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Três perguntas: Leo Bigode, Goiânia Noise

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No próximo fim de semana, de sexta (09), até domingo (11), Goiânia volta a se tornar a meca do barulho no Brasil. Isso é uma constante desde que o hoje mítico festival Goiânia Noise ousou enfrentar a ditadura dos sertanejos e mostrar que a cidade também tinha sede por bons shows de rock. Lá se vão 18 anos e muitas histórias, algumas delas registradas no livro “10 Anos de Goiânia Noise”, de Pablo Kossa, lançado em 2004, e que precisa ser atualizado, afinal, o festival agora é maior de idade.

“Ao longo desses anos todos, o festival teve várias caras, formatos, locais… mas sem nunca perder seus conceitos básicos e objetivos”, diz Leo Bigode, um dos fundadores do festival em 1995, ao lado de Márcio Jr. De lá pra cá, Leo e Márcio viram passar pelo palco do Goiânia Noise praticamente toda cena independente brasileira, e muito mais: de Bidê ou Balde a Ratos de Porão; de Hermeto Pascoal e Gerson King Combo até Los Hermanos, Pato Fu e Lobão; de Black Lips e Vaselines até Nebulla e The BellRays. Mais de 300 shows em 18 anos. Respeito.

Em 2012, serão 56 shows que passarão pelos três palcos do 18º Noise. Artistas de Goiás, São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Distrito Federal e Pernambuco, além de 7 atrações internacionais vindas dos Estados Unidos, Suécia, Áustria, Argentina e Equador. “É uma mistura de linguagens, estilos, sotaques e loucuras numa mesma noite”, resume Léo Bigode. “Reflete um momento interessante da música brasileira”, avalia o produtor. Abaixo, três perguntas. Na sexta, volume no máximo:

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18 anos de festival? Você esperava que o Goiânia Noise fosse tão longevo?
Nem nos meus delírios mais absurdos eu imaginava que o Noise fosse chegar tão longe… mas hoje já acredito que ele irá ainda mais longe. São poucos eventos de música com uma história tão longa. Mas é muito gratificante olhar pra trás e ver tudo que já fizemos. Isso dá um puta orgulho e nos motiva a seguirmos em frente, inventando coisas novas, pirando cada vez mais. Agora, por mais que se falem que hoje existe uma cultura independente em ascensão, que existe mais visibilidade com a internet, ou mesmo que existe um “circuito” de festivais, é sempre uma batalha fazer um festival como o Noise. São 18 anos, mas algumas das dificuldades são as mesmas das primeiras edições, principalmente relacionadas a patrocínios.

Esse é o primeiro festival após a reestruturação da Monstro e da própria produção do Goiânia Noise. Muda alguma coisa?
Se o que você quer dizer como “reestruturação da Monstro” seja a saída do Fabrício, não. No ano passado ele já não participou do Noise. Agora, a Monstro está sempre se reestruturando, se reinventando, inovando… e o Noise segue essa nossa tendência e inquietação. Existe uma ideia errada de que o Fabrício foi um dos criadores do Noise ou que ele era fundamental no processo. Na verdade, o Noise surgiu em 1995 apenas comigo e com o Márcio Jr. Nós carregamos o festival sozinhos por 6 edições. Em 2001 o Fabrício e o Leo Razuk entraram na Monstro, no 7º Goiânia Noise. Ao longo desses anos todos o festival teve várias caras, formatos, locais… mas sem nunca perder seus conceitos básicos e objetivos: fortalecer e fomentar a produção local, gerar intercâmbio entre artistas, promover a divulgação e circulação de bandas de todo o País, e ser uma vitrine, um raio-x do que de melhor está ocorrendo na música independente, sem abrir concessões ou se submeter a pressão dos grandes, sejam eles a indústria cultural, governos ou patrocinadores.

