As demos caseiras de Lennon e McCartney
Circa 1959/1960. Paul e John emprestam um gravador caseiro para registrar um ensaio da dupla, algumas vezes escudada por Stu Sutcliffe (já assistiu “Backbeat – Os Cinco Garotos de Liverpool”?) e outras por George Harrison. O registro traz coisas como “Wild Cat” (Gene Vincent), “One After 909” (música de Lennon composta em 1957 que só foi lançada no álbum “Let It Be”, 1970), “That’s When Your Heartaches Begin” (Elvis Presley), “I Don’t Need No Cigarette, Boy” (inédita de Lennon e McCartney) e “That’s When Your Heartaches Begin” (muito conhecida nos anos 50 com Les Paul e Mary Ford) e muito mais.
Algumas canções destas sessões caseiras apareceram no “Anthology 1”, como “Hallelujah, I Love Her So”, de Ray Charles, aqui em uma versão um pouco mais extensa, “You’ll Be Mine” e “Cayenne”, tema instrumental escrito por Paul McCartney, mas a maioria das canções do CD bootleg lançado em 1996 pelo selo Madman Records é inédita comercialmente. As canções, liberadas pelo colecionador Philip Cohen, podem ser baixadas aqui. E se você quiser vasculhar o acervo de Cohen, respire fundo e vá de coração aberto. Clique aqui e divirta-se.
janeiro 2, 2011 No Comments
A última canção do Terminal Guadalupe?
e a primeira do BrancaleoneZ…
“Olá. Como você já ter ouvido por aí, o Terminal Guadalupe vai encerrar suas atividades em definitivo. O show de despedida ficou para 06/02, às 15 horas, na Arena Mundo RIC, em Guaratuba (PR) – um domingo de verão à beira-mar. “Força” (baixe aqui) é a última canção da banda. Eu fiz a letra e a musiquei com ajuda de Fábio Serpe e Cláudio Farinhaque. Tem um quê de Big Star, de Teenage Fanclub, de… Cascadura! Espero que gostem. Apesar de gravada ao vivo, em 27 de maio de 2010, na Livraria Saraiva, em São Paulo, só foi mixada agora, em um belíssimo trabalho de Matheus Duarte (Match). A faixa estará na coletânea do programa Loaded. Daqui por diante, vou me dedicar ao projeto brancaleoneZ (tem um demo crua da primeira música, “Noite Branca”, sem mixagem e sem edição, aqui), mas de leve.
Obrigado pelo apoio ao longo dos anos – e, eventualmente, por ter falado mal, o que também chamou atenção para a banda.
Um grande abraço.
Feliz 2011.
Dary Jr. “
janeiro 2, 2011 No Comments
Adeus ano velho, Feliz ano novo
2010 se foi. Ainda bem. Não que o ano tenha sido ruim, muito pelo contrário. 2010 foi o ano em que o Scream & Yell foi mais comentado, falado e repercutido, e, por isso, o ano em que mais acumulei trabalho. Chegou uma hora em que eu não mais sabia se era noite, dia, se estava ouvindo um disco novo ou antigo, se estava escrevendo para uma revista, fazendo pauta para o podcast, editando textos para o site ou me preparando para as oito horas de trabalho no iG. Ou indo a shows.
Comecei 2010 trabalhando, discotecando na casa de um amigo na virada do ano e depois na Funhouse, e foi bom demais tocar “Milez iz Ded”, “Be My Baby” e “Smells Like a Teen Spirit” em alto volume no segundo dia do ano. Será que começar o ano trabalhando me fez trabalhar mais? (risos). Na seqüência vieram a segunda revisão do “Pequeno Livro do Rock”, da Conrad (esse), resenhas para a Rolling Stone e para a Billboard além dos primeiros rascunhos da terceira tour europeia.
Antes, porém, começou a saga da procura do novo ap, algo que tomou praticamente boa parte do tempo livre no primeiro semestre (e muita da paciência – rolou até vontade de processar a imobiliária). O drama que começou em fevereiro só se resolveu no começo de agosto, com uma nova casa, novos andares para a estante de CDs, um pouco de gastrite e muita dor nas costas (como disse um cara uma vez, ao pegar uma caixa de livros da minha mudança: “Cultura pesa”).
No fim de fevereiro começamos a publicar os grandes entrevistões (o bate papo com Wado em casa em novembro de 2009 foi o start). Primeiro vieram Heitor (Banda Gentileza) e Nevilton (leia aqui), que nos ajudaram a consumir 10 litros de cerveja enquanto discutíamos o novo cenário da música brasileira. Depois Romulo Fróes, em uma entrevista antológica resultado de uma noite regada a muita Leffe (leia aqui). Stela Campos e Lulina dividiram copos de cerveja tcheca conosco (leia aqui) enquanto o amigo Helio Flanders abriu o coração em um papo honestíssimo (leia aqui).
Os entrevistões surgiram da necessidade de abrir um espaço sério para discutir a música brasileira pelo olhar de uma geração que está no underground, mas devia (merecia) estar no mainstream. O método não é nada novo, mas é o mais próximo que chegamos de transformar uma entrevista em uma conversa de bar – com alguma ordem… e algumas cervejas. O repercussão foi excelente (chegou – sem crédito – até na Folha após publicarmos uma carta aberta de João Parayba, que rendeu e continua rendendo – essa), mas ainda é preciso discutir muito para entender as possibilidades que os anos 10 trazem para a nossa música. Pretendemos continuar o processo, mas isso é futuro, e aqui estamos resumindo o passado.
