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Opinião do Consumidor: Bernard Dark
Em 1991, três tchecos venceram o leilão de privatização de uma pequena cervejaria fundada no século 16, em Humpolec, uma cidadezinha de 10 mil habitantes na fronteira da Bélgica com a França. A Bernard estava falida, mas os novos donos apostaram e conseguiram conquistar os belgas a ponto de, dez anos depois, ganhar um aporte financeiro da Duvel Moortgat, que colocou a Bernard na prateleira de 26 países.
Como diferencial, a Bernard optou por trabalhar a cerveja microfiltrada ao contrário da pausterizada, bastante comum no grande mercado. Deste modo, as Bernard passam por processos de fermentação, que duram de 7 a 10 dias, e maturação em caves, que pode chegar a 40 dias. O catálogo da casa traz mais de dez rótulos, entre eles a Bernard Dark, uma cerveja escura elaborada com quatro tipos de malte.
A tampa de pressão é um luxo, e assim que aberta derrama no ar o aroma reconhecível de malte tostado das cervejas escuras. Há algo de doce no conjunto que a suaviza e a diferencia em relação a outras lagers escuras – principalmente as britânicas, mais amargas e encorpadas. O padrão adotado é o tcheco. Há bastante similaridade da Bernard Dark com outras tchecas escuras, como a 1795 Dark, por exemplo.
Além do malte tostado, o aroma traz algo de ameixa e de frutas cítricas sem sugerir complexidade. O paladar, desde o primeiro toque na língua, é levemente adocicado com amargor quase zero. O toque na garganta lembra algo de açúcar caramelado que consegue esconder o malte torrado (que está ali sugerindo café e chocolate amargo, sem tanta convicção). No final, há um rastro de café que persiste por um bom tempo.
Há uma leveza excessiva e uma falta de complexidade na Bernard Dark que acabam comprometendo o resultado final. Os referenciais estão todos no lugar, mas ela é tão leve que você pode achar que está bebendo um copo d’água borrado de café. Na falta da ótima 1795 Dark, os fãs podem até despistar com a Bernard, mas a diferença saltará da boca nos primeiros goles. Eis uma cerveja que, mesmo premiada, é apenas ok.
Teste de Qualidade: Bernard Dark
– Produto: cerveja lager
– Nacionalidade: República Tcheca
– Graduação alcoólica: 5,1%
– Nota: 3,09/5
Leia também:
– 1795 Dark, leve amargor que mantém o gosto no paladar (aqui)
março 31, 2011 No Comments
Quatro dias para as férias
Tudo praticamente pronto para a viagem aos Estados Unidos. Hotéis reservados e ingressos de shows comprados. Só falta, acredite, garantir o ingresso do Coachella. Quatro dias para as férias e sete para a viagem. Mas antes ainda tem show do National em São Paulo…
Ps. Não resisti e comprei os tickets para o show do Tame Impala com abertura do Yuck em San Francisco, o que já vai garantir uma certa dor de cabeça, afinal já tinhámos reservado hotel em Los Angeles para a segunda pós-Coachella, mas… melhor garantir o ingresso (que custou 30 dólares) e depois pensar se vai rolar ou não ir.
