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Pukkelpop cancela sua edição 2011

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Foto de Jan Geloen

Já faz alguns anos que virei um freqüentador de festivais europeus. Os da Bélgica, principalmente, tem um lugar cativo no meu coração. Se pudesse, iria todos os anos ao Cactus, em Bruges, e ao Rock Werchter, em Leuven, vizinha a Bruxelas. Levo duas pulseiras do festival no punho (das edições 2008 e 2009) seguindo um ritual comum por lá: quase todos os fãs do festival tem em seu braço os festivais inesquecíveis.

Sempre comento que um festival de verão é muito mais do que shows. A música movimenta tudo, mas o que interessa é a experiência. É estar em um festival com 60 mil pessoas e se divertir. É louvar o sol – quando não chove – por um fim de semana. Em Hasselt, na Bélgica, choveu por pouco mais de 10 minutos, uma tempestade aparentemente imprevisível que devastou o festival deixando, até agora, cinco mortos.

Há, ainda, cerca de quarenta pessoas feridas, algumas em estado grave em decorrência da queda de dois palcos avariados por árvores derrubadas pela força do vento. Como uma tempestade dessa magnitude surge sem que o festival (e as autoridades locais) se dê conta é a questão que fica, mas que não trará os mortos de volta. Com certeza, a tragédia trará mudanças sérias para os festivais de verão em 2012.

Na manhã desta sexta-feira, a organização do festival (que teve sua primeira edição em 1985) soltou um comunicado dizendo que o cancelamento da primeira noite seria estendido aos outros dois dias (o line up tinha com headliners Foo Fighters, Eminem e Offspring mais shows de Twilight Singers, Raveonettes e Trail of Dead, entre muitos outros):

“Pukkelpop está de luto profundo. Sentimos muito com as famílias e amigos das vítimas. Palavras não podem descrever. Não podemos, portanto, continuar com o festival. Por isso, decidimos cancelar todos os shows do Pukkelpop 2011. O que aconteceu aqui é excepcional e imprevisível. Estamos muito tocados por toda a ajuda espontânea que recebemos dos freqüentadores do nosso festival. Apelamos a todos os Pukkelpopers que retornem para suas casas de forma serena. Há ônibus e trens extras para todos. Pedimos a todos compreensão para esta decisão muito difícil.”

Nunca fui ao Pukkelpop, mas já planejei (e ainda quero ir). Ainda assim, sinto uma dor forte no peito, uma tristeza profunda. Não pelo festival em si. Lembro de dois caras comentando comigo no Werchter: “Isso daqui não é a Bélgica. Esse capitalismo não nos representa”. Mas sim por aqueles que fazem da música um estilo de vida, e dos festivais uma extensão desse modo particular de viver. Cinco deles morreram ontem. É imensamente triste.

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Foto de Jan Geloen. Veja outras fotos aqui

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