Posts from — dezembro 2012
Download: Livro ‘Cidade Sonora’
Baixe o livro “Cidade Sonora”, que conta com a participação de Emicida, Romulo Fróes, BNegão e mais 25 artistas. Download aqui
dezembro 31, 2012 No Comments
Do velho-oeste paulista, Landbier
Nasce mais uma cervejaria artesanal no interior paulista, desta vez, em Presidente Prudente. De propriedade da família Mantovani, que há 15 anos mantém uma produção caseira de vinhos, a Landbier engarrafou seus primeiros rótulos em outubro. A fábrica está localizada em um anexo do restaurante da família, na zona rural de Presidente Prudente, e ideia é seguir a Lei de Pureza alemã. Neste primeiro momento, a Landbier chega aos balcões com três rótulos: Pilsen, Weiss e Stout.
A Pilsen da casa prudentina traz no aroma notas de malte, lúpulo e fermento, sem muitas surpresas. No paladar, o fermento toma a frente, e incomoda levemente. Passada essa primeira impressão, nota-se uma cerveja de pouquíssimo amargor, em que o lúpulo marca presença apenas para evitar um dulçor excessivo do malte, resultando em uma cerveja suave, destinada ao brasileiro acostumado com as american lagers tradicionais de boteco. Ao invés de enfrentar o mercado e vencer pela diferença, a Landbier Pilsen tenta ser mais uma. É pouco.
Por sua vez, a Landbier Weiss ameaça chegar próximo ao estilo proposto, mas fica nisso. Um dos fatores talvez seja a não filtragem, que acaba deixando a cerveja mais densa e confunde suas propriedades de aroma e sabor. No primeiro, algo de mel e um pouco de cravo – mesmo a expectativa de banana não traz as notas ao nariz. O sabor se posiciona entre o leve amargor e o azedo com o fermento novamente marcando presença. Em sua primeira tentativa no campo da weiss, a Landbier fracassou. Que eles acertem nas próximas.
A Stout me pareceu a mais acertada desta primeira leva da Landbier. Assim com as duas anteriores, nesta os prudentinos não arriscam e tentam seguir a fórmula tradicional. Desta forma já é possível imaginar o que vem pela frente: aroma de malte torrado que remete a café, chocolate e principalmente, neste caso, calda de ameixa. No paladar, as notas de café surgem com toda força, e grudam no céu da boca traçando um risco até as notas finais, levemente amargas. Das três da casa foi a que mais agradou.
Nestes primeiros barris nota-se uma cerveja que ainda precisa evoluir, tanto na receita quanto na feitura. O fato de produzir cerveja artesanal fora dos grandes centros é bastante louvável, mas com cada vez mais rótulos importados a bons preços em grandes redes de supermercados, os cervejeiros artesanais brasileiros só vão se destacar se oferecer neste mercado com um produto não apenas melhor, mas inovador, diferenciado, como o pessoal da Way, Wäls e Coruja vem fazendo – além de muitos cervejeiros anônimos.
Se uma Weiss alemã da Erdinger sai pelo mesmo preço da Weiss da Landbier, qual o bebedor vai escolher? A resposta é óbvia, e se é difícil competir com um alemão no que eles fazem de melhor, cerveja alemã, então está mais do que na hora de investir numa cerveja brasileira. Ou então apostar no know-how e fazer aqui a melhor cerveja alemã do mundo. O meio do caminho não resolve. Não basta se deixar levar pela moda do momento. É preciso criar algo novo ou ser muito bom no que já existe. Que a Landbier cresça e tome um bom rumo.
Landbier Pilsen
– Produto: German Pilsner
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 5%
– Nota: 2,06/5
Landbier Weiss
– Produto: German Weizen
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 5%
– Nota: 2,04/5
Landbier Stout
– Produto: Dry Stout
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 6%
– Nota: 2,18/5
Leia também:
– Top Cervejas: Cold 200, por Marcelo Costa (aqui)
dezembro 30, 2012 No Comments
Download: o livro de André Midani
Menos de três meses após seu lançamento, o livro “Música, Ídolos e Poder: do vinil ao download”, de André Midani, foi retirado das livrarias por ordem judicial. A família de Enrique Lebendiger, ex-dono da RGE, exigiu que o livro fosse recolhido, pois Midani descreveu Lebendiger como uma “figura exótica que não tinha capacidade nem seriedade profissional para acompanhar a carreira de um profissional do calibre de Chico Buarque”.