06/04 – São Paulo / Nova York
07/04 – Nova York
08/04 – Nova York (Aimee Mann)
09/04 – Nova York (Sebadoh)
10/04 – Nova York (Rush)
11/04 – Nova York
12/04 – Nova York / San Francisco
13/04 – San Francisco (Broken Social Scene)
14/04 – San Francisco (PJ Harvey)
15/04 – San Francisco/ Índio (Coachella)
16/04 – Índio (Coachella)
17/04 – Índio (Coachella)
18/04 – Los Angeles
19/04 – Los Angeles
20/04 – Los Angeles
21/04 – Los Angeles / Chicago
22/04 – Chicago (Arcade Fire + National)
23/04 – Chicago / Columbus (Decemberists)
24/04 – Columbus / Chicago / São Paulo
Outros shows possíveis
MEN, no Music Hall Of Williamsburg, 07/04 (New York)
Charlie Sheen no Radio City Music Hall, 10/04 (Nova York)
Queens of The Stone Age no Fox Theather, 11/04 (Oakland)
Lauryn Hill no Warfield Theatre, 12/04 (San Francisco)
Bright Eyes no Fox Theater, 12/04 (Oakland)
CSS, na Glass House, 18/04 (Pomona)
!!! (Chk Chk Chk) no The Independent, 18/04 (San Francisco)
Tame Impala e Yuck no The Fillmore, 18/04 (San Francisco)
The New Pornographers no The Regency Ballroom, 18/04 (SF)
Broken Social Scene no Hollywood Forever Cemetery, 18/04 (LA)
Lauryn Hill no Club Nokia, 18/04 (Los Angeles)
The Pains Of Being Pure At Heart no Great American Music, 19/04 (SF)
The Go! Team, no Echoplex, 19/04 (Los Angeles)
Paul Simon, Pantages Theatre, 20/04 (Los Angeles)
Low, no Lincoln Hall, 21/04 (Chicago)
março 29, 2011 No Comments
De Luis Buñuel para Erasmo Carlos
Sai o surrealismo e entra a jovem guarda. Troca necessária neste momento. Em sua excelente biografia (recomendadíssima), o cineasta espanhol inspira a desordem, provoca o pensamento e instiga o caos social. Não há como ficar alheio ao mundo, e isso pode até enlouquecer (no mínimo garantir uma boa dor de estômago). Extremamente inspirador. E (deliciosamente) perigoso.
Por sua vez, em “Minha Fama de Mau”, Erasmo Carlos mostra toda a inocência dos primeiros anos do rock and roll. De mau Erasmo (e a jovem guarda) não tinha nada. Basta colocar lado a lado um filme de Buñuel de 1930 (“A Idade do Ouro”) e uma música de Erasmo e Roberto de 1963 (“Parei na Contramão”). 60 anos separam as duas obras, e quem era mau mesmo?
Erasmo narra um punhado de histórias inocentes de um garoto pobre do bairro da Tijuca. De causos de adolescência a histórias da jovem guarda (incluindo passagens de parcerias com Roberto até exemplos de sua rotina ao lado de um homem com toc), os capítulos surgem com um verniz de inocência que caracteriza (e muito) o período. Parecia não haver maldade. É tudo tão simples que, por vezes, soa simplório.
“Tocaram a campainha e fui atender. Tinha 17 anos e vivia com minha mãe – e os gatos, os periquitos e o cágado – no quarto alugado da rua Professor Gabizo. O tal casarão de beleza decadente, com seus azulejos coloniais e suas incontáveis pulgas. Na porta, estavam Trindade, Arlênio e um outro cara, que eles queriam me apresentar. O sujeito morava no bairro de Lins de Vasconcelos e se chamava Roberto Carlos. Ele fizera parte do Sputnicks e, com o fim do grupo, resolvera seguir em carreira solo. Já cantava boleros e sambas-canção em sua terra natal, Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo.
Gostei dele. Era simpático, usava topete e costeletas e vestia calça faroeste com uma jaqueta vermelha tipo James Dean. Conversamos bastante sobre rock, bebemos água da moringa de barro que eu tinha no quarto e comemos biscoito Aymoré. Num certo momento, a meu pedido, ele afinou o precário violão de cravelhas de pau que eu havia ganhado da minha avó Maria Luiza pouco tempo antes e cantou “Tutti Frutti” e “Don’t Be Cruel”. Arlênio e Trindade iniciaram um vocal que timidamente apoiei. Eu não tocava nem cantava, mas tinha a intenção de aprender. Foi demais!
