Sobre relacionamentos
“Bem, muita gente vai torcer o nariz por estarmos usando este espaço para falar de algo tão idiota quanto o amor, mas será que o amor é que é idiota ou somos nós que adoramos complicas as coisas? E não tem jeito, você pode ser punk, brega, grunge, britpop, MPB, banger, trasher, hippie, hop ou até fã do Cebolinha, mas você não escapa, ninguém escapa de um relacionamento”.
Maio de 1999. A gente já tinha colocado dois fanzines na praça. O #2 trazia Chris Isaak na capa enquanto o #3 (veja aqui) estampava Ian McCulloch, do Echo and The Bunnymen (o #1, com o Kiss em destaque, só circulou entre amigos em fevereiro de 1997). Para o volume #4, pensei que seria legal provocar dedicando um fanzine inteiro ao tema “relacionamentos”.
A ideia era distribuí-lo no Dia dos Namorados, em junho, e assim nasceu a quarta edição do fanzine Scream & Yell. Emprestei a arte de um single do U2 para a capa (“If God Will Send His Angels”), e contei com muita ajuda da Karina, que me ensinou pagemaker e deu a maior força na edição.
Na primeira página, citação do grande zine SSP-Go, do chapa Mauricio Mota, declaração de amor a duas personagens de Dawson’s Creek e, daí em diante, vários textos românticos. A grande peça desta edição era um texto enorme que ocupava a página central do zine, chamado “Uma garota, colo e Smashing Pumpkis”, que pode ser resumidos com a teoria dos três gens – decorado com um coração baleado, imagem emprestada da comédia romântica roqueira “A Life Less Ordinary” (que colorida é tão mais bonita).
Tem texto do Thales de Menezes falando sobre Romance Rock and Roll, e um dos meus raros poemas que geralmente gosto mesmo em meus dias negros (quando tenho vontade de queimar ao menos 1800 dos 2000 poemas que escrevi). A resposta ao fanzine foi bem legal, e recebemos várias citações em diversos jornais pelo País, o que abriu caminho para a exagerada e problemática edição 5 (com Kevin Smith na capa) e para a redondinha edição 6 (Jerry Lee Lewis).
O Jamer, do ótimo Zinescópio, fez o grande favor de escanear a edição 4 do Scream & Yell e colocar para download no blog. Nessa época eu ainda morava em Taubaté, tinha deixado a biblioteca da Faculdade de Direito (após cinco ótimos anos) e estava começando um novo trabalho na Secretária de Pró-Extensão da universidade. Se alguém me perguntasse como as coisas estariam 10 anos depois, nem em meus sonhos mais bem humorados eu pintaria o retrato do que vivo hoje. E é um belo retrato.
Se você quiser ver como foram os primórdios do Scream & Yell, é só clicar aqui e baixar o PDF do arquivo. Bons tempos.
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