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Posts from — janeiro 2010

Meu set list do Unbuttoned, na Rádio Levis

Nesta sexta fui o convidado da Rádio Levis para comandar o Unbuttoned, um programa que toda sexta convoca alguém do meio musical (jornalista, músico) para fazer uma seleção de músicas. Escolhi as 15 faixas abaixo concentrando o repertório no território nacional.  

01) Nunca Nunca, Lê Almeida
02) Paz e Amores, Nevilton
03) Elvis, Frank Jorge
04) Lição de Casa, Pullovers
05) Alguma Coisa Me Diz, Lestics
06) Coracion, Banda Gentileza
07) Pavão Macaco, Wado
08) Meu Príncipe, Lulina
09) Cidade Baixa, Bruno Morais
10) Crua, Otto
11) Olhar de Mangá, Erasmo Carlos
12) Pareço Moderno (Remix by Guab), Cérebro Eletrônico
13) O Que Todo Mundo Quer/Ninguém Liga, Rômulo Fróes e Nina Becker
14) Artista, Rubinho Jacobina
15) O Que Que Nego Quer, De Leve

O programa é semanal, e o convidado da semana indica o da próxima. Convoquei o chapa Tiago Agostini para fazer a sua seleção, próxima sexta (05/02) às 14h. A minha seleção você pode baixar para ouvir aqui.

janeiro 29, 2010   No Comments

Opinião do Consumidor: Cerveja Czechvar

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A Czechvar é um ícone da República Tcheca, mas lá é conhecida como Budweiser Budvar. Devido a uma pendenga judicial com a Anheuser-Busc, dona da Budweiser norte-americana, a Budvar precisou mudar seu nome para ser exportada para alguns países. É uma cerveja que lembra muito as brasileiras, com seu amargor característico marcando o paladar.

A Pilsen como a conhecemos nasceu na cidade de Pilsen, na República Tcheca. A Czechvar começou a ser produzida em 1895 pela Budejovicky Budvar, uma das mais respeitadas cervejarias do mundo, que começou sua história com cerveja em 1265 na cidade de Ceské Budejovice (sede do governo da região da Boémia do Sul), que fica a duas horas de Praga e a uma hora da fronteira com a Alemanha (região da Baviera).

Uma das marcas mais famosas em seu país (uma de suas concorrentes – em qualidade e história – é a 1795), a Czechvar é muito leve e refrescante, mas a dosagem perfeita de malte e lúpulo confere ao conjunto um sabor perfeito para esta que é considerada por muitos como uma das melhores pilsens do mundo. A long neck (300 ml) pode ser encontrada entre R$ 7 e R$ 10 enquanto a garrafa (500 ml) sai por R$ 12.

Czechvar (Budweiser Budvar)
– Produto: Cerveja Lager
– Nacionalidade: Tcheca
– Graduação alcoólica: 5%
– Nota: 3,9/5

janeiro 27, 2010   No Comments

Coluna: Golden Globes

Pré-Script: Vou tentar ser fiel a este espaço e escrever uma coluna toda segunda nos moldes da antiga Revolution, algo que é mais pessoal do que o Scream & Yell, por isso postada no blog, mas tem a ver com coisas de lá. Bem, as palavras falam por si… sempre.

James Cameron e os atores de “Avatar”

Foto: GoldenGlobes.Org

Eu completo 40 anos neste ano. É a primeira vez que escrevo isso, e olho isso frente a frente, e não dá nem um friozinho que seja no estômago. Fazer 40 anos com a mente sã e alma lívida ajuda e muito a manter o foco nas coisas que a gente acredita, acho eu. Porém, inevitável, fazer 40 anos (e aproveitar todo esse tempo) é, numa comparação rasteira, viver o dobro do que alguém de 20 já viveu. São 20 a mais para se ouvir discos, assistir a filmes, ler livros e enterrar amigos.

Porém, por mais que a gente se policie, o mundo (principalmente o cultural) é muito mais novo que nós – e a gente já viu e viveu um bocado. Jovens músicos começam a fazer barulho em alguma garagem, arranjam um contrato bacana, e viram ídolos. Você já viu isso. Do nada, topamos com algum filme sensacional de algum diretor que nem aprendeu a falar direito com jornalistas, mas conhece a linguagem cinematográfica e consegue emocionar com algumas idéias toscas na cabeça e uma câmera na mão.

