Dias cinzas
Não sei o motivo, mas dias cinzas me lembram poesia. Não escrevo uma poesia já faz uns… seis anos. Mesmo assim, uma amiga me mandou um e-mail na sexta-feira:
– O site está lindo e sempre muito interessante. Ai lembrei-me de uma coisa: a muuuuuito tempo você tinha postado uns poemas seus lá e hoje tentei relê-los, sem sucesso. Inclusive estava procurando um em especial, lembro somente de um trecho e de certa forma me sinto envergonhada por não me lembrar do título. Era algo sobre a solidão freqüentar tanto a casa que já estava pegando cerveja na geladeira.
Fui olhar os poemas (eles estão aqui) e deu tanta saudade de escrever. Nisso colocamos na minha conta o fato de eu já estar bastante tenso com a mudança de apartamento (tenso leia-se: gastrite), não ter tido o melhor dos fins de semana dos últimos tempos, e ainda ter assistido a cinebiografia do John Keats, “Bright Star”. Tuitei assim que sai da sessão:
“Bright Star: um senhor chorava de soluçar ao meu lado numa cena mais bonita que o filme”.
E conclui:
“É uma pena não poder morrer tão facilmente hoje em dia. Nos resta… chorar.”
Uma amiga, espertamente, comentou:
“Saiu tuberculoso de Bright Star? =) // A ed. Hedra tem um pocket bilingue do “Ode sobre a Melancolia” do Keats. Fino”.
Não sei se sai tuberculoso do filme, mas vou comprar o livro (apesar de preferir muito mais os franceses aos ingleses) e ver se rabisco algum poema. Um dos motivos de não escrever tanto tempo é estar feliz (e a felicidade é brega em 99% dos casos). Porém, ando triste, os dias estão cinzas e não estou conseguindo dar conta do mundo. Se você acompanha esse blog há algum tempo sabe que não existe motivo de preocupação. Afinal é melhor morrer de vodka do que de tristeza, certo.
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