Documentário: A prisão do Planet Hemp
Com direção e roteiro por Matias Maxx e direção de arte e edição a cargo de Felipe Benoliel, o curta “Planet Hemp: A Vitória Não Virá Por Acidente” (2017) retoma o caminho que acabou levando o grupo à prisão em 1997, em Brasília, montando uma linha do tempo com imagens de reportagens e shows, contando as repressões sofridas pelo grupo e o avanço que o Brasil caminha para a descriminalização.
Episódios de repressão ao Planet Hemp dão-se desde 1995, mas se intensificam em 1997, quando após ter vários shows cancelados e CDs recolhidos, os integrantes da banda são presos, passam cinco dias encarcerados e incendeiam o debate sobre liberdade de expressão e política de drogas, em um país recém saído da ditadura.
A prisão deu muita visibilidade à banda e ao debate sobre a legalização da maconha. Na década seguinte, o caso influenciaria não só outras bandas, como toda uma geração, que manteve aceso o debate sobre a legalização da maconha. Essa movimentação gerou repressão, sobretudo às marchas, que chegaram a ser proibidas pelos Ministérios Públicos e foram palco de lamentáveis cenas de brutalidade policial.
A discussão da legalidade da Marcha da Maconha chegou ao STF, que declarou sua legitimidade em 2011, em uma audiência histórica, na qual a prisão do Planet Hemp foi citada como uma “interferência brutal do processo de produção intelectual e artística”. Mais uma comprovação que a história do Planet Hemp e da luta pela legalização da maconha no Brasil, caminham juntas e se retroalimentam.
Na década presente o Brasil, acompanhando uma tendência mundial, passou a discutir e regulamentar o uso da maconha medicinal. As mudanças, no entanto, acontecem longe das esferas legislativas, e sim através de iniciativas da sociedade civil no judiciário, que em suas últimas decisões vem garantindo salvo condutos e habeas corpus para usuários medicinais cultivarem maconha em casa.
Por conta dessa luta diária, que atravessa gerações, ativistas repetem os versos do Planet Hemp, “Nossa vitória não será por acidente”. Assista ao curta abaixo.
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