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Posts from — novembro 2014

Onde a boa música sobrevive em SP

Hoje no Guia da Folha, um especial muito bacana assinado pela Natália Albertoni sobre espaços culturais em São Paulo. No total, a reportagem lista 17 lugares da cidade. Dou meus pitacos indicando alguns endereços. Leia online.

novembro 28, 2014   No Comments

No som, Bass Culture Bahia Vol. 6

O Bahia Music Export é um projeto que integra o Programa de Mobilidade Artística e Cultural promovido pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia e busca dar visibilidade à música contemporânea feita no estado para públicos e mercados de todas as partes do planeta. Já está no sétimo volume, e comecei a receber o material da Secretaria de Cultura a partir do volume 4 da “Bass Culture Bahia”, que tem muita coisa boa (três preferidas: “Sobre Tudo O Que Diz Adeus”, da Maglore, “Colombo”, do Cascadura, e “O Mais Clichê”, do Vivendo do Ócio). No volume 5, destaque para um remix dub de “Lycra-Limão”, de Lucas Santtana, mais “É Só Jogar”, com Os Nelsons (que convocaram Luiz Caldas para participar) e “Sambathon de Roda”, de Mauro TeleFunkSoul. Porém, o que me pegou de jeito foi o volume 6 (não consegui deixar de ouvi-lo para começar o volume 7): da ótima abertura com “Xingling”, do Barrunfo do Samba, passando pelo excelente rap “Invasão”, da Rapaziada da Baixa Fria (que abre com a frase: “Vários botecos abertos / várias escolas vazias”) até uma das minhas preferidas, “Desliga a Rede”, do Poeta de Aço (“Saia do Feice, menina, saia do Feice”), com ecos de Mundo Livre S/A, este volume 6 me cativou. Outros bons momentos: “Não Precisa”, de Luciano Salvador Bahia; “Brezhnev”, dos antológicos Retrofoguetes; “Fulorá”, de Jurema; a mutantiana “Riso”, de Nalini; e a empolgante “Sinfonia Número 7 do Pagode”, do Sanbone Pagode Orchestra. Todos os sete volumes da série “Bass Culture Bahia” podem ser ouvidos online no site do projeto: http://www.cultura.ba.gov.br/bahiaexport/. Vale a pena!

novembro 27, 2014   No Comments

Prata da Casa #24: Natália Matos

A terceira noite do mês feminino do Prata da Casa 2014 trouxe do Pará a pequenina e charmosa Natália Matos, que faz por merecer o uso do clichê “se agiganta em cena”. Mais do que isso: Natália literalmente desfilou pelo palco do Sesc Pompeia como se estivesse toda a vida se apresentando neste local – e era nada menos do que a sua primeira vez “neste palco que já vi tantos grandes shows”, relembrou em certo momento. Sob o comando certeiro de Guilherme Kastrup, impecável na bateria, a banda fez a cama perfeita para que Natália se sentisse em casa, e deslumbrasse.

O show trouxe o repertório do disco que Natália Matos lançou em 2014, com apoio da Natura Musical (aqui faixa a faixa), e que junta seus anos vividos em São Paulo (foram oito no total) com a sonoridade paraense que corre desde cedo em suas veias. As duas primeiras faixas do disco, as ótimas “Cio” e “Beber Você”, também abriram o show, que ainda destacou a bela “Coração Sangrando” (de Dona Onete) e, emendadas uma na outra, “Um Amor de Morrer”, parceria de Romulo Fróes e Clima, e “Linda Flor”, do repertório de Dalva de Oliveira. Mais uma grande noite na choperia do Sesc Pompeia.

As fotos são de Liliane Callegari (mais aqui). Abaixo, dois vídeos.

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novembro 26, 2014   No Comments

Prata da Casa #23: Gisele De Santi

A segunda data do mês feminino da programação 2014 do Prata da Casa foi ocupada com delicadeza pela gaúcha Gisele De Santi, que trouxe para o palco da choperia do Sesc Pompeia um excelente quarteto de jazz (Alexandre Viana no piano, Luque Barros no baixo, Rodrigo Panassolo na guitarra e Kabé Pinheiro na bateria) que só fez valorizar a voz absolutamente encantadora e afinada da compositora, que ainda convidou a amiga Verônica Ferriani para participar da noite, em um dos grandes momentos do show.

