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Led Zeppelin vs O Mundo


Led Zeppelin vs The Beatles – Whole Lotta Helter Skelter


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Led Zeppelin vs James Brown – Whole Lotta Sex Machine

janeiro 4, 2013   No Comments

Do Chile, Cerveceria Valdivia

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A cidade chilena de Valdivia fica na Região dos Lagos e primeiramente foi ocupada por índios Mapuches, depois por espanhóis até que uma grande imigração alemã desembarcasse na cidade. A família Kunstmann chegou ao povoado em 1850, no primeiro grupo de alemães, e começou a produzir cerveja para consumo próprio depois que a única cervejaria de Valdivia, a Anwandter (e toda a cidade), foi destruída pelo Grande Terremoto do Chile, em 1960, o maior terremoto já registrado em todos os tempos (9.5 pontos na escala Richter). Passaram se anos até que a Cerveceria Kunstmann abrisse às portas, em 1997, e de lá pra cá vem se destacando no país.

O carro chefe da cervejaria de Valdivia é a Kunstmann Lager, uma Premium American Lager bastante honesta. No aroma caprichado, malte e lúpulo herbal em abundancia. No paladar, o primeiro toque é adocicado, cortesia do malte (que remete a trigo, pão e mel), mas logo a cavalaria do lúpulo chega para contrabalancear tornando o final levemente amargo. De teor alcoólico relativamente baixo (4,3%), a Kunstmann Lager lembra as boas cervejas tchecas do estilo. É a típica cerveja refrescante para ser degustada em dias quentes – e cumpre elegantemente seu papel.

Nos últimos anos tem aumentado o número de cervejas não filtradas no mercado. A filtragem visa retirar as células de levedura além de substâncias causadoras de turbidez (conseguindo assim clarear o líquido), um processo adotado principalmente pelas cervejarias industriais, mas que as micro cervejarias começam a deixar de lado. A Kunstmann Lager Unfiltriert é um belo exemplo chileno do estilo. No aroma, trigo, malte e lúpulo marcam presença delicadamente. No paladar, seco, malte e lúpulo surgem num conjunto terroso, equilibrado e bastante saboroso. Superior a versão lager tradicional. Recomendo.

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A Kunstmann Honig Ale é a surpresa mais especial da cervejaria chilena, e entrega o que promete no rótulo: ‘cerveza miel’. O aroma é tão fascinante que parece que a narina está em um pote de mel, não em uma taça de cerveja. Com um pouco de insistência é possível perceber o malte. No paladar, o desafio se repete, mas com mais facilidade na distancia dos sabores. O mel é inevitavelmente o carro chefe e, surpreendentemente, não é enjoativo. O lúpulo dá um toque no céu da boca marcando levemente de amargor enquanto o malte faz um charmezinho numa cerveja que coloca a britânica Fuller’s Organic Honey Dew no chinelo.

Ao contrário das três anteriores, a Kunstmann Bock não surpreende. São três tipos de malte que disparam no aroma o tostado tradicional do estilo, com um leve toque de caramelo, num conjunto que remete a café torrado. No paladar, o malte torrado volta a remeter a café sem muita complexidade. O amargor está presente numa cerveja de corpo leve, razoável graduação alcoólica (5,3% que não esquentam tanto numa noite de frio, temperatura ideal para a Bock) e excessivamente correta. Um bom exemplar do estilo para quem mora no Chile, mas que perde em comparação com o mercado (principalmente com as boas stouts).

Já a Kunstmann Torobayo Pale Ale é uma pequena amostra da cerveja mais caprichada da casa chilena, a Gran Torobayo. Nesta versão “popular”, o aroma delicioso promete muita coisa: notas de madeira, frutado, floral e um adocicado de caramelo atiçam a curiosidade. O paladar, no entanto, surpreende pela falta de amargor – até parece que se esqueceram do lúpulo. Isso, de certa forma, prejudica o conjunto, porque tudo o que o aroma promete se transforma em malte levemente frutado. Não há complexidade nem a força que se espera de uma pale ale. Não convence.

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Com a Kunstmann Gran Torobayo, a pegada é outra. A apresentação em uma garrafa flip-top de 500 ml (contra as 330 ml de toda a linha da casa) já mostra que essa é uma cerveja especial para os chilenos. De linha Old Ale, a Gran Torobayo traz no aroma amadeirado notas fortes de malte de caramelo, um leve tostado e alguma coisa de lúpulo. O paladar é adocicado disfarçando bem os 7,5% de graduação alcoólica com notas que remetem a melaço, açúcar mascavo, uva passa e caramelo. O pessoal de Valdivia não é muito chegado em lúpulo, tanto que, mesmo na cerveja mais robusta da casa, ele aparece suavemente amargando o final. Muito boa.

