Posts from — novembro 2016
Primavera Sound anuncia line-up 2017
De 31 de maio a 04 de junho em Barcelona, Espanha
Informações: https://www.primaverasound.com/
novembro 30, 2016 No Comments
Trecho da biografia dos Engenheiros do Hawaii
A pedido do Scream & Yell, o jornalista Alexandre Lucchese, autor da primeira biografia do Engenheiros do Hawaii, “Infinita Highway: Uma Carona com os Engenheiros”, lançada em outubro deste ano pela editora Belas Letras, liberou um trecho do livro para leitura. Confira ainda a entrevista que Lucchese concedeu à Janaina Azevedo e publicada no Scream & Yell. Abaixo, um trecho exclusivo da biografia.
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Humberto Gessinger, Marcelo Pitz e Carlos Maltz caminhavam pelos labirínticos corredores da Penitenciária Estadual do Jacuí, em Charqueadas, quase chegando ao que pensavam ser finalmente a saída daquele emaranhado de paredes e grades. Sem jamais terem ali entrado, eram guiados por um membro da instituição, ao qual seguiam enquanto jogavam conversa fora.
– E então, o que achou do show? – perguntou o guia a Gessinger.
– Foi bacana. O pessoal foi legal. Um cara até me disse que tinha uma banda, pediu se eu tinha umas cordas velhas de guitarra, aí passei para…
Antes de terminar de ouvir a frase, o guia saiu correndo na direção oposta à que estavam seguindo. Atônitos com a súbita mudança de orientação, os Engenheiros do Hawaii tentaram ir atrás de seu cicerone, mas viram que ele já andava longe, passando por grades que eles não saberiam transpor. Sem saber como ir adiante, ficaram em uma espécie de purgatório entre a liberdade e as celas.
Então guitarrista do grupo, Gessinger jamais havia feito outro uso para as cordas de seu instrumento além de atarraxá-las firmemente na sua Giannini para tocar as bases e solos das músicas que fazia. Do outro lado da grade, no entanto, havia quem pudesse transformar uma simples corda de aço em um artefato mortal – ainda mais se já tivessem em sua ficha criminal casos de enforcamento. Só depois dos oficiais da penitenciária terem retirado as cordas do meio dos presidiários é que o grupo conseguiu sair do prédio.
Não há uma data precisa, mas o show dos Engenheiros na Penitenciária de Charqueadas ocorreu no último trimestre em 1985, quando a banda já era “bastante conhecida”, como conceituou o repórter Cunha Jr, em uma matéria sobre o evento para a programação local da TV Cultura. No vídeo, é possível ver Gessinger solando sua guitarra por alguns segundos, seguido de cenas de presidiários cantando sambas e boleros, além de alguns internos aproveitando o microfone de televisão para questionar porque seguiam ainda na prisão, já que supostamente já teriam cumprido suas penas.
Além da apresentação dos Engenheiros do Hawaii, havia também grupos que se desenvolveram na própria penitenciária tocando no mesmo dia. Os roqueiros de classe média da capital foram parar ali por incentivo do então produtor do grupo, Ricardo Martinez, amigo de infância de Carlos Maltz. Martinez tinha pessoas próximas envolvidas na organização do festival, e empolgou os rapazes para incrementar a programação como convidados de fora.
– Lá dentro o clima foi supernormal, mas era louco porque entrar lá com uma banda chamada Engenheiros do Hawaii valia mais pelo gesto do que pelo som. Não havia conexão, era uma coisa que estava começando no Brasil, e aquelas pessoas tinham anos de diferença. Não era como Johnny Cash ou B.B. King tocando numa penitenciária americana, fazendo um som que era tradicional para os detentos – contextualiza Gessinger.
Veja também:
– Alexandre Lucchese: “Os guris não deviam ser fáceis de trabalhar” (aqui)
– Download: Scream & Yell lança tributo aos Engenheiros (aqui)
– Ao vivo: Humberto Gessinger segue em frente dignamente (aqui)
– Gessinger: “Não há planos para nenhuma volta dos EngHaw” (aqui)
novembro 29, 2016 No Comments
Os 20 discos de 2016 para a APCA
Nesta segunda-feira, os jurados de música da APCA (Alexandre Matias, José Norberto Flesch e este que vos escreve) anunciaram os 20 melhores discos de 2016. Quarta à noite rola reunião da APCA e anuncio dos vencedores em sete categorias na sequencia. Além dos 20 discos abaixo (8 deles liberados gratuitamente para download gratuito), confira os pré-indicados nas categorias Revelação, Artista do Ano e Melhor Show de 2016 aqui.
