Search Results for "La Route"
Parque das Aves e Puerto Iguazu
O sol voltou a brilhar no nosso quarto dia em Foz do Iguaçu, de programação relaxada e muito descanso. De manhã, um passeio no Parque das Aves, local criado em 1994 pelo casal alemão Dennis e Anna Croukamp dedicado à conservação dos animais. São 16 hectares de mata nativa de um parque em frente ao Parque Nacional do Iguaçu repleto de pássaros, aves, alguns crocodilos, e algumas cobras.
Para ter uma ideia da visita é possível fazer um passeio virtual aqui, mas o mais interessante do parque é adentrar três das grandes gaiolas e ficar bem mais próximo de tucanos, araras e ararajubas, uma mais encantadora que a outra. O passeio é rápido (em duas horas é possível fazê-lo), mas interessante. E, no final, o visitante pode ainda posar para fotos com algumas araras (várias delas estão soltas no parque) e cobras no ombro.
Para a parte da tarde o plano era ir para Puerto Iguazu, almoçar e procurar a versão weisse da Patagonia. “É a cerveja mais cara”, disse a vendedora de um dos botequins da feirinha da cidade argentina. “R$ 11”, a garrafa de 740 ml, “mas se você quiser levar a caixa com seis sai por R$ 59”. No balcão, a Patagonia compete com a Quilmes (preferencia nacional que também é vendida em uma versão Stout – quase uma Malzbier – e uma Red), a Brahma, a Budweiser e a Iguana.
O almoço foi novamente no Acva, que já se tornou o nosso restaurante preferido em Puerto Iguazu. Sem entradas desta vez (não só por economia, mas principalmente porque os pratos são muito bem servidos), Lili foi de Fettucine Fresco com Lagostinos, Salsa Crema de Tomates Secos y Zuchinnis Grillados e eu de Bife de Chourizo Acva, com Croute de Pancetta y Estragon acompañado con Risoto de Cebollas. Novamente aprovados.
Voltamos no final da tarde para o hotel e desmaiamos. Até cogitamos estender a noite em algum lugar, mas optamos por descansar para o último dia, de programação ainda indefinida. O voo parte para São Paulo no começo da noite e podemos esticar até as Cataratas Argentinas, mas seria um passeio mais curto do que amigos dizem que ela merece. Talvez visitemos o Templo Budista. Tudo depende do nosso pique… e do calor. Ele realmente intimida.
No fim das contas, essa viagem rápida a Foz do Iguaçu, comprada e planejada no susto, foi realmente especial. As Cataratas são um passeio inesquecível (que pode ser ainda mais interessantes com o acréscimo do Macuco Safari, das trilhas de bike e do arvorismo – e da “descoberta” do lado argentino) e Puerto Iguazu é uma cidadezinha encantadora. Agora é hora de arrumar as malas. Logo mais, São Paulo.
Fotos por Marcelo Costa: http://www.flickr.com/photos/maccosta/
janeiro 1, 2012 No Comments
Oito pubs de cervejarias nos EUA
A edição de fevereiro da revista Alfa (com Chico Buarque na capa) trazia uma interessante reportagem sobre o Vale das Cervejas, no Estado do Colorado, região que tem, contada, 74 microcervejarias (leia, depois, aqui – hehe). Não fui a nenhuma dessas cervejarias na viagem, o que não quer dizer que me rendi ao império Inbev, muito pelo contrário, e abaixo listo (em cada uma das cidades pelas quais passei) bares cervejarias que valem muito a sua visita.
