Dylan com café, dia 48: Uncut 2
Bob Dylan com café, dia 48: No embalo do então recém-lançado documentário de Martin Scorsese, “No Direction Home”, que saiu em agosto de 2005, a badalada revista inglesa Uncut produziu em setembro um daqueles listões de melhores que só eles têm a manha de realizar com tamanho esmero e qualidade – não só pela lista, mas principalmente pelos convidados que participam dela: 100 Rock and Movie Icons on The Music and Films That Changed Our World reúne em 50 páginas da revista um time invejável de “colaboradores”. O método foi simples: a revista interrogou 100 artistas sobre obras revolucionárias da cultura pop, e colocou certa ordem nas escolhas de seu “júri”.
O especial começa com o número 100 sendo aberto por Chris Martin explicando sua escolha com um “Bem, eu vou ser meio nerd aqui” para citar uma palestra de Brian Eno e chegar a seu disco favorito: “The Soft Bulletin” (1999), do Flaming Lips (e você achou que não tinha nada em comum com o cara do Coldplay, hein), que ele diz ser uma obra como “Dark Side of The Moon”, do Pink Floyd, mas sendo “Light Side of The Moon”, porque carrega… humor. A lista segue com o ator Robert Downey Jr. escolhendo o álbum “Imperial Bedroom” (1982) de Elvis Costello & The Attractions na posição 96, Ian McCulloch (Echo and The Bunnymen elegendo a série “Sopranos” no número 88, Frank Black (Pixies) indo de “Clube da Luta” no número 86, Trent Reznor contando da emoção de ouvir uma canção sua, “Hurt”, na voz de Johnny Cash no número 85, Stephen Malkmus posando com sua cópia de “Daydream Nation”, do Sonic Youth no número 77, Dave Grohl babando ovo em “Physical Graffiti”, do Led Zeppelin, e por ai vai. A lista completa (e quem escreveu sobre) você confere aqui.
O Top 3 traz Ozzy Osbourne contando como “She’s Love You”, dos Beatles, mudou a sua vida! No número 2, Paul McCartney declara seu amor por Elvis Presley dizendo que “Heartbreak Hotel” é sua melhor gravação. No número… Bob Dylan. E Patti Smith relembra (num texto de página inteira) como foi ouvir pela primeira vez, aos 19 anos, o single “Like a Rolling Stone” na jukebox de um café em 1965 (o texto, na integra, pode ser baixado via Mediafire aqui). Para acompanhar o especial, a revista reuniu um time de luxo para recriar o álbum “Highway 61 Revisited” (que traz “Like a Rolling Stone”), e ainda que o resultado nunca vá arranhar o status de obra genial atemporal do disco original, há boas surpresas com o Drive-By Truckers desacelerando “Like a Rolling Stone”, Paul Westerberg fazendo de “It Takes A Lot To Laugh, It Takes A Train To Cry” um bluezão, Willard Grant Conspiracy esvaziando a sonoridade de “Ballad of Thin Man” e valorizando a letra, o American Music Club brilhando em “Queen Jane Approximately” e os Handsome Family levando “Just Like Tom Thumb’s Blues” para a roça num projeto de especial de revista e CD altamente recomendável (você acha facilmente no Ebay!)
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