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Bratislava, pequena grande cidade

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Ou “little big city”, frase estampada em ônibus e cartazes por toda a capital da Eslováquia, resume bem o espírito dessa cidadezinha de interior (com quase 500 mil habitantes) que se transformou na capital de um país com a separação da Tchecoslováquia, em 1993. Ou Bratislover, como vende a campanha de turismo, que é irresistível: por apenas 14 euros você tem direito a trem ida e volta  Viena/Bratislava – Bratislava/Viena e livre acesso a trams e onibús na capital eslovaca. Imperdível.

A Eslováquia tem uma história sofrida. Seu território foi populado pelos celtas, romanos, germanos e eslavos. Os húngaros anexaram o país em 907. Em 1500 passaram para o domínio dos otomanos e no começo do século XX viveram sobre a sombra do império Austro-Húngaro.. Entre 1939 e 1945  caiu sobre o domínio da Alemanha nazista (junto a República Tcheca) e, depois, em 1968 foi invadida pela Rússia, tornando-se uma nação independente apenas em 1993.

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A separação da República Tcheca pode ter efeito político e econômico, mas o povo parece ainda respirar sobre a união dos países. Em um pub pedi uma cerveja da República Tcheca, que o garçom me avisou ser “nacional”. Os prédios comunistas, imponentes e todos iguais, cortam o céu do outro lado do Danúbio, mas a história da Eslováquia e de Bratislava respira em um belíssimo centro histórico, que nos lembrou algo entre Ouro Preto e Bruges (e, talvez, Tiradentes).

São várias igrejinhas umas próximas às outras, com um q de barroco. E alguns prédios históricos que datam dos séculos 11 e 12. Num deles, a torre Michalská Brána (Portão de São Michel), que tem uma bela vista panorâmica de todo o centro histórico e funciona também como museu, três senhoras tomam conta do acervo. Peço a uma delas para me ensinar a falar obrigado em eslovaco. Ela tenta: “D’akujem”. Me enrolo, mas acho que passo no teste.

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Olhamos a vista, admiramos a paisagem, e quando deixamos o prédio, a mesma senhora nos chama. Ela fala em bom eslovaco. Gestualiza e, em seguida, fala pausadamente, como se o eslovaco fosse mais fácil de se entender silaba a silaba. Pesco umas três palavras no monólogo, e deixamos o lugar sorrindo sem entender patavina. Olho para o ticket de entrada do museu, e a ficha cai: “ele também dá direito a entrar no museu da farmácia ali naquela curva”, dizia ela, voz, mãos e simpatia.

Passamos um bom tempo caminhando a esmo, encantados pela cidade. Subimos até o castelo, que fica no alto de um morro, e exige bem das pernas, mas a vista é magnifica. Pena não termos chego um dia depois, pois no dia seguinte começa no local o Slovack Food Festival, que irá durar todo o fim de semana. Tentados, saímos à procura do prato local: bryndzone halusky, um nhoque (com mais batata que trigo) com queijo acompanhado de cubinhos de bacon. Aprovado.

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Batendo perna nas ruas da cidade, nunca vi tantos pares de olhos azuis quanto aqui. E as meninas são bonitas, nariz meio pontudo (mas diferente das italianas), reto e charmoso, rosto angelical. São quase 19h e o dia ainda está claro (sinal de que os dias de verão estão realmente chegando). A temperatura fica em torno dos 14 graus, mas o problema é o vento forte e cortante (será culpa do Danúbio?, questiona Lili). Voltamos para Viena felizes após um dia perfeito.

É nossa última noite em Viena, e estamos cansados. Como estamos fazendo esse tour pré-verão, as ruas estão mais vazias de turistas, e apenas os velhinhos e os orientais dividem as áreas “famosas” conosco. Faltou muita coisa para se ver em Viena, o que já garante que iremos (e queremos) voltar (tendo revisto “Antes do Amanhecer”) um dia além de partir para outros cantos da Áustria (Salzburgo e Innsbruck na lista).

Nossa próxima parada é (novamente) Budapeste (talvez Györ, talvez).

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Fotos da viagem:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/

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