Chicago vista do céu
Levantar voo do aeroporto O’Hare, em Chicago, é uma das experiências mais especiais que já vivi em uma viagem, semelhante a pousar em Mestro, observando os canais cortarem Veneza em pedacinhos. Acho que só três cidades me fazem derramar lágrimas pela janela do avião: São Paulo (por motivos óbvios, afinal, cada pedaço do que sou foi construído com o olhar de São Paulo e a volta a cidade sempre emociona), Veneza (uma cidade de brinquedo flutuando sobre águas) e, agora, Chicago.
Porém, talvez a visão que vi não seja a visão que todos que saem do aeroporto veem, afinal meu destino atípico (por culpa de Colin Meloy e sua turma) é Columbus, capital de Ohio. O pequeno avião da American Eagle rasga a pista e assim que larga o chão começa a balançar, balançar e balançar. O piloto faz uma curva acentuada para a esquerda e, quando você menos espera, Chicago surge inteirinha à sua frente pela janelinha da aeronave.
Começa pela periferia repleta de casinhas – não amontoadas – em quadras corretas, um campo de futebol americano aqui, um de beisebol ali, quase nenhuma piscina. Ao fundo, no horizonte, a silhueta de Downtown se destaca, com seus belos prédios elevados que tomam 10% (se muito) da cidade. Quase toda Chicago é baixa, casas e casas e casas (impossível não lembrar de Wado cantando “vem morar comigo neste apartamento, estamos uns sobre os outros e temos satisfação”), o que romantiza a visão dos poucos prédios.
O avião atravessa Downtown (ainda balançando) e entra no lago Michigan e a cidade vai ficando para trás – um pedaço do meu coração, também. A costa, recortada delicadamente, é a última visão. Uma história de amor acaba de começar. Sorrio.
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