A gente ainda consegue se emocionar (ok, falo por mim), mas ficamos mais emburrados com a apatia cultural. E, após escrever tudo isso, fica parecendo que o problema na verdade não é mundo, e sim somos nós, sou eu. A música internacional anda tropeçando feio já faz uns três anos (a nacional vive uma fase excelente, mas no underground). Artistas enganam o público com discos medianos, e fica tudo por isso mesmo.

Às vezes parece que estou desconectado do mundo. E percebi muito disso assistindo a entrega do Globo de Ouro 2010, talvez a pior edição da premiação em anos e anos, e claro que ela não é culpada sozinha: se o ano foi ruim é porque a safra cinematográfica é ruim, ou talvez seja mau-humor da minha parte, e não eu esteja valorizando os futuros clássicos do cinema. Será mesmo?

Na minha ótica desfocada, o Globo de Ouro 2010 premiou bilheterias, dando uma pista para futuras premiações: você quer um Golden Globe? Fature bastante que a gente dá. Os principais filmes e artistas premiados foram recordistas de bilheterias no ano que passou, e é sempre bom lembrar que os executivos estão pisando sobre ovos em tempos de internet, peer-to-peer e pirataria à vontade nas principais ruas do mundo.

O que mais estranha, no entanto, é que o Globo de Ouro é a premiação dos jornalistas estrangeiros nos Estados Unidos, e não dos executivos ou da Academia. A Academia valorizar “Avatar” é uma coisa, a imprensa, outra. “Avatar” e a vitória da técnica sobre a inspiração. Mas, por outro lado, é também a senha para a Indústria de que o mercado ainda está vivo, e de que cinemas Imax e/ou 3D seja uma saída, uma fuga do caos desenhado nos últimos quatro, cinco anos.

A rigor, cifrões deveriam impressionar economistas, banqueiros, investidores e produtores. Não que o lucro seja um problema, pelo contrário, ele é necessário, mas quando passamos a visar o lucro pelo lucro viramos objetos da própria moeda que criamos, reféns de nossa própria ignorância. Pouca importa se o filme realmente é bom. O que importa é quanto ele conseguiu arrecadar nas bilheterias. Se for assim, estamos a um passo do abismo.

O que se viu no Globo de Ouro foi uma premiação voltada ao mercado e não ao cinema. A Academia pode sujar as mãos à vontade agora. O Globo de Ouro sempre foi referencia para a Academia, afinal, jornalistas teoricamente assistem a todos os filmes, o que é difícil acreditar que atrizes – e mães – como Angelina Jolie e Julia Roberts (para citar dois exemplos) tenham tempo entre seus filmes e filhos para assistir a todos os concorrentes. Ou seja: o Globo de Ouro é um guia, uma colinha para os desavisados.

Tenho muito receio do que pode acontecer com o cinema daqui pra frente, se o que contar realmente for grandes bilheterias. Assim como “Nevermind”, do Nirvana, abriu um buraco no peito da Indústria, por onde entraram dezenas de novas bandas, “Pulp Fiction”, de Quentin Tarantino, fez o mesmo pelo cinema independente em uma época de grandes blockbusters. Mas isso foi há 16 anos, e os blockbusters voltaram fortes e poderosos para mostrar que o dinheiro realmente vale mais.

Talvez nos reste, como último recurso, esperar que algum moleque viciado em cinema apareça com algum filme brilhante feito em sua própria casa, e abra um novo caminho nesta selva de pedra, aço e dólares. Talvez. Ainda temos tempo para revoluções? Em “Sonhadores”, de Bertolucci, uma questão era proposta através de uma frase: “Toda petição é um poema, todo poema é uma petição”. Isso era 1968. Em 2004, data do filme, ou agora, poderíamos dizer: “Toda petição é uma folha de cheque, toda folha de cheque é uma petição”.

Mudou o mundo ou mudamos nós.

