News: Parquet Courts, Lola Marsh, Jule Vera
Lola Marsh é uma banda de indie-pop de Tel Aviv, Israel, que se destacou no Primavera Sound em 2014 e, pouco tempo depois, assinou um contrato com a Universal Music. “You’re Mine”, o primeiro EP, saiu em 2016. No ano seguinte foi a vez do álbum cheio “Remember Roses” chegar ao mercado. O single “Sirens” bateu a marca do um milhão de streams no Spotify e ficou em quinto lugar na lista de faixas mais virais nos Estados Unidos na época de seu lançamento. Agora o sexteto que tem à frente a vocalista Yael Shoshana Cohen e o guitarrista Gil Landau está lançando a versão ao vivo de “The Wind”, gravada no lendário Capitol Studios, em Los Angeles. Assista abaixo.
De Opelika, no Alabama, o quinteto Jule Vera mostra seu novo single. “A gente queria fazer algo divertido para o vídeo de ‘Bad Company'”, conta a vocalista Ansley Newman. “Queríamos evitar uma tomada séria sobre um relacionamento”. A saída foi convidar crianças para interpretar os integrantes da banda. “Eles nos trouxeram de volta a sensação de quando éramos crianças”, diz Ansley. Assista!
De Londres, novidade do Public Service Broadcasting! Lançamento exclusivo do Record Store Day, que acontece no próximo dia 21 de abril, a canção “People Will Always Need Coal” ganhou clipe. O vinil trará ainda remixes para os singles “Plaid”, “Nabihah Iqbal” e “Dark Sky”. Vídeo abaixo!
Do Brooklyn nova-iorquino e praticando “um punk rock de estádio com influências de Queen e Gary Glitter”, o quarteto The Tracys mostra seu novo single, a divertidíssima “People Scare Me”. No Bandcamp dos caras, inclusive, já tem single novo: “Your Team Sucks”. Confere lá.
O disco novo do Parquet Courts será lançado dia 18 de maio pela Rought Trade, e após mostrar “Almost Had to Start a Fight/In and Out of Patience”, o primeiro single, o grupo retorna agora com “Wide Awake”, uma faixa beeeeem… Talking Heads. O que será que vem por ai?
março 14, 2018 No Comments
Dylan com Café, dia 22: Slow Train
Bob Dylan com café, dia 22 – Era o fim de 1978. Um casamento de 12 anos que lhe deu quatro filhos (e ao menos uma obra prima: “Blood on The Tracks”) havia fracassado e, desesperado, Bob Dylan encontrou Jesus num quarto de hotel: “Havia uma presença naquele quarto que não poderia ser outra pessoa que não fosse Ele. Foi algo físico, senti meu corpo todo estremecer. A glória do Senhor me nocauteou e me levantou”, contou Bob sobre a experiência. Ele decidiu, então, tomar duas decisões: tirar o primeiro semestre de 1979 de “férias” para se converter ao cristianismo e estudar a Bíblia; e escalar Mark Knopfler para assumir a guitarra do álbum vindouro, afinal é importante ter Deus ao seu lado, mas ter um gênio da guitarra como garantia também ajuda. Bob havia visto o Dire Straits em Los Angeles em 1978, e convidou Mark e o baterista Pick Withers para gravar seu primeiro disco gospel no lendário estúdio Muscle Shoals, no Alabama.
Se você é daqueles que reviram os olhos quando ouvem alguém falar de Deus e fé, um aviso: “Slow Train Coming” (lançado em agosto de 1979) é um discaço (primo de “John Wesley Harding”, que era sobre… demônios). Bob diz que nasceu de novo após a conversão, e isso soa realmente verdadeiro, pois o trovador inquieto, o gênio cínico e o músico raivoso de outrora… morreu. Desapareceu. O Dylan que renasce neste álbum é o Dylan dos tempos modernos, mais cadenciado, R&B, classudo, com backings enfim no tempo certo, metais inspirados e a elegantíssima guitarra de Mark Knopfler uivando nas canções.
Sucesso de vendas (número 3 na Billboard), “Slow Train Coming” ainda rendeu um Grammy a Dylan pela música “Gotta Serve Somebody”, que incomodou tanto John Lennon a ponto do ex-beatle escrever a resposta “Serve Yourself”. Dylan “responde” tragicamente profético neste mesmo álbum: “Don’t want to shoot nobody, don’t want to be shot”.
Ainda que cristão, “Slow Train Coming” carrega o jeitão Dylan de ser e, dentre as citações da Bíblia, o Apocalipse goleia Paulo, Mateus e Genesis. “I Believe In You” é uma das canções mais lindas escritas para Jesus (e, de maneira universal, você também pode se pegar cantando para seu par: “I believe in you even through the tears and the laughter / I believe in you even though we be apart”). Mais sobre culpa do que sobre perdão, “Slow Train Coming” permitiu a Dylan renascer e seguir em frente se a(pro)fundando-se na religião, mas isso é assunto para o café de amanhã.
março 14, 2018 2 Comments