ponto de tal maneira que acaba tanto matando o potencial cômico de seu personagem (que é puro tédio) quanto expondo a falta de profundidade dele e dos demais. Sem enfrentamento, Woody Allen brilha sendo o Woody Allen de sempre, Sharon Stone diverte, mas são Sofia Vergara (sendo Sofia Vergara) e Vanessa Paradis os grandes destaques de um filme que soa bonitinho, mas tremendamente ordinário e esquecível. Um passatempo para ver sem compromisso, rir aqui e ali, e esquecer (como, aliás, muitos filmes de Woody Allen no novo século.).
junho 30, 2022 Encha o copo
Cinema: O primeiro filme de Cameron Crowe
por Marcelo Costa
Como um bom adolescente nos anos 80 (alô, André Takeda), vi todos os filmes de John Hughes e quase todos os próximos a ele na época. De “Clube dos Cinco” a “Admiradora Secreta”, de “Ela Vai Ter um Bebê” a “Alguém Muito Especial” e “Garota de Rosa Shocking”. Mas eu tinha deixado de ver um, casualmente de um diretor que seria bastante especial para mim nos anos seguintes (e responsável por um dos grandes filmes da minha vida… e da vida do Batman Lego): Cameron Crowe. Você o conhece, certo? Se não o conhece, vá lá ver “Quase Famosos” (2000) e depois volte aqui…
Ok, brincadeirinha (séria). Hehe. Cameron começou a escrever de música aos 13 anos e antes dos 18 já colaborava com a revista Rolling Stone acompanhando bandas na estrada. Aos 22, em 1977, desistiu de seguir os Rolling Stones numa tour e mergulhou numa história que rendeu seu primeiro livro, que seria adaptado para o cinema, a comédia adolescente “Picardias Estudantis” (1982). Seu segundo roteiro rodou de mão em mão em Hollywood até cair na mesa de James L. Brooks (“Laços de Ternura”, “Melhor é Impossível”), que o orientou a dirigi-lo. E é assim que Cameron estreia na direção com “Digam o Que Quiserem” (Say Anything… 1989).
Revendo ao filme (relançado em DVD no Brasil com extras imperdíveis na série Sessão Anos 80 da produtora Obras Primas do Cinema), sinto que vi trechos de “Digam o Que Quiserem” aqui e ali (na Sessão da Tarde, provavelmente), mas nunca tinha o visto inteiro. Lembrava de uma enquete de 20 filmes para o primeiro encontro que esbarrei anos atrás e que incluía a cena clássica em que (um jovem) John Cusack levanta um enorme toca-fitas tocando “In Your Eyes” de Peter Gabriel para que Diane (Ione Skye) saiba, em seu quarto, que ele ainda a ama (na primeira versão, a cena tinha sido gravada com “Question of Life”, do Fishbone – ufa, mudaram pra melhor).
No geral, “Digam o Que Quiserem” traz a marca de Cameron Crowe, e de uma estreia insegura, ainda que apaixonada na direção. O roteiro (um jovem simplório sem planos para o futuro que se relaciona com a garota número 1 de seu colégio que acaba de ganhar uma bolsa pra estudar na Inglaterra) é… simplório, as falas são fracas (principalmente se comparadas aos filmes seguintes do próprio Crowe), a edição é falha, mas há mágica na história e o elenco se supera: além de Cusack e sua irmã, a incrível Joan, o filme traz Lili Anne Taylor (que passa o filme tocando canções que fez prum ex-namorado, todas lembrando Nirvana demais – o filme foi filmado em Seattle em 1988/1989) e ponta de Philip Baker Hall.
Mas quem brilha é John Mahoney como pai da amada de Lloyd (Cusack). “A 20th Century Fox queria um pai bonzinho, brincalhão”, diz Cameron nos extras. “E eu disse que ‘Garota de Rosa Shocking’, um filme em que todos os personagens são bonzinhos, já havia sido feito, que estávamos tentando outra coisa. E eles permitiram”, completa o cineasta nos extras recheados, que traz uma entrevista especial do diretor revendo o filme anos depois e quase 15 minutos de cenas deletadas que amplificam o personagem do pai, um homem que cuida de um asilo, e que desvia dinheiro dos velhinhos (numa outra cena deletada, Lloyd entrega uma mixtape em fita cassete pra namorada).
Com trilha sonora esperta (The Replacements, Depeche Mode, Red Hot Chili Peppers, Living Colour e, claro, a sra Crowe, Nancy Wilson), que Cameron elevaria a perfeição nos filmes seguintes (“Singles”, de 1992, “Jerry Maguire”, de 1996, “Quase Famosos”, de 2000, “Vanilla Sky”, de 2001 e “Elizabethtown”, de 2005), e clima apaixonado e sonhador, daquele tipo que “se nada dar certo, ao menos temos um ao outro” (é pouco pra vida, mas tem gente que começa com menos ainda), “Digam o Que Quiserem” (ainda que datado) envelheceu dignamente e se transformou num bonito documento de época.