Ps1: Ainda não vi “Fita Branca”, mas quero muito ver.
Ps2: Robert Downey Jr. está ótimo em “Sherlock Holmes”, mas é sério que valia um Globo de Ouro?
Ps3: Gostei muito de “Se Beber, Não Case”, que uma pessoa esperta poderia ter traduzido como “Ressaca”. Talvez tivesse votado em “500 Dias com Ela”. Talvez.
Ps4: A estatueta de Melhor Ator Coadjuvante do Oscar já vai sair da fábrica com o nome de Christopher Waltz
Ps5: No Oscar não vai dar Meryl Streep, né. E nem Sandra Bullock. Vai?
Ps6: Estou curioso por “Nine”, mas é claro que vou me decepcionar.
Ps7: O filme a ser visto se chama “Guerra ao Terror”.

janeiro 18, 2010   No Comments

França: Três cervejas da Brasserie Duyck

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Dia desses, numa mesa de bar, algum amigo soltou uma daquelas “verdades de boteco”: “Um país que produz bom vinho não tem uma boa cerveja”. Não sei ao certo de onde ele tirou essa informação assim como não posso afirmar se é verdadeira, mas quem disse isso não deve conhecer a Jenlain, belíssima cerveja nascida no país número 1 em vinhos e champagne: a França.

A Jenlain é produzida pela Brasserie Duyck, a líder em vendas de cervejas especiais na França, produzindo cervejas somente com água, malte, lúpulo e levedura, sem aditivos ou conservantes. A cervejaria nasceu em 1922, após o filho Félix herdar a paixão por cervejas do pai, Léon Duyck, que fabricava cervejas de modo artesanal desde o começo do século passado.

No começo, a Jenlain era distribuída em grandes barris de madeira que abasteciam as tabernas locais. Após a segunda guerra, o hábito da população mudou, e os cervejeiros passaram a consumir a bebida em casa. Para atender a esse novo mercado, a Jenlain passou a reciclar garrafas de champagne para envasar suas cervejas, o que durante muito tempo foi marca registrada da cervejaria.

Em 1968, a cerveja fabricada pela Brasserie Duyck passou a receber o nome do vilarejo onde era produzida: Jenlain, um povoado que fica a cerca de 200 Km de Paris. Em 1993, ainda conduzida pela família Duyck (aliás, até hoje), a Jenlain passou a ter uma segunda marca, a Jenlain Ambrée, e em 2005, a Jenlain tradicional passou a se chamar Six dando espaço para a entrada de uma nova cerveja no cardápio: Jenlain Blonde.

As duas mais novas cervejas da casa são consideradas Biére de Garde, que em português significa cerveja de guarda, definição das cervejas fabricadas em pequenas cervejarias no norte da França. A fabricação ocorria durante os meses frios e estas cervejas ficavam guardadas, maturando até os meses quentes do verão, quando as altas temperaturas e leveduras selvagens poderiam atrapalhar o processo de fabricação.

Com estas três especialidades, a Jenlain honra o prazer pela boa cerveja na França. As três cervejas são excelentes, cada uma com um sotaque particular. A Jenlain Six é a mais leve das três, mas carrega detalhes que também vão aparecer nas outras duas, a saber: o aroma é frutado, valorizando muito o malte. O paladar é extremamente adocicado, a ponto de não se perceber o amargor, com um toque suave de mel.

A Jenlain Blonde parece uma versão premium da Jenlain Six. Tem as mesmas características, e mais álcool. São 7,5% da Blonde contra 6% da Six. Já a Jenlain Ambreé é mais carregada. Enquanto a Six e a Blonde são alaranjadas, a Ambreé é ruiva e tem mais corpo que suas irmãs. Seu paladar intenso – com notas de mel e ameixa –  lembra, em alguns momentos, uísque.

Há uma definição bacana para explicar a paixão dos franceses pela Jenlain, especialmente a Six: “Se Brigitte Bardot fosse engarrafada, seria a Jenlain Six”, diz uma frase. O único problema é que, como são muito adocicadas, elas enjoam em grande quantidade. Ou seja: não é cerveja para se beber muitas. Mas são ótimas companheiras em refeições e duas seguidas podem deixar muito marmanjo “altinho”. O preço, no Brasil, varia entre R$ 8 e R$ 12. Vale muito experimentar.