Apesar de ser encontrada com facilidade tanto no Chile (inclusive em várias redes de supermercados e muitos bares) e na Argentina, a Kunstmann ainda é bem rara no Brasil. Em 2008, a empresa Sabores do Chile chegou a exportar quase toda a linha da Kunstmann para cá, mas atualmente é quase impossível encontrar a Kunstmann no país de Zeca Pagodinho, Anderson Silva e Ivete Sangalo. Uma pena. No Chile, cada garrafa custa cerca de R$ 6 (exceto a Gran Torobayo, que custa aproximadamente R$ 10) e há um interessante tour, o Experiência Kunstmann, para conhecer a cervejaria em Valdivia. Já estou planejando…

Kunstmann Lager
– Produto: Premium American Lager
– Nacionalidade: Chile
– Graduação alcoólica: 4,3%
– Nota: 2,82/5

Kunstmann Lager Unfiltriert
– Produto: Lager Não Filtrada
– Nacionalidade: Chile
– Graduação alcoólica: 5,8%
– Nota: 3,36/5

Kunstmann Honig Ale Miel
– Produto: Cerveja Especial
– Nacionalidade: Chile
– Graduação alcoólica: 4,8%
– Nota: 3,49/5

Kunstmann Bock
– Produto: Bock
– Nacionalidade: Chile
– Graduação alcoólica: 5,3%
– Nota: 2,54/5

Kunstmann Torobayo Pale Ale
– Produto: American Pale Ale
– Nacionalidade: Chile
– Graduação alcoólica: 5%
– Nota: 2,64/5

Kunstmann Gran Torobayo
– Produto: Old Ale
– Nacionalidade: Chile
– Graduação alcoólica: 7,5%
– Nota: 3,45/5

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Leia também:
– Top Cervejas: Cold 200, por Marcelo Costa (aqui)
– Quatro cervejas da micro cervejaria chilena Kross (aqui)
– Duas cervejarias chilenas: Szot e Quimera (aqui)

janeiro 4, 2013   No Comments

Podcast Confraria Scream & Yell #4

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O Confraria Scream & Yell dessa semana tem sotaque. Marcelo Costa, Tiago Trigo, Marco Tomazzoni e Tiago Agostini falam sobre os portugueses do Pontos Negros, o uruguaio Franny Glass e os argentinos do El Mato A Un Policia Motorizado… e ainda conjecturam sobre todos os projetos de Jack White. Ouça no player abaixo:

Set list do Confraria Scream & Yell #4:

01 – Os Pontos Negros – Senna
02 – Franny Glass – En Otono, Amiga Mia
03 – El Mato A Un PolicÌa Motorizado – Mas o Menos Bien
04 – Jack White – Sixteen Saltines
05 – Jack White – Blue On Two Trees
06 – Jack White – Love Is Blindness
07 – Siba – Avante
08 – Nando Reis – Pra Quem Não Vem
09 – Nasi – Perigoso
10 – Chico Buarque – Jorge Maravilhava

Leia também:
– Ouça online ou baixe os programas anteriores da Confraria aqui
– Oi FM estreia nova programação online. Conheça os programas (aqui)

janeiro 4, 2013   No Comments

Cinco fotos: Diamantina

Clique na imagem se quiser vê-la maior

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Seguir em frente (apesar das placas)

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Lá vem chuva

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Praça

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Cor

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No Ponto de Ônibus

Veja mais imagens de cidades no link “cinco fotos” (aqui)

Leia também:
– Tops dos 14 dias em Minas Gerais, por Marcelo Costa (aqui)

janeiro 3, 2013   No Comments

Cervejas frutadas: Mongozo e Timmermans

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Os europeus temperam cerveja com frutas há séculos. Na Bélgica, lar do estilo mais antigo do mundo, o Lambic, eles colocam pêssego, cereja ou framboesa em suas lambics desde a antiguidade. Os alemães acrescentam xarope de fruta para aliviar a acidez de sua famosa Berliner Weisse assim como limonada ou soda na Pilsen, criando um gênero conhecido como Radlermass, que, hoje em dia, já vem engarrafado de fábrica, o que não substitui a boa mistura tradicional: na Grécia, onde a Radler é conhecida como Shandy, certa vez um barman misturou na torneira: metade chopp, metade soda. Ficou ótimo.

A popular Cervejaria Hoegaarden, da Bélgica, além de produzir a melhor e mais popular witbier do mundo (temperada com cravo e casca de laranja), tem versões Citrus e Rosée (muito vendidas em festivais como Rock Werchter, em Leuven, e Cactus, em Bruges). Já a Mongozo, que apesar de se apresentar como belga tem sua fábrica nos Países Baixos (mais propriamente na  Holanda), investe em sabores exóticos. O primeiro rótulo da casa, a Mongozo Banana, foi lançado em 2001, e de lá pra cá, o exilado político Henrique Kabia já lançou versões de Coco, Quinua e Nozes Africanas.

