Prata da Casa: Agosto de 2014
Seguindo o padrão temático de tags que venho tentando implementar na minha curadoria para o projeto Prata da Casa 2014, do Sesc Pompeia, a ideia para o mês de agosto era, a pedido do próprio Sesc, aproximar o Prata excelente Jazz na Fábrica – ou, ao menos, não soar tão díspar. Com essa proposta em mente pensei a curadoria de agosto da seguinte maneira: um novo nome de jazz, que pudesse se encaixar perfeitamente na programação do Jazz no Fábrica. O escolhido foi o baterista Paulo Almeida, que me impressionou com seu ótimo CD “Constatações”. O segundo link era tentar localizar alguém pop, mas cujo álbum trouxesse elementos de jazz, MPB e rock, e a escolha recaiu sobre a excelente estreia de Ian Ramil. O terceiro vértice era tentar encontrar um artista de sonoridade mais fusion, psicodélica e viajante, e o Rumbo Reverso caiu a perfeição na escolha. Fechando o quarteto, o desejo era linkar um nome que fosse pop, mas, ao mesmo tempo, fusion, estranho, e o Baleia completa o quarteto de forma excelente. Estes são os quatro nomes aprovados em parceria com a equipe do Sesc e que se apresentam gratuitamente nas terças-feiras de agosto na choperia do Pompeia, gratuitamente. Vale a pena conferir
RUMBO REVERSO – 05/08
Rumbo Reverso é a realização dos experimentos, pesquisas e improvisos de Cacá Amaral, um músico incansável que se divide entre o FireFriend (tocando guitarra e bateria), a Naaxtro (bateria e samplers) e a participação no trabalho de outros amigos (como o curta metragem “Walking Bass”, de Luiz Romero e Caio Ferraz). Disponibilizado para download gratuito (rumboreverso.com) e lançado em CD e vinil em 2013, “Rumbo Reverso”, o disco, traz Cacá Amaral acompanhado de convidados como Mauricio Takara, Daniel Gralha, Diogo Valentino e Mancha Leonel, entre outros, buscando manipular sonoridades através do uso de bateria, guitarras, gaita, samplers e loops diversos para criar novas paisagens sonoras.
IAN RAMIL – 12/08
Filho de Vitor e sobrinho de Kleiton e Kledir, Ian Ramil cresceu rodeado por músicos. A aproximação com compositores de sua geração em Porto Alegre foi natural, e rendeu parcerias com o Apanhador Só, que se transformaram em sucessos: “Nescafé”, “Despirocar” e “Um Rei e o Zé”. Recém-lançado, “Ian”, seu primeiro disco (disponível para download em ianramil.com), foi gravado em Buenos Aires com músicos argentinos, mas conta com a participação dos brasileiros Kassin, Marcos Suzano e Kleiton Ramil além do espanhol Diego Galaz. Essa união de músicos em torno de Ian resulta em uma das mais promissoras estreias do cenário nacional em 2014, recomendando acompanhar de perto a carreira do jovem Ramil.
PAULO ALMEIDA – 19/08
Paulo Almeida tem 25 anos, é baterista e nasceu em Bauru. Sua história com a música se inicia aos nove anos quando, influenciado pelo pai, começa a estudar. Aos 16 ingressou no Conservatório Dramático e Musical de Tatuí estudando percussão erudita com o professor Agnaldo Silva, e, logo em seguida, Bateria MPB & Jazz com os professores Rodrigo Digão Brás e Cleber Almeida. Entre os projetos que participa já dividiu o palco com Hermeto Pascoal, Michel Leme, Jair Oliveira, Big Band Sanjazz, entre outros. Financiado via crowdfunding na internet, “Constatações”, seu primeiro disco (base do show no Prata da Casa), foi lançado em 2013 e conta com seis canções autorais mais “Cicando”, de Vinicius Dorin.
BALEIA – 26/08
Presente em diversas listas de melhores álbuns de 2013, “Quebra Azul”, a estreia do sexteto carioca Baleia, marca um interessante embate entre os dois lados de uma mesma banda: a vontade de soar tanto pop quanto esquizofrênico. Se o primeiro lado surge marcado por melodias que grudam na memória e convidam o ouvinte a cantar (vide a canção “Jiraya”), o segundo bate ponto via introduções instrumentais anárquicas que aproximam o Baleia de monólitos do estranhamento pop como o Dirty Projectors do álbum “Bitte Orca” e os Beatles de “Tomorrow Never Knows”. Disponível para download gratuito em baleiabaleia.com, o disco “Quebra Azul” passeia pelo jazz, pelo rock e pelo pop de forma empolgante.
agosto 5, 2014 No Comments
Ontem Estocolmo, hoje Oslo
A primeira parada do dia derradeiro em Estocolmo foi no Museu de Arte Moderna da cidade, e Lili pode matar saudade de alguns de seus eleitos: Alberto Giacometti e Alexander Calder. Gostei do acervo, e ainda que não tenha me impressionado com muita coisa, valeu por descobrir a obra da grande pintora sueca Vera Nilsson.
Aproveitamos o Hop On Hop Off, que aqui existe também em versão barco (que passeia pingando por várias pontos das ilhas centrais da cidade), para descansar e observar um pouco a cidade… de dentro do mar.
O impressionante Vasa Museum, que apresenta o navio Vasa, que afundou em 1628 a um quilometro e meio da costa de Estocolmo, e foi resgatado do fundo do mar 333 anos depois (em 1961). Para mim, um dos museus mais espetaculares do mundo.
O Museu Nacional está fechado para reforma. Demos com a cara na porta…
Já o Abba The Musem estava aberto, porém, a entrada custando quase R$ 90 por pessoa nos soou proibitiva. Entramos na lojinha, demos uma fuçada rápida e fomos embora. Depois (olhando umas fotos no folder) me arrependi. Ah, o museu também dá acesso ao Swedish Music Hall of Fame (Roxette, Hives, Cardigans)…
Encaramos o hot-dog sueco… e aprovamos.
Observamos a rotina da cidade no verão…
E como despedida de Estocolmo, que definitivamente ganhou um lugar de destaque na lista de cidades especiais do mundo, fomos jantar e celebrar no ótimo pub (belga) Akkurat, com uma bela seleção de cervejas suecas, muitas belgas e algumas alemãs, inglesas e norte-americanas.
Acordamos às seis da manhã para arrumar as malas, fazer check-out e partir para seis horas de uma ótima viagem de trem. Ainda deu tempo de dar uma caminhada em Oslo, mas temos mais quatro dias pela frente. A viagem segue.
agosto 5, 2014 No Comments