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Posts from — novembro 2010

Minha primeira Verboden Vrucht

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A cervejaria belga Hoegaarden não produz apenas a clássica e deliciosa cerveja que leva o nome da casa. Além da própria, nascida em 1966 (com a cervejaria defendendo que a receita original data de 1441), a Hoegaarden ainda fabrica a Grand Cru (1985), com 8,5% de teor alcoólico e sabor marcante; a Speciale (1995), quase uma versão de luxo da Hoegaarden tradicional; a Rosée (2007), com sabor de framboesa; e a Citron (2008), quase uma limonada com um tiquinho de álcool (só 3%).

Não presente no site oficial, mas também fabricada pela cervejaria surge a Verboden Vrucht, que em bom português significa Fruto Proibido. Não é a toa que no rótulo Adão e Eva (em imagem inspirada no quadro de Peter Paul Rubens) trocam a maçã por um copo de cerveja. A ilustração tornou esta cerveja de alta fermentação rara, já que um processo da American Bureau of Álcool, Tobacco and Firearms, nos Estados Unidos, acusou a cervejaria de pornografia, e proibiu a Verboden Vrucht em território norte-americano.

Uma pena, já que a Strong Ale pecadora da Hoegaarden é simplesmente uma delícia. Esqueça a delicadeza da versão tradicional (bastante refrescante, mas inocente perto da Verboden Vrucht). O álcool (8,5%) está presente e se destaca na composição, do aroma ao paladar. O primeiro é marcado por malte, algo entre caramelo e café, e também uvas passas e cravo. Já o paladar é intenso, reafirmando o que pode ser sentido no aroma – mas valorizando o adocicado, que se esconde atrás do álcool no aroma, mas surge para contrabalancear no paladar.

Fato interessante: ela fica bem mais gostosa conforme vai esquentando no copo. Seu sabor se torna mais presente (e mais adocicado e frutado, mas não enjoativo), mas não é recomendável abusar da quantidade (cuidado, cuidado com os 8,5%).

Hoegaarden Verboden Vrucht
– Produto: Dark Strong Ale
– Nacionalidade: Bélgica
– Graduação alcoólica: 8,5%
– Nota: 3,71/5

Ps. Agradecimento a Marco Antonio Bart pelo presente raro 😛

novembro 30, 2010   No Comments

Batendo bola no Canindé com Rai

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Quem bate a falta? 😛

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Ensaiando a jogada

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Pose para a foto final

novembro 23, 2010   No Comments

Dois vídeos do Lou Reed em São Paulo

Uma frase do Marco Tomazzoni, em seu texto para o iG: “A experiência extrema do disco, ruídos e distorção pura, felizmente só serviu de inspiração – o show, ufa, tem momentos de melodia para afastar o desconforto”. Já Guilherme Werneck, em seu blog no Estadão, cravou: “Para os iniciados em noise e improvisação foi sensacional”. E realmente foi. Em cinquenta e tantos minutos intensos, Lou indicou o caminho para que Sarth Calhoun, nos computadores, e Ulrich Krieger, no saxofone e percussão, seguissem pelas densas brumas da barulheira.

Fisicamente ele está bem mais debilitado do que a última vez que cruzei com ele, em Málaga, na Espanha, três anos atrás. Aos 68 anos, Lou paga agora por uma vida de excessos. Paul McCartney, por exemplo, tem a mesma idade, e agita a galera durante quase três horas de show, se estrebucha no palco no fim após tropeçar em uma caixa de retorno, mas levanta na mesma hora e sai pulando saltitante inteiraço (assista ao vídeo aqui). Recado óbvio que fica: a maconha venceu a heroína. Mesmo assim, a lenda sobrevive.

