St. Mark’s Place, Little Italy e Tribeca
A ideia para a segunda era ir às compras (na BH e na Apple), mas o dia que começou nublado logo foi se transformando em ensolarado, o que animou uma extensa caminhada pelo East Village, ali pela região que viu nascer, crescer e pogar o punk rock novaiorquino. Uma caminhada pela St. Mark’s Place, uma entrada na lojinha do Bill (que o Thiago Pereira tinha comentado neste texto aqui), o olhar por lugares que abrigaram desde a capa do álbum “Physical Graffiti”, do Led Zeppelin, ao primeiro do New York Dolls além de boa parte das histórias do livro “Mate-Me Por Favor”.
Na sequencia, descendo a Bowery, fica bastante perceptível como Chinatown está engolindo Little Italy. O pequeno grupo de imigrantes italianos aparece no mapa, mas nas ruas só se vê comércio oriental. Até mesmo na Mulberry Street, um pedaço da Itália dentro de Nova York, vê-se orientais vendendo, segundo o cartaz, o mais original gelato italiano que você irá experimentar longe do país da bota. Mesmo assim, um passeio pela Mulberry é essencial. Cantinas e pizzarias se amontoam com boas chances de boa comida.
A escolhida para o almoço foi a Lombardi’s, que segundo o guia é responsável por uma das pizzas da cidade. O pedido – meia marguerita, meia pepperoni com queijo pecorino acompanhadas de Brooklyn Lager da torneira – vem caprichado e é aprovado. Lombardi, filho do dono, está gravando o que parece ser um comercial, e grandes câmeras circulam pelo local. Ele parece ser uma persona conhecida aqui. Na foto sobre nossa mesa ele posa em meio a um quinteto formado pelo elenco de “Goodfellas” (Ray Liotta, Joe Pesci, Robert De Niro e Martin Scorsese).
A visita à loja BH não rende nenhuma compra. A encomenda da Lili está em falta, e eu namoro, namoro e namoro um modelo atualíssimo (e muito melhorado) da minha câmera, mas desisto na hora de subir ao altar. O preço estava ótimo (com taxas deveria morrer uns 500 dólares), mas economizar é preciso, e deixo o templo do consumismo eletrônico em Nova York com as mãos abanando. Ninguém cai no ringue de patinação do Rockfeller Center (a pista estava derretendo frente ao sol da tarde), mas algumas quadras acima esbarro sem querer no Soup “Nazi” Man (ele tem até site), o que já fez valer o dia (embora eu não tenha provado nenhuma sopa – risos).
A noite chega, e a parte Nova York da viagem precisa de uma despedida. O local escolhido é o Tribeca Grill, de De Niro. São quase 23h de uma segunda-feira, e o local já está fechando as portas. Decidimos ir a uma taverna, e entramos em uma qualquer que surge no caminho atrás de um bom hambúrguer e de uma boa cerveja. O resultado: descubro que a minha amada Duvel agora têm uma versão Green deliciosa (e menos violenta que a tradicional) e encerramos a noite com uma Chimay Grand Reserve que nos faz rir à toa (de tudo e todos).
Na manhã seguinte parto dormindo para o JFK para pegar o voo em direção a San Francisco. Esqueço a mochila em um dos transfers, e retorno para pega-la segundos antes da policial acionar o esquadrão anti-bombas. Ela sorri aliviada ao perceber que a mochila era minha, e parto em direção ao check-in tentando lembrar como a esqueci em um banco do metrô. Na fila do check-in, o aviso: o voo das 7h30 foi cancelado e vamos ser realocados em outro que faz escala em Las Vegas. “Vocês vão ter que esperar um tempo por lá, mas não se preocupe: o aeroporto de Vegas tem vários jogos para vocês passarem o tempo”, brinca a atendente.
Se é assim, bye bye Nova York. Vegas, lá vamos nós!
Mike Tyson que se cuide!
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