O motivo daquela visita era saber se eu tinha a letra de “Hound Dog”, o grande hit de Elvis Presley que tocava adoidado nas rádios – Bill Halley ans His Comets viriam se apresentar em breve no Maracanãnzinho e o Clube do Rock, do qual Roberto fazia parte, iria fazer o pré-show. Ele queria aprender a canção e incluí-la no seu repertório.
Eu tinha a letra e prontamente o atendi, recorrendo aos meus arquivos musicais. Naquele mesmo instante ele começou a treinar o seu inglês capixaba enquanto levava sua batida com meu violão. Na saída, entre abraços e piadas sobre as pulgas, agradecido pela hospitalidade, ele disse a frase que mudaria minha vida:
‘Bicho, aparece lá na televisão.’”
Erasmo com Tim Maia
Leia também:
– De Stanley Kubrick para Luis Buñuel (aqui)
– Luis Buñuel e uma estranha reunião de fantasmas (aqui)
– Luis Buñuel: o que aconteceu com o surrealismo? (aqui)
– Luis Buñuel: o bar é um exercício de solidão (aqui)
março 25, 2011 No Comments
A inesquecível Westvleteren 8
Westvleteren é uma aldeia na província dos Flandres Ocidentais, na Bélgica. A cidade (quase na fronteira com a França) é conhecida por dar nome a uma cervejaria fundada em 1838 na abadia trapista de Saint Sixtus, que já foi apontada por especialistas como fabricante da melhor cerveja do mundo. O título que daria orgulho para muitas cervejarias não foi visto com bons olhos no monastério. “Nós fazemos a cerveja para viver, mas não vivemos para a cerveja”, avisou o coordenador do claustro, Mark Bode, em entrevista (imperdível) ao tablóide britânico The Independent.
“Os monges acreditam que o mais importante é a vida monástica, não a cervejaria”, continua Mark, lembrando que a produção de cerveja da Westvleteren visa apenas financiar a comunidade – assim como as outras cinco cervejarias trapistas belgas conduzidas por religiosos (a saber: Westmalle, Achel, Chimay, Rochefort e Orval). Eles levam a regra tão à sério que você não irá encontrar as Westvleteren para comprar em empórios ou distribuidores: desde 1941 ela é vendida unicamente no mosteiro, com cota máxima de cinco caixas de 24 garrafas para cada pessoa, e o cliente tem que prometer não vender a cerveja! Você sabe, Deus está vendo.
Essa número 8 da foto acima chegou a minhas mãos como um presente especialíssimo do Guilherme Tosi (@guilhermetosi), que visitou o mosteiro e comprou um pack de seis cervejas. A garrafa não traz rótulo, mas a tampinha leva o brasão da casa e exibe a validade – neste caso, maio de 2013 – além de avisar que você está diante de uma cerveja de 8% de graduação alcoólica. Eles ainda fabricam uma versão loura, de 5,8%, que é liberada para consumo dos próprios monges, e uma número 12 (de 12% de graduação alcoólica), a vedete da casa eleita a melhor do mundo pelo site independente norte-americano Rate Beer – para desespero da comunidade.
No caso da número 8, o aroma é seco e perfumado (maçã em destaque) com notas de cravo, ameixa e nozes – e algo que lembra muito a madeira (e conquista logo que a cerveja é derramada no copo). O sabor, maravilhoso, é encorpado, mas suave. O primeiro toque é adocicado, então um leve amargor se faz presente e ambos vão se revezando (de forma impressionante) sem que um prejudique o outro. Há algo de frutado (ameixa e cereja) e um adocicado que remete diretamente a açúcar mascavo (mas sem o melado). O malte torrado aparece discretamente ao lado do álcool, extremamente bem balanceado no conjunto de uma cerveja espetacular.
Não tem muito mais o que falar. É uma das melhores cervejas do mundo, ponto. Favorite o site do mosteiro (aqui) e leia, ainda, a entrevista rara que o monge Mark Bode concedeu ao The Independent (aqui). E coloque como meta um dia conhecer o lugar. Você não vai se arrepender.