No começo do show ele ficou brincando com uma mesa de ruídos. Depois alternou duas guitarras dando um trabalho danado para o roadie. O melhor momento da apresentação foi, inclusive, Lou castigando as cordas da guitarra com ferocidade e sorrisos. Ulrich mostrou momentos de melodia no sax e Sarth subvertia tudo via computador. O show é uma experiência sonora intensa, que faz a mente viajar. Muitas pessoas saíram do teatro desde os primeiros dez minutos reclamando do som ensurdecedor vindo do palco. Falta de aviso não foi.

Para quem ficou, Lou deu um presente de fazer a alma sorrir por meses a fio. Após o trecho final do show, em que ele posa de bad boy empunhando uma guitarra na frente do palco (único momento do show em que ele se levanta do banquinho), e os pedidos insistentes de bis, o músico voltou sozinho, sentou e tocou na guitarra uma versão carregada de barulho (e efeito de melodia de teclado) de “I’ll Be Your Mirror”, do clássico “The Velvet Underground & Nico” (1967). Finada a versão foi apertar a mão da turma de fãs que se acotovelava no gargarejo. A noite terminou com uma roadie mandando uma chuva de palhetas personalizadas. Uma delas está aqui… e eu não vendo.

😛

Leia também:
– Lou Reed dribla rigor e canta em SP, por Marco Tomazzoni (aqui)
– Lou Reed perturba de novo a ordem, por Jotabê Medeiros (aqui)
– Lou Reed ao vivo em Málaga, 2008, por Marcelo Costa (aqui)
– Lou Reed explica pq não canta as “velhas canções” (aqui)
– Lou Reed ao vivo em Sâo Paulo, 2000, por Marcelo Costa (aqui)

novembro 22, 2010   No Comments

Três vídeos do Raveonettes em São Paulo


“Bowels of the Beast”


“Black Satin”


“Little Animal”

Em 2005, no Curitiba Rock Festival, espremidos entre as apresentações sensacionais de Weezer (no sábado) e Mercury Rev (no domingo), a dupla Sune Rose Wagner e Sharin Foo fez uma apresentação correta, mas extremamente decalcada no som do Jesus and Mary Chain (paixão que escorre por cada acorde praticada pelo duo). Parecia cover de canções que a gente não sabia que o Jesus tinha feito. Em 2010, para uma Choperia do Sesc Pompéia com ingressos esgotados (mas não lotada), o Raveonettes mostrou o famoso wall of sound que tanto marca presença nos discos. A corrente de Jesus e Maria continua assombrando o Raveonettes, mas ao menos nesta noite foi possível ouvir a presença de Phil Spector nos riffs. E o show foi bonito (e baixo – devido ao limite de decibéis imposto pelo Sesc), dançante e rock and roll.

01. Attack Of The Ghost Riders
02. Veronica Fever
03. Let’s Rave On
04. Bowels of the Beast
05. Lust
06. Dead Sound
07. Black Satin
08. Break Up Girls!
09. The Beat Dies
10. Heart Of Stone
11. Little Animal
12. Oh, I Buried You Today
13. Love In A Trashcan
14. Twilight
15 Last Dance
16. Blush
17. Aly, Walk With Me

Bis
18. My Tornado
19. That Great Love Sound

Leia também:
– Weezer, Mercury Rev, Raveonettes e mais no Curitiba Rock (aqui)

novembro 21, 2010   No Comments

Cinco fotos: Paris

Clique na imagem se quiser vê-la maior

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A chuva e as luzes

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A pirâmide e a roda gigante

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A torre e a bandeira

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O retrato de uma mulher

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Esperando o Portal do Inferno abrir

Veja mais imagens de cidades no link “cinco fotos” (aqui)

novembro 18, 2010   No Comments

De La Coruña, 1906 Reserva Especial

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Fabricada pela Estrella Galícia, a 1906 Reserva Especial é uma Vienna Lager que homenageia a data de fundação da cervejaria espanhola, mas nasceu apenas nas comemorações do centenário da fábrica, em 2006, presenciada inclusive pelo rei da Espanha, Juan Carlos. Fundada por José Maria Rivera Curral na cidade de La Coruña, a Estrella Galícia ainda continua na família sendo administrada pela quarta geração do patriarca.

