Três cervejas: Way, Wäls e Basement
O pessoal da Way surpreende mais uma vez. Após as excelentes Way Double APA e Way Amburana Lager, o pessoal de Curitiba lançou em dezembro a Way Belgian Dark Roller Coaster IPA, uma cerveja de levedura belga e caráter norte-americano – o que quer dizer muito lúpulo. O resultado é quase uma Black IPA, que traz características de outras cervejas já produzidas pela Way, mas com uma complexidade inovadora. O malte levemente torrado rende aromas suaves de melaço, chocolate amargo e caramelo junto a algo de frutado (ameixa) e citrico. No paladar, a calda de açúcar presente na fórmula faz o serviço junto ao malte de caramelo, com notas tostadas remetendo a coco queimado e doce de leite, mas com o amargor do lúpulo bastante presente – sem incomodar – em uma cerveja sensacional, provavelmente uma das melhores que a Way já produziu.
A Wäls 42 foi produzida em parceria com funcionários do Google América Latina e lançada em setembro de 2012 sendo a primeira experiência com o estilo belga Saison/Farmhouse Ale no Brasil. Os mineiros capricharam incrementando-a com café em grãos, amêndoas, limão tahiti, abacaxi e um mix de leveduras belgas e de champagne. Para mim, as primeiras versões surgiram excessivamente carbonatadas (inclusive em torneira em BH), o que me fez guardar duas garrafas e esperar. Quatro meses depois ela surge mais suave. No aroma, frutado e cítrico com um azedinho valorizado pelo duplo dry hopping com lúpulo Saaz. No paladar, agora mais comportado, cítrico e azedo lutam por atenção enquanto notas de laranja e abacaxi se destacam. Uma cerveja interessantíssima, mas que talvez precisasse de um tempo maior de descanso antes de vir às prateleiras. Faça você isso.
De Videira, cidade vinícola de menos de 50 mil habitantes em Santa Catarina, surge a Tony Festival, a terceira garota da Basement Cervejas Especiais a pisar neste espaço. A primeira delas a aparecer por aqui foi a morena Port Royal Sweet Stout, com notas amadeiradas e carbonatação baixissima; depois foi a vez da loura California Golden Ale, de pegada lupulada norte-americana, as duas bem personais e provocativas. A Tony Festival (com mais uma bela garota no rótulo) é a mais comportada das meninas catarinenses. Com três variedades de malte (Munich, Viena e Pale Ale) mais aveia alemã e três tipos de lúpulo alemães, esta Marzen traz no aroma frutado algumas notas de ervas, biscoito e cereais. O paladar segue o que o aroma anuncia, com o malte bastante encorpado fazendo a cama e o lúpulo dando as cartadas em um final levemente amargo. Uma boa garota.
A Way Belgian Dark Roller Coaster pode ser encontrada em empórios entre R$ 13 e R$ 16 (310 ml). Já a Wäls 42 está saindo entre R$ 18 e R$ 22 (R$ 375 ml). A Tony Festival custa entre R$ 16 e R$ 18 (310 ml).
Way Belgian Dark Roller Coaster IPA
– Produto: Specialty Beer
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 6,2%
– Nota: 4,02/5
Wäls 42
– Produto: Saison
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 6,5%
– Nota: 3,38/5
Basement Tony Festival
– Produto: Marzen
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 6,5%
– Nota: 2,63/5
Leia também:
– Top Cervejas: Cold 200, por Marcelo Costa (aqui)
– Balanço 2012: Top 3 Cerveja Brasil, por Marcelo Costa (aqui)
– Uma das melhores do país: Way Double American Pale Ale (aqui)
– Três perguntas: José Felipe, da Wäls, fala da 42 (aqui)
– Uma manhã na cervejaria Wäls, em Belo Horizonte (aqui)
– Wäls Petroleum: uma verdadeira experiência alcoólica (aqui)
– Way Amburana Lager: eles acertaram de novo (aqui)
– Basement Port Royal Sweet Stout (aqui) e California Golden Ale (aqui)
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