Ouvindo: o debut do Alabê KetuJazz
Fruto da colaboração do percussionista francês (radicado no Brasil) Antoine Olivier com o saxofonista brasileiro Glaucus Linx, o Alabê KetuJazz tem a missão de unir a percussão forte do candomblé da nação Ketu com a liberdade estilística do Jazz. Com 10 canções criadas a partir dos rituais do candomblé, o disco “Alabê KetuJazz” (disponível em todas as plataformas de streaming, YouTube incluso) é um bom exemplo de como é possível admirar e amar a beleza da música respeitando suas origens, suas fontes, sua cultura. Antoine escreveu um faixa a faixa especial (publicado no Scream & Yell – leia aqui) comentando os ritos sagrados que percorrem cada uma das 10 canções. Sobre “Saudações”, a faixa que abre o disco, ele escreve: “Da mesma forma que o grupo sempre canta para Exú e Ogum antes de subir ao palco, abrimos o disco com saudações para pedirmos suas bênçãos, para abrirmos nossos caminhos e vencermos nossas lutas”. Benção. Sobre “Opanijé Xaxará”, que ganhou o clipe abaixo, Antoine explica: “Opanijé é o toque sagrado entoado para o Orixá Omolú, que é acompanhado por uma dança dramática, dialogando com a dualidade e efemeridade das coisas. A melodia do sax simboliza o Orixá presente, contando sua história através do movimento do som, assumindo o papel do Orixá incorporado na festa de Candomblé. A música surgiu de dentro do toque dos atabaques seguindo o ritual. É a potência da vida e da cura homenageando Omolú, passando pelas nuances de nossas existências, pelos ires e vires de nossa evolução espiritual. O início é força da vida e da cura homenageando o Orixá, e as paradas rítmicas anunciam a doença e morte. O fim marca a volta à cura e à saúde”.
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