A volta da Escola de Escândalo
Brasília, começo dos anos 80, tudo acontecendo ao mesmo tempo agora. A cidade que catapultou Legião Urbana, Capital Inicial e Plebe Rude também viu nascer – praticamente ao mesmo tempo – outras bandas promissoras, quatro delas cravadas no imaginário pop de muitos através da coletânea “Rumores”. Lançado em 1985, este disco marca a estreia dos grupos Escola de Escândalo, Finis Africae, Elite Sofisticada e Detrito Federal, com duas canções de cada um deles.
A Escola de Escândalo foi formada em 1983 por Bernardo Mueller (irmão de Andre Mueller, da Plebe Rude, na voz) e Geraldo “Geruza” Ribeiro (irmão de Loro Jones, ex-Capital Inicial, no baixo), que vinham da banda XXX. Entre 1984 e 1985 entraram na banda o lendário guitarrista Fejão (1965-1996), o baterista Alessandro “Itália” e Marielle Loyola, como apoio vocal para Bernardo, e participou da coletânea “Rumores” com as faixas “Complexos” e “Luzes” (a segunda regravada pela Plebe Rude).
Segundo “O Diário da Turma”, livro de Paulo Marchetti, a banda acabou em 1988 deixando mais de 20 canções inéditas, faixas que ainda circulam pela web em versões demo e ao vivo, mas nunca foram registradas oficialmente pela banda. Fejão foi para o Anjos Caídos (depois Dungeon) e Marielle partiu para o Arte no Escuro (que lançou um álbum produzido por Gutje, da Plebe Rude) e, depois, Volkana.
Corte para 2010. De conversas por e-mail entre Geraldo e Marielle surge a possibilidade de resgatar o repertório da Escola de Escândalo. Com apoio de Bernardo Mueller, que aprovou a idéia, mas decidiu ficar de fora do projeto, Geraldo e Marielle resolveram realizar um registro das muitas músicas da Escola de Escândalo, convocando o baterista Totoni (que tocou na banda em 1984) e o guitarrista Alexandre Parente, parceiro musical de Fejão no Fallen Angel, para as gravações.
Assim, a Escola de Escândalo iniciou a produção do disco em outubro de 2010 fechando o repertório em dez faixas: “Caneta Esferográfica”, “Luzes”, “Complexos”, “Grande Vazio”, “Popularidade”, “Lavagem Cerebral”, “Quatro Paredes”, “Más Línguas,” “Só Mais Uma Canção de Soldados e Guerras” e “Celebrações” (do Arte no Escuro). O álbum deverá estar à disposição em março. Abaixo, “Complexos” ao vivo em Brasília, 22/01/11. Giovanni Casanova não faria melhor.
“Complexos”
janeiro 30, 2011 No Comments