A Mongozo Coconut, como é de esperar, leva coco em sua fórmula – além de açúcar e quinua (e, claro, malte, lúpulo e água). Assim que a garrafa é aberta, um aroma forte de coco toma conta do ambiente remetendo a bala de coco, maria mole, sabão de coco e coisas assim. O paladar não engana: você está bebendo um suquinho de coco de 3.6% de graduação alcoólica. Não espere uma cerveja complexa, mas sim um “drink” de coco indicado para pessoas que não gostam de cerveja. Há até um amargor, mas o que fica é o adocicado enjoativo do coco.

Com a Mongozo Banana é tudo diferente. Cerveja tradicional do povo Masapi, do Quênia e da Tanzânia, a Mongozo Banana traz a fruta dominando o aroma artificial (mas remetendo mais a chiclete) com algo de malte acompanhando discretamente. O sabor artificial de banana é perfeitamente identificável no paladar, sem concorrência. O malte de cereal compõe bem o conjunto de uma cerveja bastante adocicada, mas não enjoativa como o Mongozo Coconut. Um boa cerveja pra refrescar e que tem estofo para conquistar apaixonados pelo estilo weiss.

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Já a Timmermans é uma autentica cervejaria belga. Fundada na vila de Itterbeek, a 20 minutos do centro de Bruxelas, a Timmermans fabrica Lambic deste 1702 seguindo ainda hoje o ritual da fermentação espontânea. Além de produzir versões Gueuze (mistura de barris de lambic novos, bastante ácidos, com envelhecidos, mais suaves) e as populares Kriek (feitas com ginja, uma versão bastante ácida da cereja, fruta popular na região de Bruxelas), a Timmermans ainda faz Lambics com Pêssego, Framboesa, Abobora e Frutas Vermelhas.

A Timmermans Framboise pertence ao gênero das lambics frutadas juntando aromatizantes de framboesa (em muitas outras cervejarias é a própria fruta, o que melhora consideravelmente o resultado) com a lambic para obter o resultado final: no aroma, muita framboesa (mas em versão aritificial de ki-suco), frutas vermelhas e um leve azedo proveniente da mistura de lambics. No paladar, o adocicado artificial surge primeiro, mas logo o amargor, um leve salgado e a forte acidez tentam equilibrar. Parece suco de framboesa com sidra. Fraquinha, mas ainda assim interessante.

Por sua vez, a Timmermans Pêche Lambicus, que segue o mesmo formato de produção da Framboise (adição de aromatizante natural de pêssego na refermentação da lambic), é mais interessante. O aroma, claro, é de pêssego em calda, mas é possível sentir a interessante acidez da lambic já nas narinas. No paladar, o pêssego dá o primeiro bote, mas a lambic mostra sua cara com uma patada de amargor e acidez que transformam o conjunto em algo bem especial. O final é levemente salgado e persistente (com toques de vinagre). Muito boa.

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Tanto as duas Mongozo (Banana e Coco) assim como as duas Timmermans (Pêssego e Framboesa – também é possível encontrar as versões Kriek e Strawberry) já podem ser encontradas no Brasil, ainda que o preço não seja tão convidativo. As primeiras saem entre R$ 16 e R$ 22 (a garrafa de 330 ml) enquanto os rótulos da Timmermans variam de R$ 17 a R$ 21. São cervejas interessantes para ampliar o paladar de uma bebida que, no Brasil, tem apenas uma cara, mas, na verdade, é extremamente variável adaptando-se a cada momento.

Mongozo Coconut
– Produto: Fruit Beer
– Nacionalidade: Holanda
– Graduação alcoólica: 3,6%
– Nota: 1,88/5

Mongozo Banana
– Produto: Fruit Beer
– Nacionalidade: Holanda
– Graduação alcoólica: 3,6%
– Nota: 2,51/5

Timmermans Framboise
– Produto: Lambic Fruit
– Nacionalidade: Bélgica
– Graduação alcoólica: 4%
– Nota: 2,50/5

Timmermans Pêche Lambicus
– Produto: Lambic Fruit
– Nacionalidade: Bélgica
– Graduação alcoólica: 4%
– Nota: 2,88/5

Leia também:
– Top Cervejas: Cold 200, por Marcelo Costa (aqui)
– Forest Bacuri, uma cerveja com fruto amazônico (aqui)
– Witbier Taperebá segue a risca o caminho aberto pela Bacuri (aqui)
– Wells Banana Bread: uma cerveja que merece ser provada (aqui)
– Kriek Boon, uma cerveja com cereja. Pode rolar romance (aqui)
– Jabuticaba Beer, destaque da mineira Casa Piacenza (aqui)
– As experimentações curiosas da francesa Bourganel Brewery (aqui)
– Liefmans Fruitesse é um ótimo exemplar do estilo fruit beer (aqui)

janeiro 2, 2013   No Comments