A editora Nova Fronteira tentou um acordo com a família de Lebendiger, mas o processo culminou na censura do livro. André Midani, por sua vez, criou um site e disponibilizou gratuitamente “Música, Ídolos e Poder” para download. “Podem ler… Podem baixar… Podem fazer o que quiserem, se quiserem, quando quiserem”, escreveu. O livro foi primeiro disponibilizado por capítulos, mas agora já se encontra em um arquivo único para download.
André Midani é um dos nomes mais importantes da indústria fonográfica brasileira dos anos 60 aos 90. Quando criança, esteve na Normandia em 1945 durante o desembarque das tropas aliadas no famoso “Dia D”. Depois veio ao Brasil, quando começou a trabalhar com música (oficio que ele já seguia em Paris antes de baixar na América do Sul) e se envolveu com a Bossa Nova, com a Tropicália e com os maiores nomes da música brasileira no período.
Uma policial mexicana, de posse de seus documentos, certa vez comentou: “Uma pessoa nascida na Síria, com passaporte brasileiro, que mora em Nova York, que vem de Medelím e passa pelo México, que diz trabalhar com música, e que fala espanhol com sotaque francês… não pode ser uma pessoa confiável!”. Como define Zuenir Ventura na introdução o livro, “Do vinil ao MP3” é uma espécie de Google da MPB moderna.
Download: http://www.andremidani.net/
Ps. Ainda vale citar a grande entrevista que André Midani concedeu à Folha de São Paulo em 2003 falando abertamente sobre jabá e explicando o caso Abril Music, que praticamente sepultou a música brasileira (leia a entrevista na integra aqui). Você, que está terminando a faculdade e precisa de um tema para o seu projeto de conclusão de curso (o TCC), tai uma bola quicando. É só rolar para as redes.
Ps2: em 2015, o livro virou um série imperdível da GNT. É possível assistir online aqui (clientes NET, Now, GVT, Sky, Claro HDTV, Multiplay, Vivo e Globosat)
dezembro 28, 2012 2 Comments
Os Melhores de 2012 do Guia da Folha
A tradicional votação de melhores do ano do Guia da Folha, com várias categorias bacanas, está circulando nesta sexta-feira junto ao jornal Folha de São Paulo. No ano passado fui convidado para opinar sobre os melhores shows nacionais. Neste ano, palpitei sobre shows internacionais (num júri que ainda trouxe Pablo Miyazawa, Thales de Menezes, Ivan Finotti e Ronaldo Evangelista), e achei o resultado bem bacana.
Interessante é a votação para show nacional: cinco jornalistas votaram (entre eles o chapa Alexandre Matias), cada um em três shows, e os 15 shows votados foram diferentes! (empate triplo no 1º, no 2º e no 3º lugar). Já na categoria Festival a briga ficou entre Lollapalooza (que recebeu quatro votos) e Planeta Terra (que recebeu votos dos cinco convidados, e não venceu!) com o Sónar SP correndo por fora. Confira os resultados aqui
Clique na imagem para ler em melhor resolução
dezembro 28, 2012 No Comments
Podcast Confraria Scream & Yell #3
Qual show é o mais aguardado em 2013? Na Confraria Scream & Yell, eu, Tiago Trigo, Marco Tomazzoni e Tiago Agostini revelamos as expectativas e ainda falamos sobre os artistas que foram destaque em 2012. Ouça no player abaixo:
Set list do Confraria Scream & Yell #3:
01. Otto – Dia Claro
02. O Terno – 66
03. Tulipa e Lulu Santos – Dois Cafés
04. Alabama Shakes – Hold On
05. BNegão – Essa é Pra Tocar No Baile
06. Tame Impala – Apocalypse Dreams
07. Brendan Benson – Bad For Me
08. Band Of Horses – Heartbreak on the 101
09. Fiona Apple – Largo
10. The Vaccines – Lonely World
Leia também:
– Ouça online ou baixe os programas anteriores da Confraria em MP3 aqui
– Oi FM estreia nova programação online. Conheça os programas (aqui)
dezembro 28, 2012 No Comments
Quatro cervejas da chilena Kross
A Cerveceria Kross surgiu em 2003 em Santiago, no Chile, quando o engenheiro José Tomás Infante retornou de um trabalho na Irlanda, e começou a procurar no Chile por cervejas tão boas quanto as que conheceu na terra de Oscar Wilde. Na busca, Infante conheceu o mestre cervejeiro Alemán Asbjorn Gerlach, que tinha uma pequena produção artesanal. Juntos, eles decidiram criar uma nova cervejaria chilena que seguisse os padrões das melhores cervejarias do mundo. E conseguiram. A Kross atualmente ostenta o título (merecido) de mais premiada cervejaria do Chile.