Jenlain Six
– Produto: Cerveja Pale Lager
– Nacionalidade: Francesa
– Graduação alcoólica: 6%
– Nota: 3,30/5

Jenlain Blonde
– Produto: Cerveja Ale Bière de Garde
– Nacionalidade: Francesa
– Graduação alcoólica: 7,5%
– Nota: 3,35/5

Jenlain Ambreé
– Produto: Cerveja Ale Bière de Garde
– Nacionalidade: Francesa
– Graduação alcoólica: 7,5%
– Nota: 3,32/5

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Leia também
– Top 1001 Cervejas, por Marcelo Costa (aqui)
– Leia sobre outras cervejas (aqui)

janeiro 17, 2010   No Comments

“O Quarto Verde”, “Zodiaco” e “Superbad”

“O Quarto Verde”, François Truffaut

“O Quarto Verde”, François Truffaut (1978)
Adaptação da obra “O Altar dos Mortos”, de Henry James, “O Quarto Verde” (“La Chambre Verte”) é um dos filmes mais densos da carreira de Truffaut. Ele mesmo vive o personagem principal, Julien Davenne, um redator de obituários de um jornaleco interiorano que, assim que sua esposa morre, cria um altar em casa para continuar a adorando. O altar pega fogo, e ele consegue uma capela em um cemitério, onde passa a louvar não só a esposa, mas também amigos e ídolos mortos. A aparição de uma nova mulher, Nathalie Baye em início de carreira, chega a dar uma chacoalhada no coração de Julien, mas nada que os fantasmas – tão queridos por Julien – não consigam domar. “O Quarto Verde” é uma ode à morbidez, uma crítica exagerada àqueles que se esquecem dos seus. Não é surpresa que um tema tão nebuloso tenha fracassado nas bilheterias e feito com que o diretor revivesse Antoine Doinel no ano seguinte, fazendo as pazes com o público em “O Amor em Fuga”. Fique com Doinel (ou “Noite Americana”)

“Zodíaco“, David Fincher

“Zodíaco“, David Fincher (2007)
Eis um caso exemplar de uma carreira que começa bem (“Seven”, 1995), bate no topo da genialidade cinematográfica (“Clube da Luta”, 1999) e começa a cair (“O Quarto do Pânico”, 2001), cair mais (“Zodíaco”, 2007) até se espatifar no lodo da cópia barata (“O Curioso Caso de Benjamin Button”, 2008). David Fincher foi do chão ao céu, e do céu ao inferno em treze anos, e no meio do caminho fez “Zodíaco” (“Zodiac”), mas parece que as boas idéias foram todas usadas em “Seven” e “Clube da Luta”. “Zodíaco” não inspira, não instiga, não causa empatia nem medo. Jake Gyllenhaal, Mark Ruffalo e Robert Downey Jr. (em uma atuação terrível) estão longe, muito longe de seus melhores papéis. Roteiro e edição tropeçam, cenas bestas surgem sem dizer a que vieram, e David Fincher enrola o espectador por 2h38 minutos para, ao final, não lhe entregar nada deixando no ar a sensação de tempo perdido. Mais um item para o tópico sobre como jogar uma bela carreira pela janela em Hollywood.

“Superbad”, Greg Mottola

“Superbad”, Greg Mottola (2007)
Judd Apatow e Seth Rogen fizeram um barulho danado nos anos 00 com as comédias “O Virgem de 40 Anos” (2005), “Ligeiramente Grávidos” (2007)  , “Superbad” (2007) e “Segurando as Pontas” (2008). Eles arrebataram um séquito fervoroso de fãs e fazem um estardalhaço nos Estados Unidos com seus filmes recheados de palavrões, drogas e momentos VA. Destes, só não assisti a “Ligeiramente Grávidos” ainda, mas os outros três não me convenceram. Sério. Seus roteiros apresentam a história de forma impagável, o miolo funciona, mas o trecho final acomoda. E ai o virgem que foi sarreado a vida toda vira exemplo (a Igreja deve amar), os maconheiros do começo fazem campanha anti-drogas no final e, em “Superbad”, o cara que falava pra menina que vivia com a mão no pinto fica bundão, e vai passear no shopping de mãos dadas com ela. Apatow e Rogen posam de radicais, mas é só pose. Um filme pra rir até os 39 do segundo tempo.

Ps 1: Ahhh, a Nathalie Baye. Preciso ver mais algumas coisas com ela. E encontrar “Uma Relação Pornográfica” (esse aqui)
Ps 2: Sempre penso em rever “Seven”, mas quem diz que tenho coragem. Aquilo ali gela a espinha…
Ps 3. Ok, há muito de inocência em “Superbad” (afinal, eles tinham 13 anos quando escreveram o roteiro). E McLovin é o cara. Mesmo assim…

Leia também:
– “Clube da Luta”, um comentário (aqui) e um texto perdido (aqui)
– As aventuras de Antoine Doinel, por Marcelo Costa (aqui)

janeiro 14, 2010   No Comments

De Belo Horizonte, Backer Medieval

Backer Medieval

Eu já tinha feito um post especial sobre a cervejaria mineira Backer (aqui) falando de suas quatro variedades, mas faltava a especialíssima Medieval, que não é tão fácil de ser encontrada, custa o triplo das outras da mesma cervejaria, mas é uma delícia de deixar a boca cheia d’agua (ou de cerveja).

