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Opinião do Consumidor: Einbecker

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A Einbecker Brauhaus foi aberta na baixa Saxônia, Alemanha, em 1378 e segue desde então fabricando cervejas – sendo uma das responsáveis pela popularização do estilo Bock, uma lager muito mais encorpada, ruiva, maltada e até um pouco doce. Bock é uma corruptela de “Ein Beck”, a cidadezinha natal da Einbecker (com pouco mais de 25 mil habitantes e uma paisagem que, ainda em 2011, não parece ter saído do século 15), e nasceu da necessidade de ser transportada para a Itália (numa história bem próxima a das Indian Pale Ales). A Einbecker produz atualmente onze rótulos de cerveja.

A versão Ur-Bock Dunkel da Einbecker Brauhaus é marcada pela forte presença de malte de caramelo tostado no aroma – e um bocadinho de álcool, bem suave, e também mel. O paladar começa bastante agradável com o malte de caramelo se apresentando em um conjunto denso que valoriza o lúpulo enquanto se desmancha levemente deixando um amargor suave no céu da boca e no começo da garganta. Porém, o final, longo e amargo, deixa a impressão de um conjunto pouco harmonioso (doce demais no começo, amargo demais no final).

Já a Ur-Bocok Hell é uma versão loura da Bock Dunkel da casa. O aroma maltado e levemente adocicado surpreende abrindo espaço também para o lúpulo. O paladar é refrescante e o conjunto disfarça de forma exemplar os 6,5% de graduação alcoólica – que em nenhum momento chega a agredir. O malte novamente chama pra si a atenção deixando uma marca suave no céu da boca enquanto o lúpulo se encarrega de caprichar no final levemente amargo – mas de um leve surpreendente. Uma excelente representante do estilo.

Teste de Qualidade: Ur-Bock Dunkel
– Produto: Bock
– Nacionalidade: Alemanha
– Graduação alcoólica: 6,5%
– Nota: 2,1/5

Teste de Qualidade: Ur-Bock Hell
– Produto: Bock
– Nacionalidade: Alemanha
– Graduação alcoólica: 6,5%
– Nota: 3,75/5

Leia também:
– Top 100 Cervejas, por Marcelo Costa (leia aqui)
– Primeiro Beer Experience, em São Paulo, por Marcelo Costa (aqui)

setembro 21, 2011   No Comments

O show do R.E.M. no Rock in Rio 2001

Hoje, 21 de setembro de 2011, o R.E.M. anunciou, via site oficial, que estava encerrando as atividades. Uma das cinco grandes bandas dos últimos 30 anos (sinta-se a vontade para eleger as outras quatro), o R.E.M. conseguiu em um carreira extensa manter-se honesto ao propósito inicial: fazer grandes canções. O único tropeço, assumido pela própria banda, foi o disco “Around The Sun”, de 2004, mas eles recuperaram a fé do público com dois grandes discos: “Accelerate” (2009) e “Collapse Into Now” (2011).

Tive o prazer de ver o R.E.M. cinco vezes ao vivo em minha vida. A primeira, cuja sequência de vídeos abaixo registra, foi no Rock in Rio 3, em 2001, um show espetacular, uma comunhão perfeita entre público e banda. Depois cruzei a banda na turnê “Accelerate” em Leuven, na Bélgica (atendi o pedido de Michael Stipe e levantei meu celular para o alto emulando as luzes de Hollywood Hills em “Electrolite” – assista aqui) e suportei um show inteiro do Kings of Leon na Escócia para poder ficar no gargarejo (e valeu a pena).

Por fim, eles tocaram duas noites seguidas no Via Funchal, em 2008, para uma plateia de amigos que dançavam, cantavam e pulavam aquelas canções cravadas na alma enquanto Michael Stipe festajava sua Itapava. Foram 30 anos intensos e, parafraseando a amiga Pamela Leme, só nos resta agradecer ao R.E.M. pelos shows e, principalmente, por nos fazer suportar a vida. Poucas bandas hoje em dia conseguem arrancar lágrimas sinceras da gente e, bem, eu chorei enquanto escrevia isso. Talvez não aconteça nunca mais. Talvez.

“Não basta admirar um artista para que ele seja responsável pelo melhor show que você viu na vida. É uma pequena conjunção de fatores que torna um show algo especial. Particularmente, admiro (muito) e já vi ao vivo gente como Brian Wilson, Patti Smith, Neil Young e Echo & The Bunnymen, e apesar deles terem feito grandes shows, nenhum deles está neste Top Ten pessoal. É um preâmbulo necessário para evitar comentários óbvios tipo “esse é o seu show preferido porque você é fã da banda”. Nem sempre as bandas que mais admiramos são aquelas que fazem os melhores shows de nossas vidas. Às vezes são os piores…

Não é o caso do R.E.M. no Rock In Rio 3. O show aconteceu no segundo dia do festival, num sábado, e estava cercado de expectativas. Quando recebi no meio da tarde o set list que a banda iria apresentar mais à noite, fiquei impressionado: era impossível que eles fizessem um show ruim com aquele repertório. O trio havia selecionado um repertório best of para seu show no Brasil, que viria a se tornar o maior público para o qual a banda já tinha se apresentado. Assim que o Foo Fighters encerrou sua apresentação, tratei de arrumar um lugar na “fila do gargarejo” para presenciar o show. E foi… inesquecível.

Michael Stipe estava visivelmente emocionado. O som – que havia derrubado Beck e Foo Fighters – começou ruim, com o baixo à frente dos outros instrumentos, mas em três músicas já estava tudo ok. Daí vieram clássico atrás de clássico: “Fall On Me”, “Stand”, “So Central Rain”, “Daysleeper”, “At My Most Beautiful”, “The One I Love”, “Man on The Moon”, “Everbody Hurts”… Até hoje em dia, quando ouço o CD com o áudio do show, me arrepio quando Peter Buck dispara no bandolim o riff inconfundível de “Losing My Religion”, e ouve-se a massa vibrando (imagine 150 mil pessoas atrás de você gritando insanamente quando ouvem uma das músicas mais lindas já escritas na música pop). No final, “It’s The End” embebida em microfonia e Michael Stipe repetindo “and i fell fine” sem querer sair do palco. Antológico, clássico e inesquecível”. Um dos shows especiais da minha vida (mais aqui)

setembro 21, 2011   1 Comment