Digna da honraria de uma cerveja comemorativa, a Kross 5 (feita com oito tipos de malte para festejar os cinco anos da cervejaria) é uma belíssima Strong Scoth Ale, quase licorosa, maturada durante três meses em barris de carvalho. No aroma, as notas maltadas se destacam remetendo a caramelo, baunilha e amanteigado com um leve toque do barril de carvalho. No paladar, a primeira sensação é adocicada (caramelo, melaço e… coco!), mas o lúpulo chega de mansinho colocando o conjunto em sintonia. Uma cerveja agradabilíssima com o malte dominando 80% da experiência, mas o lúpulo finalizando com um amargor bastante suave.
Já a Kross Golden Pale Ale é simplicidade e capricho. O aroma é leve, bem leve, com um algo de frutado e outro de malte (Pilsen e Caramelo). No paladar, a escolha dos lúpulos mostra suas particularidades – sem tornarem a cerveja um oceano de amargor. No total são três tipos de lúpulo: Horizon, que é colocado no começo do processo é libera um amargor bem leve, mais Cascade e Chinook, que causam um frescor suave com notas citricas. Há percepção de mel, frutado e caramelo. A combinação destes dois maltes com os três lúpulos resulta em uma cerveja levíssima, saborosa e bastante equilibrada. Ótima para dias de sol.
A Kross Maibock é uma das sazonais da cervejeira chilena. Feita para comemorar a chegada de maio, leva três tipos de malte (Pilsen, Caramelo e Munique) e dois tipos de lúpulo (Glacial e Mount Hood). O aroma, como era de se esperar, é bastante maltado com notas de caramelo, maçã, pêssego e melaço. O paladar segue a risca as considerações do aroma com o adocicado surpreendendo. Primeiramente caramelo, depois melaço, para no final deixar o álcool transparecer com certa força (são 6,5% de graduação). É uma cerveja bem interessante que começa a fazer a cama do bebedor para o inverno que está para chegar.
Para fechar, Kross Stout, que traz três tipos de malte (Pilsen, Caramelo e Tostado) e apenas um de lúpulo, East Kent Goldings, para honrar a tradição irlandesa do café gelado. O aroma é aquilo que faz apaixonados pelo estilo sorrirem: o malte tostado remete com força a café, caramelo e chocolate amargo. No paladar, apenas reforço: mais café, mais caramelo e mais chocolate amargo. O lúpulo parece estar aqui apenas para evitar que o nível de doçura torne-se enjoativo, pois não há quase nada de amargor, o que de forma alguma desmerece essa bela sweet stout chilena.
Além destes quatro rótulos há mais uma cerveja na linha tradicional da Kross, a Pilsen, e a linha Experimental, das quais são filhas a Kross 110 Minutos e a Kross Curaca Abby Ale. Infelizmente ainda não é possível encontrar a Kross no Brasil. Em Santiago é possível encomendar no site oficial uma caixa com 24 garrafas de 330 ml por 20 mil Pesos Chilenos (cerca de R$ 85) tanto quanto encontra-la em grandes supermercados (um lugar certo é uma das banquinhas de bebidas do Mercado Municipal) ou mesmo nos melhores botecos pé limpo do bairro Independência (como Galindo ou La Casa Vieja), perto da La Chascona (a casa museu de Pablo Neruda) e do Cerro San Cristóbal.
