Dylan com Café, dia 10: Self Portrait
Bob Dylan com café, dia 10: lançado em junho de 1970, o anti-álbum “Self Portrait” nasceu de três sessões em 1969, quatro em 1970 mais seis sessões de overdubs e quatro faixas ao vivo retiradas do show de Dylan com a The Band no Isle of Wight Festival de 1969. O resultado, sim, é uma enorme colcha de retalhos que se peca por falta de concisão, ganha pontos pela provocação: cansado da perseguição de fãs e também da imprensa, Dylan fez um álbum para desagradar todo mundo. A resenha de Greil Marcus na Rolling Stone tornou-se clássica com seu título: “Que merda é essa?”. Bob se justifica: “Fizemos este álbum para que as pessoas parassem de comprar meus discos. E elas deixaram de comprar”. No entanto, quase 50 anos depois, “Self Portrait” soa sim um grande disco que alterna bobagens (como “I Forgot More Than You’ll Ever Know”, que Brian Hilton define como Dylan cantando como se fosse um Elvis gripado) e grandes canções (“Days of ’49”, abaixo num remix dubstep). A revisão desta fase na série “The Bootleg Series Vol. 10: Another Self Portrait”, lançada em 2013, mostra que Dylan não estava brincando quando disse que planejou o afastamento de seu público, afinal há grandes canções das mesmas sessões que foram deixadas de lado em favor do repertório… difícil. Ainda assim, um álbum curioso.
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