Ps. Tosi, novamente, obrigado \o/
Ps 2. Nunca terminar uma cerveja deu tanta dor no coração.
– Westvleteren 8
– Produto: Dark Strong Ale
– Nacionalidade: Bélgica
– Graduação alcoólica: 8%
– Nota: 5/5
março 23, 2011 No Comments
Tour virtual pelo Royal Albert Hall
Eu e Tiago não resistimos e compramos os tickets para o show de Eric Clapton com Steve Winwood no mítico Royal Albert Hall, sala de concertos situada em South Kensington, Londres, inaugurado pela Rainha Vitória, em 1871. Ainda existem lugares de 65 libras (R$ 180), no tablado atrás da banda, mas fomos nos mais baratos, de 45 libras (R$ 120), que fica no círculo superior, no nosso caso à esquerda do palco, bem onde marquei esse ponto amarelo na imagem acima. Se você clicar na imagem poderá fazer um tour virtual de cair o queixo pela casa. Ou seja: não vamos ver só um puta show foda, mas o lugar, a atmosfera, a história, tudo. Abaixo o set-list do último show da dupla.
1. Had to Cry Today (Blind Faith)
2. Low Down (J.J. Cale)
3. After Midnight (J.J. Cale )
4. Presence of the Lord (Blind Faith )
5. Glad (Traffic )
6. Well, Alright
7. Tuff Luck
8. While You See A Chance
9. Key To The Highway
10. Midland Maniac
11. Crossroads (Robert Johnson )
12. Georgia
13. Driftin’ (acoustic)
14. How Long (Leroy Carr) (acoustic)
15. Layla (Derek and the Dominos ) (acoustic)
16. Can’t Find My Way Home (Blind Faith )(acoustic)
17. Gimme Some Lovin’
18. Voodoo Chile (The Jimi Hendrix Experience )
19. Cocaine (J.J. Cale )
20. Dear Mr. Fantasy (Traffic )
março 23, 2011 No Comments
Três canções: Echo and The Bunnymen
The Killing Moon (19/06/2008)
Rust (22/01/2011)
Nothing Lasts Forever (19/06/2008)
março 22, 2011 No Comments
Três canções: Jon Spencer Blues Explosion
Honey Bee (05/2011)
Rock Hard (05/2011)
Blues Explosion Man (05/2011)
março 22, 2011 No Comments
Europa 2011: mais alguns shows
Pelo jeito, vamos ficar com Londres mesmo nos três dias que restavam após a passagem por Barcelona e Amsterdã. A agenda não está toda fechada (cálculos de grana pra cá e pra lá), o único show já garantido é do Kills na casa ai da foto (atualização: compramos os tickets dos shows de Eric Clapton e Art Brut), mas ainda tem estes outros shows pintando nestes três dias londrinos:
01/06
Art Brut no The Lexington (R$ 32)
Emmylou Harris no Royal Festival Hall (R$ 40 a R$ 135)
Eric Clapton e Steve Winwood no Royal Albert Hall (R$ 120 a R$ 180) (comprado)
Fleet Foxes no Hammersmith Apollo (esgotado)
Wolfmother no HMV Forum (R$ 60)
02/06
Art Brut no The Lexington (R$ 32) (comprado)
Fleet Foxes no Hammersmith Apollo (R$ 75)
03/06
Art Brut no The Lexington (esgotado)
Donovan no Royal Albert Hall (R$ 80 a R$ 150)
Jerry Seinfeld no O2 Arena (R$ 230 a R$ 300)
The Kills no Roundhouse (foto): R$ 51 (comprado)
Low no Barbican Centre (de R$ 30 a R$ 50)
Two Door Cinema Club no O2 Academy (esgotado)
25/05 – Barcelona – Primavera Sound
26/05 – Barcelona – Primavera Sound
27/05 – Barcelona – Primavera Sound
28/05 – Barcelona – Primavera Sound
29/05 – Barcelona – Primavera Sound
30/05 – Amsterdã – PJ Harvey (esgotado)
31/05 – Amsterdã – PJ Harvey (esgotado)
01/06 – Londres
02/06 – Londres
03/06 – Londres – The Kills