Kross 5
– Produto: Strong Scotch Ale
– Nacionalidade: Chile
– Graduação alcoólica: 7,2%
– Nota: 3,90/5
Kross Golden Pale Ale
– Produto: English Pale Ale
– Nacionalidade: Chile
– Graduação alcoólica: 5%
– Nota: 3,32/5
Kross Maibock
– Produto: Maibock
– Nacionalidade: Chile
– Graduação alcoólica: 6,5%
– Nota: 3,28/5
Kross Stout
– Produto: Sweet Stout
– Nacionalidade: Chile
– Graduação alcoólica: 5,2%
– Nota: 3,28/5
Leia também:
– Top Cervejas: Cold 200, por Marcelo Costa (aqui)
dezembro 27, 2012 2 Comments
Balanço 2012: Top 3 Cerveja Brasil
Numa conta aproximada, bebi mais de 150 cervejas diferentes em 2012, e escrevi de aproximadamente 135 aqui. O que era Top 100 virou Top 200. Este foi o ano em que me aventurei no catálogo da curitibana Bodebrown (aliás, tenho duas novas deles pela frente para escrever), da ararense Mestre das Poções e da mineira Casa Piacenza (desta última venho procurando desde então a Jabuticaba Beer).
Também foi um ano em que experimentei pela primeira vez algumas britânicas (Shepherds Name, Old Tom), belgas (La Gauloise, Affligem), italianas (a Winterlude, da Del Ducato, comprada em Veneza, reina como a melhor cerveja estrangeira que provei em 2012), argentinas (Gülmen) e norte-americanas (Anderson Valley e Founders) além das chilenas (Szot e Quimera).
Porém, mais do qualquer coisa, 2012 foi o ano em que algumas cervejarias brasileiras tiraram as manguinhas de fora e começaram a produzir algumas das melhores cervejas do mundo – abrindo as portas para dezenas de outras, que começam a arriscar em rótulos personais. Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre (além do interior paulista e da região da serra catarinense) se destacam como polos de boa cerveja.
De BH, a Wäls surgiu com cerveja número 1 de 2012, a Petroleum, uma Russian Imperial Stout maravilhosa. De Curitiba, a Way exibiu a Way 8S, cuja receita teve 16 mãos (de gente entendida), depois a melhorou com a Double Apa e deu o golpe de misericórdia com a Ambaruna Lager. De POa, a Coruja lançou uma (fora de) série limitada das quais se destacam os dois primeiros lançamentos: Baca e Laberada (com pimenta!). E a Coice vem por ai!
Passei batido pela Vixnu, da Colorado, que até poderia embolar o Top 3 que segue abaixo, e gostaria de citar os ótimos trabalhos da Gaudenbier, de Curitiba (principalmente na linha não filtrada); do Lagom Brewpub, de Porto Alegre (a Pampeana Gruit Ale foi uma das surpresas do ano); da Invicta, de Ribeirão Preto; e da Backer, de Belo Horizonte (pela ótima linha Bravo).
Abaixo, o Top 3. Porém, um adendo: se a Petroleum é a cerveja número 1 do Brasil em 2012, a Way é a cervejaria do ano. Pelo projeto 8S, que rendeu a Double American Pale Ale, pela matadora Amburana Lager, pela recém-lançada Belgian Dark e pelo projeto single hop, que traz em um pack três cervejas Pale Ale (a premiada da casa), cada uma com um lúpulo diferente (falo destas single hop na primeira semana de janeiro).
No quesito cerveja, 2013 promete muito para os brasileiros. Abaixo, as minhas três cervejas nacionais prediletas de 2012:
1) Wäls Petroleum
2) Way Double APA
3) Coruja Labareda
Leia também:
– Top Cervejas: Cold 200, por Marcelo Costa (aqui)
– Três perguntas: José Felipe, da Wäls (aqui)
– Uma manhã na cervejaria Wäls, em Belo Horizonte (aqui)
– Wäls Petroleum: uma verdadeira experiência alcoólica (aqui)
– Uma das melhores do país: Way Double American Pale Ale (aqui)
– Itália: Um conto cervejeiro em Veneza (Winterlude) (aqui)
dezembro 25, 2012 No Comments
Balanço 2012: 16 livros em 12 meses
Eu até achava que era mais, mas ainda assim estou feliz. Fazia um bom tempo que eu não lia tanto. Ok, comecei o espetacular “O Resto é Ruído” no meio de outubro de 2011, e só acabei em janeiro (e vou reler um dia!). Dali em diante tudo fluiu. Li os dois livros da Jennifer Egan em questão de semanas (e me apaixonei pelos dois). Gostei muito das conversas de Martin Scorsese com Richard Schinkel e achei que Howard Sounes pegou pesado demais com Paul McCartney (relevando isso, o livro é bom).