De coloração âmbar caramelada, a 1906 Reserva Especial exibe um creme branco de baixa formação e permanência, e destaca no nariz um aroma forte e alcóolico, com os 6.5% da receita batendo ponto e chamando a atenção ao lado das notas de caramelo tradicionais do estilo, e derivadas do malte, mais milho (presente na receita) e certa sugestão de condimentação, provavelmente fruto da picância do álcool.

Na boca, o álcool novamente é a estrela, mas divide de forma elegante a atenção com o malte tostado, que comparece em notas adocicadas remetendo a melaço e caramelo, com o lúpulo se encarregando de equilibrar o conjunto (o amargor surge dividido entre álcool e lúpulo). Novamente, uma sensação de condimentação marca presença. O final é adocicado e levemente picante enquanto o retrogosto traz caramelo e uma leve adstringência. Boa.

1906 Reserva Especial
– Produto: Vienna Lager
– Nacionalidade: Espanha
– Graduação alcoólica: 6,5%
– Nota: 2,69/5

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 Leia também:
– Top 500 Cervejas, por Marcelo Costa (aqui)
– Leia sobre outras cervejas (aqui)

novembro 18, 2010   No Comments

Download: Indie On The Run, Paul McCartney

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 Bandas brasileiras homenageiam Paul McCartney em coletânea organizada pelo site Rock ‘n’ Beats. O texto de apresentação é meu. Leia, repasse para os amigos e baixe as vinte faixas gratuitamente aqui

novembro 17, 2010   No Comments

Opinião do Consumidor: Murphy’s Irish Red

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Tradicionalmente, a Red Ale é irlandesa. Lá ela é chamada também de Irish Red, e o que a diferencia das outras ales (as cervejas de alta fermentação) é sua cor avermelhada – devido ao malte tostado, que marca não só a cor como o aroma e também o paladar.

A cervejaria Murphy’s foi fundada em Cork, na República da Irlanda, em 1856, o que garante o slogan de mais de 150 anos de tradição cervejeira. Em 1983, a fábrica foi vendida para a Heineken International, passando desde então a produzir, além da Murphy’s Irish Red e da Stout, a Heineken para o mercado irlandês (dominado pela lager Harp).

O negócio também serviu para exportar a Murphy’s Irish Red, uma ótima representante do estilo, para o mundo (inclusive para o Brasil). O malte tostado (seu grande segredo) já é perceptível no aroma, agradável, que deixa escorrer um pouco de madeira e caramelo. O sabor segue o aroma, com o malte marcando o final com leve e interessante amargor, mas o aguado desequilibra um pouco o conjunto.

Mesmo assim, em território irlandês, para quem quiser fugir das stouts (cuja representante mais famosa é a Guiness, cerveja escura número 1 do Reino Unido) e das lagers (a Harp, cerveja número 1 da Irlanda, é leve e gostosa, mas bem parecida com as nossas), a Murphy’s Irish Red é uma excelente pedida. Não é perfeita, mas tem um conjunto bastante agradável.

Teste de Qualidade: Murphy’s Irish Red
– Produto: Red Ale
– Nacionalidade: Irlanda
– Graduação alcoólica: 5%
– Nota: 2,85/5

Leia também:
– Harp, uma lager irlandesa muito boa (aqui)
– Outras cervejas (aqui)

novembro 15, 2010   No Comments

Três vídeos do Norah Jones em São Paulo


“Long Way Home (Tom Waits Cover)”


“Cry, Cry, Cry (Johnny Cash Cover)”


“Lonestar”

As sete primeiras músicas foram do álbum do ano passado, “The Fall”, com Norah Jones (gatíssima de vestidinho vermelho e botas) na guitarra e uma acentuação mais roqueira na sonoridade da banda. Nesta primeira parte, apesar da simpatia da filha de Ravi Shankar, o show foi monótono. As coisas começaram a tomar forma quando Norah, ainda na guitarra, anunciou que iria começar a tocar números antigos, “bem antigos”, segundo ela. E assim foi.