Este ano a Monstro passa de novo por uma reestruturação com a entrada de um novo sócio. O Guilherme Batista Pereira é um amigo das antigas, baterista, já tocou em várias bandas, inclusive no Mechanics, e chegou para agregar muito à sociedade e ao festival. Esta 18ª edição volta ao Centro Cultural Oscar Niemeyer, que é um espaço fantástico, mas com uma cara nova. São dois palcos, um estúdio, que funcionará como um palco 3, com bandas fazendo shows e gravando ao vivo, 7 atrações internacionais e uma programação que não traz grandes medalhões, mas reflete um momento interessante da música brasileira. Faremos também um domingo diferente, apenas com shows na área externa… e toda a montagem será de um jeito novo também.

Estamos, como sempre empolgados, e com o mesmo gás das primeiras edições.

O line up tem mais de 50 bandas em três dias. Quem você está muito a fim de ver ao vivo? E quais bandas locais que o público não pode perder?
Putz! Tem muita coisa que eu quero ver. Aliás, a programação é pensada justamente dessa forma: bandas que nós gostaríamos de ver! E ela é sempre bem diversa… uma mistura de linguagens, estilos, sotaques e loucuras numa mesma noite. Trash Talk e Madrid! Lirinha e Worst! Space Truck e Boom Boom Kid! Lord Bishop Rocks e Fabulous Bandits! Crucified Barbara e Hellsakura! Essa diversidade é sempre uma das características do Noise. Entre as bandas locais, algumas já são instituições do rock goiano como Violins, Mechanics, TNY e Shakemakers, mas tem uma turma nova botando pra fuder também… Space Truck, Girlie Hell (que está num momento fantástico), Dry, Chimpanzés de Gaveta, The Galo Power… vai ser bem divertido isso!

18º Goiânia Noise Festival
Dias 9, 10 e 11 de novembro
Centro Cultural Oscar Niemeyer
Ingressos:
R$ 50 (meia-entrada) – Passaportes para os 3 dias
R$ 30 (meia-entrada) – individual para sexta ou sábado
R$ 10 (meia-entrada) – individual para domingo

Infos:
www.goianianoisefestival.com.br
www.facebook.com/MonstroDiscos

PROGRAMAÇÃO

Sexta-feira, 9/11
18h – Coerência (GO)
18h30 – Dirty Harry (GO)
19h – Mortuário (GO)
19h30 – Space Truck (GO)
20h – Worst (SP)
20h30 – Mapuche (SC)
21h – Boom Boom Kid (ARG)
21h50 – Kamura (GO)
22h30 – PEZ (ARG)
23h10 – Madrid (SP)
23h50 – Trash Talk (EUA)
00h50 – Chimpanzés de Gaveta (GO)
01h40 – Lirinha (PE)

Sábado, 10/11
16h – Jam Fuzz (GO)
16h30 – Leave me Out (MG)
17h – SELETIVA PDR
17h30 – Versário (GO)
18h – Fabulous Bandits (PR)
18h30 – Judas (DF)
19h – Grindhouse Hotel (SP)
19h30 – Dry (GO)
20h – The OverAlls (AUS)
20h30 – TNY (GO)
21h – Lord Bishop Rocks (EUA)
21h50 – Atomic Mambo All-Stars (SC)
22h30 – Girlie Hell (GO)
23h10 – Hellsakura (SP)
23h50 – Autoramas (RJ)
00h30 – Karina Buhr (PE)
01h30 – Crucified Barbara (SWE)

Domingo, 11/11
14h – Damn Stoned Birds (GO)
14h30 – Corja (GO)
15h15 – Shakemakers (GO)
16h – Valdez (DF)
16h45 – The Galo Power (GO)
17h30 – Motel Overdose (SC)
18h15 – Cassino Supernova (DF)
19h – Violins (GO)
19h45 – Os Skrotes (SC)
20h30 – Mechanic[KISS] (GO)
21h15 – Indigno (EQU)

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