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República Tcheca 2 x 1 Rússia

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Imagine um gringo solto na avenida Paulista no dia da final da Copa do Mundo de Futebol, com Brasil e Argentina disputando a taça. Foi mais ou menos o que aconteceu conosco, soltos em Praga na Staromestské Namesti (a praça mais linda do mundo, grifo – que assino embaixo – do amigo Carlos) no domingo, acompanhando com o povo tcheco a final do Campeonato Mundial de Hóquei no Gelo, em que a República Tcheca bateu os até então invencíveis russos (os caras não perdiam uma partida desde 2007!!!!) na final por 2 a 1.

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O clima de agito começou logo cedo. Assim que chegamos em Praga, ao meio dia, desfizemos as malas e partimos atrás da Charles Bridge, ponte de 500 metros construída em 1357 que traz, em seu percurso, 30 diferentes estátuas e esculturas e é deslumbrante. Deslumbrante. Totalmente tomada por turistas, a ponte e o centro da cidade pareciam nos ter colocado na alta temporada do verão europeu, tamanha a quantidade de pessoas caminhando, se esbarrando e comprando bugigangas nas ruas estreitas de Praga. Até então, na rua só turistada e tchecos só nas lojinhas.

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Porém, na Staromestské Namesti, dezenas de camisetas dos Czech coloriam a praça em vermelho, branco e azul. Bandeiras eram pintadas no rosto enquanto cerveja, wurst e um delicioso espetinho de frango (esse aqui) eram consumidos em doses cavalares pelos presentes. Na semifinal, a Suécia bateu a Alemanha e ficou com o terceiro lugar (e os tchecos torciam pela Alemanha). No entanto, o grande momento da noite iria acontecer com o dia morrendo atrás do Castelo de Praga, a praça abarrotada e a confiança dos torcedores (e das torcedoras – aqui) na vitória praticamente impossível.

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Os tchecos abriram o placar aos 20 segundos ampliando para 2 a 0 logo depois. É irônico como os os esportes se repetem. Com 2 a 0 de vantagem, os tchecos recuaram, e a Rússia foi à frente. À três minutos do final, os russos deram cinco chutes perigosos à gol, um deles batendo na trave do goleiro tcheco. Mas, com 35 segundos pro jogo acabar, o russo Datsyuk acertou uma porrada de primeira, indefensável, e diminuiu. Os 30 segundos seguintes foram enlouquecedores, e a torcida contou os dez segundos finais em festa. República Tcheca campeã (e nós em Praga).

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Voltando de tram para o hotel percebemos que vários telões estavam espalhados pela cidade. A torcida comemorava a vitória que, para você sentir o peso da coisa toda, teve direito até a presença do presidente tcheco Vaclav Klaus nos vestiários parabenizando o time campeão. Não sei se há uma grande rivalidade entre a República Tcheca e a Rússia (como a nossa com os argentinos), mas é de se imaginar que algo exista, já que os russos invadiram a Tchecoslováquia nos anos 60 e assumiram o poder. Política e esporte se misturam no imaginário, mas quem dorme feliz hoje são os tchecos.

Fotos da viagem:
http://www.flickr.com/photos/maccosta/
http://www.flickr.com/photos/lilianecallegari/

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