A Medieval é um Blond Ale inspirada na tradição artesanal dos monges cervejeiros medievais da Europa. Foi desenvolvida por Paulo Schiavetto, mestre-cervejeiro formado em Louvain-la-Neuve, na Bélgica, em 1995, e é a melhor cerveja da Backer, e uma das melhores cervejas brasileiras que já provei.

É uma cerveja de alta fermentação, com um dourado quase castanho. Seu aroma é suave e adocicado. Seu sabor também é doce, mas traz um acento cítrico e levemente picante que lembra – um pouco – o da excelente Leffe Blonde. É uma cerveja altamente refrescante seguindo a tradição das belgas.

A garrafa também aposta no diferencial. Você pode abri-la queimando a cera da tampa com fogo, como se fazia nas tabernas da idade média. É girar a ponta do gargalo sobre uma chama, derreter a cera e, antes de servir, limpar o gargalo. As tampinhas são ilustradas com símbolos planetários dos alquimistas medievais.

Quem disse que cerveja não é cultura? Hehe. A Backer Medieval é vendida em garrafas de 330 Ml. Enquanto as outras da cervejaria (a saber: Pilsen, Pale Ale, Trigo e Brown) saem entre R$ 5 e R$ 6 em bons empórios, a Medieval chega a custar R$ 15. Procurando bem você até encontra mais barato, por volta de R$ 11, mas é uma cerveja mais cara (e melhor) do que as outras.

Backer Medieval:
Graduação alcoólica: 6,7%
Nota: 3,81/5

Leia também:
– Outras cervejas, bares e curiosiodades, por Marcelo Costa (aqui)

janeiro 13, 2010   No Comments

Dois Brasis que o Brasil (finge) desconhece(r)

Maria Aparecida da Silva, foto de João Wainer

Uma das grandes reportagens da nova edição da Rolling Stone (Shakira na capa) é de Yara Morais, que para fechar seu trabalho de conclusão de curso em jornalismo alugou um barraco (por R$ 65 o mês) em uma favela barra pesada da periferia de São Paulo e passou um mês convivendo com os moradores, indo de festas de aniversário a execução de devedores do tráfico. Uma parte da reportagem está aqui. A integra só na revista.

A foto que abre este post é de João Wainer, fotógrafo da Folha de S.Paulo desde 1996. Ele retrata Maria Aparecida da Silva, que na Central do Brasil, no Rio de Janeiro, é conhecida por Márcia. Aos 42, ela trabalha como faxineira de manhã em uma firma e prostituta a tarde, em frente a estação de trem mais movimentada do Rio de Janeiro. Cida sustenta quatro filhos e a mãe sozinha. Leia mais sobre no ótimo texto do João Wainer aqui.

Outro link que vale conferir é o do excelente blog reportagem “Glamour e Boca do Lixo”, retrato da prostituição no centro de São Paulo:

http://www.glamourebocadolixo.blogspot.com/

janeiro 12, 2010   No Comments

Hitchcock, Antonioni, Allen e Almodóvar

Atualizando a lista de últimos filmes vistos e revistos…

Janela Indiscreta

“Janela Indiscreta”, Alfred Hitchcock (1954)

Com a perna engessada, um fotógrafo é obrigado a ficar em casa e, para passar o tempo, observa a vida de seus vizinhos pela janela quando vê algo suspeito em um dos apartamentos. O argumento pode parecer tolo, mas esse Big Brother de suspense rendeu um filmaço recheado de frases antológicas e passagens clássicas, e lida de forma sensacional com a relação do próprio espectador com o cinema (e como ele se torna cúmplice dos personagens). James Stewart e Grace Kelly (looongo suspiro) estão brilhantes ancorados, ainda, por Thelma Ritter, a empregada com a frase certa na hora certa. Clássico.