No repertório, Gisele pinçou canções de seus dois álbuns solo (baixe aqui) e surpreendeu o público com uma bela versão de “Someone to Watch Over Me”, de George Gershwin (com letra de Ira Gershwin), já gravada por Judy Garland, Frank Sinatra e Amy Winehouse (entre muitos). O público, se sentindo na sala da casa da cantora, sentou-se no chão da choperia para assistir a uma das apresentações mais intimistas e delicadas desta temporada do Prata da Casa numa noite de música emocional. Lindo.

As fotos são de Liliane Callegari (mais aqui). Abaixo, dois vídeos.

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novembro 17, 2014   No Comments

Prata da Casa #22: Paula Tesser

Abrindo o mês feminino do Prata da Casa 2014, com uma programação focada em quatro cantoras que respeito muito, Paula Tesser trouxe um quarteto de cordas para o palco da choperia do Sesc Pompeia, além de Dustan Gallas (produtor de “Valha”, o belo disco de Paula) se alternando entre guitarra e teclado, e Rafael Castro na guitarra. Com base no repertório de “Valha”, Paula Tesser fez um show elegante, caprichado e repleto de vários momentos bonitos.

O bom público que marcou presença na choperia aprovou a faixa que abre o disco, “Cobra”, que voltou no bis, e também “Luz Interior”, que recebeu apoio vocal da cantora e produtora Soledad, e ganhou coro da audiência. Outra que funcionou muito bem na noite foi “Pode Me Torturar”, com bela interpretação de Paula. Canções como “Monamu” e “Você Tem Medo de Gostar de Mim” aproximaram os casais com sua mistura de Jovem Guarda e chameguinho nordestino. Uma delícia.

As fotos são de Liliane Callegari (mais aqui). Abaixo, dois vídeos.

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novembro 12, 2014   No Comments

Tributo aos Engenheiros no Zero Hora

Clique na imagem para ler a reportagem

Download: “Espelho Retrovisor” -> Aqui

novembro 11, 2014   No Comments

Humberto Gessinger fala sobre o tributo aos Engenheiros do Hawaii

Bah: amanhã, 11h11min, através do site www.screamyell.com.br/site vai ao ar o ESPELHO RETROVISOR, um tributo trilegal aos EngHaw capitaneado pelo Anderson Fonseca e com esta galera bacana:

Por enquanto, fica um emocionado agradecimento a todos que participaram. Em breve falo mais a respeito. Mais detalhes, amanhã no jornal Zero Hora, com quem bati o seguinte papo:

Você teve algum tipo de participação no disco, tipo opinando sobre os arranjos ou a escolha das música?
Não. Fiz questão de não me meter. Este tipo de projeto é mais legal quanto menos reverente for. Aqueles discos de dueto, clássicos da indústria fonogáfica… melhor deixar para um futuro longínquo, né? Quero mais é que minhas músicas se defendam sozinhas do que vier pela frente. Pouca coisa me deixa mais feliz do que andar por alguma cidade do nordeste e ouvir aleatoriamente uma música minha transformada em forró, em algum bar ou na beira da praia. Samba também é legal. Mas forró me deixa particularmente emocionado. Ou ouvir um mineiro enchendo de sutilezas a harmonia do violão para uma música que escrevi só com um baixo no colo e uma ideia na cabeça.

Você chegou a ouvir as músicas do tributo? Algum arranjo que gostaria de destacar?
Sim, me emocionei muito! Mais do que algum arranjo especial, meu destaque vai para a diversidade geográfica e estilística das releituras. E para o fato de serem todos artistas que certamente terão uma longa estrada pela frente. Também achei legal a escolha livre dos caras abranger as 3 décadas de carreira.

O que achou do tributo? É algo que você esperava? De repente dá para esperar uma espécie de redescoberta dos Engenheiros nessa data redonda de 30 anos e tal?
Não esperava. Acho que meu trabalho nunca foi daqueles que emprestam prestígio automático a quem se aproxima dele, tipo a meia dúzia de compositores insensados que abrem portas para quem os regrava. Talvez por ser muito pessoal, não muito fácil de enquadrar. Quando a onda era rock, me achavam muito MPB. Quando a onda virou POP eletrônico, passaram a me achar muito rock. Quando era pra ser nacional, eu era muito gaúcho e quando inventaram o rótulo rock gaúcho, eu não tava mais aqui. Agora, que a onda é revival, dei um tempo na grife e sai solo. Não tô me vangloriando nem me queixando disso, mas é um fato. Por isso me surpreendeu o tributo. Quanto a redescobrimento, é uma noção que já não faz mais sentido. Cada ouvinte/artista tá fazendo sua própria agenda. Tudo esta vivo, suspenso… no éter online.