BaianaSystem – Duas Cidades (ouça no site oficial)
Céu – Tropix (ouça no Youtube)
DeFalla – Monstro (ouça no Youtube)
Douglas Germano – Golpe de Vista (Download Gratuito)
Ed Motta – Perpetual Gateways (ouça no Youtube)
Hurtmold e Paulo Santos – Curado (ouça no Youtube)
Iara Rennó – Arco e Flecha (Download Gratuito)
João Donato – Donato Elétrico (ouça no Youtube)
Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz – A Saga da Travessia (ouça no Youtube)
Macaco Bong – Macaco Bong (Download Gratuito)
Mahmundi – Mahmundi (ouça no Youtube)
Metá Metá – MM3 (Download Gratuito)
O Terno – Melhor Que Parece (Download Gratuito)
Rael – Coisas do Meu Imaginário (ouça no Youtube)
Sabotage – Sabotage (ouça no Youtube)
Serena Assumpção – Ascensão (ouça no Youtube)
Tatá Aeroplano – Step Psicodélico (Download Gratuito)
The Baggios – Brutown (download Gratuito)
Vitor Araújo – Levaguiã Terê (ouça online)
Wado – Ivete (Download Gratuito)
novembro 28, 2016 No Comments
10 fotos de celular: São Luis
Escadarias no Centro Histórico
#ForaTemer
Ruínas
CD’s Maranhenses
Beco dos Catraeiros
Azulejos Portugueses
Um Relógio Parado Está Certo…
Cachorros
A Maré Subiu
Tchau, Sol
Veja mais imagens de cidades no link “cinco fotos” (aqui)
novembro 28, 2016 No Comments
O vencedor do IamSP 2016
Ontem tivemos a premiação do “IAMSP: A rua é o palco”, prêmio do qual foi um dos curadores e foi uma chamada para projetos que reconhecem e divulgam trabalhos de artistas de rua na capital paulista prevendo um conexão com Amsterdã, que realiza um projeto semelhante. Foi uma jornada com muitos projetos ótimos inscritos, finalistas maravilhosos e agora temos o vencedor: Aonde o Mura Mora, projeto que registra em vídeo músicos de rua da cidade de São Paulo, e que ganhou uma viagem para conhecer e apresentar seu trabalho na Holanda, através da Nuffic Neso Brazil. Parabéns a todos os finalistas, Garoa, Bike Arte, Entrelinhas Urbanas e StreetMusicMap.
novembro 23, 2016 No Comments
Em São Luís, debatendo o jornalismo
Coloca na agenda 🙂 Mais infos aqui
novembro 20, 2016 No Comments
Um Top 13 de Black Mirror
Terminamos “Black Mirror” aqui em casa e tentei fazer um ranking, porém a sensação que tenho é que do 01 ao 09 é um grande empate geral (ou seja, são todos episódios fodas). “Nosedive” é quase perfeito (não fosse o final), e os três últimos tem boas ideias, mas não batem tanto quanto os primeiros. Mas, uou, que série. Vou tentar escrever umas bobagens durante a semana…
01) The National Anthem – S01E01
02) San Junipero – S03E04
03) The Entire History of You – S01E03
04) Be Right Back – S02E01
05) Hated in the Nation – S03E06
06) Shut Up and Dance – S03E03
07) White Bear – S02E02
08) White Christmas – S02E04
09) Men Against Fire – S3E05
10) Nosedive – S03E01
11) The Waldo Moment – S02E03
12) Fifteen Million Merits – S01E02
13) Playtest – S03E02
novembro 19, 2016 1 Comment
Falando sobre Leonard Cohen
Quatro respostas para Thiago Pereira, do jornal mineiro O Tempo. Leia a reportagem “A Última Valsa de Leonard Cohen” aqui
Em linhas gerais, o lugar do Cohen na música popular , sua importância.
Leonard Cohen é o principal nome a fazer a travessia da literatura para a música, da palavra escrita para a melodia. Existe uma centena de letristas incomparáveis, contistas pop de primeira grandeza, um deles inclusive Nobel de Literatura, mas Cohen é de outra estirpe porque ele é influenciado por Federico Garcia Lorca, não por um músico. A música foi um acidente (socialista) na vida dele, e ele provou durante 50 anos que poesia e música podem, sim, caminhar juntas.
Será que podemos pensar em Cohen como um “artista” dos “artistas”? Um cara que não tem um relevo popular tão grande, mas que os músicos tem extremo respeito?
Creio que sim, ainda que um Palais de Bercy, em Paris, sold out, com 15 mil pessoas em pé cantando suas canções por três horas possa contradizer o termo popular. Acho que Cohen era popular, mas não popularesco. É diferente de um Alex Chilton, por exemplo, que muitos músicos amavam, mas realmente pouca gente conhecia. Cohen tinha um público, mas sua música não era, realmente, das mais fáceis. É preciso um pouco de coragem pra mergulhar em seu universo, algo que gente como Michael Stipe, Bono, Nick Cave, Ian McCulloch e outros tiveram.
