Três cervejas paranaenses
Tiago, o responsável pela cerveja bárbara Pagan, é fascinado pela história viking e por cervejas. A Pagan Strong Bitter foi a primeira cerveja comercializada da casa, e segue fielmente o estilo britânico. O aroma é suave e traz notas de malte de caramelo com a presença concentrada dos lúpulos ingleses (Target, Challenger e Kent Goldings), que dão um tom especial ao conjunto. O paladar é levíssimo, com notas de caramelo e mel unindo-se a um amargor suave que toca o céu da boca e acompanha charmosamente toda a experiência. Não é uma cerveja marcante, mas é bem saborosa – daquelas para ficar bebendo e bebendo.
A versão Porter da Pagan se mantém no nível da Strong Bitter, e talvez até avance um pouco. No aroma, café. E também… café. E um pouquinho de chocolate. O lúpulo usado aqui é o inglês fuggles, que confere ao conjunto um aroma e sabor adocicados, e mostra a personalidade do mestre-cervejeiro: a Pagan sugere leveza em dois estilos peculiares e, de certa forma, agressivos. No caso da Porter, o paladar é agradabilíssimo e deixa a impressão que a Pagan não quer impressionar de cara, mas conquistar pouco a pouco. Eles estão no caminho certo com estes dois ótimos rótulos.
Vladimir Urban é um dos responsáveis pela Diabólica. Além da cerveja, ele também comanda um dos principais festivais de psychobilly do mundo, o Psycho Carnival, que acontece durante o carnaval em Curitiba com bandas do mundo inteiro. A Diabólica existe desde 2009 na versão IPA, e após um hiato na produção, retornou com força em 2012 (eu até achava que era a Way, de Curitiba, que estava produzido e distribuindo, mas a produção é própria da Diabólica com distribuição da Beer Maniacs).
Após os elogios merecidos à Diabólica IPA, surge agora a Pale Ale da casa, lançada oficialmente no Beer Experience – mas ainda em versão teste. Eles ainda estão mexendo na receita, e nem o rótulo deverá ser essa da foto, mas já é possível ter uma ideia: eles não pretendem carregar a mão no álcool (4,6% apenas), mas falta presença de lúpulo tanto no aroma quanto no paladar, que até traz algumas notas de caramelo e um amargor suave. Nessa primeira versão, a Pale Ale da Diabólica lembra mais uma Pilsen Premium, mas de onde saiu a IPA pode vir coisa muito boa. Vamos acompanhar.
Fundada em 2009 em Araucária, cidade vizinha de Curitiba, a Wensky Beer leva na abreviação do sobrenome da família Wengrzinski o desejo por resgatar as raízes culturais polonesas na arte de fazer cerveja caseira. Atualmente, a cervejaria produz cinco rótulos que são vendidos em garrafas e também no pub da casa em Araucária: uma Pilsen tradicional (5%), uma Drewna Piwa Old Ale (9,5%), uma Vienna Lager (5,5%), uma Red Weyzen (6%) e uma Baltic Porter (7%). Na foto acima você vê as duas últimas – e são sobre elas que vamos conversar.
Bastante fiel ao estilo alemão, a ótima Red Weyzen capricha nos aromas suaves de banana e cravo (além da sugestão de maçã), com o malte levemente torrado marcando presença. No paladar, as notas de aroma se repetem com o lúpulo mais presente contrabalanceando o conjunto, que destaca um final marcante com um frutado interessante. A Baltic Porter, por sua vez, é caracterizada pela leveza. São 7% de graduação alcoólica que passa batido frente ao malte torrado, que marca o aroma junto a caramelo e ameixas. No paladar, a torrefação mostra a que veio, mas o amargor é bem mais suave se comparado a uma Porter britânica. Eis um bom cartão de entrada para o estilo.
Tanto as Pagan (que agora já estão como novo rótulo – se o site oficial estiver atualizado – e são vendidas em garrafas de 355 ml) quanto as Wensky Beer (600 ml) foram adquiridas no Clube do Malte: as primeiras vendidas ao preço de R$ 12,90; as duas da Wenksy saíram por R$ 9,90 cada. A Diabólica Pale Ale foi adquirida no Beer Experience ao preço de R$ 12 (a garrafa de 600 ml). Agora é ir atrás das outras Pagan e Wenksy: pela experiência dessas quatro garrafas acima há mais coisa boa no caminho.
Pagan Strong Bitter
– Produto: Pale Ale
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 5,8%
– Nota: 2,63/5
Pagan Porter
– Produto: Porter
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 5,8%
– Nota: 2,71/5
Diabólica Pale Ale
– Produto: Pale Ale
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 4,6%
– Nota: 1,97/5
Wensky Red Weyzen
– Produto: German Weizen
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 6%
– Nota: 3,21/5
Wensky Baltic Porter
– Produto: Porter
– Nacionalidade: Brasil
– Graduação alcoólica: 7%
– Nota: 3,17/5
Leia mais:
– Saiba como foram as duas edições do Beer Experience (aqui)
– Diabólica, uma IPA de responsa como manda o figurino (aqui)
– Top Cervejas: Cold 200, por Marcelo Costa (aqui)
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