novembro 11, 2014   No Comments

Prata da Casa #21: Mexidinho

Eles são do Recife e têm apenas um EP, mas o show que fizeram no Prata da Casa, encerrando a programação de outubro, no dia 28, foi de gente grande, com experiência, controle de palco e domínio completo sobre a plateia, que no melhor momento da noite (e em um dos momentos inesquecíveis do projeto em 2014) atendeu ao pedido do grupo e caiu na ciranda, chegando a fazer três rodas, uma dentro da outra, com o povo de mãos dadas celebrando o repertório autoral de uma grandes promessas da nova cena pernambucana.

Eu esperava algo mais voltado para o samba, porém, dois dos melhores momentos da noite vieram ancorados no blues, que num crescendo magnifico contagiou a plateia, que mesmo diante de canções ainda não oficialmente registradas (o primeiro álbum cheio do Mexidinho deve ser lançado no segundo semestre de 2015), se empolgou e deixou-se levar. Com todos os músicos de saia (exceção do baterista Heudes) e um senso estético definido, o Mexidinho fez um dos grandes shows do Prata da Casa 2014.

As fotos são de Liliane Callegari (mais aqui). Abaixo, dois vídeos.

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novembro 8, 2014   No Comments

“Espelho Retrovisor” no Notícias do Dia

“Espelho Retrovisor – Um Tributo aos Engenheiros do Hawaii”, que será lançado pelo Scream & Yell no dia 11/11, foi notícia no jornal “Notícias do Dia” (Florianópolis, SC), que destacou a participação da DJ e produtora catarinense Blancah PatyLaus no projeto, recriando “Quartos de Hotel”, do disco “Várias Variáveis”. Leia

novembro 6, 2014   No Comments

No som, sobras de Billy Bragg

Um dos seguidores mais sérios da filosofia “essa máquina mata fascistas” de Woody Guthrie (não à toa, a filha da lenda o escolheu para musicar velhos textos do pai num projeto junto com o Wilco que rendeu as hoje clássicas “Mermaid Avenue” sessions), Billy Bragg soma cerca de 10 álbuns oficiais de um período que se inicia com “Life’s a Riot with Spy vs Spy” (1983) e chega até “Tooth & Nail” (2013) – boa parte deles inclusa nos dois boxes essenciais “Volume 1” e “Volume 2”, com sete CDs bônus e três DVDs extras. Ainda assim, dezenas de faixas raras foram ficando pelo caminho (algumas, disponibilizadas para download, renderam a coletânea “Fight Songs”, de 2011, com 11 socos de esquerda) e a coletânea “Reaching To The Converted”, lançada em 1999, passa uma peneira em boa parte deles salvando do esquecimento 17 números. Fui atrás desta coletânea por causa de uma versão alternativa de “Greetings to the New Brunette”, segundo single do álbum “Talking with the Taxman About Poetry” (1986 – lançado em vinil no Brasil na época), que na versão original conta com Johnny Marr na guitarra e Kirsty MacColl nos vocais, e nesta versão rara traz, segundo os créditos do CD, Billy Bragg na voz e “Johnny Marr em todo o resto” (leia-se: violão, guitarra, bateria, baixo e vocais). Ouça “Shirley (Greetings to the New Brunette)” abaixo, mas vale dizer que entre as outras 16 sobras de “Reaching To The Converted” ainda estão “The Boy Done Good”, de 1997, (com Johnny Marr novamente se desdobrando em vários instrumentos), uma singela versão de “Jeane”, dos Smiths, só com voz e guitarra, outra de “She’s Leaving Home”, dos Beatles, só voz e piano, e uma declamação de “Walk Away Renee”, single do The Left Banke em 1966, regravada com Johnny Marr no violão. Sobras que valem mais que muitos discos inteiros atuais…

Veja também:
– Billy Bragg chega aos 55 anos, lançando um dos melhores álbuns (aqui)
-”English, Half English”, Billy Bragg: mais política do que amor (aqui)
– “Must I Paint You A Picture?”, Billy Bragg: uma coletânea obrigatória (aqui)
– “Mr. Love and Justice”, Billy Bragg: mais amor do que política (aqui)
– SXSW: Billy Bragg critica Partido Nacional Britânico e Hollywood (aqui)

novembro 3, 2014   No Comments