“Come Away with Me”, faixa título de seu álbum de estreia, em 2002, abriu a segunda parte do show seguida por “The Long Way Home”, cover de Tom Waits que integra o multiplatinado “Feels like Home” (2004). Johnny Cash foi lembrado com uma versão de “Cry Cry Cry” (inclusa no Live EP da edição de luxo de “The Fall”, que ainda traz “Jesus, etc.”, do Wilco, não tocada em São Paulo), mas o público aplaudiu mesmo a versão sensual de “Don’t Know Why”, com Norah ao piano e o autor Jesse Haris tocando violão.

Da metade pra frente foi um show bem bonito, mas nada imperdível. Norah Jones é fofa no palco, mas falta algo ao show. Provocando é possível dizer que falta alma. Falta uma marcação mais classuda na cozinha (as músicas mais antigas, com baixolão fazendo a cama, soaram bem melhores), algo que bata no peito do ouvinte, que faça ele sentir a canção. No Parque da Independência, em um dia de sol e um pouco de frio, Norah Jones fez um show correto para o maior público de sua carreira (25 mil dentro do parque, um tanto quase igual fora). Poderia ser melhor, mas ainda assim valeu a pena.

01. “I Wouldn’t Need You”
02. “Tell Yer Mama”
03. “Light as a Feather”
04. “Even Though”
05. “Young Blood”
06. “It’s Gonna Be”
07. “Chasing Pirates”
08. “Come Away with Me”
09. “The Long Way Home”
10. “Broken”
11. “Cry Cry Cry”
12. “Waiting”
13. “Back to Manhattan”
14. “Sinkin’ Soon”
15. “Carnival Town”
16. “Don’t Know Why”
17. “Stuck”
18. “Lonestar”

Bis

19. “Sunrise”
20. “How Many Times Have You Broken My Heart”
21. “Creepin’ In”

novembro 15, 2010   No Comments

Três vídeos do Belle and Sebastian em SP


“The Fox in the Snow”


“Jonathan David”/”Get Me Away from Here I’m Dying”


“Me and Major”

O tempo passa. Nove anos atrás eles faziam algum sentido (e músicas beeem melhores). Os shows eram inaudíveis, mas o público cantava alto e encobria os (possíveis) defeitos. A inocência como virtude. Em 2010, o sentido parece ter ficado parado no tempo (perdido?) e o show soa deslocado, mas a noite teve seus momentos (embora a sensação de ‘foto desbotada’ tenha pairado no ar a noite toda). O público já não canta efuzivamente todas as canções, o que deixa mais visível (e sofrível) o som de coreto de cidade do interior (da Escócia) que saia pelas caixas. “Parte da ilusão da euforia indie morreu um pouco hoje no palco do Via Funchal”, escreveu o amigo Jardel Sebba no Twitter. Uma frase interessante demais para se refletir. O tempo passa.
Set List

01. “I Didn’t See It Coming”
02. “I’m a Cukoo”
03. “Step Into My Office, Baby”
04. “Another Sunny Day”
05. “I’m Not Living in the Real World”
06. “Piazza, New York Catcher”
07. “I Want the World to Stop”
08. “Lord Anthony”
09. “Sukie in the Graveyard”
10. “The Fox in the Snow”
11. “Travellin’ Light”
12. “If You’re Feeling Sinister”
13. “Write About Love”
14. “There’s Too Much Love”
15. “The Boy with the Arab Strap”
16. “If You Find Yourself Caught in Love”
17. “Simple Things”
18. “Sleep the Clock Around”

Bis

19. “Jonathan David/”Get Me Away from Here I’m Dying”
20. “Judy and the Dream of Horses”
21. “Me and the Major”

Leia também:
– Belle and Sebastian no Free Jazz, 2001, por Marcelo Costa (aqui)

novembro 11, 2010   No Comments