Cohen poeta: no contexto da música pop, ele entra num pódio, top 3? Pq?
Uou. É uma pergunta difícil porque Leonard era um dos maiores poetas musicais, ainda que a música tenha sempre ocupado um lugar de paisagem sonora em sua obra, um fim de tarde às vezes ensolarado, às vezes crepuscular, às vezes sombrio. A música era a maneira que Cohen transmitia sua poesia, era o meio, não o começo e nem o fim. Lou Reed, Bob Dylan, Morrissey e Ian Curtis talvez tenham tido mais êxito em unir música e texto, por serem músicos. Mas Cohen com toda certeza integra esse Top 5.
04- Sua experiência de ver ele ao vivo, quase no poente da vida.
Absolutamente incrível. Foram duas vezes, uma em 2008 e outra em 2009. Leonard Cohen era bastante afeito às ironias da vida, e talvez a maior delas tenha sido o fato dele ter sido roubado por seu agente, ficado sem um tostão, e precisado voltar a fazer turnês para saldar as dívidas. Um disco como “Live in London”, de 2008, não existiria sem esse episódio trágico financeiro, e é o disco que dá start a esse trecho final de sua vida musical. É um disco de alguém que sabe que precisa atrair a atenção do público. Ele fez da melhor maneira: usou suas próprias canções. Essa última fase e esses últimas turnês o flagram no auge, aceitando o destino como que dizendo: “Ok, eu tenho que fazer shows e discos então? Vamos nos divertir”. Ele se divertiu. E todos nós também. Foram duas experiências inesquecíveis.
novembro 14, 2016 No Comments
Dez links e dois vídeos de Nick Cave
– Miguel Esteves Cardoso: É amarga, mas justa a lição de Trump
– Pitchfork: The Story of Feminist Punk in 33 Songs
– Ricardo Alexandre: A canção mais infernal de Roberto Carlos
– Nexo: O gosto musical dos países de acordo com o Spotify
– Independent: Jason Pierce interview – ‘I think it’s my last record’
– El País: “São Paulo só tem uma rádio dedicada à música brasileira?”
– All Beers: Oskar Blues chega ao país para consolidar mercado das latas
– Red Bull: As 79 melhores músicas do Oasis
– SP 24 Horas: Um guia das novidades de Santa Cecília
– El País: A nova geração de músicos do Pará
novembro 10, 2016 No Comments
Festivais BR 135 e Radioca
Festival BR 135, São Luiz, MA
De 24 a 26 de novembro!
Facebook: https://www.facebook.com/projetobr135/
Paralelamente ao Festival BR 135, acontece o #ConectaMúsica, a etapa de formação que abrange palestras, oficinas e encontros entre artistas, produtores e jornalistas de várias cidades brasileiras debatendo sobre arte, cidadania, música, cultura digital e jornalismo cultural. Entre os nomes confirmados para esta edição temos: Maurício Garcia (Virada Cultural – SP), Alexandre Rossi (Circo Voador-RJ), David McLaughlin (BM&A), Roberta Martinelli (TV Cultura e Rádio Eldorado), Marcelo Damaso e Renee Chalu (Festival Se Rasgum-PA), Alexandre Mathias (Blog Trabalho Sujo), Marcelo Costa (Blog Scream & Yell), Júlio Barroso (Ocupa Minc RJ), Marcel Arêde (AmpliCriativa), Ricardo Rodrigues (Festival Contato-SP), Mario Sartorello (Rádio Nacional FM–DF).
Festival Radioca II, Salvador, BA
Dias 03 e 04 de dezembro
Facebook: https:/facebook.com/events/1189820777740650
Em sua segunda edição, o Festival Radioca se consolida como espaço de encontro entre o público baiano e a música brasileira contemporânea em sua diversidade de estilos. Nos dias 3 e 4 de dezembro, às 16h, oito atrações de várias partes do país se apresentam no Trapiche Barnabé, mesmo local que recebeu a primeira edição, em 2015. As entradas custam R$30 e R$15 (meia) e estão disponíveis no site Sympla, nas lojas Mito (shoppings Salvador e Paralela) e RV Cultura e Arte (Av. Cardeal da Silva, 158, Rio Vermelho). Entre as atrações estão Josyara, Carne Doce, Jards Macalé e Karina Buhr (03.12) e Giovanni Cidreira, Retrofoguetes, Aláfia e Dona Onete (04.12). Saiba no Scream & Yell como foi a primeira edição.
novembro 9, 2016 No Comments