04/06 – Bruxelas/Madri
05/06 – São Paulo
março 22, 2011 No Comments
Cinco fotos: Praga
Clique na imagem se quiser vê-la maior
Veja mais imagens de cidades no link “cinco fotos” (aqui)
março 21, 2011 No Comments
Três filmes: Naomi, Natalie e Juliette
“Jogo de Poder” (“Fair Game”, 2010)
A história da espiã norte-americana Valerie Plame já havia inspirado uma canção do Decemberists e agora ganha sua versão cinemão com a dupla Naomi Watts (no papel da espiã) e Sean Penn (como o marido Joseph Wilson) esbanjando carisma. O diretor Doug Liman tem mão boa para thrillers políticos, vide “A Identidade Bourne” (2002) e os dois filmes seguintes da franquia produzidos por ele – além do divertido “Sr. e Sra. Smith” (2005), outra história de espiões. Aqui, no entanto, a motivação é real. Joseph Wilson escreveu um editorial para o New York Times em que acusava a administração do presidente Bush de manipular informações (algumas coletadas pelo próprio diplomata) para justificar a invasão ao Iraque. Ou seja, a Casa Branca mentiu visando uma guerra (novidade?). No meio do caminho ferrou a vida de uma espiã que havia dedicado 18 anos de sua vida ao País. Um filmaço sobre manipulação de interesses no mundo moderno.
“Sexo Sem Compromisso” (“No Strings Attached”, 2011)
O ponto de partida desta comédia romântica inofensiva é até bacana: a câmera flagra um menino e uma menina conversando, ele tímido, ela falante: “Você é engraçada e esquisita”, ele diz. “Sim, sou esquisita”, ela concorda cinicamente. Corte: cinco anos depois eles se reencontram, paqueram e nada acontece. Mais quatro anos se passam e, bum, sexo. Natalie Portman interpreta Emma, uma garota louca (redundância, eu sei) que não quer se relacionar com ninguém, mas curte a idéia do sexo. Ashton Kutcher é Adam, o cara do primeiro fora (e de outros futuros). Eles topam encarar o lance de serem fuckbodys e, claro, alguém vai se apaixonar. Até ai, tudo bem, mas a história secundária, o roteiro, a trilha, o filme todo não precisava ser tão superficial. Não há química entre Natalie e o péssimo Ashton (era mais fácil enganar de chapado no “That 70′ Show”), mas Kevin Kline garante bons momentos quando aparece em cena. Pena que ele aparece pouco.
“Cópia Fiel” (“Copie Conforme”, 2010)
Primeira incursão européia do cineasta iraniano Abbas Kiarostami (e um dos melhores filmes do ano passado), “Cópia Fiel” discute o conceito da originalidade em uma obra de arte homenageando (ou seria copiando fielmente?) Rosselini (vale rever “Viagem à Itália”, de 1953, que flagra dois estrangeiros no ocaso do casamento) e Antonioni (e também os dois “Before”, de Richard Linklater) enquanto o casal de protagonistas passeia por uma cidadezinha da Toscana. A fotografia esplendorosa explora reflexos de vidros e espelhos (como em “Os Sonhadores”, de 2003, de Bertolucci) conseguindo resultados arrebatadores enquanto o barítono William Shimell (aqui interpretando o escritor britânico James Miller) e a atriz Juliette Binoche (como a francesa Elle) dão um show (com vários momentos de delicioso improviso) em um romance que não existe, mas que é muito mais belo do que vários que já existiram.
março 21, 2011 No Comments