Ouvindo: “Beleza e Medo”, Paulinho Moska
Um disco novo – ok, antes uma confissão: até uns poucos anos atrás, eu nunca tinha parado para ouvir um disco do Paulinho Moska com atenção. Era um misto de preconceito adolescente com sua banda anterior (Inimigos do Rei), tolice e rebeldia grunge (a carreira solo dele começa quando a cena de Seattle se expande até o meu quarto) e isso começou a mudar num show com ele, Fernanda Takai e Andrea Echeverri (Aterciopelados) no CCBB SP em 2011 (escrevi na época aqui). Eu estava começando a mergulhar nessa paixão pela América Latina que me toma cada vez mais hoje (aliás, o nome do bebê que esperamos para dezembro, eu e Lili, se chama Martín, com sotaque espanhol, e o acento ali é só pra deixar óbvio – desculpa ae Martin Scorsese, George Martin, Ricky Martin e todos aqueles que leem esse nome de uma maneira americanizada) e foi interessante vê-lo ali, “descobri-lo” ali. O turnpoint foi o disco que ele gravou com o grande Fito Paez em 2015, “Locura Total”, que ouvi muito, muito, e adorei. Este “Beleza e Medo” (2018) é o décimo disco solo dele (contando o com Fito e não contando os três discos ao vivo) e foi antecipado pelo single… “NENHUM DIREITO A MENOS” (achei justo escrever em caixa alta às vésperas de uma eleição que poderá se revelar uma enorme perda de direitos), cuja letra, entre outras coisas, diz: “Nessa nação onde se mata e trata mal / Mulher e pobre, preto e jovem, índio e tal / Onde nem lésbica, nem gay, nem bi, nem trans / São plenamente cidadãos e cidadãs / Não quero mais cantar meus versos mais amenos / Não quero mais nenhum direito a menos”. Além dela vale destacar “O Jeito É Não Ficar Só”, “Bem na Mira” e “Pela Milésima Vez” (parceria com Zeca Baleiro, um cara que eu adoro), mas o álbum tem uma unidade bonita (méritos do Liminha que toca baixo, guitarra e percussa) que me fez redigir esse mea culpa tardio: Paulinho Moska é um grande cara!
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