Reli Tony Parsons, Rainer Maria Rilke (após visitar o castelo de Duíno, na Itália) e Shakespeare e devorei mais de metade de “A Mesa do Mestre Cervejeiro”, de Garrett Oliver (esse tem que ser com calma). No quesito musical, “Vida”, de Keith Richards, foi o campeão, mas “Mick Jagger”, de Philip Norman, perdeu por pouco. E ainda vou escrever sobre o furacão Banksy, um dos caras que mais admiro no mundo hoje. Eis os 16 livros que me acompanharam em 2012:
– “O Resto é Ruído”, Alex Ross
– “A Visita Cruel do Tempo”, Jennifer Egan
– “O Torreão”, Jennifer Egan
– “Sexo na Lua”, Ben Mezrich
– “Conversas com Scorsese”, Richard Schinkel
– “A Intimidade de Paul McCartney”, Howard Sounes
– “Disparos do Front da Cultura Pop”, Tony Parsons
– “Elegias de Duíno”, Rainer Maria Rilke
– “Comédias”, Shakespeare
– “A Mesa do Mestre Cervejeiro”, Garrett Oliver
– “Vida”, Keith Richards
– “A Deusa do Amor”, Rita Hayworth
– “Autobiografia”, Neil Young & Crazy Horse
– “Guerra e Spray”, Banksy
– “Mick Jagger”, Philip Norman
– “A Ira de Nasi”, Mauro Betting e Alexandre Petillo
Leia também:
– Sobre Scorsese e filmes que salvam almas, por Mac (aqui)
– Martin Scorsese, eu e a morte, por Marcelo Costa (aqui)
– Keith Richards: Gostar ás vezes é melhor do que amar (aqui)
– Marianne Faithfull: Drogas, Sexo e Mick Jagger (aqui)
– “O minimalismo e o rock and roll”, trecho de “O Resto é Ruído” (aqui)
– Neil Young propõe passeio por seus vícios, paixões e medos (aqui)
– “Disparos do Front da Cultura Pop” é aula de jornalismo cultural (aqui)
– Leia o primeiro capítulo de “Guerra e Spray”, de Banksy (aqui)
– Keith Richards, Rolling Stone Alone (aqui)
– Gram Parsons por Keith Richards no livro “Vida” (aqui)
dezembro 24, 2012 No Comments
Marcelo Jeneci: novo disco em maio
Na semana passada, a Natura Musical anunciou os artistas e trabalhos selecionados dos Editais Nacional 2012 e Regionais Pará e Bahia. A Natura já havia anunciado três nomes em outubro – Ney Matogrosso, Lurdez da Luz e Grupo Uirapuru – e nesta segunda fase apresentou outra leva de projetos que serão desenvolvidos em 2013.
Um dos destaques desta seleção é Marcelo Jeneci, que terá apoio na gravação de seu segundo álbum, “Doce Loucura”. Seu disco de estreia, “Feito Pra Acabar”, foi eleito disco do ano no Scream & Yell, em 2010, vencendo por dois votos a estreia de Tulipa Ruiz, “Efemera” (40 votos a 38). “A ideia é começar a desenvolver o material agora, entrar em estúdio em março e lançar em maio”, adiantou Marcelo Jeneci.
Além de Jeneci, a Natura selecionou projetos de DJ Dolores, do músico Siba, da Abayomi Afrobeat Orquestra, de Hamilton de Holanda, que revive a obra de Pixinguinha, e os projetos Na Eira, do coletivo Ponto BR, e Caravana Pantanais e Música das Cachoeiras. No Edital Bahia, a Natura renovou o apoio a Márcia Castro e aposta em Russo Passapusso, Marcela Bellas, no grupo Ilê-Ayê e no festival de documentários musicais IN-Edit Bahia.
