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Londres: Little Venice, Camden e Big Star

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texto e fotos por Marcelo Costa

Novo dia de sol em Londres. E sol forte. A boa pedida do dia: um passeio de barco de cerca de 50 minutos pelo Regent’s Canal, que liga o Maida Vale a Camden Town. Sua construção foi iniciada em 1812, e o canal ainda mantém todo o charme em um trajeto nostálgico e bonito que passa na porta do Zoológico de Londres e segue até Camden Lock, coração de Camden Town numa paisagem que no início é povoada por barcos casa e, depois, por pequenos prédios de dois andares com ancoradouros no quintal.

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O ponto inicial do passeio é em Little Venice, junção da Maida Avenue com o Warwick Crescent e Blomfield Road, em um pequeno lago. O metrô mais perto é o Warwick Avenue?, da Bakerloo Line e o passeio custa 7 pounds (10,50m ida e volta), e vale bem a pena. Quero fazer esse passeio de novo, mas desta vez não de barco, mas sim caminhando ao lado do canal, numa passarela que o acompanha até seu final em Camden Lock (várias pessoas fazem o trajeto a pé ou mesmo de bicicleta).

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Descemos em uma Camden Lock muvucada de domingo debaixo de um sol de queimar brasileiro que acha que pode tudo. Uma passadinha rápida em uma loja de CDs (com alguns piratas sensacionais) e depois uma esticada ao pub The Lock Tavern (esse aqui), para provar a boa ale Pure Ubu e um dos pratos tradicionais de domingo para a família inglesa: frango, batata e mais algumas coisas que você pode ver na foto abaixo. Depois disso, mais uma passada em uma loja de CDs e vinis, a excelente Music and Video Exchange.

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A MVE tem diversas filiais pelo Reino Unido (só em Londres devem ser umas 10 lojas) e trabalha com material usado, ou promocional, que eles colocam em suas prateleiras com preço muito mais em conta que o das megas HMV e Fopp. Claro, tem coisas caras como a primeira edição do primeiro disco dos Rolling Stones, que estava saindo pela bagatela de 350 libras (cerca de R$ 1.100), ou a primeira tiragem de “Dark Side of The Moon”, do Pink Floyd, que estava um pouco mais em conta: 265 pounds (R$ 830 em um vinil).

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Mas se você quiser pechincha, tem para todos os gostos. Por exemplo, uma promoção que pode ser encontrada não só na MVE, mas em várias outras lojas de usados: eles embalam um certa quantidade de CDs e/ou vinis e colocando um preço no lote (e você tem que comprar sem saber o que há dentro). Algo como 60 vinis = 2 pounds / ou 120 CDs por 10 pounds (lembre-se: caixa fechada por sua conta e risco). Não arrisquei, muito porque isso tudo pesa e tenho mais sei lá quantos dias de viagem pela frente. E segundo porque iria ser um tempão olhando tudo e pensando no que fazer com aqueles que não passaram no crivo pessoal.

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Depois até passei na HMV, e pela primeira vez deixei a loja sem um único item que fosse. Já na Fopp de Covent Garden não teve como escapar: dois vinis (Ben Kweller e M Ward, ambos por 16 pounds e com o CD de bônus acompanhando o disco) mais alguns CDs (13th Floor Elevators, Regina Spektor e um antigo do Black Keys). A noite, fechando um dia corrido, show do Big Star (sem Alex Chilton, óbvio, mas com vários convidados ilustres) no Barbican Center (local em que o Mutates gravou seu disco ao vivo de retorno).

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O show foi bonito, mas excessivamente reverencial, como se ninguém no palco ousasse encarar a alma de Alex Chilton. Dos convidados, bons momentos com Norman Blake, Mike Mills, Alexis Taylor, Jon Auer e Ira Kaplan (Brendan Benson deu cano), mas quem sacudiu mesmo o teatro foi Ray Davies, que surgiu para cantar a sua “Till The End Of The Day”, que Alex Chilton e compania gravaram nas sessões do terceiro disco, “Third / Sisters Lovers” (já falamos do álbum aqui).

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Tudo lindo, tudo bonito, até a hora de pegar o metrô e descobrir que a sacola com os CDs e um acessório da Apple Store para um amigo ficou em alguma das baldeações. Já escrevi para o “Achados e Perdidos” do metrô, mas acho difícil aparecer. No entanto, escrevi e eles respondem em 21 dias (segundo o email que me enviaram). Esquecimento: coisas de muita cerveja misturada a noites mal dormidas e cansaço de viagem. E olha que estou no começo da minha tour…

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Eu até queria escrever mais! Detalhar o passeio de barco, que é bem legal, falar mais do show truqueiro mas com coração do Big Star, do bar Canela, que fica em Covent Garden e oferece comida brasileira (coxinha, feijoada, pastel de nata) e falar do maravilhoso Beef Carbonnade que comi no meu pub preferido de Londres, o Belgo (olha a descrição: “48 hour slow cooked beef, marinated in sweet Gueuze beer with Bramley apples and plums. Served with a choice of Stoemp mash or frites” -> mais aqui). Mas o cansaço bateu. Bora dormir…

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Melhor não brincar: nessa quarta começa o Primavera Sound em Barcelona… bora descansar =)

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