Blackstone Restaurant & Brewery, Nashville
O agito na capital do folk acontece na Broadway Street e na Second, com diversos bares e pubs oferecendo versões novas de Taylor Swift e velhas de Johnny Cash, a maioria tocando repertório próprio e tentando a sorte. No começo da Broadway Street há uma filial concorrida da Rock Bottom (texto mais abaixo), mas vale sair do centro da cidade (de preferência de taxi) para conhecer a Blackstone Restaurant & Brewery, cervejaria a cerca de 10 minutos da área da bagunça, com seis cervejas próprias e um bom número de pratos no cardápio. Minha preferida foi a American Pale Ale, levemente amarga, mas com presença boa de malte equilibrando o conjunto. As premiadas Nut Brown Ale (esforço conjunto do brewmaster da casa com o cervejeiro caseiro Dave Miller) e Chaser Pale (uma interessante Kölsch, estilo alemã pouco explorado) entram no páreo pela briga do primeiro lugar. Há ainda uma Porter (St. Charles Porter), uma American Brown Ale e uma West Coast IPA (Hop Jack).
http://www.blackstonebrewery.com/
The Flying Saucer, Memphis (e mais 15 cidades)
A manchete do cardápio, em formato jornal, avisa: “A missão do Saucer é abastecer a comunidade com uma vasta seleção de cervejas artesanais do Tennessee e do resto do mundo”. E eles levam a missão a sério. São mais de 200 cervejas e uma lousa que informa de aquisições recentes e promoções. O local é enorme, próximo a Beale Street, e seu teto é forrado por pratos com o nome de quem conseguiu alcançar a pontuação máxima no arremesso de dardo do local. “Você pode tentar três vezes”, informa a garçonete. Além da vasta seleção há as “Saucer Flights”, oito tours cervejeiros, cada um com cinco rótulos, por 10 dólares. O primeiro (Around The World) apresenta cervejas de cinco países; o segundo (The Dark Side) reúne cinco cervejas que valorizam o malte torrado; há ainda um tour europeu, outro norte-americano, um apenas para lúpulo-maníacos, outro para fãs de fruit beers e cidras e o que escolhi, “Around The Hood”, com cinco cervejarias locais. Na minha seleção veio uma Abita Purple Haze (aroma frutado e paladar que remete a Chardonnay), a tradicional Blackstone St. Charles Porter, uma Yazoo Dos Perros (leve, mas lupulada e com notas amadeiradas), uma Lazy Magnolia Southern Pecan (brown ale com nozes) e, fechando, uma herbal O’Fallon Hemp Hop Rye (sim, com marijuana). Em Memphis ainda vale beber algumas no Local Gastro Pub.
Crescent Brewhouse
Primeiro brewpub de New Orleans (aberto em 1991), a Crescent Brewhouse oferece um tour pelos seus cinco rótulos abrindo com uma Pilsner bem tradicional, seguida por uma Red Stallion (Vienna Lager bem maltada e aromática), pela Black Forest (tradicional estilo Munique) e uma Weiss, a minha preferida do tour. As quatro são fixas na produção da cervejaria, e há uma quinta, sazonal, que eles vão mudando conforme a vontade do brewmaster. Neste tour era uma IPA levemente amarga. As cinco cervejas são boas, mas nenhuma impressiona. Ainda assim, o tour é um ótimo acompanhante para os bons pratos da casa. Você pode conferir o menu no site abaixo.
http://www.crescentcitybrewhouse.com/
Elevator Brewery And Draught, Columbus
A chance de você passar pela simpática capital do Estado de Ohio é pequena, mas se acaso acontecer, a High Street é a rua que você precisa encontrar. Dois bons pubs cervejarias estão ali: a Barley’s Brewing (nº 467), que além de cervejas direto do barril tem no cardápio a ótima Blue Moon e bons sanduíches, e a preferida da casa, Elevator Brewing. Em uma bela mansão de 1897, assombrada por fantasmas e espíritos (segundo o cardápio), o pub exibe uma lista extensa que mantém, ao menos, 12 tipos de cerveja diferentes escorrendo pelas torneiras. Você pode arriscar entre alguma dos cavalos de batalhas da cervejaria (Dark Horse, medalha de bronze em torneio, a Procastinator Doppelbock ou a demente Hours Imperial Red Ale, de 11% de graduação alcoólica) ou pedir um sampler com três (US$ 4,50) ou seis (US$ 9) cervejas do cardápio. Minha preferida: Three Frogs, uma IPA de responsa.