Já no Pará, o resgate às tradições culturais locais também foi ressaltado, além da efervescência cultural da nova cena do estado, representado pelo lançamento dos CDs de Natalia Matos, Camila Honda, Felipe Cordeiro e Juliana Sinimbú. Foram selecionados ainda o grupo CaBloco Muderno, Sebastião Tapajós, Mestre Solano e Ronaldo Silva. Em 2012, a Natura foi responsável pelo apoio aos discos de Tulipa Ruiz, Otto e Tom Zé, entre outros.
Leia também:
– Cinco perguntas para Marcelo Jeneci, por Marcelo Costa (aqui)
– Entrevista: Márcia Castro fala sobre “De Pés no Chão” (aqui)
– Natura Musical anuncia contemplados 2011 (aqui)
dezembro 21, 2012 No Comments
De Ribeirão Preto, Invicta
Inaugurada em Ribeirão Preto em no segundo semestre de 2011, e bastante elogiada no meio cervejeiro em 2012, a Cervejaria Invicta surgiu do desejo do mestre cervejeiro Rodrigo Silveira em criar receitas gourmet para apreciadores de boas cervejas. Um dos primeiros lançamentos da casa foi a Indie Rockin’Beer, uma encomenda da banda Velhas Virgens em comemoração aos 25 anos do grupo. Depois vieram mais sete cervejas, todas vendidas em torneira no bar da cervejaria, em Ribeirão Preto (cidade homenageada nos rótulos). Duas destas cervejas começam a ganhar as prateleiras do país em versão garrafa: a Invicta India Black Ale e a Invicta Imperial India Pale Ale.
Com 75 de IBU e 7,5% de graduação alcoólica, a Invicta India Black Ale sugere – através de seu rótulo (que traz a imagem de uma das três locomotivas alemãs Borsig 1912 existentes no país) – uma cerveja forte e, de certa forma, agressiva, mas o conjunto é muito mais comportado do que a expectativa prevê. No aroma, notas de café derivadas do malte tostado e uma interessante remissão a frutas vermelhas. O paladar, por sua vez, dança entre a suavidade do malte torrado (que abre no primeiro toque, e fica por ali) e o amargor dos lúpulos norte-americanos (que não parece chegar a 50 de IBU) resultando em um conjunto agradável (ainda mais para a primeira IBA nacional), ainda que não impressionante.
Já a Invicta Imperial India Pale Ale impressiona, muito embora os 115 de IBU (escala de amargor da cerveja que vai de 0 até 120 – uma Brahma ou Skol, por exemplo, não chegam a 15 de IBU) apontados no rótulo não apareçam no conjunto. A menina dos olhos da cervejaria ribeirão-pretana traz no aroma sua personalidade lupulada que – em meio a nuvens de floral, cítrico e maracujá – não esconde o adocicado do malte de caramelo. No paladar, o malte dá as boas vindas com um interessante adocicado, mas o lúpulo se apresenta rapidamente, de forma leve, com o cítrico acima do amargor. O conjunto baila entre amargor e suave numa cerveja que parece uma versão ruiva (e mais bem, delineada) da India Black Ale. Cuidado com os 8% de álcool… uma paulada.
Tanto a Invicta India Black Ale quanto a Invicta Imperial India Pale Ale podem ser encontradas em empórios com um bom catálogo de cervejas nacionais. Estas duas foram adquiridas a R$ 18 na loja da Mamãe Bebidas, em Belo Horizonte, mas o site do Clube do Malte já está tem as duas em estoque (ao preço de R$ 22 a garrafa de 500 ml). São duas ótimas cervejas de uma cidade que vem se destacando no meio cervejeiro (Ribeirão Preto também é casa da Colorado). Se você estiver pelas redondezas, vale conhecer o bar da Invicta, que fica anexo a fábrica, possui ambiente (externo e interno) com visão para os barris e traz em seu cardápio mais de 40 rótulos de cervejas nacionais e importadas além das feitas pela própria casa.
Invicta India Black Ale
– Produto: Black IPA
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 7%
– Nota: 3,28/5
Invicta Imperial India Pale Ale
– Produto: Imperial Double IPA
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 8%
– Nota: 3,36/5
Leia mais:
– Top Cervejas: Cold 200, por Marcelo Costa (aqui)
dezembro 20, 2012 No Comments