A Noite

“A Noite”, Michelangelo Antonioni (1961)

Segundo filme da célebre “trilogia da incomunicabilidade”, formada ainda por “A Aventura” e “O Eclipse”, “A Noite (“La Notte”) é um retrato exemplar da falência do amor, uma obra-prima de angústia, tristeza velada e dor que ganha força em uma frase de Valentina (personagem de Monica Vicci) quase ao final do filme: “Vocês acabaram comigo esta noite”. Ela não está falando apenas por si, mas também por nós. Foi meu quarto Antonioni, e já pulou para o segundo lugar à frente de “As Amigas” e “Profissão Repórter”, que preciso rever, e só atrás de “Blow Up”.

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“Tiros na Broadway”, Woody Allen (1994)

“Tiros na Broadway” (“Bullets Over Broadway”) é um dos filmes mais perfeitos e bem acabados de Woody Allen, e olha que a concorrência é grande. Porém, são poucos os filmes do diretor em que o roteiro (assinado em conjunto por Allen e Douglas McGrath), a fotografia (magnífica de Carlo DiPalma) e a trilha funcionam de forma tão perfeita casadas, ainda, de forma brilhante com as atuações de John Cusack, Dianne Wiest (que levou o Oscar por sua atuação) e Chazz Palminteri. É daqueles para se ver, rever e ver de novo, e ainda ficar maravilhado com as piadas, com o ritmo, com o retrato que Woody Allen traça não só do teatro, mas também da vida.

Abraços Partidos

“Abraços Partidos”, Pedro Almodóvar (2009)
 
Na virada dos 90 para os 00, Almódovar fez três filmes grandiosos: “Carne Trêmula” (1997), “Tudo Sobre Minha Mãe” (1999) e, o melhor de todos, “Fale com Ela” (2002). “Má Educação“ (2004) e “Volver” (2006), seus filmes seguintes, não frustram completamente o espectador, mas vieram menores, imperfeitos. “Abraços Partidos” (“Los Abrazos Rotos”) fecha essa trilogia da falta de intensidade. Se quiser, Almódovar faz um filme desses pintando as unhas do pé. Há bons momentos (a maioria na primeira metade), mas parece que diretor e público se cansam após 40 minutos.

Ps. Penelope Cruz versão Audrey Hepburn é de fazer o coração parar…

Leia também:
– “Má Educação”, de Pedro Almodóvar, por Marcelo Costa (aqui)
– “As Amigas”, de Michelangelo Antonioni, por Marcelo Costa (aqui)
– Um Alan Parker e dois Woody Allen, por Marcelo Costa (aqui)
– Uma análise de “A Noite”, por Nuno Manna (aqui)

janeiro 6, 2010   No Comments

Discotecando a Festa Urbanaque

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Discotecagem nunca é uma coisa previsível. Não adianta fazer um set list fechadinho em casa. Eu tinha listado 15 canções para tocar numa prévia do set list. Depois estendi para 30 canções, e dentre essas eu tiraria 15. Na última hora, saindo de casa, peguei uns cinco CDs, entre eles os três últimos da discotecagem.E por que tudo isso muda de uma hora pra outra? Por vários fatores. O clima da balada. O clima da própria pessoa que está tocando. Os amigos presentes. E quem tocou antes. No caso deste sábado, era um grande amigo com gostos muito parecidos. Não tocou as músicas que eu ia tocar, mas outras de bandas que eu pretendia.

Isso acaba fazendo com que a gente acabe improvisando o set, o que no fundo é extremamente legal. Assim, comecei com Franz para dar sequencia ao que o Tiago vinha tocando e puxei pra frente o meu set anos 60 revisited. Depois, só improviso, mas é bom demais começar o ano tocando no último volume “Milez iz Ded”, “Be My Baby” e “Smells Like a Teen Spirit”….

Franz Ferdinand – This Fffire
Ramones – Do You Remember Rock N Roll Radio?
Backbeat – Please Mr. Postman
The Beatles – It Won’t Be Long
Manic Street Preachers – Can’t Take My Eyes off You
We Are Scientists – Be My Baby
Nancy Sinatra – Day Tripper
Pixies – Debaser
Gang of Four – Damaged Goods
New Order – Regret
Depeche Mode – Personal Jesus
Afghan Whigs – Milez iz Ded
Smashing Pumpkins – Bullet With Butterfly Wings
Nirvana – Smells Like a Teen Spirit
Faith No More – Falling To Pieces

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janeiro 3, 2010   No Comments