http://www.elevatorbrewing.com/
Magnolia Pub and Brewery, São Francisco
Sob o comando do brewmaster Dave McLean, o Magnolia Pub não é só o lugar que vende brownie de chocolate com bacon de sobremesa. Todas as cervejas do cardápio são feitas na casa (são quase 20, embora algumas sejam sazonais) e os destaques são a poderosa Pride to Branthill, uma english strong ale de corar a alma com 9% de graduação alcoólica, mas deixe-a para a segunda ou terceira rodada (senão as outras soaram apagadas, menores), a Piper Pale Ale (5,2%) e a encorpada Stout of Circustance. Eles ainda têm uma Cole Porter no cardápio e uma sazonal bastante interessante: Magnolia Bonnie Lees Best Bitter. O fish and chips (tradicionalíssimo com fritas bravas e muito óleo) é ótimo. Pub com jeitinho de decadente, mas muito bem freqüentado, o Magnolia fica numa esquina da Haight Street, 1398, no bairro da contracultura.
Barney’s Beanery, Los Angeles
Esqueça a Calçada da Fama. Este é o lugar obrigatório (junto com a Amoeba) a se passar em LA. Pub bacana que em suas mesas viu desde Marilyn Monroe comer sanduíche, Jimi Hendrix conversar com Janis Joplin pela última vez antes da overdose, e Quentin Tarantino rabiscar o roteiro de “Pulp Fiction” (entre outras coisas), e que hoje em dia está lotado de TVs passando jogos de basquete, hóquei e beisebol – além de ter mesas de bilhar. De produção própria só tem a boa cerveja que leva o nome da casa, mas o cardápio tentador tem mais de 200 marcas divididas entre EUA e Estrangeiras e entre torneira e garrafa. No cardápio (veja aqui e aqui) tinha uma Monty Python’s Holy Grail inglesa (que estava em falta), que me deixou curioso (essa da foto é uma Pyramid Hefe, do Havaí). A comida é bem boa – destaque para o chilli. São cinco filiais, mas a original é a da Santa Monica Boulevard, 8447, em West Hollywood, trecho histórico da Route 66.
http://www.barneysbeanery.com/
Rock Bottom, Chicago (e mais 30 cidades)
Pub cervejaria com mais de 30 filiais pelos Estados Unidos, a Rock Bottom de Chicago tem uma boa localização (na saída do metrô Grant, Red Line, na Magnificent Mille) e belíssimas cervejas no cardápio em um ambiente bem legal que se divide entre pub e restaurante. O mestre cervejeiro Chris Rafferty defende que uma boa cerveja se faz unindo as tradições com criatividade. Isso lhe rendeu dezenas de prêmios, como duas medalhas de ouro na Copa do Mundo de Cervejas em 2010. Assim como na Elevator, aqui você pode pedir um sampler com seis cervejas da casa antes de optar por um belo pint. Numa votação entre amigos (eu, Renato e Carlos), a Special Dark, uma stout com vários prêmios e muita personalidade, saiu vencedora, mas a clássica IPA, a ótima Red Ale e a encorpada Bock também podem fazer você feliz. Todo mês, Chris apresenta uma cerveja especial para o cardápio. Vale ficar atento.
