Três perguntas: José Felipe, da Wäls
Em 2011, na primeira edição do Beer Experience, em São Paulo, uma avalanche de rótulos estrangeiros fez a alegria de um público exigente tal qual criança em uma grande loja de brinquedos. Em 2012, o foco foi produção nacional, e a alegria talvez até tenha sido maior frente ao número expressivo de novidades que estão surgindo no mercado nacional. A Wäls, de Belo Horizonte, ocupa um lugar de destaque em um cenário cada vez mais surpreendente de micro-cervejarias artesanais brasileiras de alta qualidade.
Eu já tinha visitado a fábrica, na Pampulha, no dia em que eles iniciavam a brasagem do que viria a ser a cerveja do ano, a Petroleum, e conversado (na panela) com os irmãos Thiago e José Felipe. Daquele encontro para cá, em março, eles já colocaram no mercado três novos rótulos: a Wäls Petroleum, a Wäls Witte e, lançada no Beer Experience 2012, a Wäls 42, uma cerveja geek (de acentuação belga) produzida em parceria com o pessoal do Google.
Porém, a Wäls não para. “Estamos com algumas parcerias de produção de cerveja que podem sair até este ano ainda. A gente só não pode contar”, disse José Felipe no Beer Experience. Uma delas foi revelada esta semana: Garrett Oliver, o mestre-cervejeiro da Brooklyn Brewery (autor do livro “A Mesa do Mestre Cervejeiro”, e colaborador de outras micro-cervejarias, como a italiana Amarcord) virá ao Brasil para produzir uma cerveja em parceria com José Felipe na Pampulha. Vem mais coisa boa vem por ai.
Abaixo, três perguntas rápidas para José Felipe:
Qual é a da Wäls 42?
A Wäls 42 é uma cerveja inovadora. É a primeira cerveja do estilo Saison Farmhouse Ale do Brasil, e nós a fizemos em parceria com os Googlers, que são os funcionários da maior empresa de tecnologia das Américas. O nome #42 é um místico. Se você digitar no Google uma pergunta sobre a vida, o universo e tudo mais, você encontrará uma resposta: 42. A gente quis fazer essa brincadeira. #42 é a resposta da vida. Uma cerveja da Wäls é a resposta para tudo aquilo que a gente estava procurando. É uma cerveja bem leve (tem 6,5% por álcool) e um pouquinho ácida. Colocamos como ingredientes amêndoas, café, Limão Tahiti e abacaxi. Foi uma cerveja rápida. A gente tinha que acertar de cara. Foram dois para produzir – entre a ideia e o lançamento. Porque a ideia era lança-la na primavera, o que é tradição na Bélgica.
Como é pra vocês quando chega uma pessoa, como aconteceu agora, e diz que a Wäls Petroleum é a cerveja do ano?
É um fato recorrente. Nós ficamos felizes porque é uma receita que veio da panela dos amigos do Paraná (da Dum Cervejaria), e acabou se tornando uma cerveja brasileira com um nome muito mais grandioso. Então não é a mim que vocês tem que agradecer pela Petroleum ser a cerveja do ano. É ao Murilo (Foltran), ao Luiz (Felipe Araújo) e ao Júlio (Coutinho), que são os verdadeiros criadores dela. A Wäls só fez ela acontecer.
Como é estar em um evento como o Beer Experience? São Paulo é carente de eventos assim…
O paulistano é carente por cervejas de alta qualidade, e a gente vê isso com muita alegria, porque São Paulo já representa para a cervejaria Wäls cerca de 30% de nossa venda total. É muita cerveja que vem pra cá. O paulistano está respondendo isso à altura, comprando, bebendo e esgotando as cervejas na gondola. É isso que a gente espera ver. A gente espera mesmo que vocês acabem com a nossa cerveja (risos)…
Leia também:
– Uma manhã na cervejaria Wäls, em Belo Horizonte (aqui)
– Saiba como foi o segundo Beer Experience, em São Paulo (aqui)
– Wäls Witte: os mineiros seguiram a risca a tradição (aqui)
– Wäls Petroleum: uma verdadeira experiência alcoólica (aqui)
– Wäls Quadruppel, uma cerveja excepcional, por Mac (aqui)
– Ranking Pessoal -> Top 200 Cervejas, por Marcelo Costa (aqui)
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