Miles Davis e Chet Baker nas telas
Uma deliciosa maluquice experimental esse “Miles Ahead”, de Don Cheadle, não biografia sobre Miles Davis! Baita atuação do Don Cheadle, fotografia e, principalmente, edição absolutamente impecáveis, mas… sorry, falta biografia (grifo que compartilho com o All About Jazz nessa ótima resenha: https://goo.gl/FW4KzM). Porém, seria possível captar Miles como um todo em (apenas) duas horas de projeção? Eu acho impossível e, vendo por este lado, Don Cheadle mandou bem. Mas quem não sabe nada de Miles sairá do cinema sabendo ainda menos…
Com uma pegada completamente diferente da de “Miles Ahead”, esse “Born To Be Blue”, sobre a vida de Chet Baker, traz Robert Budreau na direção e é uma cinebiografia “quadradinha” que segue os preceitos do estilo. A história, pra variar, é dolorida e muito, muito foda. Como filme prefiro “Miles Ahead”; como cinebiografia fico com este “Born To Be Blue”. Detalhe: Ethan Hawke está excelente num nível diferente de Don Cheadle, pois os papeis são completamente antagônicos: Chet é tristeza, Miles é caos. E essa dualidade está impressa nos dois (excelentes) filmes.
Mais: A fase elétrica de Miles Davis (aqui)
2 comentários
“Mas quem não sabe nada de Miles sairá do cinema sabendo ainda menos”
Digamos que a função do cinema não é exatamente ensinar sobre a vida de alguém, daí…:)
Discordo. A função do cinema é uma coisa, a função de uma cinebiografia, outra – ainda que, sempre, pelos olhos de quem dirige com base em um material que, muitas vezes, chega modificado. Neste caso, “Miles Ahead” é um filme de ação cujo personagem é Miles Davis num momento x da carreira dele. É mais um exercício de cinema do que uma cinebiografia. Quem for ver pensando no primeiro caso tende a curtir muito. Quem for esperando o segundo sairá sabendo ainda menos da vida de Miles.
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