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Rio de Janeiro -> Amsterdã

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Textos e fotos: Marcelo Costa

“Tem internet wi-fi aqui”, pergunto no setor de informações do aeroporto Galeão, no Rio. “É free, mas só na sala de embarque. Você precisa do número do seu e-ticket”, diz a atendente. São quase 18h e tenho 40 minutos para fazer a minha declaração de imposto de renda (sim, atrasada). Na sala de embarque, tento de todas as formas logar no site da Infraero com o número do meu e-ticket, do meu passaporte, minha data de aniversário, as dezenas de Lost, sem sucesso. Desisto e no fim das contas pago R$ 9 por duas horas. Funciona, e rápido.

Enquanto estou ali, lançando números na declaração (ano passado declarei no primeiro dia, e não recebi até hoje: dados desencontrados no relatório, coisa de… R$ 10), uma loirinha pergunta do “wi-fi free”. Ela é loirinha, está com mais três amigas, e parece canadense. “Tem, mas não consegui logar”, digo. “Estou usando a internet paga”, aviso. Ainda assim passamos uns bons cinco minutos tentando logar no celular dela, sem sucesso. Ela agradece, em inglês, e desembesta a falar com as amigas, em alemão. Canadense? Wi-fi Free? Bem, como diz a hastag: #querovernacopa.

Existem poucas coisas no mundo mais cansativas que uma viagem Brasil / Europa. No meu caso é um pouquinho mais desagradável, pois a pressão da altitude castiga meus joelhos, que passam mais de 10 horas latejando, uma tortura com final feliz, afinal, a viagem, o roteiro, a experiência como um todo compensa, mas ainda assim é uma tortura. É o preço (ainda bem que nunca desejei ser astronauta, piloto de avião e/ou nem sou Donald Trump, que deve voar cinco vezes por semana).

Nunca tinha viajado de KLM (no computo pessoal, três vezes de Iberia, que é ok – e tem Mahou, uma bela cerveja madrilena – uma de Air France e uma de Lan Chile), e fiquei bem satisfeito. Os bancos me pareceram mais espaçosos, e no fim das contas, numa viagem tão longa quanto esta, espaço para esticar as pernas é bastante desejável. A comida é aquela coisa (a da Air France me pareceu melhor) e a cerveja é Heineken (o vinho é chileno). Já que estamos aqui, bora.

A seleção de filmes da programação está bem boa, com alguns títulos recentes que perdi no cinema (o que me faz deixar Mad Men S05E10 na reserva, até para economizar a bateria do lap), e fico entre “Albert Nobs” e “Jovens Adultos”. Opto pelo do Jason Reitman, com roteiro da Diablo Cody, que parece ter ser sido ignorada pelas garotas populares na época do colégio, e decidiu descontar tudo agora com um filme afiado e deliciosamente cínico (uma porrada com luva de pelica).

E por mais que o personagem principal seja uma babaca que vira e mexe encontramos aqui e ali (não só em Minneapolis, qualquer cidade tem bons exemplares da espécime), não deixa de ser tocante ver Charlize Theron voltando a fita K7 no carro, deixando a microfonia invadir o ambiente, e cantar “The Concept”, do Teenage Fanclub (não bate as cenas dela em “Celebridades“, de Woody Allen, mas é… especial). Jason Reitman e Diablo Cody conseguem sustentar seu retrato perverso de líderes de cheerleaders e não cedem até o final – brilhante.

Agora, Amsterdã. A conexão para Londres foi cancelada, e encaixaram os “brasileiros” num voo das 15h (o original era 13h25). Quero ver na Copa. Ops. O bom foi que a folguinha permitiu conhecer essa Tiger abaixo (uma lager fraquinha, fraquinha) e corrigir logo na sequencia com um pint de Palm direto da torneira. Wi-fi free em Amsterdã funciona. Por uma hora, mas funciona. Agora a gente se vê em Londres.

Ps. Desculpa as fotos do celular
Ps2. Trouxe a Rebel XTI da Lili pra viagem. Vou aprender na marra
Ps3. Tocando Coldplay no bar do aeroporto…

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