http://www.rockbottom.com/chicago/
Brooklyn Brewery, Nova York
A Brooklyn não é um pub, mas tem como beber cerveja lá. Uma das melhores cervejarias americanas tem casa no Brooklyn (muito fácil chegar de metrô) e faz concorridos tours de experimentação (incluindo títulos que não são encontrados no mercado) durante vários dias da semana no verão, além de ter um boliche, em que você pode jogar com os amigos bebendo direto dos barris fresquinhos. O grande mestre cervejeiro Garrett Oliver conseguiu dar às cervejas da Brooklyn uma característica que une todas as marcas do grupo, sem descaracterizá-las de sua essência. Assim, a Pale Ale deles é maravilhosa, mas tem algo que faz você saber que é uma Brooklyn. Esse mesmo algo, por exemplo, marca as monstruosas Monster Ale e Brooklyn Blast, de teor alcoólico elevado (10% a primeira, 9% a segunda) e muita personalidade. Visite a casa da melhor cerveja americana (grifo meu) na 79 North 11th Street, em Nova York, e muito cuidado com essas fichinhas da foto…
http://www.brooklynbrewery.com/
Veja também:
– Diário EUA 2011: https://screamyell.com.br/blog/category/eua-2011/
– Fotos da viagem: Flickr do Marcelo (aqui) e Flickr do Renato (aqui)
– Top 25 de cervejas da viagem (aqui) e Top 100 de cervejas (aqui)
abril 26, 2011 No Comments
Em Los Angeles, desapaixonado
Estranhei Los Angeles desde que chegamos à cidade. O ônibus nos deixou em uma parte afastada de Downtown, o centro antigo, dominada por mexicanos. Uma fábrica de tecidos, em frente a garagem da compania, oferecia vagas para costureiros com salário de 17 dólares a hora – e estava escrita apenas em espanhol. Tentamos seguir o conselho do David, “nosso” taxista em Palm Springs, e arriscamos o ônibus, mas estava tão lotado (e nós com tantas malas) que decidimos descer e procurar um taxi.
De Downtown até West Hollywood, onde ficava o hotel, a paisagem mudou. Os prédios altos e teatros antigos abandonados do centro foram dando lugar a uma cidade plana conforme a Santa Monica Boulevard (trecho histórico da Route 66) invadia a cidade. Prédios baixos e ruas largas repletas de carros formaram a paisagem, mas ainda assim o glamour e o luxo da cidade do cinema parecia inexistente – com exceção da vizinha Beverly Hills, de grandes alamedas arborizadas, casas enormes e o centro tomado por grandes marcas, símbolo da vitória do capitalismo.
Los Angeles é uma cidade fascinada pela fama. Das estrelas nas calçadas do Hollywood Boulevard a placas oferecendo mapas com o endereço da casa de todos os artistas até outdoors de revistas e websites avisando que compram e vendem fotos de famosos 24 horas por dia. “Comprar” é a palavrinha mágica norte-americana. Tudo está à venda – e por preços convidativos. Você pode comer um lanche x, mas incrementa-lo com dezenas de coisas por alguns dólares a mais. Quase tudo funciona assim em cidades que se transformaram em shopping centers.
O outro lado da moeda da felicidade do supérfluo é que a pobreza está aos olhos de todos, e a falta e uma política governamental que atenda as pessoas sem teto faz com que os moradores de rua, a margem do “american dream”, passeiem pelas cidades com seus carrinhos de supermercado recheados de quinquilharias alimentando-se de restos de comida. A população de “homeless” norte-americana me impressionou – ainda mais em Los Angeles, em que carros caríssimos circulam nas ruas enquanto pobres almas caminham nas calçadas.
O ônibus 4, que atravessa a Santa Monica Boulevard do começo ao fim, é uma aventura. A população de cachorros de West Hollywood vive muito melhor que metade do que as pessoas que se locomovem no transporte público. A arquitetura da cidade é exagerada, grandiloqüente e agressiva, e dezenas de outdoors (principalmente em Sunset Strip, o trecho mais famoso da Sunset Boulevard) anunciam os novos filmes das produtoras de cinema da cidade mostrado que a indústria, aqui, quer vencer pela insistência. Tudo isso soa amargo e cínico demais.
O trecho da calçada da fama, no Hollywood Boulevard, é essencialmente turístico – incluindo os teatros Chinese e Kodak (o último, a casa da cerimônia do Oscar). Sunset Strip tem seu charme e dezenas de restaurantes interessantes assim como a Beverly Boulevard (com suas lojinhas de rua que servem caviar) e Melrose Place (o seriado diz muito sobre o local), mas a sensação de que é preciso uma carteirinha imaginária (com bandeiras Visa, Mastercard ou American Express) para apreciar a cidade é constante (e os passeios em ônibus turísticos reforça a impressão).
