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Com a palavra, o embaixador Jack White

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“Anos atrás, alguém me disse que 1.200 crianças do ensino médio receberam uma pesquisa com a seguinte pergunta: Você já foi a uma loja de discos independente? O número de crianças que responderam “sim” foi … zero.

Zero? Como isso poderia ser possível? Eu preciso ser realista: “Você pode culpá-los?” Como que lojas de discos (ou qualquer loja) podem competir com a Netflix, TiVo, vídeo games que levam meses para completar, o cabo, mensagens de texto, internet, etc etc? Sair de sua cadeira em casa para experimentar algo no mundo real começou a se tornar uma ocorrência rara e, para um monte de gente, desnecessária. Por que ir a uma livraria e comprar um livro de verdade? Você pode simplesmente fazer o download. Por que conversar com outros seres humanos, discutir sobre diferentes autores, estilos de escrita e influências? Basta clicar o mouse. Bem, mas se você tiver alma, o que você irá aprender um dia é: não há romance em um clique do mouse. Não há beleza em ficar sentado por horas e horas jogando vídeo game. A tela de um iPhone é conveniente, mas não é nada comparado com uma exibição de um filme de 70 milímetros em um teatro lindo. A Internet é bidimensional … útil e divertida, mas não deve substituir o olho no olho, a interação com um ser humano. Mas a gente sabe de tudo isso, certo? Bem, não é? Talvez nós saibamos de tudo isso, mas e daí?

Vamos acordar.

O mundo não parou de se mover. Lá fora, as pessoas ainda estão conversando frente a frente, trocando ideias e transformando-se. Espaços de arte estão mostrando filmes, as pessoas estão bebendo café e lendo contos em voz alta, mulheres e homens estão se desafiando e lojas de discos estão vendendo álbuns cheios de alma que você ainda não sentiu. Então, por que escolher esconder-se em nossas cavernas e se contentar com réplicas? Nós podemos ser melhores. Devemos, pelo menos. Precisamos voltar a nos educar sobre a interação humana e descobrir a diferença entre o download de uma canção em um computador e o ato de conversar com outras pessoas, segurar em suas mãos e compartilhar a sua opinião sobre a música com os outros. O tamanho, a forma, o cheiro, a textura e som de um disco de vinil… Como você explica isso para que um adolescente que não sabe o que é esta experiência musical mais bonita do que um clique do mouse? Você tira a bunda da cadeira, você os agarra pelo braço e os leva lá. Você coloca o disco em suas mãos. Você os faz colocar a agulha no prato. Eles vão descobrir.

Vamos acorda-los.

Como Embaixador do Record Store Day 2013, estou orgulhoso em ajudar – da maneira que puder – a revigorar quem vai ouvir música defendendo a ideia de que há beleza e romance no ato de visitar uma loja de discos e ficar ligado para algo novo que pode mudar a maneira de olhar o mundo, de olhar outras pessoas, de olhar a arte, e, finalmente, si mesmo.

Vamos acordar”.

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