Em março começamos a produzir as festas Scream & Yell, na Casa Dissenso, dos amigos Erick e Muriel. Durante o ano rolaram shows de Charme Chulo, Cérebro Eletrônico, Romulo Fróes, Superguidis (em parceria com os amigos do Urbanaque) e Terminal Guadalupe lá, cinco bandas que respeitamos e admiramos muito – e fizeram grandes shows recheados de momentos inesquecíveis (meu preferido foi esse). Em março, ainda, comecei a escrever uma coluna mensal para a revista Noize, e concedi uma de minhas melhores entrevistas para a o Vinicius Bracin (leia aqui).
O grande evento pessoal do ano começou no dia 14 de maio: eu e Lili partimos para trinta dias na Europa, começando por Budapeste e seguindo por Viena, Bratislava, Praga, Barcelona, Roma, Atenas, Santorini, Istambul, Londres e Ilha de Wight. Difícil resumir tudo em um parágrafo, mas vou arriscar um top 3: Wilco no teatro Parco Dela Musica, em Roma (aqui). O barzinho em Ôia, Santorini, com uma janela com a melhor vista de todos os tempos (aqui). A final do mundial de hóquei no gelo (que a República Tcheca levou) na praça central de Praga (aqui). A viagem toda está contada aqui. Eu me divirto relendo.
Em julho foi a vez de anunciarmos a união do sites Scream & Yell, Urbanaque, Move That Jukebox! e Agência Alavanca sob o nome Confraria Pop. O projeto – que esperamos que cresça muito em 2011 – produziu noites encantadoras na Livraria da Esquina com shows de Apanhador Só, Nevilton, Rosie and Me, Do Amor, Banda Gentileza, Lestics, Jair Naves, Pélico e Rafael Castro. Bom demais estar cercado por pessoas especiais.
Também em julho começamos a gravar o Scream & Yell On The Radio, na Rádio Levis, sob auxílio do grande Edu Parez (@eduparez). O programa semanal foi ao ar (e continuará indo em 2011) todas as sextas a partir das 15h no http://radiolevis.com.br/ e você pode fazer o download de todos os 20 programas que gravamos em 2010 aqui ou aqui. No começo éramos eu e Tiago Agostini (@tiagoagostini), mas com o tempo fechamos a equipe com Marco Tomazzoni (@marcot_) e Tiago Trigo (@ttrigo). Na segunda quinzena de janeiro começamos a temporada 2011. Aguarde.
No segundo semestre aconteceram várias coisas “estranhas” (risos), mas excepcionalmente legais. Levei Robert Crumb para comprar vinis em São Paulo (e talvez este aqui seja o meu provável texto preferido do ano), fui entrevistado pelo eterno Ultraje a Rigor Roger Rocha Moreira (aqui), joguei bola no Canindé com Rai (aqui) e tive a honra de dividir uma importantíssima mesa de debate com Jan Fjeld, do UOL, e Alex Needham, do Guardian, em um ciclo de palestras no Itaú Cultural (aqui).
O Scream & Yell completou dez anos em novembro, assinou parceria de conteúdo com a MTV e participou de diversas ações de publicidade, divulgação e coberturas de shows e eventos (Festival SWU, Feira Música Brasil e Planeta Terra em destaque – aqui, aqui e aqui). O perfil @screamyell no Twitter integrou listas bacanas de perfis essenciais (leia mais aqui) como a da revista Superinteressante (@revistasuper), da revista Vip (@revistavip)e da revista Bula (@revistabula).
Agora junta tudo isso: escrever e editar o Scream, editar e gravar podcasts, produzir as festas Scream & Yell, participar da festas e reuniões da Confraria Pop, escrever as colunas pra Noize, planejar e fazer uma viagem de 30 dias, uma mudança de apartamento, discotecagens aqui, cervejas acolá, shows e oito horas de trabalho diário (incluindo plantões). Tenho lá um pouco razão de estar cansado vai, mas estou imensamente feliz de ter chegado ao fim de 2010 tendo feito tudo isso ao mesmo tempo agora. Não tenho mais o pique que eu tinha aos 20 anos, mas tenho me esforçado bastante para fazer o que o meu coração acredita ser o certo.
2010 se foi. Ainda temos o especial de melhores do ano, que entra no ar na metade do mês, mas já respiramos 2011. Há muito o que fazer, e muitas ideias novas e parcerias legais estão surgindo. Espero, sinceramente, que 2011 seja tão cansativo quanto 2010, desde que seja tão produtivo quanto. O ano que começa, mais uma vez, parece o último ano do resto de nossas vidas. Desistir nunca foi uma opção. Não temos escolha. Mas vou tentar, ao menos, me organizar melhor. Chega uma hora (na vida e no futebol) que já não conseguimos (e nem precisamos) ir atrás de todas as bolas, mas ainda assim participamos das principais jogadas da partida. Acho que essa hora chegou. A palavra agora é foco. E, ainda, sonhar. Se não estivesse sonhando eu não estaria aqui.
Um 2011 especialíssimo para todos nós.
janeiro 2, 2011 No Comments