Cinema: “Fading Gigolo”, de John Turturro
por Marcelo Costa
Como ator, John Turturro esteve envolvido em vários grandes filmes: “Touro Indomável” (1980), “Procura-se Susan Desesperadamente” (1985), “Hannah e suas Irmãs” (1986), “A Cor do Dinheiro” (1986), “Faça a Coisa Certa” (1989), “Barton Fink” (1991) “O Grande Lebowski” (1998) e “E Aí, Meu Irmão, Cadê Você?” (2000), entre outros. Como diretor, assinou cinco longas, sendo “Fading Gigolo” seu último trabalho – e, curiosamente, o último de Woody Allen como ator de cinema (descontando a série “Crime em Seis Cenas”, de 2016). O ponto de partida é inverosímil: Murray (Woody) conta ao amigo Fioravante (Turturro) que sua médica lhe confessou o desejo de fazer um ménage a trois com uma amiga, mas que precisa de um homem, e perguntou a Murray se ele não conhecia ninguém. Murray tinha pensado no amigo, que, inicialmente, se nega ao papel de gigolo, mas acaba aceitando o trabalho. Dra. Parker é Sharon Stone e sua amiga, Selima, é Sofia Vergara (suspiros), e as duas são apenas as primeiras clientes da dupla (Murray cafetina, Fioravante executa). O problema surge quando a viúva de um rabino, Avigal (uma Vanessa Paradis deliciosamente contida), atravessa o caminho do rapaz, e começa a dificultar a tarefa de separar trabalho de amor. Escrito assim, “Fading Gigolo” soa simplório e piegazinho, e é exatamente o que ele é. Turturro dispensa alegorias cinematográficas e vai direto ao ponto de tal maneira que acaba tanto matando o potencial cômico de seu personagem (que é puro tédio) quanto expondo a falta de profundidade dele e dos demais. Sem enfrentamento, Woody Allen brilha sendo o Woody Allen de sempre, Sharon Stone diverte, mas são Sofia Vergara (sendo Sofia Vergara) e Vanessa Paradis os grandes destaques de um filme que soa bonitinho, mas tremendamente ordinário e esquecível. Um passatempo para ver sem compromisso, rir aqui e ali, e esquecer (como, aliás, muitos filmes de Woody Allen no novo século.).
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