Fizemos pouca coisa na cidade. Visitamos a Amoeba (outro rombo no orçamento), bebemos e comemos no Barney’s Beanery, caminhamos na calçada da fama e em Sunset Strip, visitamos o parque temático da Universal Studios (o tour pelos estúdios é bem legal, mas o preço do passe para o parque não é convidativo: 74 dólares) e assistimos a um jogo de beisebol do Los Angeles Dodgers, que apanhou em casa do Atlanta por 10 a 1 (e serviu para que eu aprendesse as regras do jogo, e experimentasse o excelente hot dog do estádio – hehe).
E ainda teve Paul Simon fazendo um grande show no belíssimo Pantages Theatre, na Hollywood Boulevard, para uma plateia eufórica e histérica, que já na terceira música se levantava das cadeiras para aplaudir efusivamente o artista. A base da apresentação é, o disco novo lançado no mês passado, e a levada africana contagiante fez todo mundo gingar e sambar. Impressiona o poder que o compositor exerce sobre sua audiência. Foram quase duas horas de muitos aplausos para um show suingante e perfeito – incluindo dois encores, um deles aberto por “Sound of Silence”.
Deixo Los Angeles com uma pontinha de decepção e curiosidade. Para conhecer uma cidade é preciso vive-la, admira-la, descobri-la, pois a primeira impressão normalmente comete equívocos. No entanto, uma questão urge: por que insistir em uma cidade que não causou paixão ao invés de dedicar-se a aquelas cujo amor a primeira vista foi enebriante. Insistir em tentar amar Los Angeles (e São Francisco, e Nova York, embora esta última seja mais fácil de nos conquistar) ou amar incondicionalmente Veneza, Paris, Londres, Praga e Barcelona?
Enquanto penso o avião se aproxima de Chicago. A comissária de bordo avisa: tempo nublado, 1 grau de temperatura. Mas o trecho entre o aeroporto e o centro foi bem inspirador. Talvez Chicago seja “a” cidade da viagem. Vamos ver… e esperar que o Arcade Fire ajude a nos deslumbrar…
Veja também:
– Diário EUA 2011: https://screamyell.com.br/blog/category/eua-2011/
– Fotos da viagem: Flickr do Marcelo (aqui) e Flickr do Renato (aqui)
Legendas das fotos acima: 1) Um dos símbolos de Hollywood 2) Crianças brincando de esconde-esconde 3) Placas de rua em Beverly Hills 4) O interior do Barney’s Beanary 5) Uma omelete com bacon, chilly, tomate, cebola e brie no Barne’ys 6) Trecho da Calçada da Fama 7) Reprodução de cenário na Universal Studios 8 ) Lance do jogo Dodgers vs Atlanta 9) Paul Simon ao vivo no Pantages Theatre 10) Efeitos especiais na Universal Studios
abril 21, 2011 No Comments
Um fim de semana na Bélgica
Não lembro de onde paramos. Sei que deixei Lili nas Galerias Lafayette e vim tentar colocar ordens nas minhas ideias. E como você já percebeu, continuamos sem acentuacao. Vou focar nas histórias e deixar a língua portuguesa acentuada – quase impossível neste teclado maluco – de folga mais uma vez. Recordando…
Saímos de Londres na sexta, de Easyjet, para Paris. Voo tranquilo e chegada sem muitos problemas. O apartamento que alugamos por 8 dias é um achado. Saiu mais barato que um albergue, tem um clima romântico e fica em um bairro bastante notívago, Les Halles. Isso tudo sem contar as suas facilidades, como a moderna lavadora e secadora de roupas, que já tratamos de usar.
Na sexta encontramos a Anamaria, que trqblqhq (trabalha em um teclado normal) comigo no iG. Atualizamos as conversas, fomos ate a Torre Eiffel, e a deixamos com um grupo de amigos do curso que ela estava fazendo aqui. Voltamos para o ap, mas não resistimos e paramos em um café na esquina da Rua Montorgueil, que servia Duvel. Dormi sonhando com anjos (hehe). Sábado de manha partimos para nossa aventura belga.