junho 28, 2022 Encha o copo
Cinema: “Lightyear” não comove, não inspira
A Pixar é, aparentemente, inatacável. Responsável por um bom número de obras supimpas do cinema moderno (algumas delas, como a tetralogia “Toy Story” e “Divertidamente”, clássicos), a produtora vem dando uma tropeçadas desde “Soul” (2020), cuja ideia era muito boa, mas o roteiro se atrapalha todo. “Luca” (2021), o seguinte, é simpático e funciona como mensagem, algo que “Red: Crescer é uma Fera” (2022) também alcança, ainda que ambos soem zona de conforto, ou seja, são bons, mas são menores numa filmografia repleta de momentos brilhantes. “Lightyear” (2022) é mais um filme pra essa lista da zona de conforto da Pixar, mas, pior, soa o mais convencional das obras recentes da produtora. Feito no piloto automático, “Lightyear” é mais uma animação para adultos da Pixar (após duas boas investidas na adolescência com “Luca” e “Red: Crescer é uma Fera”) e traz uma historiazinha simpática, mas que não se sustenta. Aqui, 27 anos depois, temos acesso ao filme que Andy viu no cinema em 1995 e o fez trazer o boneco do Buzz Lightyear pra casa. Ou seja, o personagem Buzz de “Toy Story” é um boneco inspirado no personagem desse filme, um astronauta que comete um erro e passa a vida tentando consertá-lo. Não sei se animaria tanto meninos de 6 anos como Andy (o meu de quase 4 começou animado a sessão, depois entrou no piloto automático com tanta informação para maiores – aliás, não tente mostrar “Toy Story” para crianças pequenas, pois o que é maravilhoso pra nós pode ser assustador pra eles, e “Toy Story” tem momentos terrivelmente assustadores), mas, bem, é cinema, e vale tudo, né mesmo. “Lightyear” tem momentos bons e boas ideias, mas, no todo, não comove, não inspira e é… chatinho (e seu fracasso nos cinemas tangencia muita coisa). Para a etiqueta Pixar isso é um grande pecado. Será que eles cansaram?
junho 28, 2022 Encha o copo
Top 10 Maio de 2022 no Scream & Yell
TOP 10 TEXTOS MAIS LIDOS – MAIO DE 2022
01) 50 discos brasileiros favoritos, por Marcelo Costa (aqui)
02) “Clube da Esquina” melhor disco brasileiro de todos os tempos (aqui)
03) A última temporada de “Better Call Saul”, por JP Barreto (aqui)
04) Metallica em Porto Alegre, por Homero Pivotto Jr. (aqui)
05) Cinema: “O Homem do Norte”, por JP Barreto (aqui)
06) Festival Casarão 2022, em Porto Velho, por Bruno Capelas (aqui)
07) Entrevista: Ratos de Porão, por Homero Pivotto Jr. (aqui)
08) Metallica em São Paulo, por Paulo Pontes (aqui)
09) Metallica em Belo Horizonte, por Alexandre Biciati (aqui)
10) Ao vivo: Lamparina e Francisco el Hombre em BH, por Ale Biciati (aqui)
VIA GOOGLE
01) Top 10: livros publicados no século XIX, por M. R. Terci (aqui)
02) Entrevista: Guilherme Arantes, por João Paulo Barreto (aqui)
03) Discografia comentada: Gal Costa, por Renan Guerra (aqui)
O EDITOR RECOMENDA
01) Entrevista: José Barreiro (Primavera Porto), por Bruno Capelas (aqui)
02) Entrevista: Arthur Nogueira, por Renan Guerra (aqui)
03) Entrevista: Anum Preto, por Luciano Ferreira (aqui)
TOP 10 – Textos mais lidos publicados em 2022 – (5 meses)
01) 50 discos brasileiros favoritos, por Marcelo Costa (aqui)
02) “Clube da Esquina” melhor disco brasileiro de todos os tempos (aqui)
03) Especial Melhores do Ano Scream & Yell 2021 (aqui)
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05) A última temporada de “Better Call Saul”, por JP Barreto (aqui)
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07) Metallica em Porto Alegre, por Homero Pivotto Jr. (aqui)
08) Conheça a Hit The Noise, por Homero Pivotto Jr. (aqui)
09) Os 90 melhores álbuns de 2021 pela Aliança Faro (aqui)
10) Entrevista: Jack Endino, por Luiz Mazetto (aqui)
TOP 10 – Sem textos publicados em 2022 (5 meses)
01) Top 10: livros publicados no século XIX, por M. R. Terci (aqui) 2019
02) Entrevista: Guilherme Arantes, por João Paulo Barreto (aqui) 2021
03) Cinema: Helena Hilario e o curta “Umbrella”, por JP Barreto (aqui) 2021
04) Top 100 cenas de nudez no cinema (aqui) 2009
05) Discografia comentada: Gal Costa, por Renan Guerra (aqui) 2020
06) Série: “Quase Feliz”, por Manoel Magalhães (aqui) 2020
07) Entrevista: Ale Sater, por Renan Guerra (aqui) 2021
08) Original vs Versão: “The Passenger”, por Mac (aqui) 2014
09) Discografia comentada: Bob Dylan, por Gabriel I. (aqui) 2010
10) Entrevista: Jello Biafra, por Homero Pivotto Jr. (aqui) 2021
TOP 10 – Geral – (GERAL)
01) 50 discos brasileiros favoritos, por Marcelo Costa (aqui)
02) “Clube da Esquina” melhor disco brasileiro de todos os tempos (aqui)
03) Especial Melhores do Ano Scream & Yell 2021 (aqui)
04) Entrevista: Ratos de Porão, por Homero Pivotto Jr. (aqui)
05) Top 10: livros publicados no século XIX, por M. R. Terci (aqui)
06) Entrevista: Guilherme Arantes, por João Paulo Barreto (aqui)
07) Cinema: Helena Hilario e o curta “Umbrella”, por JP Barreto (aqui)
08) Top 100 cenas de nudez no cinema (aqui)
09) Discografia comentada: Gal Costa, por Renan Guerra (aqui)
10) A última temporada de “Better Call Saul”, por JP Barreto (aqui)
Confira os textos mais lidos no Scream & Yell nos meses anteriores
junho 3, 2022 Encha o copo