Fomos de trem de alta velocidade Thallys, com tíquetes comprados em promoção numa dica que peguei no ótimo blog Conexão Paris. Uma hora e pouco depois estávamos em Bruxelas, e alguns minutos depois deveríamos estar em Leuven, se não tivéssemos pego um trem errado para Louvain e ir parar quase na Holanda. O cobrador foi gente finíssima. Nos deu um bilhete de volta e passou todas as orientações com calma. Chegamos em Leuven 12h30 quando o previsto era 11h.
Foi o tempo de encontrar o Carlos e a Camila, almoçar e correr para o Rock Werchter. Perdemos Regina Spektor, mas chegamos no exato momento em que Karen O adentrava a tenda do festival. Show bom, mais dançante e menos barulhento que os do Brasil com direito aos hits “Gold Lion” e “Zero”. No bis, “Pin” e a sensacional yeah yeah yeahs love song “Maps”.
Na sequência, debaixo de um solzão de deixar cariocas felizes, o Franz Ferdinand despejou um caminhão de hits sobre a plateia alternando com as boas canções de seu ótimo terceiro disco. Só saíram do palco pq a bateria quebrou, o que não impediu Kapranos de levar “Jacqueline” na garganta e na guitarra.
O mesmo palco principal trouxe, em seguida, Nick Cave e os Bad Seeds em uma apresentação avassaladora. Muita gente que havia entrado no gargarejo para esperar o Kings of Leon, que tocaria depois, se surpreendeu com o barulho, e ou saiu de fininho ou protegeu-se como pode do sensacional esporroe sonoro. “Red Right Hand”, “Dig, Lazarus, Dig!!!”, “Deanna”, “The Mercy Seat”, “Stagger Lee” e “Henry Lee”, dedicada a Polly Jean Harvey, lavaram a alma. Inesquecível.
O domingo foi dedicado a Bruxelas. Visitamos a Grande Praça, considerada por Victor Hugo a praça mais linda do mundo (não é a mais linda, mas está cabeça a cabeça com as concorrentes) e saímos por aquelas ruas que cheiram a chocolate belga e cujas lojas expõe centenas de exemplares de cervejas locais. Passamos no Teatro Real de Marionetes, que também é um ótimo bar (bebi uma cerveja leve de cereja chamada Mort Subite) e almoçamos nas redondezas.
O paraíso das cervejas se chama apropriadamente De Bier Tempel, e tem todas as melhores cervejas do pais entre 2 e 4 euros a long neck, além de edições especiais da Duvel, Leffe (existe seis variações diferentes dela) e outras. Comprei uma Duvel diferente, uma Hoegaarden especial e duas outras que comento assim que beber.
Dali nos encaminhamos para o Deliriuns Tremens, a casa da cerveja de mesmo nome, cuja garrafa traz dezenas de elefantes cor-de-rosa, aqueles que só loucos, chapados e bêbados conseguem ver. O pub entrou pro Guiness Book como o lugar que tem mais marcas de cerveja diferentes de todo o mundo para comercialização. Bebi uma cerveja da casa e uma La Divine, de 8,5%, bem boa.
O dia terminou conosco correndo com cervejas e chocolates para não perdermos o trem para Paris, e chegamos exatamente no horário. Deixamos Bruxelas pensando em como um pais do tamanho do estado de Alagoas pode fazer as melhores cervejas, os melhores chocolates e os melhores festivais de rock do mundo. Não sei se conseguiria morar aqui, mas partiu o coração sair de lá deixando todas aquelas cervejas para trás.
Descemos na estação Paris Nord às 20h com um solzão brilhando no céu. Nos animamos. Fizemos compras pra casa (sabão em pó para lavar a roupa e comidinhas pra economizar no café da manhã) e depois saímos a caminhar pela cidade, que anoitecia e ficava cada minuto mais linda. Passamos pela Notre Dame, pela Shakespeare and Co (Foer autografa livros lá hoje), pela Saint Chapelle e paramos para olhar os barcos no Sena até sei lá que horas…
Fotos da viagem:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/
julho 6, 2009 No Comments